A fim de ganhar algum dinheiro, Daisuke acordara mais cedo do que de costume para aproveitar e trabalhar como carregador da feira livre que acontecia todo o sábado na cidade portuária. Abrindo sua janela para deixar a brisa do mar entrar, seus olhos se espremeram até se acostumarem com a recente luminosidade que acabara de entrar juntamente como som ruidoso dos comerciantes que já gritavam para atrair os clientes que acabavam de chegar. Gemendo ao se espreguiçar, o nukenin já logo caiu no chão na posição de flexões para começar a se aquecer antes do trabalho duro de carregador. Contraindo os músculos do peitoral, sua força o levou rente ao chão e o trouxe de volta com velocidade, retornando a descer e subir repetidas vezes até completar uma rápida série de vinte exercícios. Jogando o corpo para trás ao se apoiar nas duas mãos, o loiro volta a ficar de pé e numa ágil pirueta joga seus pés na direção do teto, quando já tinha enviado seu chakra para a região.
 
A viga de madeira estalou com seu peso e logo Daisuke estava de ponta-cabeça para começar a série de abdominais "hardcore". Contraindo o abdome com forma, suas costelas estalaram à medida que ele inclinava o corpo para cima até conseguir tocar seus pés com as mãos, quando relaxava e usava a gravidade para posicionar-se novamente. Aquele forte exercício durou cerca de alguns poucos segundos, já que seu estômago começava a reclamar com roncos repetidos. - Que fome! - Gemia após terminar a última abdominal e aterrissar sem problemas de volta ao piso de seu quarto. Olhando para a posição do sol pela janela, ele estranhou por não ter escutado o sino que indicava o início do desjejum da pensão. "O que a velha está esperando?" - Perguntou-se enquanto abria sua porta disposto a descer rapidamente as escadas e sentar-se à mesa antes dos outros hóspedes.
 
- Onde ele está gorda?! - Inquiria uma voz masculina.
- No... Quarto dele. 105. - Gaguejava a mulher.
 
"Estão me procurando." - Surpreendeu-se enquanto fechava a porta vagarosamente sob o som de pesados passos nas escadas de madeira. Sem saber quem o procurava e não tendo nenhuma intensão em ficar para perguntar, o jovem usou a única saída que tinha. Espalhando seu chakra pelo corpo, Daisuke fez um rápido selo e logo sumiu pela janela num veloz shunshin, ressurgindo no telhado do imóvel oposto à pensão. "Crack." - Foi a primeira coisa que ouviu quando alcançou o telhado. Suas pernas perderam o chão quando o velho telhado cedeu, derrubando-o por cima de uma pilha de gaiolas com galinhas num espetáculo cômico e dolorido. Com dores nas costas no centro de um pandemônio de penas e poeira, Daisuke viu um aglomerado de homens musculosos com olhares furiosos na sua direção. - Ele está ali! - Gritou um homem com hematomas e braço imobilizado por uma tipoia, acabando de sair pela porta da frente da pensão.
 
O loiro de pronto reconheceu o gigante como sendo aquele que havia brigado há cerca de uma semana e parecia que agora ele trouxera os amigos para vingar sua honra. "Lascou." - Pensou enquanto se debatia para escapar das gaiolas quebradas. Nesse momento, cerca de cinco brutamontes começaram a descer pela janela, deslizando pelo telhado até a estrada. Rapidamente Daisuke usou toda sua força para se libertar do emaranhado de telas e começou a correr em disparada para o lado oposto, de onde o gigante o havia visto. Enviando chakra novamente para as pernas, ele aumentou sua velocidade para alcançar seu desafeto com um forte chute lateral no braço apoiado pela tipoia. O gigante gritou de dor e caiu rolando em agonia. - Voltarei para acertar as contas, desgraçado. - Gritou ao passar pelo homem caído e ganhar a multidão que se aglomerava na feira-livre.
 
Saltando habilmente entre o mostruário de maçãs e o teto de palha da barraquinha mais próxima, Daisuke desviou seu caminho lógico para atirar uma kunai numa das frágeis pernas da barraquinha, fazendo-a derrubar todas as maçãs ao mesmo tempo em que desembocava numa das inúmeras vielas da cidade, onde percorreu em grande velocidade até se deparar com uma imensa carroça que descarregava mercadoria para o mercado popular. Dando uma mordida profunda na maçã que acabara de surrupiar na fuga, o nukenin focalizou seu chakra e se transformou num homem genérico após um rápido selo. Agora disfarçado, ele suplicou por um trabalho de carregador ao dono do veículo que, vendo o desespero do homem, aceitou o pedido, já o mandando para dentro do mercado para buscar as caixas vazias. Daisuke saiu em disparada e começou a empilhar os caixotes que pesavam o suficiente para fazê-lo gemer com toda força empregada para retornar aqueles objetos à carroça.
 
Chegando lá, estas caixas eram mais uma vez cheias com frutas e verduras para que o garoto mais uma vez forçasse o corpo para arrastar o caixote até a banca. O trabalho era pesado, mas pelo menos o escondeu dos brutamontes que zanzavam pelo local a sua procura. - Ufa. - Suspirou aliviado após terminar o serviço em algumas horas. Já seguro de si e exausto, ele desfez o Henge no Jutsu ao mesmo tempo em que seu estômago voltava a reclamar, contudo, agora com algumas moedas nas mãos, o loiro sentou-se numa barraca que vendia lamen e aguardou seu prato sem preocupações, afinal, seus perseguidores a esta altura já teriam desistido. Erro primário. Pois no momento em que recebia o prato, uma mão gigante alcançou seus cabelos e o puxou com muita força contra o muro branco da casa oposta. O impacto foi forte e fez o garoto perder um pouco o senso de equilíbrio, mas sua queda foi interrompida pelos dois brutamontes que já o cercavam com sorrisos maliciosos no rosto.
 
- Você bateu em nosso amigo. - Gritou um deles, esmurrando o rosto do loiro.
- E vai pagar por isso com juros. - Concluiu o "matemático" ao dar-lhe outro soco.
 
Sem poder falar por causa dos hematomas da boca, Daisuke aguardou o próximo soco que não demorou muito para acontecer. Gingando sua cintura numa esquiva "boxer", ele se esquivou do soco que vinha na direção de sua barriga. O brutamonte atingiu a parede chuviscada de cimento esbranquiçado, explodindo numa tintura vermelha após um barulho de ossos quebrando. - Argh!! - Gritou o homem, levando a outra no pulso na tentativa de parar a dor. O outro homem que segurava o nukenin se distraiu um pouco com o grito do amigo, deixando o jovem usar toda sua força contra a mão que esmagava seu ombro, deixando-o livre para se espremer entre os dois inimigos e escapar do cerco. Aquela era a chance perfeita para fugir, mas Daisuke olhou para o prato de lamen e pensou melhor ao ouvir seu estômago. - Já paguei por ele e vou comer. - Disse ao dono do restaurante improvisado que assistia tudo aquilo com pavor.
 
O brutamonte com a mão quebrada já estava quase recuperado da dor quando o outro avançou para agarrá-lo novamente. Sem esperar, Daisuke se jogou por baixo do grande braço numa rápida esquiva e cerrou o punho num forte soco nas costelas. O corpo inteiro do homem vibrou com o golpe, fazendo arquear e esquecer sua investida de peito aberto para desferir um chute ascendente nas gônadas do garoto. Aquilo doeu na alma e os três agora agonizavam no espaço estreito da barraca. - Por favor, pare. - Suplicava o dono do estabelecimento, enquanto o brutamontes que havia quebrado a mão chutava o loiro mais uma vez. Daisuke rolou com a dor, mas a adrenalina o fez esquecer aquele golpe para rolar rapidamente e quando se pôs de joelhos, seu punho foi contra o joelho do marinheiro maneta. O soco atingiu a rótula e o pesado brigão caiu no chão sem condições de combate. "Falta um." - Pensou, mas logo percebeu outra tapa na direção da cara.
 
Pondo a força no braço esquerdo, o jovem bloqueou o lento - mas forte - golpe e retribuiu com um salto giratório seguido de um forte chute lateral na mesma costela que havia atingido. Dessa vez, um estalo abafado indicou que as costelas quebraram, deixando o homem tossir sangue. Mesmo assim, a fúria que o brutamontes sentia não era páreo para a dor. - Você precisa de um médico. - Aconselhava o nukenin quando se esquivou mais uma vez e elevou a perna com toda força para atingir o glúteo do grandão, que com a ajuda da própria força, foi arremessado contra a mesa onde o almoço de Daisuke descansava. "Essa não." - Pensou ao estender os braços para agarrar todo o peso do moço pelo cinto de corda que ele usava. Vendo que não seria suficiente, ele levou grande quantidade de chakra para os pés que grudaram com grande poder e assim foi capaz de parar o homem antes que ele estragasse sua refeição.
 
Puxando-o de volta, o loiro o jogou contra a parede com tanta força que o homem "quicou", retornando com a guarda aberta, quando o jovem aproveitou e girou a perna num chute lateral na cabeça. O brutamonte caiu inconsciente em cima do outro que se esforçava para andar, mas tinha sua rótula deslocada. Pronto. Agora podia comer em paz. - Ali está ele! Peguem-no! - Gritou mais um dos brutamontes que acabara de surgir na esquina da viela onde comia. Assustado, Daisuke levou às mãos na mochila e sacou três kunais, arremessando-as rente aos pés do terceiro que se aproximava em velocidade. Os projéteis atingiram o chão e se enterraram no solo o suficiente para que o brutamonte tropeçasse e caísse com grande ruído no chão. Rapidamente o loiro pegou o prato de macarrão e moldou seu chakra pelo corpo para sumir num pequeno estouro de fumaça, ressurgindo no alto do telhado da casa adjacente, onde pôde escapar e comer em paz vendo o mar no horizonte. Enfim seu estômago estava saciado e pôde retornar à pensão ainda com algum dinheiro de sobra para usar como diária.
 
 

Avaliação de Hiroshi Daisuke:

HN:
Ninjutsu: 7,25+0,25=7,5
Taijutsu: 14,5+1,25=15,75
Kenjutsu: 6+0,5=6,5
Genjutsu: 1,25
Selos: 4,75+0,25=5
Trabalho de Equipa: 0

HC:
Força: 11,25+1,25=12,5
Agilidade: 11,5+1,25=12,75
Controlo de Chakra: 10,5+1=11,5
Raciocínio: 2,25+0,25=2,5
Constituição: 12,5+1=13,5

Total avaliado: 7/7
Total de Habs.: 81,5+7=88,5