Filler 19 - Concílio dos Deuses

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Chegara finalmente ao distrito Uchiha, após três anos de nem lhe por a vista em cima. Permanecia igual, reparei, enquanto caminhava sobre as suas ruas em direcção à minha casa. Depois de uma longa caminhada e de um pequeno reencontro com o passado, avistava por fim a tão ansiada moradia.
- Vai até às traseiras - disse, dirigindo-me ao Inugami - Irei ter contigo daqui a pouco. Se alguém aparecer, há uma dispensa em que te podes esconder.
- Okay - respondeu, sem expressividade, e caminhou, contornando a casa andando até ao quintal da casa.
Eu inspirei fundo e caminhei em frente, dando dois passos, subindo depois dois degraus da entrada e abrindo finalmente a porta.
- Ele chegou! - gritou uma voz jovem, mal a porta rangeu. Quando a abri por completo, um garoto saltou para cima, abraçando-me - Kride-otojiii!
O rapaz era nada menos, nada mais do que o meu sobrinho, o pequeno Shisui, baptizado em honra ao grande homónimo. Abracei-o, apercebendo-me que ele já não era tão pequeno quanto eu imaginava. Os três anos de ausência não tinham passado apenas para mim.
- Shisui, há quanto tempo… Crescente um bocadinho desde da última vez que te vi!
- Hai! E já sou um gennin de Konoha! - anunciou orgulhoso o pequeno pirralho de dez anos, apontado para a bandana com a insignia da vila, exibindo-a.
- Fantástico! Pode ser que um destes dias te possa ensinar umas técnicas de Raiton. O que achas?
- Raiton? SUGOI! Ensina-me, ensina-me - suplicou o rapaz.
- Deixa lá isso para mais tarde, Shisui - disse outra voz, também reconhecida - Kride…
- Keitachi…
- É bom ter-te de volta - disse-me o meu irmão, enquanto-me abraçava o qual eu retribuía - Ainda vais ter que me explicar o que é que te aconteceu!
- Tudo a seu tempo - respondi-lhe.
Atrás dele, a sua esposa, Aiko, deu-me também as boas vindas e de seguida, os três anteriores abriram alas para que os meus pais pudessem também receber-me.
- Kride, eu fiquei tão preocupada! - gritou-me, dando-me uma tabefo na nuca e logo de seguida abraçou-me, logo depois de me beijar o rosto - Pensava que tínhamos perdido.
- Hei, hei.. Não tive culpa.
- E o que é que te deu para teres esse cabelo tão comprido!? - questionou.
- Não haviam cabeleireiros por lá, e já me habituei a ele assim - respondi, sorrindo - Acho que o vou manter.
De seguida aproximou-se também o meu pai, Ryuzaki Uchiha, rodeando-me com os seus braços também.
- Bem vindo de volta, filho! - disse-me, com um sorriso na cara - Porque raio demoraste tanto tempo?
- Estive encarcerado contra a minha vontade… Mas vinguei a Miyuki! - respondi, tirando a kunai antiga, que uma vez passara pela garganta de Miyuki e outra pela de Takeshi - Ela não respira mais. Embora tenha descoberto que tenha sido comandado pela Shinra.
As expressões nos seus rostos ficaram de súbito estranhas, talvez ao recordarem aquele dia que quase todos tentavam esquecer. Entre as caras conturbadas, a do meu pai era a pior.
- Algum problema, oto-san? - questionei.
- Não… Estava apenas um pouco chocado - respondeu com um tom distante, como se estivesse a pensar em algo enquanto proferia aquelas palavras.
Depressa o assunto foi esquecido, por entre conversas e actualizações do que se passara em Konoha durante aqueles três anos. O Shisui contava histórias sobre as suas primeiras missões com entusiasmo e deixava todos a ouvirem-no. A certa altura, quando o momento foi oportuno, esgueirei-me até ao quintal e encontrei o Inugami sentado perto da dispensa.
- Tens aqui um saco de cama para a noite - informei, ao entregar-lhe o respectivo - E aqui tens um jantar - Estendo-lhe uma bandeja com a outra mão. Eu vou ter de voltar para dentro e não devo voltar até de madrugada. Até amanhã.
O rapaz acenou com a cabeça e eu virei as costas regressando para o interior da casa.
- Kride! - chamou Keitachi - Tens uma visita.
Apressei-me a chegar ao hall de entrada apenas para encontrar outro ruivo conhecido.
- Fujin! - exclamei ao vê-lo de pé. A última vez que o vira estava num estado lastimável e apenas tinha regressado a Konoha, por ajuda do ruivo que se escondia na dispensa das traseiras.
- Já não usamos esses nomes… - corrigiu - A Shinra é passado. Mas de qualquer maneira, como raio é que sobreviveste aquilo?
- Uma boa médica - disse sorrindo, enquanto abria o sobretudo o suficiente para deixar a enorme cicatriz que tinha algures entre a barriga e o peito - Tudo sarado. E… A Shinra não é propriamente passado. Vem comigo.
Seguimos até a um quarto onde apenas havia uma mesa à volta da qual nos sentamos. Comecei então por explicar todas as descobertas que tinha feito aquando da minha vingança.
- Portanto, o Kinju anda por aí, tal como os outros todos devem estar ou estarão em breve - constatei - O Hokage deu-me permissão para investigar a antiga sede da Shinra no País do Fogo. Terá de haver lá alguma informação importante. E depois encontrar o laboratório no País da Água.
- A primeira parte tudo bem, mas o País da Água? O Mizukage está furioso contigo, ele mata-te se souber que estás no seu território!
- Calma, Roatsu… É por isso que encontrei o ninja de Kiri que te ajudou a chegar a Konoha. Ele que dá pelo nome de Azura Inugami será a nossa chave de entrada em Kiri, sem sermos descobertos.
- Como é que..
- Encontrei-o na rua. Pura sorte - sorri, constatando a veracidade da afirmação - Amanhã de madrugada partimos para Wutai. Eu garanti ao Hokage que virias comigo, mas a escolha é tua.
- É óbvio que vou. Diz-me só uma coisa… Também tens um...
- Deus selado? - terminei a sua pergunta - Hai. Tal como o nome código.
De súbito, o tão silencioso Raiden pareceu acordar.
- Hey! Deixa-me falar com o Fujin - pediu, num tom mais simpático e modesto do que era normal, que se fez ouvir dentro da minha mente.
- Como raio queres que faça isso? - indaguei.
- Deixa-me tomar controlo - respondeu, enquanto alguma eletricidade começava a surgir à minha volta.
- Fora de questão! Mas posso até ter uma maneira de o fazer.
Olhei o Senju nos olhos e três tomoes surgiram sobre as minhas pupilas e agora encontravamo-nos num local escuro, na mente do Roatsu. Agora os quatro estavamos presentes na mente do Senju.
- Ora viva - cumprimentou o Deus do Vento, Fujin - Estamos de volta, de novo e pela última vez.
- Hai, e iremos vencer! - rugiu com determinação - E depois estaremos de volta ao sitio de onde nunca devíamos ter saído.
- Mas o que é isto - Questionou a figura de Roatsu no interior da sua mente.
- O Raiden queria conversar com o Fujin. Não o podia deixar tomar controlo do corpo assim sem mais nem menos, portanto, improvisei.
Os dois deuses conversaram por alguns minutos, mostrando uma enorme diversão por estarem reunidos. Havia uma química de negação impossível, como se fossem irmãos gémeos. No seu diálogo teriam mencionado algo sobre artefactos e armas, a batalha final contra Izanagi, sendo que no fim, baixaram o tom de voz.
- Com que então ele tem o poder? Isso é possível? - perguntava o Deus do Vento, a meio da conversa.
- Ainda não… Mas tudo a seu tempo - assegurou o Deus do Trovão - É um Uchiha habilidoso, e com a minha ajuda irá ser um diamante polido.
- Muito bem. E quase me esquecia que era um Uchiha… Achas mesmo que um Senju e um Uchiha vão dar certo? É uma combinação bastante perigosa - questionou Fujin.
-  Tenho a certeza. A vingança dele não o cegou, mas guiou-o e deu-lhe um propósito. Ele é o terceiro verdadeiro receptáculo do Trovão.
- O quê? Melhor que o Kyosho?
- Hai! Ele activou a marca antes do selamento.
A certa altura cessaram a conversa entre si e dirigiram-se a nós.
- Nós somos os irmãos Raiden e Fujin - disseram em uníssono - e vocês são quem nos carrega. Sabemos que são bons amigos e que temos objectivos comuns. O Kinju e o Izanagi são a mesma pessoa agora. Teremos a vossa cooperação.
- Hai! - respondemos também, em simultâneo.
- Então renasçam, Senju Roatsu e Uchiha Kride, como Fujin e Raiden, Irmãos da Tempestade, Deuses do Vento e do Trovão!
Estendemos uma das mãos, os quatro, fazendo as chocarem ao mesmo tempo, umas nas outras e subitamente, saímos da mente do Senju. O meu corpo emanava eletricidade e o seu vento, enquanto os nossos punhos chocavam realmente um no outro, com o vento emanado a erradicar os raios elétricos, e não o ferindo assim, no choque de punhos.
- Então é assim que ele se parece - constatou o ruivo.
- Hai!
Continuamos a conversa por um bocado e depois o Senju despediu-se, seguindo para casa a fim de descansar e se preparar para a jornada que começaria na madrugada seguinte.

***

O céu ainda possuia um tom breu, ligeiramente azulado, quando os três shinobis passavam o portões verdes de Konoha. Uchiha Kride, Roatsu Senju e Inugami Azura. O destino seria a antiga sede da empresa SHINRA, no sul do País do Fogo, perto de uma aldeia devastada e conquistada pela antiga divisão dos dois Konoha-nin, Wutai. O rapaz no meio da equipa, de cabelos escuros compridos, deu o primeiro passo em frente, sendo seguido pelos dois ruivos, no que era o primeiro passo daquela jornada.

-Ikimashou!

Tio Tsu escreveu:

Gostei do Filler, mesmo que ele não tenha avançado MUITO com a história. É bom ver que a família do Kride, mesmo após tanto tempo, o acolheu com tanto amor para dar e vender. Sem falar que a reunião entre os Irmãos da Tempestade e consequentes recetápulos também foi bastante interessante.

Não tenho muito mais a dizer para além da minha ansiedade para descobrir o que se segue. Continua ^^

Shibiusa escreveu:

Pronto, eu prometi que vinha comentar e cá estou eu

Well. Andas mesmo a usar elementos de Final Fantasy por aí (porra, eu até não desgosto do Kuja, mas meteste-o mau na tua história D: Ai de ti se metes um Zidane mau!). Tem sido engraçado ver as referências e tal. Espero é que tenhas um vilão melhor que o Sephy, né
Also, andas a usar a Izanami como referência a Mother? Não entendi se tinhas essa intenção, mas a verdade é que faria sentido, visto que ela é a mãe e tal... Coiso. Deixa



Anyway. Este filler não teve muito conteúdo para além do reencontro familiar (e da confirmação que a família sabe o que se passou com a Miyuki ou, no mínimo, sabem quem é a Shinra). E claro, do encontro dos manos deuses Mas não adiantou muito do que já se sabia.

Ao contrário do Tsu, não sou fã da letra tão grande, talvez por não usar óculos, sei lá Mas não vou reclamar disso se isso ajuda alguém. Tem cuidado a fazer revisões. Às vezes falta-te letras ou trocas letras. Como foi o caso em "ikimashou", em que trocaste o i pelo u

Vá, agora vou ter o cuidado de tentar comentar quando leio, senão fica tudo em atraso Continua o/