Levantei-me relutantemente. Chutei o chão e uma nuvem de areia levantou-se e rodopiou no ar até voltar ao seu lugar. O homem abriu a porta e entrou não sendo bem-educado e deixar os convidados entrar primeiro. Quando entrámos já o homem tinha subido dois lances de escadas:
-Não estou a gostar deste mistério….E aquele tipo é um parvo! – barafustei
Só depois reparei que aquele espaço fazia eco. Senti as minhas bochechas a aquecerem violentamente. Durante o resto da “mini-viagem” permaneci calada. Quando chegámos ao 4º andar o homem chegou-se à porta da esquerda e rodou a maçaneta. Seguimo-lo em silêncio. Aquele espaço era um típico apartamento T0 mas ainda por estrear. O homem agarrou num pergaminho parecido com o meu e entregou-o a Kenta. Olhei para Kenta com desdém. Ele achava-se “a rainha da cocada preta”, que mandava no grupo e que era o espertalhão. Desde do início da viagem que eu fiz uma nota mental em que no final de isto tudo lhe ia espetar um par de chapadas. Quando voltei à realidade não vi o homem em lado nenhum:
- Onde está o “Tipo-Estranho-Que-Se-Transforma-Em-Míudo-OverPower”?
Olhei para todos os lados. Os 3 rapazes riram-se, mas Kenta olhou para mim, olhou o chão e sussurrou para Makoto que respondeu com surpresa:
-Estás doido? Ela veio connosco, continua connosco! Não a vamos mandar de volta. – gritou Makoto
Kenta bateu com os punhos na mesa:
-Mas essa miúda é uma insolente, uma chata e não tem postura de um verdadeiro shinobi. Nem sei o que é que o Tsubaki viu nela. Pff… antes ele era sério e fazia tudo num ”brinco” mas desde que anda com ela, – disse ele apontando para mim - mudou muito. Anda mais desleixado e chega atrasado. Se não fosse ela, ele não estava no hospital, tinha vindo connosco e não era necessário eu chatear-me. Resumidamente ela é a causa dos nossos problemas!
Kenta arfava. Achei que ele aguenta-se mais, mas enganei-me. Ele aguentou apenas 19 horas antes de dizer tudo o que tinha entalado. Fitei o chão. Tinha-me passado quando ele disse que eu não tinha postura de shinobi mas explodi quando acusou o Tsubaki e disse que eu era a causa dos problemas. Kaito agarrou o meu ombro. Olhei para Kenta enquanto avançava para ele:
-Tu não me dizes como sou ou deixo de ser; Não acusas o Tsubaki de nada; Não me acusas de nada.
Agarrei numa kunai:
-Não faças isso Hiroshi! – gritou Shin agarrando a minha mão
Kenta sorriu:
-Eu não tenho medo de uma pirralha.
Soltei a mão e investi contra ele. Ele fechou os olhos e desviou-se com uma facilidade da minha investida. Não parei a tempo e fui contra a parede. Amparei o embate com os braços. Olhei para Kenta e percebi o seu verdadeiro poder. Antes que ele tivesse tempo de voltar ao normal eu vi o sharingan nos olhos dele. Um calafrio desceu pelas minhas costas. Arrumei a kunai e reconheci que aquilo era uma luta estúpida. Passei pelo silêncio da sala e abri a porta. Fechei-a e uma lágrima caiu-me do olho. Caminhei pelas escadas até ao telhado. Alguns minutos depois abri a janela que dava acesso ao telhado e fiquei a ver a paisagem dourada. O sol da tarde inundava aquele deserto, repleto de areia banal que agora se transformava num oceano dourado. Senti uma mão no ombro. Olhei e vi Kaito:
-Ele já se acalmou, mas não te vai pedir desculpa.
-Eu também não queria. Kaito…quando vocês me falaram do poder dele estavam a falar do sharingan, certo?
Kaito assentiu. Voltei a olhar para a paisagem. Olho para baixo e vejo Kenta, Shin e Makoto a sair do prédio. Kenta, como sempre, levava o mapa na mão e estava na frente. Consegui ver um risco vermelho a apontar para Kiri:
-Bem parece que vamos para o País da Água. – disse
Dei um salto e usei um kinobiri para descer pela parede do prédio até lá abaixo. Quando olhei para o lado vi Kaito já ao pé deles e uma nuvem de fumo a desvanecer no telhado. Sorri e fui ter com eles:
-Então fala-me de ti. Diz-me quem é a Hiroshi…- disse Shin
Pus um dedo por debaixo do lábio com uma expressão pensadora:
-Nasci á 18 anos em Konoha no seio do clã Yamanaka. Cresci com a minha prima Ino e foi ela que me ensinou a minha técnica Yamanaka e ainda estou a aprender outras. Trabalhei durante algum tempo numa loja dos meus pais, mas quando conheci o Tsubaki tudo mudou.
Kenta rodou um pouco a cabeça para ouvir melhor:
- Foi ele que me deu a paixão pelo mundo ninja e foi graças a ele que entrei na Academia. E se uns acham que eu sou a fonte de muitos problemas – falei mais alto para Kenta ouvir nitidamente – estão redondamente enganado.
Kaito, Shin e Makoto riram-se baixinho. Kenta fez um ar de desprezo e virou a cabeça aumentando o passo:
-Não íamos ter um tempinho para descansar? – perguntei juntando as mãos e estalando os ossos
-Supostamente, mas houve alguém que decidiu ir já embora… - disse Shin olhando para Kenta
Já estava mais do que farta do Kenta. Pode ser que ele se perca no deserto e nunca mais o tenha de ver. Agora que pensei melhor nessa ideia vi que era brilhante e, uma excelente forma de nunca mais o ver. Estávamos prestes a passar pela entrada/saída da vila quando me sinto observada. Olho para trás e vejo Gaara a mirar-me do seu escritório. Voltei-me para a frente e apressei-me para chegar perto dos rapazes:
-Vamos demorar quanto tempo a chegar a Kiri? – perguntou Shin
-Pelos meus cálculos devemos chegar amanhã ao meio-dia, no máximo às duas da tarde mas não podemos exceder esse tempo. – respondeu Kenta sempre com o seu ar importante
Saímos da vila e no alto das muralhas uma voz grossa gritou:
-Agradecemos a vossa visita e desejamos que façam uma boa viagem estrangeiros.
Acenámos com a cabeça e apressámos o nosso passo com um shunshin.
- Citação :
- Ye finalmente postei. Desculpem a demora mas escola, casa, Carnaval e escola de novo foi o que me empatou Mas espero que gostem