- Citação :
Contratado para ajudar num navio, Daisuke se vê entediado e resolve que seria a hora perfeita para treinar.
-
Direita, esquerda, cruzado... - Sussurrava ofegante, enquanto sentia seus músculos contraírem com toda força à cada soco, chute e cotovelada que ele desferia na carne seca pendurada sob ganchos. Desidratada, esta carne serviria para alimentar os marinheiros durante a viagem. "Ninguém se importará se eu amaciar esta peça de carne." - Justificava-se em pensamento, no momento em que agachava com velocidade e se jogava ao elevar o joelho num fortíssimo golpe direto. A carne balançava, fazendo ranger o gancho na madeira, tanto que chamou a atenção do cozinheiro. Inclinando a cabeça para olhar o final do corredor que dava na dispensa, o cozinheiro balançou a cabeça em desaprovação, mas deixou o garoto extravasar suas angústias. Enquanto isso, Daisuke repetia os movimentos, agora encurtando a distância do alvo para levantar o cotovelo que atingiu sem querer exatamente no osso resistente da peça. -
Erubo.. Ai! - Reclamou da dor em seu cotovelo.
Passando a mão na tentativa de esquecer a dor, ele resolveu começar a exercitar seus chutes, girando o corpo em seu eixo com grande agilidade para atingir a carne lateralmente. A grande fatia balançou para fora e retornou para que o loiro desferisse mais dois socos alternados com muita força, esmagando a camada exterior da peça. Os estalos dos golpes repetidos aumentavam à medida que ele tentava ser mais rápido do que o balançar da carne. O suor já pingava e mesmo ofegante, decidiu continuar até a exaustão quando olhou em volta e viu as outras duas peças de carne penduradas nas vigas há poucos metros dele. Moldando seu chakra, Daisuke enviou sua energia às pernas e fechou as mãos num rápido selo para realizar um shunshin, fazendo-o surgir na lateral do segundo pedaço dando-lhe um rápido chute lateral após saltar em pirueta na direção do próximo.
Seus punhos novamente esmagaram a carne com golpes diretos de seus punhos, quando o jovem controlou seu chakra novamente para perfazer um rápido selo noutro shunshin até a primeira carne que ainda balançava do primeiro golpe. "Agora." - Pensou animado quando juntou sua energia e a transformou sua natureza para raiton após um rápido selo. Seus punhos avançaram com vigor e atingiram a carne-seca com um golpe duplo com seus punhos acompanhado de uma faísca elétrica que fez a carne fritar um pouco. -
Ei garoto. Não estrague a carne. - Comentou o cozinheiro recostado à beira da porta. -
Pare com isso e venha me ajudar. - Terminou ao ver o garoto ofegante. O loiro respondeu positivamente com cara fechada, já que ainda pretendia treinar por alguns minutos. Mas como ordens são ordens, pegou seu avental e se limpou para retornar a cozinha onde Toru o aguardava entre alguma dezena de barris enfileirados no canto da dispensa.
O gordo estava agachado e resmungando. Olhando entre as frestas dos barris, ele tinha uma faca na mão e a enfiava entre as passagens como se caçasse alguma coisa que acabara de entrar no esconderijo. -
Três ratos entraram nos barris. Retira alguns deles e casse-os para mim. - Comandou enquanto gemia para se levantar devido seu corpo rechonchudo. Daisuke suspirou mais uma vez e contraiu a boca num sinal de desgosto. O garoto sabia que aquele trabalho deveria ter sido feito antes de partirem, e agora aquele problema foi jogado para cima dele. Então, mesmo à contragosto, juntou as mãos no primeiro barril, juntando forças para levantá-lo. Seus músculos se enrijeceram com a força que utilizou para levantar o barril cheio d´água potável, levando-o com um gemido para a lateral.
-
Mas que droga! - Exclamou quando viu alguns ratos disparassem para outro esconderijo.
-
Com medo de alguns ratinhos, Goku? - Brincou o cozinheiro.
Olhando-o com desgosto, o loiro continuou seu trabalho. Novamente fazendo força novamente, ele realocou outro pesado barril na esperança de que os ratos ficassem encurralados, mas quando agarrava e arremessava sua kunai, o balanço do mar fazia o loiro errar e os furtivos animais sempre arranjavam meios de se meter por entre outras frestas. "Isso aqui vai demorar horas!" - Pensou enquanto usava mais força para levantar o terceiro barril, mas dessa vez o balanço do navio fez o objeto pender, "beliscando" um pouco as unhas de seu pé esquerdo. -
Ai! - Exclamou de dor, pois agora sua unha estava roxa pela pancada. Fora a gota d´água. O cozinheiro já havia saído e deixado o garoto com este problema, assim resolveu pensar numa maneira de retirar os ratos da toca sem ter que mexer nos barris.
Respirando fundo para se recuperar da dor e do cansaço do exercício repentino, Daisuke logo veio com uma ideia muito conveniente. -
Isso vai ajudar a tirá-los do esconderijo. - Sussurrou enquanto corria em grande velocidade pelo estreito corredor que levava à cozinha do navio. Mas durante sua passagem rápida, quase se esbarra no capitão que descia as escadas sem olhar para os lados. Rapidamente o garoto levou chakra para as mãos e as grudou no teto com agilidade para prender-se num kinobiri e ultrapassar o "obstáculo" pondo as pernas por cima da cabeça do homem. -
Cuidado, moleque! - Reclamou o comandante, sorrindo com a energia do rapaz. Sem olhar para trás ao pedir desculpas, o loiro chegou à cozinha e agarrou a maior panela que pôde encontrar. Enchendo-a de água do mar que usavam para lavar os pratos, ele a colocou no fogareiro e aguardou estar quase fervendo.
-
Aqueles roedores vão se ver comigo. - Planejava à espera da água borbulhar.
Não demorou muito para que isso acontecesse. Daisuke percebeu que a água estava no ponto de quase ferver e catou dois grossos panos para proteger-se enquanto agarrava a panela quente com toda força que tinha para arrastá-la até a dispensa. -
Cuidado, água quente! - Avisava durante sua passagem. Assim, quando chegou ao recinto, ele analisou o sentido em que o navio balançava e no momento certo, despejou toda a água fervente no assoalho da dispensa. Silenciosa, a água atingiu os barris e em segundos Daisuke já ouvia os gritos dos ratos saindo em desespero pelo lado oposto. Aproveitando que seu plano dera certo, o jovem levou as mãos até a mochila e atirou três kunais que atravessaram dois dos ratos, enquanto outros três ainda tentavam fugir pelo outro lado da saleta.
Mais uma vez o garoto alcançou suas lâminas e num arremesso certeiro, alvejou mais dois ratos, deixando apenas um indefeso contra a parede. -
Pelo menos você não me deu tanto trabalho. - Disse ao pegar mais uma lâmina e realizar outro arremesso que matou o animal instantaneamente. Tudo parecia terminado naquele momento, e quando o loiro se aproximou para limpar a bagunça e o sangue derramado, o barco balançou novamente e a água quente atravessou suas sandálias causando uma leve queimadura de contato. -
Merda! - Esbravejou novamente, amaldiçoando os malditos ratos que o fizeram tomar aquela decisão quando viu mais um sorrateiro tentando escapar. Rapidamente sacando sua kunai, o nuke finalmente arremessa com toda força que tinha, fazendo a lâmina viajar e atingir o último rato em cheio. -
Pronto. - Vibrou o garoto com satisfação.
FIM