Mais um dia surge em Suna, os primeiros raios de sol iluminam toda a cidade e seus moradores começam a acordar para realizar seus respectivas tarefas e trabalhos. Contudo, um jovem da cidade não havia dormido muito na noite anterior. Brian não gostava muito de dormir desde que sua mãe havia morrido e, somado ao fato do treino com o misterioso velho ser no dia seguinte, ele praticamente não adormeceu, fato que fez com que ele ficasse desde as 4 horas da manhã, esperando o velho na entrada da vila.
As horas passava, já é 7 horas da manhã e nada da misteriosa figura, entediado, Brian executa o kinobiri e começa a subir verticalmente a muralha próxima da entrada da vila, na esperança de que lá de cima ele pudesse ver algum sinal do velho.
Ao chegar no topo, Brian pôde ver toda a imensidão daquela Vila, ela é realmente majestosa, situada bem no meio do deserto e cercada por kilometros e kilometros de dunas de areia. Aquela visão faz Brian relaxar um pouco e esquecer temporariamente seus problemas. Mas, este sossego não durou muito, pois o jovem sente uma leve distorção na areia levada pelo vento ao seu redor, o jovem se mantém parado, contemplando a vista, enquanto que uma figura se materializa do seu lado, envolta por uma torrente de areia, a figura fica parada ao lado de Brian, talvez apreciando a vista, e sem tirar os olhos da bela paisagem, o velho fala:
- Chegou cedo meu jovem aprendiz! Você realmente é bastante decidido para alguém tão novo.
- Não preciso dos seus elogios, apenas me diga o que preciso fazer para podermos terminar este treino logo!_ responde o jovem de forma afoita.
- Pois bem, por hora apenas me siga e eu irei leva-lo até a área onde você vai treinar!
Então, ditas essas palavras, os dois indivíduos somem, em um turbilhão de areia.
Logo depois, os dois indivíduos aparecem no meio do deserto, cercados por dunas de areia e um vento forte e constante. Então, o velho começa a andar, parando ao ficar a 4 metros a frente de Brian, o velho se vira e, ficando de frente para o jovem, ele explica como será o treinamento:
- Sabe meu jovem, você possui um dom muito especial. Você tem a rara capacidade de controlar o elemento Suna, uma rara linhagem sanguínea avançada que muitos almejam mas só os nascidos com esta capacidade podem usa-la!
- Isto eu já sabia! Então, seja claro, o que você realmente quer me ensinar!?
- Sabe, eu não lhe ensinarei nenhum técnica e sim como você deve dominar este elemento. Ontem, você se mostrou ser uma pessoa bem habilidosa, então creio que você irá entender meus ensinamentos bem rápido. _ diz o velho com um sorriso no rosto.
Com esses palavras, Victor olha de maneira duvidosa para o velho, é estranho, o jovem nunca o viu, mas, sua palavras... Fazem parecer que eles se conhecem a muito tempo. Contudo, deixando essa dúvida de lado, o jovem de vestes negras alinha seu óculos com a mão direita e fala de forma determinada:
- Pois bem, o que almeja me ensinar?
Ouvindo isso, o homem idoso estende sua mão direita a frente do corpo e, da sua mão, uma monte de areia se aglomera e começa e tomar forma, virando uma esfera de areia flutuante. – Está vendo isto? Sabe como eu fiz esta esfera? _ pergunta o homem idoso.
- Você usou um controle de chakra superior ao meu! _ responde o jovem de forma ríspida.
- Errado! _ diz o homem idoso, que com um ar de desapontamento projeta a esfera na direção do estômago do jovem, fazendo Brian cair de joelhos no chão, bem ofegante. - Meu rapaz, tudo flui por meio do chakra. No entanto, você também precisa sentir os fatores alheios a ele. Como esta esfera que eu fiz, ele não foi feita apenas de chakra, eu precisei sentir a areia, ver como ela funciona, suas origens. Eu não consegui isso por ser melhor do que você meu jovem aprendiz, mas sim porque consigo enxergar além daquilo que podes ver. _ diz o velho com um semblante sério.
“ Sentir os fatores alheios...” _ pensa o jovem para em seguida abrir a palma de mão direita, numa tentativa de criar uma esfera de areia como seu “mestre”. A areia vai se formando e se aglomerando sobre sua mão, no entanto, um vento forte passa por ela no mesmo instante e, antes que pudesse criar a esfera, a areia é levada pelo vento, deixando o jovem frustrado e irritado.
- Percebes? É isso que quero falar, perceber os elementos alheios, você usou a areia e o chakra. Mas, esqueceu do vento, é isso que quero lhe ensinar, a pensar em tudo que o rodeia, não em apenas em unidade, mas também em totalidade.
“Ele tem razão... Estou tentando controlar a areia esquecendo o detalhe mais importante dela, que o fato dela ser formada da erosão de tudo, sendo o elemento o qual todos os seres, orgânicos e inorgânicos, irão sucumbir e farão parte de sua constituição!” _ conclui o jovem que, dessa vez, tenta criar uma esfera levando em conta todos os fatores externos. Então, para sua surpresa e de seu mestre, o jovem consegue realizar a tarefa com êxito, apenas em sua segunda tentativa. Aquilo o deixou em grande euforia, um sensação semelhante a de uma criança, quando consegue andar na bicicleta sem as rodinhas. Algo único, mágico e inesquecível.
- Meus parabéns, Brian! Você tem tanto potencial quanto eu pensava meu rapaz, estou realmente muito orgulhoso. _ diz o idoso com um sorriso diferente, não simplório, mas de verdadeira alegria.
- Eu... Agradeço. E desculpe ter sido rude com você, eu perdi a muito tudo que eu mais amava, não estava mais acostumado a gestos de bondade. _ diz o jovem que, neste momento, não olha no rosto do seu mestre, como se estivesse envergonhado de suas atitudes prepotentes para com a única pessoa, em anos, pareceu se importar com ele.
- Bem, seu treino de hoje está encerrado. Podes voltar para casa agora. Mas, não esqueça, sua tarefa como meu aprendiz está longe de acabar, então, quando eu lhe chamar de novo, esteja preparado. _ diz o velho ao dar as costas para seu aprendiz, enquanto segue o caminho de volta para Suna.
- Por favor, só me responda uma pergunta. Quem é você? _ pergunta o jovem de forma ávida, antes que seu mestre desapareça de novo.
- Creio que sua pergunta seja justa. Meu nome é Pai Mei, meu aprendiz! _ diz o velho antes de sumir numa nuvem de areia, deixando o jovem Borges sozinho com seus pensamentos, no meio do deserto. Mas, pela primeira vez em anos, o jovem não se sente mais sozinho.
Continua...