Filler 04 - Reencontro.

Filler 04 - Reencontro.
Saga: A renovação da alma.

O clima parecia mais pesado do lado de fora da casa. A neblina densa cobria as ruas da vila, mau podia-se enxergar um metro afrente do nariz. Kiyoto saia de casa junto a sua amiga, Kaori. Um ao lado do outro seguiam pelas ruas tortuosas e longas escadarias de Kumo. O destino era a antiga casa do ruivo, onde ele morava antes da morte trágica de sua mãe e onde agora encontrava-se o homem que o abandonara quando pequeno, que ele não tinha o menor orgulho e nem vontade de chamar de pai.

Os jovens se entre olharam e respiraram fundo quando estavam de frente para a porta da casa. O coração acelerado de Kiyo indicava o nervosismo. Kaori não estava muito mais calma que ele. Eles permaneceram parados diante da velha e mofada porta de madeira. O medo de abrir era grande, mas a curiosidade do ruivo venceu, fazendo ele levar a mão tremula até a maçaneta enferrujada e girar cuidadosamente até escutar o estalo indicando que bastava empurrar para que ela abrisse, e foi o que ele fez a empurrou e escutou o rangido estridente das braçadeiras velhas.

O interior da casa estava totalmente escurecido, exceto pelo fundo da sala de entrada, onde a lareira estava acesa, mas a luz era fraca e insuficiente para iluminar o cômodo. Uma poltrona vermelha estava ao lado da lareira e nela tinha uma homem sentado com uma taça com vinho em sua mão direita. Um homem ruivo, olhos amarelos e um corpo robusto. Se não fosse pelas marcas de idade e cicatrizes no rosto poderia dizer que era Kiyoto. Yukio, o homem sentado na poltrona, estava com seu corpo e roupas cobertos por um sobretudo preto. Seu olhar era vago, como se estivesse viajando em memorias que não gostava de recordar.

– Então você veio, filho. – Falou o homem com uma voz grave e rouca.

– Não me chame assim, não tem esse direito depois do que fez. – Disse Kiyo com raiva.

– Você fala muito e sabe pouco garoto. – Retrucou Yukio.

– O que quis dizer com isto? – Perguntou o jovem ruivo.

– Sente-se aqui e conversaremos sobre. – Respondeu o pai do garoto.

O rapaz olha para sua amiga ao seu lado, franzi os lábios e gesticula: “Fique aqui.” A garota assente com a cabeça. Kiyo avança lentamente pela sala, observando tudo a sua volta, vendo os moveis e tudo mais que havia por ali, coisas que lhe traziam lembranças nada agradáveis. Enquanto andava imagens lhe vinham na cabeça, pensava em cada momento naquele local, lembrava de tudo que vivera o que lhe fez ficar triste, mas ao mesmo tempo com mais raiva por Yukio está de volta apenas agora. Mas ele não precipitou-se a fazer nada contra o pai. Sentou-se a outra poltrona vermelha a frente da do homem e deu início a conversa.

– Certo, estou aqui. Então o que tem a dizer? – Perguntou o rapaz.

– Acalme-se rapaz. – Disse o homem com rispidez. – Diga-me o que deseja saber.

– Eu quero que me diga o porquê de ter ido embora. Quero saber o porquê não voltou e quero saber sobre um tal elemento especial que tenho no sangue devido a você. – Falou o rapaz sem pausas, curioso e tentando manter a calma para não voar no pescoço de seu pai e esgana-lo.

– Primeiramente eu fui embora por medo, eu estava começando a alcançar o meu verdadeiro poder e ter um filho me atrasaria. – Começou o homem, a dar explicações. – Saiba que deixar sua mãe foi uma das coisas mais difíceis que já fiz em minha vida, eu a amava, mas não tinha maturidade para aguentar o fato de ser pai tão jovem. – Ele fez uma pequena pausa e prosseguiu: - Esse tal elemento é um dos motivos de eu ter voltado para Kumo.

O crepitar da lareira era o único barulho na sala após as palavras do homem ruivo. Kiyo permanecia calado e a olhar as chamas dançando sobre a madeira queimada. Yukio degustava seu vinho e aguardava uma resposta. Kaori estava lá próxima a porta, quieta e inerte, apenas ouvindo e tirando suas próprias conclusões sobre o assunto. O clima denso trazia um ar trágico ao local, como em um funeral. Até poderia ser uma lembrança de um funeral, pois fora naquele mesmo dia, daquele mesmo mês, a seis anos atrás que Kiragani Naoto, a mãe de Kiyo, morrera.

– Então foi por culpa minha que você foi embora. – Disse o rapaz com tristeza em sua voz.

– Acredite, eu me arrependo de cada momento que momento depois que saí daqui. – Falou o homem com um tom sonhador, como se imaginasse como seriam as coisas se ele não tivesse saído de casa.

– Então por que não voltou? Ela esteve aqui a sua espera durante nove anos. – Replicou o jovem.

– Eu não teria coragem de olhar para ela e para você depois de ter abandonado vocês. – Respondeu Yukio, estava triste e aparentemente muito arrependido por não ter retornado ao lar.

– Onde andou todo esse tempo? – Perguntou o rapaz, que agora estava mais calmo com a presença do pai.

– Fui viver nas montanhas do norte, onde vive o nosso clã. – Dizia o homem enquanto levava a taça até a boca e terminava de beber o liquido roxo.

– A pergunta que mais me intriga é o porquê de ter voltado após tanto tempo. – Falou Kiyoto inclinando-se na poltrona, apoiando-se nos cotovelos, para poder ver melhor o rosto de seu pai.

– Eu retornei por você, quero que vá viajar comigo, eu quero treina-lo para poder dominar a sua linhagem sanguínea, quero torna-lo forte. Então quero saber se me perdoa por não ter voltado, perdoa-me por não estar aqui quando ela se foi. – Lagrimas escorriam dos olhos do homem enquanto falava.

O silencio voltara a habitar o local. Kaori estava boquiaberta, não sabia nem mesmo o que pensar sobre o que acabara de acontecer. Kiyo, por sua vez, estava paralisado, esse tempo todo julgara o pai por ter lhe abandonado e por fim notara que ele sentia a sua falta e de sua mãe, ele nem mesmo sabia o que pensar a respeito da situação, estava com o pé atrás pelo fato de ter odiado o homem por tanto tempo, mas também estava tentado a ceder à tentação de viajar com o pai, de conhece-lo melhor e ter um treinamento com ele. Eram coisas que, mesmo com o ódio profundo, ele deseja fazer com o pai desde pequeno, e agora que tinha a chance não sabia se aceitaria.

O ruivo olhou para o outro lado da sala, vislumbrou Kaori com seu olhar triste, como se ela soubesse o que vinha a seguir, como se ela já pressentisse que ele iria embora e a deixaria sozinha. Isso acabaria com ela, ainda mais agora que os dois haviam se beijado, que a paixão tinha começado a florir. Aquilo estava tornando a decisão do rapaz cada vez mais difícil, fazia com que ele tivesse que pensar não apenas no fato de desejar conhecer seu pai, mas também na questão de que ele tinha um grande amor pela jovem morena e que não queria abandona-la, não queria fazer como seu pai tinha feito com sua mãe.

– Eu lhe perdoo, e também irei com você. – Disse Kiyo tomando a decisão final.

– Certo então. Partiremos ao amanhecer. – Falou o homem com ânimo e alegria na voz.

– Mas com uma condição. – Falou o rapaz.

– Qual? O que quiser, filho. – Perguntou Yukio curioso.

– Kaori irá conosco, mas claro se ela quiser ir. – Respondeu o ruivo olhando para sua amiga/namorada.

Os olhos de Yukio viraram-se para a menina como se só agora tivesse lembrado da sua presença na sala. Ele estava com um olhar suplicante, implorando para que a jovem aceitasse o convite para ir, afina ele tinha percebido que era a única forma de levar seu filho. A jovem respirou fundo, estava pensando no que faria e após alguns segundos de silêncio ela disse:

– Eu vou. – Kaori deu a resposta. O que fez Yukio e Kiyo ficarem felizes.

– Então está decidido? Partiremos logo ao amanhecer, irei até o Kage para pedir a permissão para leva-los comigo. – Disse o homem saltando da poltrona e se esticando.

– Mas Murakami-sam, o senhor não é um fugitivo? – Perguntou Kaori, sendo um pouco indiscreta ao fazer uma pergunta de tal forma.

– Não minha jovem, eu pedi a permissão do antigo Kage para ir morar e treinar com meu clã, como o clã faz parte dos shinobis do país ele me concedeu a permissão, o que ainda faz de mim um shinobi de Kumo. – Explicou o homem com calma.

– Falando em clã, você não me explicou nada sobre o elemento especial. – Falou o rapaz ruivo assim que levantou da poltrona.

– Trataremos disso durante a viajem. – Respondeu o homem. – Agora vão para casa e arrumem as coisas, irei até o Kage.

Os três saíram juntos da casa. Antes de sair Yukio tratara de apagar as chamas da lareira, e quando estava do lado de fora da casa trancara a porta com uma chave que tinha. Eles apenas se dispersaram após sair da casa. Kiyo queria muito conversar sobre tudo aquilo com Kaori, mas ela fora antes mesmo dele conseguir dizer até logo. Então o ruivo fez seu caminho de volta para casa de seus avós, agora teria mais um desafio, tratar da viajem com os velhos, o que não seria muito fácil.

Assunto: Re: Filler 04 - Reencontro. Qui 2 Jan 2014 - 0:33

Esta cena toda só por causa do Ranton? Parece algo exagerado que o pai dele se tenha isolado tanto só para treinar o elemento hmm. Se ele agora não for super-bom com ele, terá de ser gozado ahah.

Bom Filler,tens ali alguns problemas com pontuação, mas não te preocupes. O fluxo e ritmo da tua história continuam ótimos, dou-te valor por isso.

Continua ^^

Assunto: Re: Filler 04 - Reencontro. Qui 2 Jan 2014 - 1:12

Hehe eu tenho uns objetivos, aguarde

Valeu por ler Tio!

Assunto: Re: Filler 04 - Reencontro. Sex 3 Jan 2014 - 12:59

Eu por outro lado gostei do motivo pra ele ter ido embora. Imaturidade, medo, ambição. Ficou bem humano

E eu gostei da escrita. Como eu disse, prefiro em terceira pessoa

(Novela da globo mode on) Daí voce leva a Kaori e descobre que ela na verdade é sua irmã gemea (novela da globo mode off)

Assunto: Re: Filler 04 - Reencontro. Sex 3 Jan 2014 - 13:39

Está a deixar sua historia interessante, mas ainda falta aquele algo a mais pra dar um ar mais dramático a sua historia. Aquela dúvida sobre o que seu char realmente deve seguir, em que nas duas opções tem que abrir mão de algo valoroso para ele. Mesmo assim ainda é uma boa historia e está a apenas a dar formato a ela.

Por isso força na historia que quero ver o que tem em mente. Ok Filler 04 - Reencontro. 906945

Assunto: Re: Filler 04 - Reencontro. Dom 5 Jan 2014 - 2:08

Parabéns Dark, gostei de ler este seu filler. Não acompanho a sua história mas você fez um resumo neste texto, congrats! Continua, quero ver mais.

Assunto: Re: Filler 04 - Reencontro. Dom 5 Jan 2014 - 2:47

Valeu pelos comentários galera, eu fico muito alegre e animado de ver que estão a ler e gostar.

Obrigado a todos por lerem.

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