Já se passara algum tempo e Hana estava concentrada nas análises, a criança dormia calmamente.
_ Caramba. – assusta-se Hana após analisar um dos frascos, o local estava uma bagunça, até mesmo imãs estavam jogados.
_ Um furacão passou por aqui? – pergunta Brian.
_ Ah, vocês. Ayame-san corra aqui. – diz Hana e logo a amiga deixa as várias frutas e verduras de lado.
_ O que houve? – pergunta Ayame enquanto se sentava e ajeitava o cabelo para que não tampasse os olhos.
_ Eu percebi que a respiração de Yariko-kun era difícil, peguei um pouco do muco nasal para analisar, olhe aqui nessa primeira análise. – diz Hana a mostrar um vidro de relógio que tinha acrescentado uma das substâncias que Ayame levara.
_ Isso é um... metal? – pergunta a Midori após analisar.
_ Foi o que pensei, comecei a fazer alguns outros experimentos, tive como base alguns sintomas que pude observar em Yariko-kun, alguns segundos antes de vocês chegarem pude constatar que estamos a falar de Manganês, mas posso estar enganada já que seriam precisos outros equipamentos para ter certeza. – diz Hana a colocar os vidros no chão.
_ Bem que tinha percebido que ele tremia bastante. – pensa Ayame em voz alta.
_ Como assim? – pergunta Brian para as duas médicas.
_ Os sintomas da infecção por manganês é semelhante à doença de Parkinson, muitos tremores e movimentos mais lentos. – explica a Midori e logo Hana a interrompe.
_ Isso se deve porque o manganês age no sistema nervoso central, um processo chamado de toxicodinâmica, uma interação entre o agente tóxico e os receptores do órgão-alvo. – completa Hana.
_ Então tudo isso causado por esse mineral... – fala Brian que tinha grande conhecimento nos minerais.
_ Tenho uma teoria... provavelmente o manganês tenha sido usado em algum jutsu de alteração comportamental, nós do clã Yamanaka conseguimos fazer isso facilmente com nossas técnicas secretas, mas nesse caso parece que eles estão a conseguir fazer isso graças ao manganês aliado à alguma técnica mental. – tenta explicar Hana, mas estava a se enrolar.
_ É assim, o manganês no cérebro causa grande excitação do sistema nervoso central, com isso a pessoa sofre de mudanças de humor, choro e risos desconectados, mas as mais graves das consequências que podem ter os intoxicados são aumento da impulsividade, euforia e alucinações. – explica Hana que tinha melhor conhecimento do cérebro humano.
_ Um jutsu mental que utiliza manganês como uma espécie de guia, isso é muito além que eu poderia imaginar. – diz Ayame.
_ Sim, agora já está a anoitecer, segundo as memórias do garoto só durante a noite essa névoa se dispersa, talvez pelo cérebro já estar cansado e isso facilita a técnica. – fala Hana.
_ Temos que pegar amostra da vegetação antes que a névoa seja liberada, assim Ayame pode fazer a análise vegetal para confirmar a presença do metal e talvez de outra substância. – diz Brian.
_ Sim, mas temos a criança para cuidar. – adverte Hana.
_ Hana-chan, no seu estado não é aconselhável se aproximar dessa névoa tóxica, por mais que tenhas essa KG é muito perigoso, agora tens que pensar não só em você, mas no ser que está a carregar dentro de si. – diz Ayame preocupada com a amiga.
_ Então já sabes? – assusta-se Hana.
_ Sim, nos vemos quase diariamente no hospital, suas roupas agora são mais soltas, seu humor se altera com frequência, estás com mais fome e percebo que sai muito para vomitar. – sorriu a Midori que sempre estava atenta à tudo.
_ Bem, não posso me colocar em risco... – murmura Hana a passar a mão na barriga.
_ Então conto com vocês para colherem as amostras da vegetação e da névoa, se puderem trazer outro morador afetado seria ótimo ter outra fonte. – sorriu Hana.
_ Não se preocupe, se for o caso resolvemos tudo por lá. – diz Brian com confiança, embora não soubesse antes da gravidez da loira, agora queria deixa-la de fora do perigo.
_ Vou continuar as análises, ainda tenho muito trabalho pela frente. Infelizmente acho que vocês não terão tempo de comer. – diz Hana a sorrir enquanto pensava que sobraria mais para ela e para Yariko.
_ Não tem problema, comemos um pouco no caminho, pode ficar com tudo. – quando Brian disse isso os olhos da Yamanaka brilharam.
_ Até mais, Hana-chan. – sorriu Ayame e juntamente com Brian desaparecem por entre a floresta.
Durante o caminho, os dois ninjas tiveram que estar atentos a árvores de fruto para comerem alguma coisa. Ayame inclusive ensinou que tipo de tubérculos seriam bons para comer e quais seriam de evitar, já que seria uma informação útil para o sunanin, e este último pareceu bastante interessado na temática que a família da konohanin se tinha especializado.
Estavam a aproximar-se da vila quando Brian impediu a kunoichi de avançar, colocando um braço à sua frente.
_ Podes rastrear a área próxima? Acho que está alguém por perto… - pediu ele.
A kunoichi aproximou-se de uma árvore e focalizou o seu chakra para dentro desta. Não estavam sozinhos. À excepção das pessoas da vila, estava uma pessoa suficientemente grande para ser adulta sentada numa árvore a alguns metros de distância.
_ A 30 metros, está alguém sentado numa árvore – explicou ela.
_ E está ligeiramente afastado da vila._ Uma criança?_ Não. É garantidamente um adulto.Essa pessoa poderia ser suspeita. Enquanto todos da vila seguiam com as suas vidas normais, alguém estava a uma distância segura a observá-los.
_ Fica atrás de mim – recomendou Brian quando decidiram surpreender a pessoa.
_ Achas que não me consigo defender? – questionou ela, com um sorriso desafiador.
_ Não, não, nada disso – desmentiu logo o sunanin, que não desejava ver a kunoichi teimosa que surgira no final de um treino que tinham feito. Ela conseguia ser muito convincente quando queria.
_ No caso de acontecer alguma coisa, vai apanhar uma planta para termos um espécime para analisar e eu vou atrás da pessoa. Terás maior facilidade em seguir-me que ao contrário.Ayame pareceu satisfeita com a justificação e acedeu.
Avançaram com shunshins para tentar surpreender a pessoa e foi então que viram. Estava um homem de bata branca no topo da árvore a tirar apontamentos, o que era suspeito. Todo o problema poderia ter sido originado por uma experiência científica.
Antes que pudessem apanhá-lo, o homem apercebeu-se da sua presença. Saltou da árvore e correu na direcção oposta, utilizando alguns shunshins ocasionais.
A kunoichi hesitou em fazer o planeado. Queria ajudar a apanhar o homem.
_ Vai. Deixa-o comigo – disse o colega, desaparecendo em direcção ao fugitivo.
Ele tinha razão. Tinham várias tarefas a fazer e funcionariam melhor se se dividissem. Sabia que a planta libertava um gás durante a noite, o que queria dizer que seria uma planta noturna. Não havia muitas, o que facilitava o trabalho. Provavelmente, procuraria uma planta que existisse em vários pontos da vila e não num só.
Ayame vagueou pela vila em busca de uma planta suspeita. Não havia nada de flagrante e demorou um pouco até ver as coincidências. Havia uma flor roxa, sensivelmente do tamanho de uma mão aberta, em várias localizações. Reconheceu-a como sendo uma planta noturna e arrancou-a. Desde que arrancasse pela raiz, estaria segura e colocou-a então num saco de plástico para levar consigo.
Determinado a capturar o suspeito, o jovem Brian inicia uma perseguição implacável atrás dele. O sunanin concentra seu chakra na areia de sua cabaça, fazendo com que ela se mova como grandes garras que voam em grande velocidade no intuito de capturar o suspeito (Sabaku Rõ).
_ Não vais escapar! - diz o jovem enquanto aplica suas técnicas de captura.
Contudo, o famigerado homem de bata branca se prova ser mais rápido do que aparenta, ele desvia das poderosas tentativas de captura do sunanin com certa facilidade executando vários e sucessivos Shunshins, mas o Borges não iria desistir facilmente, ele faz um selo de mão e divide seu chakra homogeneamente, fazendo um pouco da areia de sua cabaça virar um clone perfeito seu (Suna Kage Bunshin) que logo após ser criado corre junto ao seu mestre em busca ao “cientista”.
_ Se trasnforme em areia e voe em cima daquele homem, desse jeito creio que poderei pega-lo. - diz o Borges a sua cópia.
Sem reclamar, a cópia arenosa faz seu chakra fluir pelo corpo de forma a assumir a forma total de areia (Suna Karada) de forma que ela possa voar com o vento. Desta forma, ela consegue chegar até o fugitivo e envolve-lo com seu corpo arenoso para depois solidificar a areia, criando ao redor dele uma prisão de areia bem resistente o qual apenas seu rosto fica descoberto (Sabaku Kyu).
Devidamete preso, o homem estava aberto a ser interrogado, assim Brian recolhe a areia que não fora usada na constrição arenosa de volta para sua cabaça enquanto caminha na direção do estranho homem para lhe fazer algumas perguntas:
_ Responda minhas perguntas claramente e eu prometo que não irás sofrer. Quem é você e o que está a acontecer com esta vila?_ HAHAHAHAH! Rapaz tolo, você não poderia entender a magnitude do nosso plano, nossa ideia genial ira tornar toda civilização em mentes assassinas, os governos irão ruir e nós ascenderemos... E você não pode fazer nada para nos deter! _ diz o homem antes de soltar pela sua boca um estranho gás roxo, que cobre todo o seu arredor e obstrui por completo a visão do ceifador das areias.
“Que gás é esse? Cof, Cof! Eu não consigo ver...” , pensa o sunanin que no presente momento não sabia o que estava a se suceder.
Então, quando a névoa se dissipa, o homem, como que por mágica, havia saído de sua prisão de areia, um feito que até o presente momento parecia ser impossível. Assim, com uma pequena parcela do plano dos “gênios loucos”, o jovem vai vagando atrás de Ayame para ver se ele está a correr algum tipo de perigo.
“Ayame... Por favor esteja bem, caso contrário alguém irá pagar caro por qualquer mal que possam ter lhe feito”(...)_ Oh, Brian. – sorriu Ayame ao ver que o companheiro se aproximava do acampamento.
_ Estás aqui, fico tranquilo agora. – diz ele e logo após constatar que a jovem estava bem, desmaia ao chão.
_ Brian! – assusta-se a Midori e logo Hana corre para ver o que estava a acontecer.
_ O que está havendo? – pergunta Hana a abaixar-se para ficar no nível dos outros.
_ Parece que foi envenenado. – constata Ayame após analisar algumas manchas na região nasal e perceber um pequeno sangramento, enquanto isso Hana coloca uma luva que estava em seu bolso.
_ Sim, há resquícios de vômito. – diz a loira que abrira a boca do jovem para analisar.
_ Os batimentos dele estão muito acelerados, não temos muito tempo. Ayame-san volte às pesquisas com a flor, você melhor que ninguém pode conduzir aquilo, eu cuido dele, será rápido. – sorriu Hana a concentrar chakra em seu peito e criar um escudo rosa ao redor de Brian.
_ Hai. – sorriu Ayame mais aliviada ao ver que tudo ficaria bem, seu coração ainda estava agitado, mas confiava no poder da amiga e agora tinha que focar nas pesquisas que se estenderiam por toda a madrugada.
_ Ayame... – murmura Brian ao abrir os olhos lentamente, o escudo rosa atrapalhava sua visão que já estava prejudicada pelo veneno.
_ Ayame-san está a trabalhar nas pesquisas, ela está bem, não se preocupe. Você se esforçou muito no caminho para cá, o veneno tinha se espalhado muito mais rápido que o normal, pór isso fui obrigada a usar minha KG, não tínhamos tempo de fazer as análises necessárias para fazer o tratamento convencional. – dizia Hana que ainda mantinha o chakra concentrado, mas logo cancelava o jutsu.
_ Arigatou. – agradece Brian a se sentar.
_ Você sabia que correr ou se esforçar faz o veneno se espalhar mais rápido, não sabia? – pergunta a loira, mas não recebe resposta.
_ Ayame-san sabe se cuidar, não precisa se preocupar tanto. – e a Yamanaka se levantava e dava as costas, mas ainda parada completa.
_ Brian-san... apesar de tudo, fico feliz que estejas a cuidar de minha amiga. – sorriu Hana a caminhar até a Midori.
Ayame estava concentrada em volta da flor roxa. Tinha colocado umas luvas para evitar contacto directo com a planta. Reconhecera a flor como sendo uma das muitas variedades da dama-da-noite, embora estranhasse a sua cor. A espécie teria uma cor branca e nunca roxa. A planta teria sido modificada com alguma substância para adquirir a cor e libertar o gás estranho que tinha sido referido no scroll da missão. Provavelmente, o cheiro agradável da flor teria sido substituído por completo ou seria agora uma forma de tentar passar o gás despercebido. Conseguiria tirar seiva do caule e de certeza que a substância estaria lá.
_ Tens alguma novidade? – questionou Hana, ao aproximar-se com passinhos leves para não surpreender a colega.
_
A flor é uma Epiphyllum oxypetalum, conhecida como dama-da-noite. Foi modificada. Ia agora retirar-lhe seiva para testar – explicou Ayame.
– Com isto, teremos o passo inicial para conseguir um antídoto para as plantas sem termos que as matar._ Posso fazer isso? – pergunta Hana com os olhos a brilhar.
Ayame concordou e observou a kunoichi a iniciar a preparação do antidoto.
Assim que Brian se sentiu melhor, juntou-se às companheiras de equipa para explicar a situação. Afinal, só ele tinha estado em contacto com o cientista ninja.
_ Eh? Anda um grupo de cientistas malucos a fazerem experiências com a vila? – perguntou a Yamanaka, chocada.
_ Isso responde a muitas questões…_ Mas também nos dá respostas e algumas pistas – verificou a kunoichi do clã Midori.
_ Afinal, por trás de tudo isto está um grupo de cientistas. A dama-da-noite murcha no máximo 3 dias depois de ter florescido pela primeira vez. Eles terão que injectar novas flores com a substância._ O que indica que ainda a estão a produzi-la – continuou Hana ao entender o raciocínio da colega.
_ Temos que encontrar uma fonte de manganês!_ Acho que posso ajudar nisso – disse Brian.
As kunoichi olharam para ele ao mesmo tempo, ansiosas para obter respostas. Ele engoliu em seco, sentindo o ar tenso com ansiedade, e continuou:
_ Através da quantidade de manganês que consiga tirar do solo com a minha areia. Quanto maior a quantidade, sabemos que mais nos aproximamos do covil e conseguimos traçar uma direcção. Começamos no local onde apanhei o cientista._ Perfeito! Assim eu poderei terminar o antídoto enquanto você e a Ayame vão atrás desses cientistas! - fala Hana mal conseguindo conter a ansiedade em por em prática seu conhecimentos químicos.
_ Eu posso ir sozinho, creio que a Ayame será mais útil aqui lhe ajudando e cuidando de você, devido as suas atuais condições. - replica o jovem sunanin se mostrando preocupado com a gravidez de loira e em por Ayame em perigo.
_ Nada disso! Você se recuperou a pouco tempo do veneno e ainda não esta 100%. Eu vou com você e isto não é uma alternativa! - fala jovem morena em um tom bem autoritário.
_ Ela tem razão, Brian-san! Mesmo sendo muita gentileza sua eu sei me cuidar muito bem e nós ainda precisamos terminar a missão. - diz a garota Yamanaka esboçando um sorriso confiante.
_ Creio que já perdi esta discussão. Então, podemos ir Ayame e tome cuidado Hana-chan! - fala o Borges enquanto vai mostrando o caminho para a garota Midori onde ele teve um confronto com o cientista louco.
_ Obrigada Brian-san! - fala a garota de cabelos loiros.
“Deixo minha amiga em suas mãos, cuide bem dela!” - diz mentalmente a garota através da telepatia apenas para o sunanin.
Seguindo pelo caminho apontado pelo Borges, o casal de shinobis chegam em pouco tempo no local determinado. Então, concentrando seu chakra na areia de sua cabaça, Brian movimenta sua mão direita para o alto e areia da cabaça reproduz o movimento criando um enorme braço arenoso. Assim, Brian faz move seu braço direito bruscamente para baixo (como se estivesse a cortar o ar), movimento que o braço arenoso repete, se cravando com força na terra e criando um enorme buraco (aproximadamente 4 metros).
Ainda mantendo o braço de areia, o jovem vai escavando cada vez mas fundo na terra, de forma a conseguir uma quantidade de areia com um maior teor mineral. Depois de poucos segundos o rapaz sombrio já julga ter material o suficiente e recolhe a areia usa para fazer o buraco junto com os minerais encontrados.
Depois de recolhida, o jovem toca com sua mão a areia embebida e minerais e chega a uma rápida conclusão:
_ Hm, alta quantidade de pirolusita e rodocrosíta!_ Mas, não devíamos estar atrás de manganês? - pergunta Ayame que parecia estar confusa em relação a esses minerais.
_ Na verdade, esses são os minérios que compõe o manganês! E pela alta quantidade que encontrei aqui deve ter um jazida deles a mais ou menos 600 metros de onde estamos, provavelmente a nordeste daqui. - diz o Borges enquanto abre sua mão fazendo a areia com minerais voar com o vento.
_ Ah... me desculpe. É que não entendo muito da origem dos minerais! - fala a jovem meio encabulada.
_ Não há porque se desculpar! Foram suas grandes habilidades em botânica somadas às habilidades de Hana que salvaram minha vida, seus talentos são muito mais preciosos do que os meus. - diz o jovem olhando diretamente a jovem.
A jovem fica ruborizada e solta um doce sorriso, o qual é retribuído por um sorriso do ceifador, algo realmente muito raro de acontecer. Então, os dois vão seguindo dito pelo ceifador, só que agora um pouco mais “sociáveis” um com o outro.
_
Sabe Ayame, depois eu gostaria que me ensinasse um pouco sobre plantas, assim eu poderei ter algumas que possam viver em Suna e talvez assim o calor de lá não seja tão intenso._ Eu ia adorar... Digo, eu ficaria muito feliz em lhe ensinar! _ diz a doce jovem de cabelos castanhos.
(...)_ Ayame-san e Brian-san estão a se esforçar bastante, preciso descobrir logo o antídoto para isso. – pensava Hana em voz alta enquanto segurava com uma pinça um tubo de ensaio cheio de uma substância verde recém aquecida.
Yariko dormia profundamente, Ayame havia dado um calmante para o garoto, nada forte, só o suficiente para que ele dormisse sem preocupações.
_ Até quando vais ficar aí a me observar? – pergunta Hana em voz alta após colocar o tubo de ensaio no suporte.
_ Hihihi, sabias que eu cá estava? – diz um homem com voz engraçada a descer de uma árvore.
_ Confesso que só soube a pouco, as pesquisas tiraram minha atenção, mas então, o que queres? – pergunta a garota a se colocar de frente para o homem, mas já sabia do que se tratava ao ver que ele usava vestes brancas típicas de cientistas.
_ Hi hi hi. – ria desafinadamente o homem.
_ Estou a acompanhar-vos faz um tempinho, ouvi que falaram de manganês e que vocês tem a nossa bela flor em mãos... nada mal para ninjas tão jovens. – e o inimigo mostrava um rosto assustador a sorrir.
_ Como imaginei, estás por trás disso. Por favor, se entregue e prometo que irás sair ileso. – pede Hana para evitar lutas.
_ Hi hi hi, sou Yoko Moko, podes me chamar de Yoko-sensei, médico responsável pelos estudos da reação do veneno no cérebro. – ria ele ensandecidamente. Era um velho de aproximadamente 60 anos, com escassos cabelos brancos bagunçados.
_ Yamanaka Hana, médica de Konoha. – por educação apresenta-se a loira.
_ Hmm, a garotinha da KG que cura, já ouvi falar de você... E Clã Yamanaka, agora entendo o conhecimento cerebral.– e o homem aperta os olhos.
_ Seria interessante estudar as técnicas da sua KG, podemos pegar moradores e decepar alguns membros para depois estudarmos a forma como seu jutsu age, fiquei curiosíssimo quando ouvi os rumores. O que achas, hein, hein??? – perguntava Yoko de olhos esbugalhados a sorrir.
_ Desculpe, mas recuso sua oferta. E então, vais se entregar ou precisarei te deter? – pergunta Hana seriamente.
_ Uma moça grávida não deveria falar tantas bobagens. – ao ouvir isso Hana arregala os olhos por ele saber do estado dela.
_ Nunca me dei muito bem com lutas, me tornei médico exatamente por isso, agora nessa idade então... – falava o velho a sorrir.
_ Gomenasai, mas não posso deixar que saias, considere-se capturado, Yoko-san. – e a garota pisca o olho direito e manda um beijo para ele, beijo após concentrar chakra e assim deixar seu genjutsu no cérebro inimigo (Kizuna no Kisu).
_ É Yoko-sensei! – grita o velho e logo depois começa a rir loucamente a jogar várias senbous em Hana. A garota dá um salto para a direita, se abaixa, curva-se para trás a tocar no chão, levanta e dá mais um salto agora para a direita. _ Olha olha, isso não será bom para o bebê... – sorria o velho que não tinha tanta habilidade em combates, Hana comprovou isso apenas pelo modo que ele lançara as senbous.
_ Tens razão, Yoko-sensei, mas isso não muda o fato de que serás capturado. – fala a garota a sacar senbous e lança-las, porém para sua surpresa o médico se desvia facilmente.
_ Hmm, tentou acertar pontos estratégicos, se uma dessas senbous me acertasse ficaria sem movimentar algum membro. Não esqueças que sou médico, como não tenho habilidade em batalha eu melhorei minha agilidade para poder desviar e assim ficar ileso, hi hi hi. – ria ele, mas logo percebe Hana a levar a mão à boca.
_ Suiton: Mizurappa! – diz a loira após concentrar chakra em sua boca e liberar um grande fluxo de água, mediante o controle do chakra conseguia aumentar ainda mais a pressão, porém o médico saltava por entre as árvores e se desviava do ataque da kunoichi.
_ Isso não é modos de uma aprendiz tratar o mestre. – fala ele a apontar o indicador para a garota.
“Isso, o efeito do Kizuna no Kisu se ativou”, pensa Hana feliz.
_ Vamos ver se o meu treinamento foi bom para você, não irei me conter. – fala o médico já sob efeito das ilusões da Yamanaka. Yoko pega algumas pequenas bolinhas e as lança próximo à Hana, a garota acha estranho e logo consegue perceber algum pouco de chakra nas bolinhas.
_ Caramba. – fala ela ao ver que o adversário fazia um selo que ativa as pequenas bombas que liberaram uma fumaça roxa.
_ Hi hi hi, se for apenas observar minha atuação não poderás fazer nada. – ria o louco agora a ir até o local em que Hana pesquisava para ler as anotações.
_
Yoko-sensei... isso é tudo? – pergunta a garota que se mostra dentro de um escudo rosa após a dispersão da fumaça.
_ Hmm... como esperado de uma aluna minha. – sorriu o velho que provavelmente por sua loucura habitual tenha os efeitos do genjutsu acentuados.
“Tenho que tomar cuidado com Yariko-kun, a luta não pode chegar até onde ele descansa”, pensa Hana a dar uma pequena olhada no garoto que dormia.
_ Então estás a proteger o garoto... desculpe-me, mas deve se lembrar das primeiras lições, falei que o melhor é atacar o ponto fraco do inimigo. – sorriu o velho a tirar novas bombas do bolso.
_ Hi hi hi hi hi. – ria ele mais louco que o normal, até lançar as bombas na direção do garoto.
_ Tsc. – faz Hana a concentrar chakra e rapidamente entrar no caminho das bombas, a garota cria um escudo triangular à sua frente e as bombas ao tocarem explodem.
_ O que? – assusta-se a loira a ser jogada para trás com o impacto.
_ São explosivos, diferentes das bombas de veneno essas aí tem um enorme poder concentrado. Um amigo meu as criou, compactas e poderosas, hi hi hi hi hi . – ria o velho.
_ Não estava preparada para aquela explosão. – fala Hana consigo mesma enquanto se levantava.
_ Ok, vou ter que dete-lo de uma forma não muito justa. – diz ela a concentrar chakra e criar um Hana Kage Bunshin.
_ Gomenasai, Yoko-sensei. – fala a garota.
_ Ahn? – o velho não entendia porque não conseguia se mover, estava preso pela telecinese feita com a concentração de chakra no cérebro do clone de Hana.
_ O que vais fazer à mim? Sou seu mestre, seu guia, seu sensei! – gritava ele a temer o pior.
_ Shintenshin no Jutsu! – e com um impulso de chakra Hana projeta sua mente até o alvo, a dominar o corpo dele.
_ Hana-chan, imobilize-me totalmente. – diz ela em posse do corpo do velho para seu clone, assim faz o Kage Bunshin a prender Yoko de forma quase impossível de se soltar.
_ Arigatou. – sorriu Hana de volta em seu corpo a agradecer seu clone.
_ Não podíamos fazer Yariko correr perigo. Muito menos o bebê que esperas. – sorriu o clone a se destruir e deixar lindas pétalas de cerejeira.
_ Me solte, por favor, essas cordas estão a me machucar. Não podes fazer isso com seu mestre. – reclamava Yoko.
_
Vou ler a sua mente para assim descobrir tudo sobre o veneno e poder criar o antídoto mais rapidamente. Também vou ver se há alguma informação relevante para passar à Ayame-san e Brian-san. Com licença. – diz a loira a concentrar chakra e tocar na testa do médico louco.
(...)Rapidamente perceberam que se encontravam numa elevação de terra e, a alguns metros, atingiriam o sopé da mesma. Ao espreitarem para o fundo, repararam numa gruta feita por mão humana e um pequeno casebre, que serviria como centro de apoio à gruta. Alguém tinha escavado escadas no sopé, o que levou a que ambos pensassem no quão conveniente era.
Alguém se encontrava no interior da gruta a falar alto com alguém num tom amedrontado.
_ Estou a dizer-te. Vamos ser apanhados com a mão na massa se não fugirmos. – repetia ele.
_ Tu sabes melhor que eu o que encontraste. Já andam atrás de nós… Podemos começar de novo noutro lado!_ Está calado, Hideki! És um medricas – replicava outra voz masculina no interior da gruta.
_ Se vieram atrás de nós, apenas temos que os calar._ Mas…_ Não é mas, nem meio mas. És uma menina ou quê? Derrotaremos quem nos tentar defrontar.Ayame e Brian ouviam a discussão no exterior da gruta, escondidos num dos lados da mesma.
_ Parece que eles próprios já estão a fazer o nosso trabalho. Ou, pelo menos, um deles. – comentou a kunoichi, revirando os olhos.
_ Sim. Mas não me parece que vá ser assim tão fácil. O outro parece ser dominante. – reparou o sunanin.
_ Hum-hum – concordou ela.
_ É hora do espectáculo.Uma rosa surgiu nas suas mãos e, ao fazer um gesto para baixo, a rosa formou um chicote de espinhos na sua mão. Antes que Brian a impedisse de avançar devido à sua audácia, ela avançou para a abertura da gruta e lançou o chicote, destruindo o tubo de ensaio nas mãos de um cientista sentado, assustando inclusive o que estava de pé a caminhar de um lado para o outro.
_
Eu disse, eu disse – repetia o cientista assustadiço, que se chamava Hideki. Tinha a pele branca e o cabelo escuro, quase preto, e parecia estar a suar.
_ Está calado e faz alguma coisa de jeito. Se eu for dentro, tu também vais. – repreendeu o outro cientista, mais alto e mais encorpado, que Brian reconhecera como sendo o cientista que lhe tinha escapado. Estava agora de pé, a olhar para Ayame e para o colega dele.
_ É só uma miúda. Achas que não vencemos?_ Sim, Souta-san. – confirmou o outro, limpando a testa e colocando-se em posição.
Num shunshin, o Hideki avançou para Ayame, tentando uma placagem em velocidade e sendo parado pela lâmina de uma foice.
_ Nem tentes. – verbalizou Brian, o usuário da mesma, com uma intensidade tal que amedrontou o cientista.
Uma voz do fundo da gruta invocou o Doton: Doryūso e um espigão de terra surgiu rapidamente entre Brian e Hideki, que se afastaram para trás para não serem apanhados por ele.
_ É perigoso ter uma luta lá dentro. Temos que os atrair para aqui. – disse Brian de forma a que apenas Ayame o ouvisse, e assim o fazem.
O cientista Souta surgiu de repente, com um bastão que fizera aparecer com o Doton: Gansetsukon, e tentou atacar o sunanin, esperando apanhá-lo distraído. Ayame retribuiu o favor ao pará-lo com a sua katana, uma tarefa difícil para alguém com uma diferença de forças significativa. Antes que ela fosse forçada a desistir, com o seu Suna no Menbā, Brian manipulou a areia que estava dentro da sua cabaça para formar dois punhos, que acertaram no homem para o afastar.
_ Obrigada Brian! _ fala a sorridente e habilidosa botânica.
_ Não foi nada, agora vamos atrair eles para longe da gruta! - afirma o sunanin enquanto junto com Ayame se movem rapidamente para bem longe da caverna de pedra.
Vendo que não teria escolha, os cientistas, Hideki e Souta são forçados a sair de sua área de segurança, ficando frente a frente com o casal de shinobi.
_ Eu cuido do Souta! Queres ficar com o Hideki, Ayame? - pergunta o jovem enquanto fica com a foice a frente do corpo em posição de combate.
_ Até parece que não conhece minha habilidades. Eu cuido dele sem problemas! _ fala a garota piscando levemente o olho para o rapaz.
Feliz por poder lutar ao lado da garota que mais estimava, Brian manipula um pouco de areia de sua cabaça para flutuar até sua mão esquerda. Então, focalizando seu chakra nela ele a molda numa poderosa katana arenosa (Suna no Buki), muito mais resistente que as normais, a qual entra rapidamente na mão da jovem:
_ Já pensou em usar duas espadas? - pergunta o jovem já entregando a lâmina nas mãos da jovem.
_ Nunca tentei, mas é uma grande ideia! - diz a jovem de forma sorridente enquanto segura a katana de areia com a mão esquerda, virando uma “swordmaster”.
Então, devidamente prontos, os dois avançam em seus respectivos adversários, prontos para mostrar a esses bastardos a penitência por jogarem com as vidas alheias.
Ao ver Hideki longe o suficiente para preparar alguns jutsus, Ayame convocou o seu homunculus através do Bane no Homunkurusu, que surgiu rapidamente atrás de si, e pediu para permanecer nessa localização até ordens contrárias. Com selos rápidos e precisos, libertou a utilização do Hijou Kaihi e fez dois últimos selos para o colocar em si. A sua velocidade aumentou consideravelmente e partiu em direcção ao seu adversário com as katanas em cruz. No último momento, saltou para potenciar a força.
Para se defender, Hideki utilizou uma tanto que tinha escondida na sua manga, parando assim o ataque. Ayame puxou de uma das katanas e balançou-se para fazer a roda por cima do seu adversário em direcção às suas costas, tentando ataca-lo num ponto cego. Acertou num tronco feito pelo kawarimi. Hideki tinha conseguido escapar e a katana de areia tinha ficado presa no tronco.
_ Nada mau para uma miúda. Mas nada que se consiga comparar a anos de experiência. – reparou ele, fazendo Ayame virar-se repentinamente antes de ter tempo de arrancar a katana.
_ Hana Ninpou: Hyakkaryōran. - mexendo o braço esquerdo, libertou pétalas de flores que rodearam Ayame, tentando impedir a visão dela.
A kunoichi embainhou a sua katana e libertou o uso do Soutei pelo seu homunculus. Uma luz branca cobriu-a imediatamente, segundos antes de ser atacada com o Hyakkoryōran. As pétalas direccionaram-se para ela, cobrindo-se de fogo, e atacaram-na. Quando o fogo cessou, Ayame não estava no seu interior. Fora capaz de fazer os selos para o kawarimi durante o ataque, o que, em conjunto com o Soutei, a salvara de danos graves. Tinha apenas algumas queimaduras leves.
Ayame tinha que acabar com a batalha antes de ficar sem chakra. Consultou as suas reservas e ficou mais confortável com a ideia de se curar. As queimaduras ardiam-lhe ligeiramente e iriam atrapalha-la. Realizando alguns selos, activou o seu jutsu Kougousei, que lhe permitiria regenerar as queimaduras mais simples.
O cientista ficou curioso com a habilidade. Já tinha estudado vários jutsus de regeneração, mas nunca um que se parecesse tanto com a regeneração de uma planta, a sua área de interesse. Não resistia a fazer algumas perguntas.
_ Essa tua… Habilidade, digamos. Como tiveste acesso a ela? Desconhecia a sua existência. O que é que ela faz exactamente? Como posso tê-la? Tenho que tê-la.A konohanin sentia-se bombardeada com perguntas aleatórias, algo estranho no meio um combate. Não fazia qualquer sentido parar um combate para questionar o oponente.
Enquanto isso, munindo de sua foice negra, o jovem Borges avança na direção de Souta e executa um rápido corte vertical de baixo para cima, no intuito de corta-lo ao meio. Mas, se mostrando ser rápido, o cientista dá uma pirueta para trás, fazendo a lâmina passar próximo do seu corpo sem corta-lo. Após esquivar do ataque, o cientista levanta o bastão de pedra até a altura da cabeça e desferi um ataque frontal de cima para baixo, ataque este que o ceifeiro defende pondo o cabo da foice na frente da tragetória do golpe, impedindo sua tragetória.
Enquanto os dois se mantém emparelhados, o cientista derrama uma grande quantidade de lama (Doton: Dorotama) pela sua boca bem no rosto do sunanin que, por não esperar tal “golpe sujo”, recua alguns passos para trás, no intuito de retirar o excesso de lama da face.
Contudo, o cientista não iria esperar o jovem se recuperar e, usando sua manipulação do elemento doton, ele manipula duas rochas ao seu redor e as projeta como shurikens na direção do sunanin que, por estar temporariamente cego, é acertado em cheio pelo golpe, sendo lançado vários metros para trás.
A ponto de pensar que havia ganho o combate, o cientista/geólogo fica surpreso ao ver Brian se levantar, como se não tivesse sofrido nenhum dano.
_ Mas... Isto é impossível! Como você aguentou este golpe sem nenhum feri...Antes que pudesse completar a frase, o cientista olha com mais atenção para o jovem e nota que sua pela parece estar “descascando”, como se tivesse algum tipo de armadura cobrindo seu corpo.
_ Acha que esses golpes sujos funcionam contra mim? _ pergunta o jovem enquanto se desfaz do resto de sua armadura de areia (Suna no Yoroi).
Já pensando que não poderia vencer o jovem, o cientista procura por alguma fraqueza aparente, que assim pudesse lhe garantir a vitória. Então, ele repara em algo, ele nota que, mesmo que de forma discreta, o rapaz está sempre a olhar para sua companheira, como se estivesse a zelar por sua segurança. O louco solta um sorriso maquiavélico e diz:
_ Se não se pode atingir diretamente o homem, atinja o que lhe é de mais precisoso. Doton: Dosenkiryū! - diz o homem criando um colossal dragão de terra que vai voando na direção de Ayame.
Perplexo com tamanha ousadia, Brian rapidamente executa um selo de mão e faz a areia cercar os arredores de Ayame, criando um grande escudo de areia (Suna no Tate) o qual o dragão se choca, mas não fora forte o bastante para destrui-lo.
Aliviado por ter conseguido proteger sua amada, Brian baixa sua guarda e é estocado por uma grande agulha de terra, que transpassa seu ombro direito, fazendo um grande ferimento o qual jorra muito sangue.
_ HAHAHAHAHA! Tolo, nunca baixe a guada mesmo que seja para proteger seus amigos.Assim que foi salva de um aparente ataque, a jovem Ayame não entende o que tinha se sucedido, até olhar para seu companheiro Brian que, neste momento, estava com um enorme ferimento no ombro, que aparenta ser bem grave.
_ Brian! Não... - diz a jovem enquanto esquece as perguntas idiotas feitas por Hideki e vai correndo no auxílio de seu amigo.
Porém, tal nobre atitude lhe custa um alto preço, pois durante essa distração Hideki usa suas pétalas de flores para voarem na direção da jovem como shurikens, lhe fazendo vários cortes nas costas e fazendo a garota cair de frente no chão.
_ HAHAHAHAHAHA! Vocês foram realmente feitos um para o outro, pois ambos são idiotas a ponto de baixarem a guarda para se preocuparem com seu parceiro ao invéz de se preocupar com si mesmo. Realmente patéticos! - diz Souta visivelmente feliz com tamanha ingenuidade.
Vendo Ayame caída no chão, Brian é acometido por um ódio além da compreensão, ele se levanta e começa a emanar pelo seu corpo uma grande carga de energia negativa, uma força sombria feita de puro ódio e rancor. Ele olha com ódio mortal para Hideki e Souta, com certa ênfase em Hideki, indiferente ao ferimento no ombro, ele retira seu óculos da face com a mão direita, revelando que seus olhos ficaram completamente sombrios, e diz as seguintes e reveladoras palavras em alto e bom tom:
_ Ferir a garota que eu amo foi o maior erro da sua vida miserável! - diz o ceifador que, após essas palavras,materializa em suas costas majestosas e gloriosas asas negras, tornando-o um verdadeiro anjo caído.
Munido de sua preciosa foice, o jovem faz uso de sua incrível e nova mobilidade para voar em disparada na direção de Hideki e, com um gracioso corte vertical de baixo para cima, ele passa voando pelo lado do homem e lhe corta fora o seu braço direito, fazendo-o urrar de dor enquanto o líquido quente e escarlate jorre pelo ferimento onde antes ficava seu braço.
_ MEU BRAÇO! Me ajude Souta-san. - diz Rideki em gritos de puro horror e pânico.
Mas o jovem não liga, pelo contrário, cada grito feito pelo cientista aumentava ainda mais a sede de sangue do jovem que, em mais um voo rasante, arranca com um corte vertical agora de cima para baixo o braço esquerdo do homem, o que faz seu pânico aumentar ainda mais.
Sem os membros superiores, o probre homem não tem muito o que fazer senão correr. Lágrimas de puro medo escorrem pela rosto do cientista desgarrado enquanto ele corre para o horizonte, numa vaga esperança de escapar daquele horror.
O ceifador solta um grande sorriso maquiavélico e, abrindo suas asas, ele levanta voo até alcançar uma altura de 30 metros acima do chão e, como uma águia pronta para abater sua presa, ele desce em grande velocidade e, estando a foice a direita do seu corpo, ele passa bem rápido a uma distância de 2 metros do homem conhecido como Hideki, aparentemente não fazendo nada demais. Contudo, após alguns segundos, em seu pescoço começa a aparecer o que parece ser um corte, culminando por ser um grande corte de foice, fazendo a cabeça do cientista se soltar de seu tronco e rolar no chão, inerte e ausente de vida.
_ Você é o próximo Souta! - diz Brian enquanto revira seus olhos sombrios para observar o rosto do último adversário.
Perante tamanha selvageria, Souta não tem escolha senão tentar escapar. Contudo, antes que pudesse escapar, ele percebe que está a ser envolvido por várias ervas daninhas, que possuindo seu corpo e criando uma forte constrição.
_ Mas... que merda é esta? - pergunta o cientista de pedras enquanto está a ser envolvido por aquelas ervas.
Então, aparecendo um pouco a frente do homem, a bela Ayame esboça um grande sorriso de satisfação.
_ Mas, como? Eu vi você ser ferida pelo Hideki! - pergunta surpreso o maníaco.
_ Quando eu fui atingida, eu ainda estava sobre o efeito do meu Kougousei. Então, não foi dificil me recuperar daqueles ferimentos.Dito isto, a jovem começa a concentrar seu chakra, de forma a agitar o ar e criar bolsas de vento, o qual ela faz mira e as dispara na direção das pernas do louco, que quando o atingem cortam gravemente suas pernas, fazendo o homem cair de joelhos no chão por não poder se manter em pé, sem contar o fato de ele estar ainda sendo preso por várias ervas rasteiras.
_ Agora você será levado as autoridades e irá pagar pelo que fez a essas pessoas! - diz a jovem Ayame.
Vindo dos céus, o jovem anjo negro pousa com suavidade no chão e começa a caminhar na direção do incapacitado cientista, querendo ceifar sua vida como fizera com Hideki.
Percebendo o sentimento assassino do rapaz, a bela jovem fica na sua frente com os braços abertos, no intuito de impedir que outra chacina seja feita.
_ Pare Brian! Muito sangue já foi derramador hoje, você não precisa fazer isto. - diz a jovem parecendo estar bem preocupada.
_ Saia da minha frente Ayame, ele irá pagar por todas as atrocidades que fez com sua vida! - diz o ceifero que ao ficar na frente da jovem a empurra para o lado com força, a derrubando no chão.
Sem mais obstáculos a frente, Brian pode enfim acabar com a vida daquele bastardo, ele segura sua foice com as duas mãos e a levanta numa altura acima da cabeça e, quando vai dar o golpe final, ele sente algo o agarrando, algo quente e aconchegante.
_ Brian... Por favor, pare! Você não é assim. Por favor, volte! - diz a jovem com uma uma voz chorosa, uma lágrima solitária escorre do rosto enquanto ela está abraçada nas costas do ceifeiro, fazendo seus braços o apertarem com força.
Nos braços da amada, o rapaz sente um grande alívio correr pelo corpo e, pouco a pouco, seu ódio vai se esvaindo, fazendo ele voltar a sua forma normal.
_ Me perdoe, Ayame! Não deveria ter sucumbido ao meu ódio. - diz o jovem enquanto vai retirando calmamente os braços da jovem das costas dele, como se não se achasse digno de tal carinho por parte dela.
_ Ufa! Nunca estive tão próximo da morte como agora. - diz o cientista parecendo estar muito feliz por ainda estar vivo.
Ouvindo isto, a jovem fecha seu punho direito e desfere um soco bem no meio do rosto do louco, fazendo ele desmair perante tamanha brutalidade.
_ Seu verme! Eu apenas impedi o Brian de matar você pois não queria que ele se sujasse com o sangue de alguém como você. - fala a jovem claramente furiosa.
Com o homem desacordado, a jovem pode se preocupar com seus prórprios ferimentos e com os de seu amigo. Então, ela faz os selos de mão e invoca um criatura peculiar, o qual ela chama de homunculos de folhas, o qual ela o controla para curar seus ferimentos mais graves ocasionados pelas shurikens de pétalas enquanto que ela pode se dedicar a cuidar do grave ferimento no ombro do sunanin.
Ela pede que ele se ajoelhe e, concentrando chakra nas mãos, ela passa a emanar um forte fonte de luz verde (como uma esfera) que, pouco a pouco, vai curando a ferida do rapaz.
Enquanto faz isto, um silêncio mortal paira sobre eles, como se estivessem bem desconfortáveis com a recente situação. Então, a jovem se manisfesta dizendo:
_
Brian... O que você disse agora pouco, eu queria dizer que..._ Não precisa dizer nada, cada palavra que eu disse era a mais pura verdade. Mas, eu percebi que não mereço alguém como você, como alguém poderia amar uma pessoa que quase lhe feriu? Eu fui um perigo para você maior até que esses cientistas, eu peço mais uma vez o seu perdão. - fala o jovem visivelmente triste, mas realista quando alguém como ela se interessar por ele.
_ O que quero dizer é – falava Ayame quando uma voz surge na sua cabeça, assim como na de Brian.
“Brian-san, Ayame-san”, e logo reconhecem a voz de Hana.
“Estou a atrapalhar algo?”, pergunta ela.
“Não, não. Acabamos de derrotar os dois cientistas por trás do plano, estamos um pouco feridos, mas nada de se preocupar, são coisas leves”, responde Ayame mentalmente.
“Na verdade são três cientistas”, completa Hana.
“Três?”, pergunta Brian.
“Sim, mas o outro é apenas um gênio da medicina, principalmente no que diz respeito ao cérebro, as habilidades dele são de um gennin recém formado, só era ágil” fala feliz a garota.
“Mas não estou a usar a telepatia apenas para isso, eu li a mente dele e já pude fazer o antídoto, esse médico é tão habilidoso que consegui encontrar na mente dele até mesmo como reverter os casos mais graves que seriam irreversíveis na medicina atual. Já inseri isso ao antídoto e produzi uma grande quantidade, suficiente para todos, por isso demorei a contactar vocês” ria Hana envergonhada por ter esquecido de se comunicar anteriormente.
“Ótimo, vamos para a vila ajudar as pessoas, nos encontramos lá Hana-chan”, fala Ayame.
_ Sobre o que estavas a falar antes de Hana nos contactar? – pergunta Brian.
_ Não me lembro mais. Não temos tempo, podem ter pessoas feridas a precisar de ajuda, vamos. – fala Ayame a se levantar, Brian a concentrar chakra e criar uma mão de areia, pega o cientista/geólogo para leva-lo consigo.
(...)Ao chegarem na vila avistavam Hana a dar o antídoto aos moradores que faziam fila para tomar.
_ Ohayou. – sorriu Hana enquanto colocava uma criança no chão.
_ Desculpe a demora. – fala Ayame.
_ Não se preocupem, comecei tem pouco tempo, mas já tenho trabalho para vocês. – diz a loira a tirar um papel do bolso e pegar um grande frasco, a entrega-los em seguida para Ayame.
_ Aqui estão todos os resultados da pesquisa, aliados ao que extrai do cérebro do médico. Preciso que você encontre todas as plantas restantes e insira uma pequena quantidade desse antídoto nelas, dessa forma não precisaremos mata-las. – sorriu Hana.
_ Arigatou. – agradece Ayame ao ver que seu pedido de não matar as plantas tinha sido realizado.
_ E sobre Yariko? – pergunta ela.
_ Ah, já encontramos os pais dele, estão em casa a sorrir provavelmente. – responde Hana.
_ Que bom. Vou nessa então, há uma grande área para buscar e ainda quero retornar ao esconderijo deles para salvar as plantas que lá estão. Até mais pessoal. – sorriu a Midori a iniciar seu trabalho.
_ Brian-san, preciso que você me ajude a buscar pela vila feridos que não consigam vir até mim, tal qual idosos ou pessoas com mobilidade reduzida. Depois podias procurar ao redor da vila também, talvez algum deles esteja machucado ou perdido. – pede a Yamanaka enquanto dava um pouco de antídoto para uma mulher.
_ Pode deixar. – falava ele a deixar o cientista no chão.
_ Esse daí era o cabeça do grupo. – diz Brian.
_ Então você é o Souta-san... vi nas memórias do médico Yoko-sensei que ele tinha muito medo de você. A propósito, Yoko-sensei está na pequena prisão da vila até que terminemos e possamos leva-lo à Konoha. – fala Hana.
_ Yoko-sensei... aquele inútil. Tanta inteligência desperdiçada em alguém como ele. Tsc, devia ter morrido como Hideki. – fala Souta sobre seu companheiro e Hana se assusta em saber que Ayame e Brian tiveram que matar um dos adversários.
_ Bem, do jeito que esse aí está não tem perigo. – diz Brian a dar as costas para começar seu trabalho.
_ Brian-san, arigatou. – sorriu Hana, o jovem entendeu o agradecimento e ainda de costas dá um leve e quase imperceptível sorriso.
_ Oh estás ferido. – diz Hana para uma criança acompanhada do pai, a garota concentra seu chakra e cria um escudo rosa que rapidamente cura as leves feridas do garotinho.
_ Agora só tens que tomar isso e pronto. – sorriu ela de olhos cerrados.
Brian encontrou vários feridos dentro da vila e nos arredores, todos esses foram levados até Hana para que ela os curasse com sua KG. Enquanto isso Ayame com sua habilidade de se comunicar com a vegetação conseguiu encontrar as muitas flores espalhadas pela região, mesmo as escondidas não puderam fugir da análise da garota e todas foram ‘curadas’.
Trabalho feito, os três ninjas se despedem das pessoas da vila e levam os dois cientistas para as autoridades de Konoha. O caminho foi um pouco silencioso, mas Hana ria muito por dentro já que com a sua habilidade especial conseguia saber os sentimentos de Brian e Ayame, mas não queria falar nada, apenas achava graça do silêncio constrangedor que houve por todo o percurso.
FIM