A sombra humanoide distorceu-se sob o solo de saibro mal iluminado, se movimentou tão rapidamente que desapareceu num piscar de olhos; reaparecendo ao lado de outra silhueta, sobre as telhas carmesim de uma residência alta. — Pronto? — Disse o mais alto deles. — Claro! — Respondeu o mais baixo, recém-chegado. — Certo, lembre-se de usar chakra só quando precisar, caso contrário não fará efeito algum. Agora! — Deram alguns passos para trás já próximo ao fim do telhado, tomando impulso mergulharam na escuridão num salto mutuo, mas completamente diferente. O mais novo, Izumi, ainda não habituado com aquele tipo de movimento, jogou-se para o alto ganhando altura relevante mas acrescentando pouca distância no movimento, tendo dificuldade para chegar ao outro prédio que era mais baixo do anterior. Já o outro homem, seu pai, saltou baixo mas impulsionou-se para frente, chegando facilmente em seu objetivo e caindo de pé já se esgueirando apressuradamente para executar outro salto.

Izumi sentiu os músculos das pernas enrijecerem e tremerem gradativamente quando tocou a superfície do prédio, continuou em passos desajeitados e respiração desalinhada, e se movimentou para alcançar o seu pai que já ganhava distância à dois prédio a frente. Teve tempo de dar dois passos ímpetos, incitando seu corpo desta vez semelhante ao seu pai, baseando-se numa analise feita às pressas ele conseguira perceber que já havia começado erroneamente. Saltara de novo, abrindo os braços e ganhando mais celeridade, enquanto aproximava-se do objetivo, tocou a cobertura da construção que tinha o formato de um globo, desequilibrou-se mas usou o chakra para "colar" os pés no concreto (Kinobiri no Jutsu); já retomando a postura e seguindo com outro salto. Desta vez, tratava-se de um edifício mais alto, e teve que usar ambas artimanhas para ter sucesso. Colocou seu corpo para frente, e fez um mortal alto perfeitamente, caiu se apoiando com as mãos e ganhou velocidade através do chakra que foi canalizado de forma exímia nas pernas, impulsionando sem mesmo chegar na extremidade do edifício ele mergulhou novamente, como um raio obscuro que era iluminado pela cintilante lua crescente. Seu pai havia sumido. Ele é tão rápido assim?

Voara para outra residência, esta demasiadamente baixa, e novamente suas pernas tremeram quando o impacto da queda aconteceu, tendo em vista o contraste de altura que enfrentara. Cambaleou e continuou, até ver um pequeno tumulto logo embaixo.  

— Devolva por favor! — Choramingou o idoso, para duas sombras que pareciam carregar algo de sua posse em mãos. — Cale a boca, velho! Já fizemos demais em deixá-lo vivo. — Eles empurraram-no num monte de lixo, fazendo cair sobre as sacolas asquerosas.

Izumi calculou a rota até o chão, e pelo caminho derrubou inteligentemente a solitária lamparina que clareava o beco sem saída; preconizando a penumbra da noite, de modo que até o velho ficasse surpreso. Concentrou sua energia intangível e a focalizou sobre a mente de um dos oponentes (Magen: Narakumi no Jutsu), prendendo-o a ilusão e fazendo cair de joelhos. Se equilibrou num poste de madeira próximo à eles, apesar de despercebido.

— Acendam às luzes, maldição. — Trovejou o outro, desesperadamente, enquanto procurava pelo seu parceiro.

— Luz? — Sussurrara, gutural. Nisso, seu chakra confluiu ao encontro do ar reagrupado nos pulmões, finalizando com uma velha conhecida sequência de selos manuais, liberando uma labareda de fogo que fora direcionada ao homem, luzidia. Apesar de abismado, o homem conseguiu uma esquiva forçada, mas tropeçou sem ver no corpo do parceiro, que parecia estar vegetando.

— Hey, acorde desgraçado. — Praguejara, dando um murro na cabeça do comparsa, o libertando do genjutsu. Ele tomou postura atordoado, e ambos se viraram à procura de Izumi. — Onde está você, desgraçado. — Mas já era tarde demais, aproveitando da guarda baixa dos dois, o Uchiha havia se movimentando ante a escuridão sorrateiro, e se aproximando frontalmente girando seu corpo com toda força saindo poucos metros do chão, girou também os seus pés e acertou um chute em cada homem. Eles caíram e Izumi recuou. Esperou que um deles levantasse, seus olhos já haviam se habituado com o breu que calhava ali, seu movimento foi tão rápido que o homem nada pode fazer, sendo pego por um chute de baixo para cima no queixo (Kage Buyō) que o lançou para o alto, se movimentando para suas costas ainda mesmo no ar, Izumi o finalizou cravando uma kunai em suas costas, e sucessivamente o socando a cabeça.

Quando caiu no chão, viu a proximidade do outro miserável, desviou de um dos golpes e acertara um cruzado no estômago, mas em troca recebeu uma cotovelada que o fez cambalear e recuar com a visão turva. Já não via mais nada.

Ouviu os seus passos, e desviou no puro reflexo, nem soube que golpe foi. Preciso de luz. Cuspira outra bola de fogo (Katon: Gokakyu), que acertou o homem, mas que consumiu uma quantidade absurda de chakra. Talvez o desespero tivesse feito aquilo, inconvicção. Não importa, havia os derrotado. Foi até eles e procurou pelo conteúdo que pertencia ao velho, e o devolveu. Depois disso, subiu novamente aos telhados à procura do pai.

Estava cansado, e saltar daquele jeito era extremamente absurdo. Por isso, usava muito mais o chakra para se movimentar, através shunshins corriqueiros, que consumiam pequenas quantias de energia. Muito mais fácil. Pensou, atravessando a vila em pulos ligeiros.