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- Citação :
- - Huaaaaa - espreguiçou-se. - Que é feito de Mira e do Akira? - perguntou ao seu avô que o olhava a espreguiçar-se contente, trazia-lhe lembranças de quando o rapaz tinha apenas 5 anos, ele fazia exactamente o mesmo movimento de braços e curvava o corpo da maneira igual de quando saia de dentro do dojo e sentia o sol depois dos treinos intensivos.
- Eles foram em missão conjunta com a Dark Destiny, estão neste momento a enfrentar a hantã no me. - respondeu o homem com um sorriso nostálgico nos lábios.
- E foram sem mim! Desgraçados! - reclamou o jovem não gostando de perder a emoção de uma batalha.
- "De facto não mudas-te nada meu pequeno jovenzinho..." - pensava o avô de Zehel ao vê-lo a reclamar como quando em pequeno por terem-no deixado para trás.
A vila de kirigakure dormia sob a luz calma do luar, coberta com uma fina camada de nevoeiro estava quase igual a quando Zehel a deixara.
No topo de um edifício alto o rapaz olhava toda a área da vila matando a saudade de estar naquele lugar. Aplicando tensão nos músculos das suas pernas realizou um salto no ar iniciando a queda no vazio. Sentia o ar gelado e húmido caracteristico das noites em Kiri e apreciou todo o momento da sua queda, com um som um pouco forte atingia o chão com os dois pés e começava a sua corrida. Entre as ruas adormecidas curvava em direção a sua casa alcançando-a num instante, não tinha mudado quase nada. À algum tempo atrás tinha voltado para um encontro com Ykarus no dia dos namorados, porém fora obrigado a tratar de mais coisas em Valéria e não tivera grande tempo para aproveitar na Vila. Entrando fazendo o mínimo barulho que conseguia subiu para o primeiro piso. Abrindo a porta do seu quarto para ele entrar retirou todas as armas e grande parte da roupa pesada que tinha consigo e com cuidado meteu-se debaixo dos lençóis tentando não acordar Ykarus. Com um suave gemido a rapariga moveu o seu corpo para se adaptar à nova disposição da cama e encostou-se a ele, estava em casa.
Os primeiros raios de sol atravessaram as frestas nos estores e banharam o quarto com a sua luz matinal. Tal facto incomodava imenso Zehel que não gostava muito de ser atingido nos olhos pela luminosidade.
-
Hunnnnn~ - queixou-se movendo-se um pouco e tapando os olhos com o braço.
-
Bom dia também para ti. - falou uma voz feminina ao lado dele.
-
Yo... - cumprimentou ainda rouco enquanto se espreguiçava e e virava para cair em cima da rapariga. -
Vou ter de me despachar, tenho algo a fazer. -
Vá, então mexe-te seu mandrião! - falou a rapariga empurrando-o para fora da cama.
Já todo equipado e com as suas armas presas e a brilhar ao serem atingidas pelos raios do sol o rapaz despediu-se da sua família e saiu em corrida pela vila fora. Ia aproveitar que estava ali para cumprimentar um velho amigo...
Deixou a vila em velocidade passando logo a caminhar num caminho de terra batida em direção ao horizonte. Não necessitou de correr muito tempo, bem menos do que se lembrava, a sua condição física aumentara bastante desde a última vez. E não tinha sido a única coisa a aumentar, estava também mais maturo, o treinamento em Valéria dera realmente muitos resultados. Virando bruscamente à direita o rapaz enfiava-se pelo meio do arvoredo denso caminhando em direção à montanha. A nostalgia de voltar ao lugar trazia-lhe um sorriso parvo aos lábios, tinha ali conhecido o Contemplador, era lá que tinha entrado em contacto com o u clã a primeira vez. Uma dor suave no pulso fazia-o lembrar-se, quase como se o selo lhe tivesse a dizer para se não esquecer dele. Mas não era essa a principal razão pela qual ele lá estava. Passou o esconderijo do seu clã que agora estava vazio e sem qualquer prova de actividade, era agora apenas uma gruta profunda que existia ali. Deixava o local para trás e almejava o pico do monte.
-
Estou de volta companheiro. - falou o rapaz sentando-se ao lado de uma pedra bem talhada que tinha sido ali colocada em honra ao Cerberus fiel a Akira.
Sempre que Zehel vinha a kirigakure ganhara o hábito de vir ali ao topo do monte e "falar" um pouco com ele. Ele estava certo que nalgum sitio longe o canino estaria sempre à espera, ali naquele lugar, pelo retorno dos seus amigos e por isso ele ia lá sempre que podia.
-
Espero que não estejas sozinho ai onde queres que estejas. - disse afagando a pulseira que pertencia a Cerberus.
E então começou a falar contando todos os acontecidos desde que ele partira. O seu treino, o quanto tinha crescido com a ajuda de Noche. O facto de Akira estar vivo e que o canino provavelmente sabia que era pai de Zehel, a aliança com a Dark Destiny, o aparecimento de Ivy e todos os eventos que havia para contar.
Lá no fundo o kiri-nin também apreciava imenso aqueles momentos, lá no topo da montanha as nuvens ficavam abaixo deles pelo que o céu estava sempre azul com o céu a brilhar, era uma visão agradável, ver o amanhecer ali ao lado do seu companheiro falecido fazia o seu dia começar com uma luz diferente.
Recordando-se de como reagira quando chegara e vira a invocação morta no chão fazia Zehel aperceber-se da sua mudança. Aceitava as coisas como eram, tudo tinha um inicio e um fim e era uma lei que não deveria ser contornada, aceitar e seguir em frente era o correcto a fazer.
-
Está na minha hora de ir. - declarou levantando-se e retirando da sua bolsa shinobi uma rosa feita em origami que Ykarus lhe tinha ensinado a fazer. Não estava grande coisa, mas era a intenção que mais ali contava. Pousando-a no solo mole deixou-se cair do cume da montanha passando a parte íngreme do monte aterrando no solo florestal de novo. Era hora de voltar para casa, tinha ali ficado umas 4 horas a falar para o ar esperando que o canino estivesse à escuta das suas palavras no outro mundo. Foi avançando com calma apreciando o cheiro da primavera que começava a fazer algumas árvores florescerem e encherem a floresta de aromas agradáveis.
Sorrateiramente atrás do rapaz uma sombra movia-se de forma estranha, misturando-se com as outras marcas já existentes seguia o rapaz esperando que não fosse detectado. Movia-se como uma serpente ondulando pelas bordas das sombras das árvores e dos rochedos sem nunca elevar-se acima do solo, o que quer que fosse sabia muito bem camuflar-se nas sombras. Repentinamente num movimento fluído e veloz uma lâmina brilhante perfurou o chão no local onde a sombra se movia.
-
O que queres? - questionou o rapaz segurando nas suas mãos a senshi no ken sobre a forma de foice.
Uma pasta negra começou a elevar-se da sombra envolvendo a lâmina da foice e começou a tomar forma enquanto falava:
-
Então tu conseguiste perceber a minha presença. - falou a voz estranha, rouca e profunda.
Devagarinho a massa negra foi ganhando uma forma dando contornos que foram logo reconhecidos pelo rapaz.
-
Não é possível... - reclamou abrindo os olhos em espanto ao ver o que dali estava a vir.
Tomando a forma de Cerberus o perseguidor do kiri-nin começou a avançar para ele com alguma casualidade.
-
Eu não morri Zehel, eu sou não posso morrer. - disse tentando ganhar a confiança do rapaz.
-
Tsc deves achar que me enganas... - falou ele convertendo rapidamente a sua senshi no ken na forma katon atingindo o chão com força obrigando o impostor a recuar. -
Sou eu quem tem a pulseira do Cerberus idiota. - declarou apontando para o pescoço. -
Para a próxima faz melhor o teu trabalho de casa. Agora diz me quem és tu! Mudando de novo para o estado pastoso o vulto negro começava a mutar-se para a forma de uma raposa que possuía 7 caudas, tinha a pelagem cinzenta assim como os seus olhos e parecia esboçar um sorriso bastante interessado no rosto.
-
Que interessante. Parece que conseguiste mesmo aceitar o facto de ele estar morto, algo raro em humanos, conseguirem manter a mente no sitio quando são enfrentados com algo inexplicável que lhes acontece diante dos olhos. - a raposa tinha um bom paleio, mas mesmo assim o kendoca parecia não estar totalmente confortável ali pois mantinha a sua arma na forma mais poderosa e pronta a atacar.
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Unf és mesmo desconfiado, - resmungava a raposa sem mesmo assim demonstrar sinais de recuar no seu interesse. -
no entanto és interessante demais para se recuar só por uma desconfiança.- anunciava a raposa.-
Talvez ainda não seja a altura de estabelecermos um laço, mas de uma coisa te garanto, muito em breve verás que eu não sou o teu verdadeiro inimigo. E com tais palavras a estranha raposa das sombras misturava-se de novo com os arredores, afundando o seu corpo na sombra de uma árvore e desaparecendo da floresta. Aquela frase deixara algumas dúvidas na mente de Zehel, porque iria descobrir que ele não era o verdadeiro inimigo? E de que laço estaria a falar? De qualquer modo ela desaparecera antes de dar as explicações necessárias, talvez um dia mais tarde Zehel fosse entender as palavras proféticas da raposa de 7 caudas...
Continua