Jin não estava habituada a lidar com aquelas situações.
Haviam várias coisas que Suki podia ter feito face a um abraço.:
Se Suki fosse uma criança normal, ela teria devolvido o abraço. O sensei teria ficado feliz e de seguida, iriam todos comer panquecas.
Se Suki fosse apática ou defeciente mental, ela teria deixado o homem abraçá-la, indiferente a o que quer que fosse que ele fizesse. De seguida, iriam todos comer panquecas.
Se Suki fosse alegre e jovial, então para além de corresponder ao abraço, ela iria gritar “KAWWWAIII” e “ SQUEEEE ~”, e o sensei ficaria ligeiramente surdo. No fim, iriam todos comer panquecas.
Mas não.
Para estranhos, Suki era agressiva e antisocial. Isto significava que quando alguém lhe dava um abraço, algo de muito mau iria acontecer a essa pessoa. No fim, Jin pediria desculpas e iriam todos comer panquecas.
De qualquer maneira que ela olhasse para os possiveis fins da história, tudo acabaria com panquecas – o facto de não haverem panquecas suficientes era o grande problema.
Por isso, Jin encontrava-se sentada na mesa, silenciosamente chorando pelas panquecas. Alguém naquele mundo estava muito determinado a estragar-lhe o dia: Primeiro, o seu cacto favorito fora completamente esmagado, agora, ficara sem panquecas... que mais se seguiria? Jin não fora feita para viver sem panquecas.
Ignorante do que se passava na cabeça da sua irmã, Suki calmamente comia as panquecas, evitando os olhares do seu sensei. Kaito, por sua vez, lutava desesperadamente pela aprovação da aluna, ocasionalmente tentando despertar conversa entre as duas irmãs. Estas estavam demasiado deprimidas ou indiferentes para dar grande resposta.
Infeliz com tal sorte, o jounin suspirou e encheu a sua boca com mais panquecas. Ensinar coisas a pessoas que o detestavam não era particularmente fácil, e Suki seria aluna dele durante muito tempo. Ele estava tão determinado a conseguir a amizade dela que iria ignorar a sua agressividade. Sim, ele sabia que a sua generosidade e fofura eram grandes como o mundo.
Afinal, a rapariga tinha-o feito abraçar um cacto! Um CACTO!!!!! Se não fosse o amor de pessoa da irmã dela e as suas “técnicas mata espinhos” milagrosas, neste momento ele ainda estaria a sofrer que nem uma boneca de Vodoo.
Era verdade que o “teste” não tinha sido planeado, e que talvez abraçar uma pessoa que o tomava por um ladrão era um pouco puxado, mas contra-atacar com um cacto? Será que a rapariga era psicopata?
Do outro lado da mesa, Suki encontrava-se bastante irritada. Podia parecer indiferente, mas o facto do sensei estar constantemente a ser simpático chateava-a bastante. Era confuso como o homem ainda conseguia olhar para ela sem a atacar sequer, quanto mais ser simpático. Ou ele era muito mau a decifrar mensagens que claramente diziam “eu não gosto de ti e se não te afastares vais sofrer”, ou estava genuinamente interessado em ser seu amigo. De qualquer das maneiras, Suki sentia pena do pobre homem.
- Suki, já tenho a tua primeira missão. – Kaito tentava quebrar o silêncio como que pela enésima vez. Olhou esperançosamente para as duas irmãs, e foi presenteado com uma pequena frase.
- Ah, sim? – disse Jin aborrecidamente, demasiado deprimida para se importar.
- Sim. – anuiu Kaito, satisfeito com o seu pequeno sucesso. Ao menos tinham falado, já era alguma coisa. – A Suki foi a primeira genin da equipa a que eu me apresentei. A segunda é a filha de um amigo meu, e eu também lhes queria pregar a mesma partida. Suki, queres vir comigo e ver as reacções deles?
- Queres dizer sentar-me e ver enquanto tu, um jounin, és novamente vencido por genins e pessoas normais? Sim, claro, conta comigo. – respondeu Suki, erguendo as sobrancelhas dando-lhe um sorriso inocentemente sarcástico.
- Heyyy, eu perdi de propósito minha amiga, não te metas com ideias. – na sua mente, Kaito estava a festejar outro pequeno sucesso. Suki tinha respondido! E com mais de uma frase!
Do outro lado da mesa, Suki amaldiçoava-o por não se ter irritado.
– De qualquer das maneiras, esta luta vai ser um pouco mais puxada. O meu amigo de certeza que vai estar lá, e ele é um jounin. Quero ver quanto tempo ele vai demorar a perceber que sou eu sobre um genjutsu. – dito isto, Kaito riu e esfregou as mãos que nem um vilão da Disney.
Jin e Suki entreolharam-se. Donde é que tinha vindo aquilo?
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(( Um pequeno filler para mostrar a reacção do Kaito... não consegui resistir. Só mesmo para verem como o meu estilo de escrita é muito desenvolvimento psicológico e pouca acção. No fim estou mais adequada para escrever fillers do que missões ou treinos.
Por falar em treinos - a seguir vem um.
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