Preso em seus pensamentos se encontra um jovem. Um rapaz que a tempos perdeu aquilo que é mais precioso para um ser humano, sua família, agora, ele anseia por respostas que possam levar ao paradeiro de seu único parente remanescente, seu pai.

Após horas perdido em sonhos e pensamentos distorcidos, o jovem Brian vai abrindo seus olhos aos poucos, pois o lugar onde ele se encontra, seja lá onde for, está bem iluminado. Com as suas pálpebras abertas, ele sente os raios de sol tocaram levemente suas retinas, o que o faz hesitar por um tempo, mantendo seus olhos entreabertos até estar devidamente acostumado com a claridade para assim poder ver onde está. E ele descobre que está no topo de alguma estrutura rochosa bem alta, talvez uma montanha, com o sol no ponto mais alto do céu.

" Mas, como eu vim parar aqui? E onde estão meus óculos? Ah... Pai Mei, ele deve ter me trazido para cá, mas isto não vai me impedir de..."

Ao tentar se mover, ele percebe que não consegue mover seus membros, ele está preso, seus músculos doem a cada tentativa de se libertar e ao olhar para o motivo de sua constrição ele nota que está sentado numa cadeira de madeira com uma corda amarrada em todo seu corpo. Aquilo não seria nada para um shinobi de seu nível, contudo, há um ofuda (papel com linguagens antigas) de selamento localizado na frente das cordas.

- Que droga é essa? Como um ofuda pode me impedir de movimentar?

- Você ainda tem muito a aprender Brian! _ fala uma voz antiga vinda do horizonte.

O jovem, instintivamente, move sua cabeça para o lado de onde vem ao voz e se depara com um montante de areia que vem voando com o ar e vai se transformando no chão, adquirindo uma aparência humanoide, se mostrando no fim se tratar de seu mestre Pai Mei, que olha o jovem com um sorriso acolhedor.

- Brian, que bom que acordou, agora, se me permite, tem coisas que preciso lhe contar. _ disse Pai Mei com um sorriso acolhedor.

- Você me sequestra, me prende e ainda quer minha permissão para contar algo? Sabe mestre, as vezes você é bem estranho.

- Bem... Como eu estava dizendo, tem coisas importantes que devo lhe contar e que talvez façam você mudar de ideia em relação a procurar seu pai._ fala Pai Mei meio desconcertado com a resposta de Brian.

- Então, ao término dessa conversa, você vai devolver meu óculos e me libertar independente da minha escolha? _ pergunta o curioso sunanin.

- Sim, mas por hora apenas escute. Como você deve saber, o clã Borges é um dos mais antigos de suna, ele existe desde antes da criação das vilas ninja e foi criado pelo poderoso Bartholomew Borges, seu fundador.

Ocorre uma pausa e por alguns segundos Pai Mei fica observando seu aprendiz, como se temesse que o que estava a dizer pudesse lhe perturbar de alguma forma.

- Porém, há um detalhe do nosso clã que, por motivos de segurança, não foram lhe contados. O clã Borges, além da capacidade de manipular areia, conseguiu obter também os poderes  sombrios e nefastos do deus Jashin, lhe dando um poder além da compreensão, o poder das trevas, alimentado por ódio e rancor, o mesmo poder que agora corre em suas veias.

- Creio que seja tarde demais para sermões e avisos tardios mestre! _ disse Brian sem olhar no rosto de seu mestre.

- Sim, mas eu ainda não lhe contei como o clã obteve esses poderes. O próprio Bartholomew Borges, foi assassinado durante a primeira guerra ninja, porém, sua alma não migrou para o mundo dos mortos, mas sim para um plano, que separa o mundo dos mortos do mundo dos humanos, o plano do vazio conhecido como Limbo, local onde as almas que ainda possuem pendências ou assuntos inacabados podem tentar barganhar sua ida para o mundo dos mortos ou seu retorno ao mundo dos vivo. Neste local, o deus da morte lhe fez uma proposta, ele o deixaria voltar para a terra e lhe daria grande poder. Porém, havia um preço, ele deveria sacrificar sua humanidade e a dos seus descendes em prol desse novo poder, gerando a derrocada e a quase extinção do clã.

Brian sente angústia ao ouvir aquilo, de fato, ele sabia (por meio da carta de seu pai) que aquilo fora a causa da queda de seu clã, mas, a perda de sua humanidade, era algo que ele apenas suspeitava.

- No entanto, um membro da segunda geração do clã sobreviveu, o seu avô, Sengoku Borges, filho de Bartholomew, conseguiu se desvencilhar do clã antes da última batalha e começou a viver como um andarilho. Ele passou anos e anos vagando pelo mundo completamente sozinho e sem amparo. Mas, após anos de penitência, ele encontrou alguém que afligiu sua solidão, uma mulher que ele amou e sempre amará. Desse amor surgiu seu pai Brian e, infelizmente, veio acompanhado da morte de sua amada, como uma cartada cruel da morte de forma a castigar aquele que não fez uso de seus poderes.

A medida que seu mestre falava, Brian sentia algo que a muito ele achou que havia perdido, seu corpo tremia, alimentado por um sentimento que ele julgava ter perdido com a morte de sua mãe, esperança.

" Não, não é possível, ele não pode ser..."

- Seu avô teve que cuidar sozinho de seu pai e, quando ele atingiu certa idade, ele decidiu que já estava na hora de esquecer o passado e seguir em frente. Assim, ambos voltaram para Sunagakure e reconstruiriam suas vidas, seu pai se casando e virando um ninja respeitado e  seu avô cuidando dos documentos antigos de Suna. Porém, o respeito acabou levando a cobiça de seu pai que, sedento por mais poder, fez pesquisa infindáveis para encontrar o templo do deus da morte na mansão do clã, lugar onde ele realizou o ritual e ganhou a alcunha de ceifador. Depois do ritual, ele começou a matar de forma fervorosa e sádica, o que aumentou sua reputação negativa entre aqueles que eram inimigo de Suna. Então, seu pai foi chamado para executar a missão de matar um nukenin de kiri e, neste lugar, depois de uma grande luta, ele foi forçado a usar ao máximo seu dom das trevas fazendo ele, além de matar o nukenin, também destruir completamente sua humanidade, o levando a sucumbir perante as sombras. Após isso, ele simplesmente desapareceu e os familiares do nukenin que ele matou quiseram vingança, e foi isso que levou a morte de sua mãe e até a sua quase morte, se eu não os tivesse impedido.

- Não, é mentira... Você não pode ser meu av...

- Sim meu querido neto, eu sou Sengoku Borges, seu avô! _ fala Sengoku com um sorriso capaz de acalmar até a pessoa mais ríspida.

Ao ouvir aquilo, os olhos de Brian se enchem de lágrimas e elas escorrem por ser rosto. O jovem sente um misto de tristeza e felicidade difícil de se explicar. Vendo aquilo, Pai Mei vai até seu neto e retira o ofuda, fazendo as cordas afrocharem e caírem de seu corpo.

Liberto, Brian corre até seu avô e lhe da um grande abraço apertado. Sentindo um grande alívio reconfortar seu corpo e mente, sabendo que, não importasse o que acontecesse dali em diante, ele não estava mais sozinho.

- Vovô (fala entre soluços). Onde você estava? Você não sabe como foi difícil passar por tudo isso sem ninguém.

- Me perdoe Brian (fala Sengoku enquanto abraça seu neto ainda mais forte). Quando seu pai enlouqueceu, eu resolvi ir atrás dele para faze-lo recuperar a sanidade, eu passei anos tentando encontrar uma pista do paradeiro dele mas foi tudo em vão. Ai, quando voltei a suna, vi que nossa casa estava sendo invadida, eu não fui rápido o suficiente para salvar sua mãe, mas, ao verem minha presença, aqueles homens deixaram você vivo e tentaram fugir, no entanto, o crime que eles cometeram não havia perdão e eles não chegaram muito longe... _ fala Sengoku para em seguida ficar em silêncio profundo.

Ouvindo aquela explicação, Brian solta calmamente seus braços das costas de seu avô e da alguns passos para trás no intuito de ver seu rosto, não mais como seu mestre, mas como seu amado avô.

- Brian, espero que agora entenda o porque de eu não querer que você parta nesta busca. Uma vez dominado pelo mal, está acabado, não existe jeito possível de trazer meu filho, seu pai, de volta a razão. E, quanto mais você usar desse poder, maior será a chance de você também enlouquecer _ argumenta Sengoku olhando fixamente nos olhos de neto.

- Eu agradeço, saber que não estou sozinho é a melhor coisa que eu poderia querer. Mesmo assim, eu não irei desistir de meu pai e, se não existe meio possível para traze-lo de volta, então eu devo achar um meio impossível. _ fala o jovem sunanin esboçando um raro e comovente sorriso.

Retribuindo o gaste, Sengoku retira o óculos de seu neto do bolso de seu kimono e o coloca na face dele pacientemente. Em seguida, ele da as costas ao seu pupilo e segue caminhando em direção a beirada da montanha.

- Mestre, digo... Sengoku! Para onde você vai? _ pergunta o ceifador estendendo seu braço direito para frente, como se não quisesse vê-lo partir mais uma vez.

- Não se preocupe (sorriso). Eu vou voltar para Suna e irei esperar a sua volta, juntamente com a de seu pai. _ disse Segoku com as mãos cruzadas atrás das costas.

- Eu nem sei onde estou mestre, eu estava indo para kiri e você me trouxe para esta montanha no meio do nada. Como eu irei encontrar a vila da chuva agora? _ pergunta o jovem de forma aflita.

- Apenas olhe para baixo! _ fala o alegre idoso antes de desaparecer num turbilhão de areia.

Sem compreender de imediato, o jovem vai caminhando até a beirada da montanha e tem uma surpresa. Em baixo dela, a aproximadamente 4km, cercada por uma densa névoa, se encontra Kirigakure, o local onde ele irá encontrar pistas sobre o paradeiro de seu pai.

" Obrigado vovô, eu irei achar o meu pai e irei traze-lo de volta a razão, custe o que custar."

Continua ...

Uma boa historia e uma inesperada descoberta de um “conhecido” parente. Está a deixar sua historia interessante com vontade de saber o que vai acontecer. Só lembro não esquecer os requisitos para manter o Jashin, pois se não me engano você tem que ceder sacrifícios para manter ele. Isso é algo que tem que ser descrito em fillers e não em treinos e missões. Ok
 

Continua com historia irmão  

Obrigado Bruno, mas nao se preocupe, tudo tem seu tempo e muitos ainda sentirão a foice de Brian na garganta, so aguardar

Obrigado Lance, de fato, eu não gosto de complicar as coisas, para mim algo simples, se for bem feito, tem tanto valor quanto algo complexo. Agora, sobre Brian e suas influências malignas, você em breve vai descobrir

Olá, poderia me fazer um favor? Se possível, ponha os links dos outros fillers no fim deste e dos outros. Quero ler seu filler mas estou com preguiça de procurar o primeiro e tal D: . Isso ajuda pra caramba pra quem está com pressa, mas quer ler pelo menos um , vlw cara!

kkkkkkkk, de fato, eu preciso ter um pouco mais de organização. Logo logo vou colocar o link dos fillers na minha assinatura, assim facilita a vida do pessoal.