É manhã cedo em Kumogakure no Sato, e os primeiros raios de sol começam a penetrar pelas janelas das casas, e os primeiros shinobis e aldeões começam a acordar e a preparar o seu dia. No lado oeste da vila no entanto, o Clã Kumamaru começou o seu dia mais cedo que o resto da vila, embora alguns membros do Clã ainda estivessem na cama a dormir. O jovem Gennin Raiza Kumamaru, recém graduado da Academia, e o seu fiel companheiro Caius, um pequeno urso castanho, ainda estavam na sua cama a dormir, despreocupados pelo costume do seu Clã. Enquanto o Clã começava a manhã, um grande vulto aproximou-se da porta do quarto de Raiza, sem este notar.
-GROOOOOOOOWL!!! - O vulto grande soltou um grande rujido que acordou Raiza com um grande sobresalto e fez com que este desse uma grande cabeçada na parede à qual a sua cama estava encostada.
-Au! - Gritou Raiza, atordoado pelo cabeçada acidental que tinha acabado de disferir - Era necessário acordarem-me dessa maneira?
-Talvez devesses dormir com a tua hitai-ate colocada na testa. Já não sentirias dor ao chocar com a cabeça - Disse a fonte do rugido anterior. A voz era grossa e rouca, animalesca.
-Ahah, muito engraçado Mobius! - Disse Raiza com sarcasmo, esfregando a sua testa para tentar aliviar a dor.
-Chega de conversa! Levantem-se já os dois, se não chegamos atrasados! - Retorquiu uma terceira voz, mais suave mas com uma grande autoridade, enquanto se aproximava da porta do quarto de Raiza.
Ao chegar ao pé da porta, esta terceira voz abriu a porta ficando a fitar Raiza enquanto este se levantava da sua cama. Raiza movimentou-se na sua cama ficando sentado na sua berma, olhando para a porta, podendo observar o seu Pai, Shura Kumamaru, com uma expressão autoritária, e o seu companheiro Mobius, um grande urso branco que estava atrás de Shura. O breve silêncio foi interrompido por um pequeno ronco. Raiza e Shura olharam para o chão no centro do quarto e observaram que o pequeno Caius ainda estava a dormir.
-Huh, porque é que isto não me surpreende? - Perguntou Shura com um ar algo aborrecido.
-Talvez por ele ser sempre o último membro do Clã a acordar - Respondeu Raiza com um pequeno sorriso na cara - Seja humano ou urso.
-Mobius, tratas disto por favor? - Sugeriu Shura com uma cara sem expressão.
-Claro que sim, Shura - Respondeu Mobius com um grande sorriso na sua cara - Aproveito qualquer oportunidade que tenha para fazer a vida negra ao Caius.
-Mobius.. - Disse Raiza com um olhar preocupado, na direcção de Mobius e Shura.
-Tem calma filho - Disse Shura - Tu sabes que o Mobius nunca faria mal ao Caius.
Ao dizer isto Shura deu um passo ao lado, dando espaço a Mobius para entrar no quarto, caminhando sobre as quatro patas. Ao chegar ao pé do corpo repousado de Caius, Mobius aproximou o seu focinho ao de Caius, e deu-lhe uma grande lambidela.
-Ewww, para que é que foi isso? - Disse Caius acordando imediatamente, a sua voz mais fina e jovial.
-Estamos todos à espera que tu acordes, porque temos que nos despachar para irmos embora - Disse Shura com uma voz autoritária.
-Porquê? Onde é que temos de ir? - Perguntou Caius confuso.
-À cerimónia. É hoje o segundo aniversário - Respondeu Raiza com um ar triste.
Meia hora depois, Raiza e Caius, já prontos para sair de casa, dirijiram-se à praça central do Clã Kumamaru, situada em frente às residências do clã. Lá vários jovens do Clã brincavam e corriam, juntamente com os seus companheiros ursos, à volta da pequena fonte que se situava no centro da praça. No lado da praça oposto à casa de Raiza, Shura e Mobius esperavam por Raiza, juntamente com dois vultos mais pequenos. Ao se aproximar Raiza pode observar que os dois vultos eram o seu irmão mais novo Shiza, e o seu companheiro urso Delg.
-Ahah, és sempre o último a chegar Raiza - Torçou Shiza.
-Tem preceito Shiza! - Ralhou o seu pai, dando-lhe uma leve palmada na nuca - Este não é propriamente o dia adequado para ter comportamentos infantis!
-Peço desculpa pai - Lamentou Shiza fazendo uma pequena vénia.
-Vamos por-nos a andar então - Disse Shura - Ainda podemos chegar lá a tempo.
Raiza apenas consentiu e os 6 começaram a caminhar, Shiza e Delg de mãos dadas, e Mobius a caminhar sobre as 4 patas. Ao longo do seu caminho, vários aldeões faziam uma pequena vénia cumprimentado a família, gestos que estes retribuiam de igual forma, embora todos tivessem em silêncio quando se aroximavam do grupo.
O destino do grupo estava assinalado numa placa grande sobre um portão aberto, que dizia "Cemitério de Kumogakure". O grupo de 6 entrou pelo portão passando por campas de outros shinobis e aldeões cujos corpos tiveram como último destino aquele local. Os 6 pararam junto de um grupo de cerca de 10 pessoasque estavam todas aglomeradas à volta de uma campa que era maior e mais larga ddo que as outras. Os olhos dos 3 homens começaram a ler os 4 nomes que estavam engravados na larga lápide, até pararem no único nome feminino engravado: "Aurora Okamoto"
-Mãe... - Sussurrou Shiza com uma voz triste e fraca.
Raiza olhou para baixo oara o seu jovem irmão e pôs o seu braço à volta dele puxando-o para perto de si e esfregou a sua mão no cabelo do pequeno irmão, tentando consolá-lo. Raizza então procurou a cara do seu pai e partilhou um olhar cúmplice com ele. Um movimento em frente à lápide apanhou a atenção de Raiza. Uma jovem kunoichi, vestida com o colete de Chunnin, virou-se para o resto das pessoas à volta da lápide e preparava-se para começar a falar. Shura e Raiza colocaram Caius, Shiza e Delg nas costas de Mobius, para poderem ver o que se passava.
-Caros amigos e familiares - Começou a kunoichi - Estamos aqui hoje para relembrar os nossos queridos que faleceram. Aqueles que foram emboscados em missão há dois anos, e que perderam as suas vidas representando a nossa vila, tentando eliminar uma possível ameaça ao nosso bem estar. A procura pelos culpados nunca parou, e a nossa melhor hipótese de os encontrar é Manyu Azami, o único sobrevivente deste ataque,e que está actualmete em coma no nosso hospital. Ainda não sabemos quem foi, mas nós vamos encontrar quem foi o culpado por este ataque!
Alguns olhares discretos viraram-se então para Raiza e Shura que permaneceram cabisbaixos. Os discursos não duraram muito mais tempo e eventualmente as pessoas começavam a deixar o local incluíndo Shura, que levou Caius, Shiza e Delg consigo, ainda nas costas de Mobius, até eventualmente só Raiza e a kunoichi permaneceram em frente à campa. Raiza aproximou-se dela, eu agora estava virada para a campa, de costas para Raiza.
-Não se torna mais fácil com o tempo pois não Aisa? - Perguntou Raiza pondo o seu braço à volta dela.
-Foi o único parente que alguma vez conheci - Respondeu Aisa enconstando a sua cabeça ao ombro de Raiza - Nunca se há de tronar fácil.
-Eu percebo. Não queria estar na tua situação - Disse Raiza não tendo palavras que pudessem remediar a situação.
-Embora a tua situação também não seja fácil - Disse Aisa, fraca e entre lágrimas.
-Pois não - Respondeu Raiza olhando em direcção ao portão, conseguindo ver as silhuetas distantes do seu pai, de Mobius e dos seus passageiros - Não sei o que é mais difícil... A minha mãe ser uma traidora, ou ter de mentir ao meu irmão sobre isso.
-Ele há de compreender um dia Raiza - Disse Aisa encostando a sua mão a cara de Raiza e acariciando-o.
Os dois jovens ficaram parados por momentos a olhar para a campa, até eventualmente decidirem ir-se embora. Aisa decidiu acompanhar Raiza até casa, e ao se aproximarem do pátio do Clã Kumamaru, Aisa e Raiza avistaram uma pequena rapariga a correr em direcção a eles, com uma expressão algo alarmante. Ao se aproximar, Aisa reconheceu a rapariga como sendo Irai Azumi, a filha de Manyu Azumi, o shinobi em coma.
Quando chegou ao pé deles, Aisa ajoelhou-se à altura de Irai e abraçou-a, enquanto esta recuperava o fôlego. Ao olhar para a cara de Irai, Aisa não conseguiu deixar de reparar num leve sorriso na cara da pequena rapariga.
-Então pequenina? - Disse Aisa tentando sorriso de volta - O que é esse sorrisinho nessa cara?
-É o meu pai - Respondeu Irai ainda tentando recuperar o fôlego - Ele acordou...