Era um buraco redondo escavado na terra e escorado com tábuas enegrecidas pela umidade do solo. Essa era a descrição do local que Daisuke fora jogado para lutar. À volta do poço, dezenas de pessoas faziam apostas e gritavam histéricas para o início do primeiro combate da noite enquanto o seu gerenciador tentava lhe dizer como lutava seu adversário. "Como deve estar lá em casa." - Pensava o loiro, saudoso da vida mansa e tranquila que tinha, sem ouvir sequer uma palavra de seu "empresário". - Vamos lá. Vá se aquecer. - Comandou o homem, quando virou-se para a multidão e procurou o "booker" para apostar. Seguindo o conselho do homem, Daisuke pegou uma velha corda que estava jogada embaixo do banco de madeira onde sentava e começou a saltar com velocidade enquanto a corda zumbia em seu ouvido. Já tinha feito aquele exercício antes.
 
Concentrado, ele utilizava a força de sua panturrilha para elevar-se com agilidade momentos antes da corda passar por baixo de seus pés. Ele suspirava rapidamente tentando acompanhar os saltos até completar as trinta repetições que pretendia. Seu corpo já estava se aquecendo, mas ainda precisava de alguns incentivos para deixá-lo pronto. Assim, largando a corda de lado, ele moldou chakra nas mãos e se agachou para contrair os músculos das coxas para então usar toda força das pernas e realizar um ágil baunsubaunsu que o jogou para o teto do prédio abandonado onde a luta acontecia. Seu chakra funcionou e logo o loiro estava grudado no teto para usar a força de seus braços e elevar-se até encostar o rosto no alto. Seus braços inchavam à medida que ele se esforçava para alcançar a meta de quinze elevações. Subindo e descendo, ele gemia baixo até que se sentiu preparado para iniciar outro exercício de aquecimento, agora sob os olhos de alguns apostadores que o viam com desconfiança.
 
Largando o teto, ele caiu e rolou no chão para amortecer o impacto, olhando fixamente para um colchonete que fora amarrado em volta de um dos pilares de sustentação. - Então esse é o saco de pancadas. - Sussurrou ao achar aquilo de uma pobreza criativa. Ainda sorrindo com o pensamento que tivera, ele não se conteve em experimentar. Cerrando os punhos e ficando numa posição de combate, o loiro começou a socar o objeto com força mas logo se arrependeu ao sentir dores no punho que machucou levemente. "Esse troço não absorve nenhum dano." - Reclamou ao perceber que o colchonete estava gasto e agora batia diretamente contra a viga de concreto. Com receio de que sua atitude pudesse ser considerada como fraqueza, o jovem se arriscou para defender seu orgulho, novamente desferindo um combo rápido de três socos cruzados quando elevou o joelho num ágil joelhada, retornando à posição original com as juntas doloridas e já com hematomas.
 
Daisuke já começava a se incomodar com todo aquele exagero, então resolveu dar por encerrado seu aquecimento retirando a parte de cima do quimono surrado que vestia desde sua fuga. O público ficou indiferente ao rapaz, gritando por suas apostas. Seu empresário ainda conversava com um ou outro e apontava para o loiro com cara de satisfação. Tudo parecia um circo até a chegada de seu adversário. "Então é ele." - Pensou ao ver um homem careca e musculoso que trazia uma cimitarra nas costas. Suado e com aparência furiosa, ele sequer agradeceu a multidão que o assistia e saltou para dentro do buraco onde começou a retirar seu equipamento, ficando apenas com as calças e a lâmina. Daisuke cerrou o cenho e ficou bastante preocupado com a imagem. Afinal, estava completamente desarmado. Agora, todos os apostadores fitavam-no como se vissem apenas uma ovelha a ser abatida. "Estou encrencado." - Sussurrou ao ver seu empresário se aproximar com um bastão de madeira nas mãos.
 
- E então rapaz. Está pronto? - Sorriu o agente, jogando a madeira em suas mãos.
- Bem que podias me arranjar uma espada. - Reclamou o loiro com desgosto. 
- Se a vida lhe dá limões. Faça limonada. - Respondeu.
 
"Quer dizer: Se vira." - Pensou Daisuke. Suspirando pela encrenca que se aproximava, ele controlou seu chakra e o convergiu para as pernas ao mesmo tempo em que fechava as mãos num selo e "sumir" devido à velocidade de seu shunshin, reaparecendo já dentro do buraco para o delírio dos apostadores. Seu adversário bufava como um touro aprisionado e olhou o garoto e seu bastão de cima à baixo para sorrir com desdém. Logo o mestre de cerimônias perguntou se estavam preparados. O loiro sentiu um calafrio, mas mesmo assim respondeu que estava ao mesmo tempo em que o homem acenou positivamente. - Comecem! - Gritou o precário juiz, o que levou o homem a sacar sua espada e jogar-se sobre o garoto com sede de sangue. A lâmina passou rente ao seu nariz quando o loiro inclinou-se para trás em tempo de esquivar-se e quando retornou viu o tornozelo do espadachim atingir seu peito.
 
A dor foi terrível. Levando a mão ao peito, o nukenin ainda levantou o bastão para afastar o oponente que tentava avançar novamente. Vendo isso, o homem levantou os braços em arrogante comemoração, como se o jovem já havia sido derrotado. E sob a gritaria dos presentes, Daisuke se enfureceu. "Ele vai me respeitar!" - Disse ao se posicionar para luta. - Idiota! Ainda não terminamos! - Provocou o loiro. O espadachim de virou com um sorriso e tentou repetir a manobra ao jogar sua lâmina à frente. Prevendo isso, Daisuke efetuou um pequeno saltou em recuo para esquivar-se do metal e girou o bastão por cima, atingindo o homem na parte de cima da cabeça. A multidão ficou muda quando viu seu favorito levar a mão à cabeça e cambalear para trás.
 
Sem aguardar, o loiro levou chakra às pernas e disparou na direção do careca ao mesmo tempo em que girava o bastão com toda força na direção de sua nuca. A madeira rasgou o ar num silvo característico e atingiu seu alvo. O estalo projetou o homem para frente, deixando-o de joelhos. "Vou finalizar." - Pensou ao rodopiar agilmente e levar o bastão de cima para baixo com muita velocidade. O golpe foi seco, mas invés de escutar o som de madeira contra carne escutou o som da madeira sendo partida pela lâmina do careca que se defendeu com outro golpe de espada. Seu bastão perdeu um quarto de seu tamanho. Novamente os torcedores gritaram pela reviravolta e viram seu favorito se levantar ainda incomodado com as marcas dos golpes no corpo. Daisuke se afastou e aguardou o próximo passo do homem que não demorou muito para avançar enfurecido, brandindo sua lâmina de lado a outro à sua procura.
 
Sem alternativas, o loiro se inclinava e rolava lateralmente para esquivar-se dos golpes que vinham sem trégua em sua direção. Tentando impedir o avanço novamente, ele girou o bastão mais uma vez procurando atingir a mão que segurava a espada, mas se arrependeu quando a madeira foi interceptada novamente com uma estocada lateral que acabou por resvalar em seu braço, tirando um pouco de sangue. Agora tinha apenas um terço do bastão nas mãos. "Droga! Estou ferrado!" - Exclamou em pensamento, sob a ruidosa comemoração dos torcedores. O careca gargalhava à medida que a única defesa do menino era fatiada noutro golpe de espada, mais uma vez resvalando em sem ombro. Vendo o sangue descer pelo braço, Daisuke respondeu o golpe a se agachar para livrar-se da lâmina, quando agitou o pequeno bastão para atingir a mandíbula do homem com toda sua força.
     
Os dentes do careca voaram pela arena improvisada enquanto a mandíbula balançava sem controle, deixando a sua boca aberta e coberta de sangue. O nuke sorriu pela primeira vez ao vê-lo largar a espada e cambalear para trás com receio de colocar as mãos no queixo quebrado. Jogando a madeira de lado, o jovem aproveitou o desespero do inimigo e disparou até o adversário em grande velocidade para atingi-lo com o joelho no abdome, projetando-o contra o declive barrento. Saltando sobre ele, o diabo loiro deu uma pirueta no ar e imobilizou o sujeito com as pernas prendendo seus braços e então começou o combo com um cruzado de direita, outro de esquerda para então agarrá-lo pelo pescoço e atingi-lo com toda força usando sua testa contra a dele. O vilão perdeu a consciência num instante e logo o empresário saltou sobre o garoto para tentar parar o espancamento, mas foi preciso que mais dois homens agarrassem o nukenin para que ele parasse de esmurrar. Ainda bufando de fúria, ao ser puxado para cima, ainda conseguiu chutar a virilha do careca num golpe seco e direto que arrepiou todos os que ainda conseguiam ver aquela cena violenta. - Meu garoto, você tem talento! - Comemorou o agente, mostrando-lhe um maço grande de dinheiro com o suficiente para poder pagar um mês de pensão. Aquilo era perigoso, mas Daisuke percebeu que seria sua chance de retornar a riqueza.
 
- Qual é o seu nome garoto? - Perguntou o empresário.
- Saru. Meu nome é Saru. - Mentiu com o primeiro nome que lhe veio à cabeça.
 
 

Avaliação de Hiroshi "JB" Daisuke

H.N.

Ninjutsu: 7,5
Taijutsu: 15,75 + 1,25 = 17
Kenjutsu: 6,5 + 1 = 7,5
Genjutsu: 1,25
Selos: 5 + 0,25 = 5,25
Trabalho de Equipa: 0

H.C.

Força: 12,5 + 1 = 13,5
Agilidade: 12,75 + 1,25 = 14
Controlo de Chakra: 11,5 + 0,75 = 12,25
Raciocínio: 2,5
Constituição: 13,5 + 1 = 14,5

Avaliação 6,5/7

Total de Habilitações: 88,5 + 6,5 = 95

Comentários: Bom treino, numa história onde Daisuke tá se f*%$  . Sem mais.