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A Flor e o Tigre de Konoha
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Saga Conjunta - Yamanaka Hana e Nara Tora
Filler 24 - A Hora Esperada
Um laboratório amplo e pouco iluminado, com bancadas repletas de frascos cheios das mais diferentes e coloridas substâncias. Hana passa pela entrada apreensiva com tal local e a medida que caminhava permanecia atenta à tudo, chega até a olhar num telescópio algumas amostras de tecido humano já morto. A garota contemplava o tamanho do laboratório que parecia não ter fim, ela guarda uma paixão por laboratórios desde a época do treinamento médico.
_ Essa é uma amostra de saliva de uma espécie rara de lagarto venenoso encontrado no País do Pântano. – diz uma voz grave e sedutora para Hana que observava um frasco com um líquido verde fluorescente. A garota logo se coloca em posição ofensiva com senbous em mãos.
”Não percebi a presença de mais ninguém aqui... esse lugar...”, pensava ela a ver um vulto sair de um canto escuro.
_ Desculpe-me se a assustei, não tive intenção. Vejo que estás bem. – e a figura se colocava abaixo de uma das poucas lâmpadas.
_ Filha, não vais dar um abraço no papai? – diz Yashin com braços abertos a sorrir de olhos cerrados.
_ Não aja como se estivesse tudo bem, quero explicações, explicações de tudo. – fala a garota com firmeza na voz, embora no fundo quisesse dar um forte abraço em seu pai e sentir novamente o conforto de seus braços.
_ É assim que me trata depois de tanto tempo? Realmente a adolescência é uma época complicada. – diz Yashin a colocar a mão no queixo e olhar para o lado como se pensasse em voz alta.
_ A começar devo dizer que não peguei todas as caixas, Tora-san e eu só temos essas. – fala Hana a mostrar as caixas com uma mão e manter as senbous com a outra.
_ Sim, já mandei alguns criados buscarem as outras. É uma pena, não terás a recompensa completa. – diz ele a estender a mão para que Hana jogasse as caixas, e assim a garota faz.
_ Antes de mais nada... – e a loira começa a tremer.
_ Julliet e Alphonse... – logo aperta os dentes e seu rosto fica vermelho de raiva.
_ Falas dos números 31 e 32? Hum, eles são sensacionais, né? – sorriu Yashin novamente de olhos cerrados.
_ Estávamos a testar um jutsu secreto de um de nossos membros, porém dentre todas as experiências essas são as que estão a sobreviver por mais tempo. Já são dois meses. – fala entusiasmado o homem do clã Yamamoto.
_ Dois meses? – pergunta a garota sem entender.
_ Sim, sim, depois de cria-los usei do meu conhecimento em jutsus Yamanaka para inserir falsas memórias neles, agora pensam que tiveram toda uma vida antes desses dois meses. – sorri ele.
_ Andei a estudar as células deles e creio que tenham mais uma semana de vida... um total de 70 dias de vida, muito tempo se comparado com os anteriores. – Yashin falava como uma criança que havia ganho um brinquedo novo, cheio de energia e emoção.
_ Dissestes que eles são os números 31 e 32... isso quer dizer que criastes outros 30 clones além desses... – e a jovem tem seus olhos a se encherem d’água.
_ Não precisa ficar triste, alguns deles só sobreviveram por algumas horas, não se preocupe. – sorria Yashin.
_ Então sobre o que mais vamos falar. – diz ele a se sentar em uma cadeira, não só a filha como também o pai ansiava há muito por esse momento.
_ Minha irmã... por que minha mãe nunca me falou sobre ela? – pergunta Hana a se manter em guarda, logo olha ao fundo alguns vidros com 2,5m de altura, cheios de um líquido verde e com o que pareciam pessoas dentro.
_ Aqueles são só experimentos, não são seres humanos. – alerta Yashin para que a jovem não se preocupasse com outras coisas.
_ Sobre sua irmã, Misa-chan (mãe de Hana) deve ter tido medo que fostes atrás dela e preferiu não falar nada. Ela pensa que sua parte mau ainda está em Byaku-chan. – falava ele quando interrompido.
_ Byaku-chan? – pergunta a garota assustada.
_ Byakuren, era o nome de sua irmã antes de mudar, segundo ela “Lótus Branca” não combinava em nada e resolveu mudar para Kokuren, “Lótus Negra”. Gosto de chamar Koku-chan de Byaku-chan para irrita-la, já vistes que lindos ficam aqueles olhos violetas irritados? – comenta Yashin a fazer gestos fofos com as mãos a deixar Hana sem graça e pensar que seu pai era um estúpido.
_ Poderias continuar, por gentileza? – pede a garota ao ver que seu pai não parava de fazer gestos e som fofos ainda a se referir aos poderosos olhos de Kokuren.
_ Ok, ok. Sua mãe tinha medo que fosses ao encontro de Koku-chan, se você encontrasse sua parte má ela talvez voltasse à ti e a alma da anja rejeitaria a criar um conflito interno que resultaria na morte do seu corpo físico. Porém Misa-chan não imaginava que sua maldade já havia sido consumida pela maldade de Koku-chan, que é muito maior e mais forte, ou seja, não tem mais nenhum resquício teu no corpo de sua irmã. –sorri Yashin.
_ Como ela conhece as técnicas da sacerdotisa do País do Demônio? São técnicas secretas que somente as sacerdotisas sabem. – pergunta Hana.
_ Quem foi a sensei da atual sacerdotisa Shion do País do Demônio? E quem mais possui o mangekyougan para ser capaz de ensinar tais técnicas? – pergunta Yashin com um olhar malicioso.
_ Oba-san... – murmura Hana chocada com tal fato relacionado à avó.
_ Exacto, com a morte da Miroku, mãe de Shion, a garota passou vários anos a treinar sozinha para selar o demônio Mōryō, após conseguir derrota-lo com a ajuda de Konoha, ela inicia a segunda fase de seu treinamento, para isso sua avó foi chamada. A anja foi selada em você e sua irmã recebeu sua parte má, com isso vocês duas precisaram se separar, porém sua mãe e eu ainda a visitávamos com frequência. Aos cinco anos, época da minha suposta morte, a maldade de Koku-chan começou a se mostrar e a garota recusava ver a mãe, tentava sempre mata-la. Depois dos cinco anos sua mãe a viu umas sete vezes apenas, até que, aos oito anos, Koku-chan teve uma briga séria com Misa-chan e as duas nunca mais se viram. – comentava Yashin.
_ Quem cuidava da minha irmã? Como ela vivia? – pergunta Hana interessada, ainda queria perguntar a razão da falsa morte de seu pai, mas outras questões tomavam a sua cabeça.
_ Ela era cuidada por alguns ninjas empregados do clã Yamanaka, porém sempre era preciso contratar um novo casal para cuidar da garota, já que ela acabava por matar os antigos. – e seu pai adquire um olhar diferente com um belo sorriso no rosto.
_ Após a morte de oito pessoas, sua avó resolve assumir os cuidados da neta e começa o treinamento. No fundo a velha tinha esperanças que Koku-chan fosse guiada e assim se voltasse ao caminho do bem, ela até estava a ser iludida com isso, porém tudo era parte dos planos de Koku-chan. – o pai dá um sorriso ainda maior de orgulho.
_ Sua irmã fingiu estar se tornando boa enquanto recebia o treinamento de sua avó e prometeu que quando estivesse forte o suficiente iria voltar a ver a mãe. Para alcançar a felicidade da filha, sua avó ensina tudo que sabia para Koku-chan para que ela se sentisse forte e resolvesse ver a mãe, porém a sede de poder não parecia acabar e o treinamento durou anos e anos... Aos doze anos, Koku-chan já estava tão forte quanto a velha Yamanaka, só não estava mais forte porque o corpo ainda se desenvolvia, então sua irmã se revolta contra a avó a tentar mata-la. A velha ficou em coma por alguns anos, quando se recuperou foi morar com você e sua mãe. – conta Yashin que sabia de todos os fatos.
_ Por isso passei anos sem ver minha avó... ela estava a cuida de minha irmã... – analisava Hana a ver que fazia sentido.
_ Papai... – diz uma voz ofegante vinda da entrada. Ao olhar para trás, Hana vê Kokuren toda cheia de sangue, com roupas rasgadas e com o braço direito decepado.
_ Koku-chan...- fala Yashin com um olhar curioso por ver sua filha tão forte de tal modo.
_ Nee-san! – assusta-se Hana a correr até a irmã para cura-la, mas assim que ativava o escudo rosa recebe um forte tapa a derruba-la a alguns metros.
_ Não quero ajuda sua. – Kokuren tinha desprezo no olhar.
_ Koku-chan, sabes que se não aceitar a ajuda de Hana-chan podem levar semanas ou talvez meses para eu conseguir refazer esse teu braço. – diz o pai preocupado com o orgulho da filha.
_ Tsc. – fala Kokuren a apertar os dentes e olhar para o lado enquanto sua irmã com o rosto ferido pelo tapa se aproximava novamente.
_ Yagami-san... como está Yagami-san? – pergunta Hana com as mãos sobre o braço da irmã, ainda não havia ativado o escudo da cura a esperar a resposta.
_ Está vivo. Brinquei muito com ele, nem cheguei a utilizar meus ninjutsus ou genjutsus, estava a me divertir como há tempos não me divertia. Quando eu ia mata-lo notei a presença de invasores e tive que vir avisar o papai. Apenas por isso não o matei. – responde Kokuren que logo tinha o rosto iluminado pelo brilho rosa do escudo de Hana que refazia seu braço aos poucos.
”Incrível...”, assumia ela sobre o poder que tinha sua irmã.
_ Obrigado pela preocupação, Koku-chan, mas eu já sabia dos invasores. Desativei todas armadilhas para que Hana-chan e seus amigos viessem em segurança, mas esqueci de reativa-las depois que Hana-chan passasse. – sorriu Yashin e logo via que o braço de Kokuren estava inteiro novamente e ela abria e fechava a mão para ‘testar’.
_ Espere, deixe-me curar os outros ferimentos. – diz Hana a aumentar o tamanho do escudo para que ele curasse o corpo da irmã.
_ Sai fora, não precisa. – e Kokuren dá um forte chute em Hana, fazendo-a cair em cima de uma das bancadas a quebrar vários frascos.
_ Koku-chan, sejas mais agradecida com sua irmã. – e a garota olha para o pai depois dele dizer isso, o olhar dela era ameaçador.
_ Haha, não há senso de humor algum em você... – reclama Yashin.
_ Pois bem, não temos muito tempo, Hana-chan, fique com esses pergaminhos como recompensa por ter conseguido chegar até aqui, porém não os mostre para ninguém , caso contrário serão tomados de você e nunca mais os verá. Corres o risco até de ter sua memória apagada. – alerta o pai.
_ Eu não quero isso, provavelmente é algo ilegal. – e a garota se levanta aos poucos.
_ Não irei matá-la agora, receba isso como um agradecimento pelo braço. – diz Kokuren a aparecer atrás de Hana e dar um golpe na nuca, fazendo-a desmaiar.
_ Koku-chan, tenha paciência com sua irmã... – fala Yashin a se aproximar e guardar os pergaminhos na bolsa da filha, a dar um beijo em sua testa depois.
_ Não esperava que eles viriam, estragaram todos meus planos com Hana-chan. E também os seus com Tora-chan, certo? - diz ele para uma área escura do laboratório, Kokuren acha estranho já que não percebia nada vindo de lá.
(...) _ Nee-chan, está difícil aí? – sorri Alphonse a olhar para sua irmã.
_ Tsc, só estou com pena de mata-la, além do mais estou curiosa com a nee-sama ter passado aqui a correr sem nem nos cumprimentar. – responde Julliet a comentar sobre Kokuren.
_ Sim, nee-sama passou cheia de sangue a correr para o papai, será que tem algum problema? – pensa Alphonse em voz alta.
_ Acho que ela só queria matar a nee-chan, se for o caso temos que ir logo ou perderemos a luta delas. – arregala os olhos Julliet entusiasmada.
_ Verdade, mas esse aqui já está acabado. – sorri Alphonse a olhar Kyo desacordado no chão, estava todo ferido.
_ Sim, Tora-nee-san é mais durona do que eu pensava. – fala Julliet a olhar a ninja de Konoha ajoelhada escorada no leque sem se aguentar de pé e com muito sangue no rosto e corpo.
“Droga, Kyo. Falamos aquilo de não ferir os gêmeos só para Hana-chan seguir em frente sem preocupações, mesmo sem poupar forças nós dois não fomos páreos para esses pirralhos”, pensava Tora a olhar para o amigo, a visão estava embaçada e sentia que não resistiria mais.
_De qualquer forma esses dois levaram mais tempo do que planejávamos... – falava Alphonse a sacar uma kunai e preparar para arremessá-la.
_ Sayonara, Kyo-nii-san. – diz o garotinho a lançar a arma em direção à artéria aorta no pescoço do ninja de Iwa, porém a alguns centímetros do alvo uma outra kunai intercepta e muda a trajetória da primeira, salvando o jovem Kusanagi.
_ Quem diabos são vocês? – pergunta Julliet ao ver três figuras a surgirem na entrada.