Administrador | Konoha
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Registo Ninja Nome: Kride Uchiha Ryo (dinheiro): 346,5 Total de Habilitações: 292,25 | Assunto: F13 - Último Confronto Sex 3 Jan 2014 - 3:05 | |
| Caminhava, vagarosamente, através dos corredores, arrastando o Fujin comigo. Ainda me encontrava enfraquecido do que quer que me tivesse acontecido anteriormente. Tudo era turvo e ambulante. O chão, as paredes, o tecto, a luz encarnada, o som incessante do alarme e o próprio ar que respirava, tudo, oscilava inconstantemente no caos da minha debilidade. E transportar o peso morto do ruivo não era tarefa fácil, naquele estado. Através de corredores intermináveis encontramos uma saída, depois de percorrer todo o labirinto e encontrando os nossos pertences. Haviam vozes, barulhos, passos, decerto uma perseguição. Olhei em volta e identifiquei uma floresta para a direita. Apressei-me a ultrapassar as grades que circundavam as instalações e dirigi-me para lá. Uma infinidade de árvores era o melhor rumo sem que nos conseguissem ver, e podia ser que ganhássemos algum tempo. Era a nossa única vantagem contra a desvantagem de nos deslocarmos a passo de caracol com uma grave deficiência motora. - O… que aconteceu? – soltou Fujin, ao despertar. - Nem eu sei… Mas não foi nada de bom – respondi – O Kinju é o culpado disto tudo, aquele cabrão.. - E o Kuja? – indagou. - O KUJA!? Ele traiu-nos, como traiu o clã dele. Ele é escumalha como os restantes! – fiz uma pausa e afastei o olhar – Ele é como os outros… - Porquê? - Também gostava de saber, mas não importa. Prosseguimos a jornada, em silêncio, e ambos pensativos. O aglomerado de árvores terminou, mais cedo do que seria desejável e demos com uma planície, verde, da relva que a cobria e que de pouco nos servia. Haviam caminhos delineados pelos rastos de quem já por lá já tinha passado e no horizonte, esperança, uma carroça que ia na mesma direcção que nós. Aquele rastilho de esperança desencadeou uma reacção eufórica e de adrenalina. Encontrei forças algures e puxei o ruivo, que ainda não conseguia andar muito depressa, e dei um passo e depois outro e ainda outro, numa corrida alucinante ao encontro da carroça. - Hei, Espere! – gritamos – Espere! - Quem vem lá? – perguntou o homem que guiava a carruagem. - Viajantes – respondi, rapidamente – Pode dizer-nos para que direcção fica Konoha? - Konoha? Para lá – apontou, indicando a direcção com o dedo. No entanto, a sua face expressava alguma confusão e estranheza perante a questão – Mas vocês estão longe. - A que distância estamos? – inquiri. - Não sei, mas deve ser bem grande, rapaz… Ainda têm de apanhar o barco. - Barco? – questionamos em uníssono – Onde é que estamos? - Mas onde é que haveriam de estar? No País da Água, rapazes. As nossas caras podiam autodestruir-se de incredulidade com as palavras do homem. Estávamos a milhares quilómetros de distância do único sítio que seria seguro. Trocamos olhares, quase que conversando telepaticamente, sobre o que faríamos dali em diante. Após uma sequência de diferentes olhares e expressões, ambos convergiram no mesmo ponto, o homem. - Senhor, pode-nos dizer para onde se dirige? – pediu o ruivo. - Bem, estou a ir em direcção da Vila da Névoa, para trocar mercadorias – respondeu. - Será que nos podia dar uma boleia? – sugeri, de seguida, esboçando um sorriso meio atrapalhado. - Hai! Subam! – comandou o homem da carruagem, sorrindo – Não vos posso ajudar a chegar a Konoha, mas posso-vos deixar no local mais perto do possível, dentro da minha rota. Depois só têm de atravessar o desfiladeiro e chegam à pequena aldeia na costa e podem apanhar um barco para o País do Fogo. - Yey, arigato gozaimasu! – agradecemos enquanto subíamos para a carruagem e nos sentávamos. O ar despenteava-me o cabelo, à medida que, levemente, me acariciava o rosto e a viagem prosseguia. Havia um pequeno alívio naquele momento, naquela carruagem, um pequeno escape do que se passava com as nossas vidas, um silêncio confortável e relaxante. Momentaneamente, havia apenas o vento, o horizonte, o ar que se respirava, apenas sensações despreocupadas. Mas tudo o que é bom pouco dura e o ruivo lá interrompeu. - Raiden… O que vais fazer agora? - O que sempre faço: seguir em frente. Isto não muda nada. Os meus objectivos ainda estão longe de serem atingidos e nunca precisei da Kitsune, nem da Shinra, para lá chegar. Há poder para ser obtido e uma morte vingada, tão simples quanto isso… - Fiz uma breve pausa e de seguida, prossegui – E… A Kitsune acabou, portanto, o meu nome é Kride Uchiha. - Oh, desculpa. O meu é Ro… - Roatsu Senju, eu sei. Não me esqueci dos nomes da formação da Kitsune – Interrompi e depois os meus lábios esticaram-se formando um sorriso – Irónico, não é? A única pessoa, a quem posso chamar amigo, é um Senju, dada a história dos nossos clãs. - Clãs não passam de nomes sem importância. - São nomes sem importância para uma amizade, mas nem sempre são tão irrelevantes. Para um Uchiha, significa uma vida patética e cliché, mergulhada em ódio e procura de vingança. - Não tens sonhos para além disso? - indagou o Senju. - Bem, eu sempre quis ser um shinobi forte. Nascer neste clã, com tantos nomes marcantes, sempre me fez sentir que havia a necessidade de estar à altura. E de alguma maneira o Itachi conseguiu induzir-me em querer ser um herói – O desgraçado do ruivo soltou uma gargalhada – Não no sentido fantasioso do termo… Mas depois da guerra eu percebi-o. Tanto o meu pai, como o meu irmão e eu lutamos na guerra; e eu quase morri. Foi aí que percebi que ainda haviam coisas que eu não queria perder e queria proteger. Foi nesse momento que entendi a Vontade do Fogo. E tu? - Um pouco do mesmo – respondeu Roatsu – Ser um Senju também vem com uma pressão acrescida em ser sucedido no mundo shinobi. Mas gostava de viajar, conhecer o mundo e não apenas vê-lo, aprender o que as várias coisas que cada povo tem para oferecer ao mundo. - Aparentemente, os Senju têm um talento para se tornarem Hokages – disse, soltando uma pequena gargalhada – Pelo menos, falas e ages como um bom futuro candidato. - Ora essa, tu serias muito melhor e és mais forte que eu – ripostou o Senju. - Poder trabalha-se, atinge-se, conquista-se. Genuinidade é algo que não se treina, nem bom carácter. Eu não gosto de responsabilidade e embora seja calmo, se for preciso derramar sangue em conflito, nem é preciso pensar. Seria tudo menos um líder pacífico, e portanto, um mau líder… - Desculpem interromper, rapazes, mas chegamos ao vosso destino – informou o homem. Descemos da carroça, agradecendo e despedindo-nos do senhor. Deixara-nos no início de desfiladeiro árido, que se estendia largamente no nosso campo de visão, deixando apenas espaço para uma pequena aldeia, ao fundo, lá bem longe no horizonte, onde começávamos a última jornada no País da Água. - Estamos quase lá. Ikuzo! – encorajei. - Hai! – respondeu com entusiasmo. Já, pelo menos, uma metade do terreno seco e estéril, com areias e poeira esvoaçando ligeiramente, com o vento, quando ouvi um barulho. - Também ouviste? – perguntou Roatsu, ao ver a minha cara. - Sim – respondi, com um claro tom de preocupação – Espera aqui que eu vou ver o que se passa. Estudei o som e a sua direcção, seguindo-a, até dar a uma pequena falésia, onde me escondi atrás de uma rocha. Espreitei, utilizando o poder do meu Doujutsu, e observei algo tenebroso. Uma concentração de chakra massiva; conglobação de soldados, que pelas vestes, pertenciam todos á infame SHINRA. Era uma pequena espera para nos recuperarem e nos entregarem de volta àquele ao laboratório de onde tínhamos escapado… Ou talvez, até matar-nos, caso já não fossemos úteis, dado o número de soldados. Gesticulei para o Senju ruivo, fazendo com que este aproximasse. - Temos uma espera da SHINRA. Toneladas de soldados – informei. - E o que é que fazemos? – indagou. - Eu vou lutar contra eles, e tu escapas. Junto-me a ti mais tarde – retorqui. - Mas tu não podes lutar sozinho… - tentava dizer, quando a sua cabeça foi de encontro à rocha que nos escondia. - Assunto fechado a discussão... Este será o nosso último dia na Kitsune e na Shinra, Fujin! – disse-lhe, enquanto este se voltava para mim, enquanto o corpo descia lentamente pela superfície da rocha, até este ficar sentado. - Raiden, não podes ir sozinho… Eles são demasiados – balbuciou. - Terei de ser suficiente. Descansa – sugeri, enquanto me afastava dali. - Rai.. Kri… - tentou chamar, esticando o braço numa tentativa de me segurar, mas desmaiou, antes de me conseguir alcançar. - Gomen… Tirei a minha Zanbatou enquanto dava passos em frente, face à batalha que me esperava. O exército esperava-me. Olhei-os e agarrei a espada firmemente. Dei mais um passo em frente. Era agora, o momento da verdade. Uma falha seria a minha morte. O que quer que acontecesse lutaria até ao fim. Abracei o meu destino e corri, furioso até ao grupo inimigo. Numa descensão fenomenal disferi o primeiro corte, dilacerando carne e osso, com a força dos braços e o meu peso. Rodopiei, em loucura, atacando e retalhando, com a lâmina alegremente cantando e o chão, golpe após golpe, pintado, em tons encarnados, alguns até rubi, com cada pincelada mais extasiante que a anterior. Era um endeusamento nostálgico e que já não tinha desde a Quinta Grande Guerra Ninja. Torneei, expelindo chamas e atirando raios aos meus adversários e um após o outro, começavam a cair. Até que só restavam dois. Olhando em volta e apercebendo-se do massacre, começaram a fugir. Nesse exacto momento, alguém entrava em cena, alheio a tudo o que se passava ali. Um estranho rapaz de cabelos vermelhos, com uma pele pálida preenchida por pequenas fendas. Vestia-se de negro e as suas vestes não possuíam mangas, exibindo uma prótese de aço no braço esquerdo e o seu rosto era coberto por uma máscara, que exibia o emblema de Kirigakure. Algo nele era familiar embora não me lembrasse porquê. - O que se passa aqui? – inquiriu o Kiri-nin. Nesse momento, a memória devolvera-me a recordação de um duelo no exame Chuunin em que participara antes da Guerra. A de um oponente ruivo, de Kiri. Seu nome era Uusaki Datte. - Nada que te interesse, Datte! – returqui. - Datte? Quem é esse? – perguntou. - Tu, obviamente… - O meu nome é Azura! – respondeu o Ninja da Vila da Névoa – Volto a perguntar, o que se passa aqui? - Volto a dizer, nada que te interesse! Em resposta, este correu na minha direcção sacando a famosa Kubikiri Hocho. Segurei resolutamente. As lâminas chocaram violentamente e o baile começou. O aço balançava, elegantemente, uma e outra vez, incessantemente. Quando desarmado, arremessei correntes, que este desviou agilmente. Ele retribuiu lançando escamas de vidro que caíram sobre mim. Esquivei-me e ripostei com fogo e logo recebi o troco em raios e depois cristais. A luta era renhida e violenta. Nenhuma das partes queria perder e ambos e estávamos à altura. Entre golpes e mais golpes, estratégias e tácticas e truques, começávamos a ficar cansados. Afastava-me evitando ataques furiosos, sucessivos, de Azura, que golpeava fisicamente, com sucessivas alternâncias de lâminas de cristal nas pernas e nas mãos, tentando esquartejar. Chegando perto de um despenhadeiro, o ninja que tinha conhecido como Uusaki Datte, recuou, formando um aglomerado de cristais à volta do seu braço, com um tamanho que deveria rondar os seis metros. Iniciou uma corrida, para ganhar balanço, e eu enquanto esperava pelo momento certo para escapar, concentrado no combate, fui atacado repentinamente. Duas lâminas trespassaram-me, pelas costas, cruzando-se, deixando-me imobilizado pela dor, vulnerável ao ataque do ruivo que correu e me espetou com os cristais no estômago. Olhei em volta e vi os dois desgraçados da Shinra que tinha deixado viver, segurando os cabos das espadas que me atravessavam. Sacando duas kunais, estiquei os braços e cortei-lhes as jugulares. Conseguia ver os olhos de Azura, agora próximo de mim, e mirei-os directamente, subjugando-o ao genjutsu do Sharingan. - Protege o ruivo atrás da pedra e ajuda-o a chegar a Konoha – sugeri ao seu subconsciente. - Porque deveria? – debateu-se. - Porque ele tem uma mensagem urgente para Hokage... Toda a Aliança Shinobi pode estar em perigo. Vai! O braço de cristais dissipou-se e eu caí no chão, e fiquei estendido, enquanto o sangue me escorria pela boca e pelas fendas abertas. Uma vez mais deparava-me com o céu, esperando morrer. Um manto cinzento de nuvens chocava com outro, e um trovão fez-se ouvir, dando inicio a uma chuva, de gotas pesadas. Ao arrastar Roatsu, Azura acordou-o e este dirigiu-se a mim. - Kride… - Roatsu… reporta a situação ao Itachi apenas. Ele saberá o que fazer – pedi – For the both of us... you're gonna... live. You'll be... my living legacy. – Estendi-lhe a minha Zanbatou - My honor, my dreams... they're yours now... A minha percepção começava a ficar turva e caótica, e sentia-me fraco e frio e por fim, cerrei os olhos, guardando uma última imagem daquele éter…
E assim acaba a Saga Shinra. Espero que tenham gostado ^^ |
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