Redeshan acordou e ainda ensonado levantou-se da cama. Sentiu ao longo do seu corpo os músculos doridos e rapidamente lembrou-se do dia anterior. “Um gajo já nem pode chegar a casa contente, que espetam-lhe um treino em cima!” pensou o rapaz zangado. Redeshan no dia anterior tinha-se formado Gennin e correra logo para casa contente por mostrar ao seu avô o seu distintivo à espera que Zuroshi, seu avô, lhe disse que estava orgulhoso dele, mas em vez disso, para seu desagrado, o velho não disse nada e apenas o mandou ir treinar. Apesar de zangado com o avô o rapaz fora treinar, mas desta vez o velho tinha exigido mais do seu neto justificando “Um Gennin tem que ser suficiente para aguentar isto!”. Agora que pensava nisso o rapaz não se lembrava de ter terminado o treino, “Talvez tenha ficado inconsciente…” pensou como algo de normal, e de facto para ele era “… também com um gajo destes…” Redeshan está sempre a falar mal do seu avô, e à beira dele tenta mostrar não mais do que respeito por ele pelo simples facto de ser mais velho, mas lá no fundo o rapaz adora o seu avô.
Redeshan saiu do quarto e lentamente, por causa dos músculos, atravessou a casa chegando à sala aonde encontrou seu avô sentado numa poltrona a ler o jornal.
- Boas! – Saudou o velho com a sua voz rouca.
O rapaz não respondeu mas atravessou a divisão entrando na cozinha aonde foi preparar o seu pequeno-almoço.
- Não sei se ouviste, talvez estejas com demasiada cera nos ouvidos, mas eu falei para sua alteza, a não ser que ela hoje esteja mal disposta… – Ouviu a voz do avô vinda da sala. Zuroshi chamava-lhe muitas vezes de “sua alteza”, mas apenas para irritar o neto pois este detesta que lhe chamem isso.
- Bom-dia para ti também… - Respondeu o rapaz antipaticamente.
- Ora assim já está melhor! Ainda assim tenta não mostrar tanta antipatia, fica-te mal meu rapaz. – Disse o velho amavelmente. Calou-se por instantes e depois continuou. – Sabes… por momentos pensei que teria de chamar os desentupidores de esgotos… será que eles também fazem para orelhas? – Se havia coisa que Zuroshi gostava era de provocar o seu neto, mas o rapaz já estava habituado a tais coisas.
- É pois… talvez devesses… - Concordou o rapaz ironicamente. Não ia deixar o avô deliciar-se a vê-lo ficar em fúria. O rapaz pegou no seu pequeno-almoço e foi comer para a sala.
- Ora muito obrigado… - Disse Zuroshi pegando num pão enquanto o rapaz passava com o prato. Redeshan fez de conta que não viu nada só quando se sentou na cadeira e olhou para o prato fez-se de muito surpreendido, divertindo o velho.
- Ia jurar que tinha trazido um pão! – Disse surpreso e exibindo um falso sorriso para seu avô, que estava agora a come-lo.
- É… às vezes acontece… – Falou o velho encolhendo os ombros, depois de ter terminado de comer.
- Pois... – Redeshan levantou-se e caminhou na direção da cozinha quando passou pelo seu avô disse calmamente, tentando controlar-se. – Espero que tenho gostado do “meu” pequeno-almoço. – E depois continuou a andar.
- Não estava grande coisa, mas deu para matar o apetite. – Ouviu na cozinha, enquanto já preparava o seu novo pão, fazendo-o começar a ferver. Normalmente Redeshan é uma pessoa muito calma, mas com o seu avô não tem paciência nenhuma. Na verdade Zuroshi é a única pessoa que viu o neto zangado.
Segundos depois Redeshan voltava a entrar na sala e olhou para seu prato, no sofá em frente ao avô. A chávena de café que tinha trazido anteriormente com o pão que seu avô lhe tirara, desaparecera. “JÁ CHEGA!” pensou furioso com seu avô. Olhou para ele terrivelmente e este exibiu-lhe nada mais que um amigável sorriso. Controlando-se ao máximo para manter uma postura normal saiu muito lentamente da sala com toda a calma, mas por dentro era capaz de destruir a casa toda.
No minuto seguinte já estava percorrendo as ruas da bela Kirigakure à procura de um local onde pudesse tomar o pequeno-almoço em paz