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- Merda, merda, MERDA! - barafustei
O idiota do Imawaga tinha saído do nosso esconderijo para matar o raio do guarda, esquecendo-se do poder que aquelas paredes acinzentadas continham, para além que acabou por revelar a minha posição. Todo o espaço envolvente tinha olhos e não me surpreendia nada que soubessem da nossa vinda desde que pusemos os pés em território da Folha. Ainda esperei que Katsu voltasse quando entrou no primeiro bloco, mas ao ouvir o primeiro estrondo e os gritos de agonia percebi que isso não ia acontecer.
"Não vás, não vás, não vás! Fica onde estás Takeshi Uchiha. Ficas já onde..."
Levantei-me e saí disparado atrás de Katsu. Com um hábil salto e uma pequena concentração de chakra, escalei a parede até onde jazia o corpo do primeiro guarda. Agarrei a lança e procurei por mais alguma arma, sem sucesso. Saltei para o chão e fiz de tudo para me manter invisível. Se havia alguém que sabia grande parte dos segredos daquele espaço, esse alguém era eu:
- Onde estás...onde estás...
Procurei por uma das condutas de ar. Eu tinha a certeza que era ali que ela estava. Ao que parecia, a conduta desaparecera, ou seja, tinha de atravessar o campo de batalha. Munido com a lança e um pequeno repertório de jutsus, eu tinha de chegar ás celas e libertar os cativos, tentando manter-me vivo. Katsu lutava como um louco, espetando socos e pontapés ao mesmo tempo que cravava katanas e kunais. Tive a sorte que eles estavam fixados no estranho intruso, pouco ou nada se importando com o que passava por eles. Não me atrevi a atacá-los com a arma. Estava quase a sair do curto corredor quando sou atirado contra o chão. Virei-me para trás. Tinha dois guardas com katanas a avaliar-me:
- Temos outro intruso! - gritou um deles
Do nada o chão começara a tremer, o que desviou a atenção dos dois homens. Aproveitando a distração, ergui uma perna, acertando com um forte pontapé na cara de um, caindo para o lado e derrubando o outro. Com o balanço do pontapé, levantei-me, arrependendo-me logo. O chão parou de tremer e Katsu estava no centro de uma horda de guardas, erguendo-se subitamente numa torrente furiosa de água. Tudo acontecera demasiado rápido. A água em volta elevou-se demasiado e eu fui atingido. Fiquei preso no fundo, um guarda boiava inconsciente no cimo do lago e o ar começava a faltar pelo nervosismo. Não sabia bem o que me segurava, mas depois senti cinco dedos a puxar-me com mais força. Olhei para baixo e vi o outro guarda do complexo a segurar-me pela perna. Não pensei noutra coisa: girei a lança e cravei-a com toda a força que eu tinha na garganta do homem. A pressão desapareceu de imediato, conforme uma larga corrente de sangue subia para o topo do lago, manchando toda a aquela límpida água. Nadei os mais rápido que os meus braços permitiam e assim que pus a cabeça fora de água, inspirei abruptamente. Apenas conseguia ouvir os risos loucos de Katsu misturados com os gritos dos homens que caíam na água, vindos dos pisos superiores. Nem me atrevia a voltar para ao pé dele, mas tinha de o fazer. Katsu TINHA de ser parado. Dei um salto para fora de água e comecei a caminhar pela água:
- Katsu pára! - gritei
Era escusado. Ele não ouvia ninguém e estava totalmente cego de fúria. Quando bolas de fogo começaram a vir dos andares de cima, o chão tremeu novamente. Tão rápido começou como acabou. O meu corpo fora atirado para cima conforme o soco de água me atingia no abdómen. À velocidade que ele subia apenas conseguia ver de relance o vasto número de guardas que tentava proteger o complexo. No meio daquele confusão toda, um dos homens tentou a sua sorte, lançando a sua lança na minha direção. Não sei como nem porquê, pois à velocidade que eu ia era difícil acertar, mas mesmo assim, a arma trespassou-me o peito, adentrando pelo ombro esquerdo e saindo perto do pescoço.
A água estancara. A subida parara e agora era uma descida vertiginosa até embater no lago de Suiton. Embater naquela superfície à altitude que eu estava era o mesmo que embater em cimento ou pior. Eu mal conseguia ver por causa ainda do choque que tivera ao ser cravado com lança. Olhei de relance para a lâmina, anteriormente acinzentada e agora estava totalmente pintada de vermelho vivo. Era uma dor horrível ter o corte naquela zona e, estar a cair não ajudava em nada. A água vermelha, pelo sangue, aproximava-se cada vez mais de mim. Katsu estava parado, olhando um homem protegido pela sua força militar. Não sei, mas aquela cara não me era estranha. Eu sabia quem ele era, mas não me conseguia lembrar.
"Usa o Karyuka....usa o Karyuka....Ganha asas.....VOA!"
A minha pele começava a estalar conforme labaredas começavam a brotar por todo o meu corpo. Em escassos segundos todo ele estava em volto em chamas. Duas asas enormes formaram-se a partir do fogo nas minhas costas e um exosqueleto, em forma de fénix, envolveu-me. As asas bateram uma vez, parando de imediato a queda. Ali estava eu, a pairar graças ao Karyuka. Tudo acontecia demasiado rápido e esta invasão, agora, fora um erro. Girei o corpo, batendo as asas mais uma vez, e outra, e outra. Comecei a ascender, girando o corpo, criando um elegante efeito e uma excelente proteção contra os toscos dos guardas. Fui ganhando velocidade suficiente e com um enorme estrondo saí para fora do complexo. Olhei para baixo. Katsu desaparecera e os guardas não se atreveram a atacar-me. Seria um desperdício de chakra que eles não tinham. O Imawaga tinha sido capturado e isto não ia correr nada bem. Nada mesmo. As asas começaram a falhar pelo gasto excessivo de chakra e o fogo começou a apagar-se. A cabeça ficou pesada e os olhos começaram a fechar-se. Voltei a cair em direção ao árido terreno fora do complexo, mas algo amparou a minha queda. Olhei para o que me salvara:
- Sa...Sadatake...? - murmurei
- "Um irmão é um irmão".
Os olhos fecharam-se totalmente e eu apaguei.

Citação :

Depois de algum tempo aqui está o novo filler. A OST pode ter sido, na opinião de alguns, mal escolhida mas eu gosto muito dela e acho que deu um toque diferente ao texto. Obrigado pela leitura ♥

Ótemo Filler! Adorei ver as variadas consequências do ato insano do meu personagem. Foi como escrevi no meu texto, Takeshi e Katsu ainda não são os melhores amigos e o Imagawa está demasiado irracional para ser sequer considerado uma peça valiosa para uma invasão à Shin no San.

As emoções estragaram tudo e, aparentemente, o Takeshi sabia das condutas de ar para uma boa infiltração sem problemas . Katsu noob, report!

Espero que voltes a escrever ^^.

Para não variar, o Bruno disse uma coisa que pensei também

Lembro-me de estar a ler o filler do Tsu e estar a pensar que era feito do Takeshi. Estavam juntos num momento, no outro não estavam. Cheguei a pensar que o Takeshi se tinha acovardado e fugido Mas ainda bem que não, não é?
Ainda bem que escreves a visão dele, senão ia ficar muito incompleto!
Ah, e gosto muito que uses aquela frase do irmão. É tão fofo!
Fico à espera de ler o que se segue ^^ (que, por acaso, já li e só falta comentar )