OFF: Passou-se o prazo e não houve comunicação sobre o atraso. Então... Continuando.
A noite já se aproximava quando os dois gennins resolveram parar para descansar antes de chegarem. Era óbvio que precisariam de todas as suas forças para realizar a tal mudança de maneira rápida. Pensando nisso, o já cansado Kaneda saltou com alguma agilidade contra uma das árvores mais próximas e quando efetuou um selo com as mãos, o jovem levou chakra até os pés para deslizar em segurança até o chão onde uma pequena clareira se abria. Gosu logo repetiu o movimento de seu companheiro e se juntou a ele esboçando um pouco de estafa.
Melhor mesmo. Se acontecer alguma coisa é melhor estarmos descansados. – Raciocinou o Uchiha, percebendo a situação que os dois se encontravam.
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Buscar madeira? – Perguntou o animado Iwannin.
Maneando a cabeça, Kaneda suspirou de cansaço, mas concordou. Todo desconforto era melhor do que comer aquela ração fria. –
Ok. – Concluiu, adentrando na mata pelo oeste enquanto Gosu se dirigiu ao lado oposto. Agora sozinho, o gennin da folha já começava a sentir a fria brisa da noite e percebia que as sombras começavam a ficar mais largas e homogêneas.
Preciso ser rápido. Escurecerá em alguns minutos. – Calculou rapidamente vendo a posição relativa entre a sombra e a inclinação solar. Assim, olhando ao redor, o garoto encontrou uma grande árvore ressequida entre as inúmeras trepadeiras, deixando apenas alguns galhos secos de fora. Galhos perfeitos para se fazer fogo.
Sem tempo a perder, o ninja então decidiu por começar a colher os galhos mais próximos ao chão. Levando a mão na mochila, Kaneda sacou sua kunai invertida e contraiu os músculos do braço com força num corte ascendente contra o primeiro galho que ainda recebeu mais alguns golpes até ceder aos cortes. O rapaz ainda repetiu a manobra mais algumas vezes até que terminou com os galhos mais próximos. –
Três, seis, nove... – Ele contabilizou a madeira que tinha, mas certamente não tinha o suficiente. Agora precisava subir para cortar os galhos de cima.
Saco... Levando chakra para os pés após alguns selos, o Uchiha começou uma penosa subida até os galhos, mas logo perdeu o equilíbrio e caiu estatelado no chão.
Com alguns arranhões, o menino xingou algumas vezes a sua falta de habilidade e já começava a esquematizar uma alternativa para não subir de novo.
Os galhos estão dispostos de maneira quase retilínea. Acho que dá para atingi-los daqui. – Raciocinava quando começou a retirar alguns shurikens da bolsa. Fazendo mira, Kaneda enfim gemeu ao injetar força nos músculos e começou uma série de arremessos débeis que após alguma demora começaram a cortar a madeira seca. Fazendo uma rápida recontagem, ele finalmente tinha toda madeira necessária para a fogueira. Juntando-as com as mãos, o ofegante ninja fez força novamente para levar a madeira de volta ao acampamento.
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Demorou. – Reclamou Gosu, já com a fogueira incendiada.
Mas que droga! Trabalho perdido.-
É... Tive um contratempo. – Respondeu à contragosto.
***
O dia amanheceu e os dois ninjas já estavam na estrada. Saltando pelo alto das árvores, ambos torciam para chegar em tempo de salvar pelo menos alguns móveis. Mas foi quando a densa vegetação começou a se tornar mais escassa quando finalmente os dois conseguiram vislumbrar o grande trabalho que teriam. No cume de uma montanha, bem no alto, uma mansão caindo aos pedaços inclinava-se perigosamente sobre a beirada de um precipício que se estendia até um rio caudaloso que separava a floresta da planície pedregosa. –
Parece que é ali. – Comentou Gosu, passando rapidamente por Kaneda ao saltar sobre rio até a outra margem. Já sentindo preguiça do trabalho que teria, o Uchiha o perseguiu.
Rapidamente, os ninjas subiram pela estreita trilha que ziguezagueava o monte até o alto quando finalmente se depararam no portão principal da residência decadente. Realmente era um imóvel imenso. Construído com três pavimentos praticamente sucateados, com toda madeira já enegrecida pela grande umidade. Seus muros caindo aos pedaços serviam de limites para as ervas daninhas que digeriam um punhado do que um dia eram balanços infantis. Abismados com a falta de segurança no local, os dois ninjas se entreolharam e nem precisaram comentar em como era impraticável viver ali.
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Olha... O portão está aberto. – Comentou Gosu, já empurrando a peça de metal enferrujada que cedeu num rangido muito alto. Dando de ombros, o gennin da Folha seguiu o companheiro e adentrou naquele cenário de filme de terror.
Acho que não quiseram nos esperar. – Pensou o Uchiha, vendo ao longe uma carroça repleta de móveis logo em frente aos degraus da entrada da residência. –
Parece que não nos esperaram. – Comentou Gosu. –
Rápido. Vamos lá ajudar. Concordando com o pedido, Kaneda acompanhou o companheiro e após concentrar chakra efetuar um rápido shunshin, os dois ninjas ressurgiram aos pés da escada onde um par de homens gemiam para descer com um cofre até a carroça.
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Olá! Gostaríamos de conversar com a dona da casa. – Inquiriu Gosu.
Os homens pareciam bastante sobressaltados com a chegada dos dois ninjas e após gaguejarem por alguns segundos constrangedores eles se entreolharam e derrubaram o cofre onde estavam, começando a sacar suas espadas afiadas. –
Saiam do caminho. Senão machucaremos vocês, pivetes! – Ameaçou o primeiro deles. Não era preciso ser detetive para perceber o que estava se passando ali.
Ladrões. Sem aguardar, Gosu agiu e saltou por cima da carroça para conseguir alcançar o segundo gatuno, deixando o primeiro para o Uchiha cuidar. –
Dynamic Entry! – E o Iwanin já disparava um chute lateral contra o alvo. Enquanto isso, nervoso, Kaneda via seu adversário se aproximar com sede de sangue.
Raciocinando com rapidez, o gennin de Konoha recuou com agilidade para escapar da primeira estocada do homem, tomando medidas para não facilitar a luta. Juntando chakra através de rápidos selos, ele finalmente ativou o jutsu que logo fez surgir algumas cópias intangíveis ao seu redor. Nesse momento o atacante frenou o avanço, com receio da técnica e nesse vacilo ele deu abertura para que o verdadeiro Kaneda sacasse um shuriken, o qual arremessou com toda força contra o meliante. O projétil riscou o ar e foi bloqueado pela espada do bandido que agora sabia quem era o verdadeiro dentre as imagens. O homem se aproximou rápido e gingou a lâmina contra seu peito, deixando um profundo risco horizontal em sua pele. O sangue espirrou. –
Não podes vencer garoto. Melhor ir embora. – Provocou.
Preocupado, Kaneda sabia que precisava acabar logo com aquilo ou eles poderiam morrer. Pensando rapidamente enquanto se esquivava mais uma vez, o jovem da Folha se lembrou de uma estratégia que aprendera na academia e torceu para que seu colega de missão lembrasse desse ensinamento. –
Ataque invertido! – Gritou o Uchiha ao companheiro. Este, por sua vez, já trazia alguns cortes pelo corpo quando acenou indicando que sabia do que se tratava. –
Agora! – Comandou Kaneda. E como aprendido na academia, os dois ninjas sacaram suas armas de arremesso, atirando-as num só momento, mas com alvos trocados. Gosu arremessou contra o adversário de Kaneda e Kaneda arremessou às costas do adversário de Gosu. Pensando que os ataques seriam diretos, os dois bandidos foram surpreendidos.
Rapidamente a kunai de Gosu atingiu a omoplata do bandido, enquanto o outro tinha a perna perfurada por um shuriken. Era a abertura que os gennins queriam. –
Hora do troco! – Esbravejou o Uchiha, saltando animado contra o oponente que se debatia para retirar a kunai das costas. Foi um ótimo trabalho de equipe. Um ótimo plano. Cerrando o punho esquerdo, Kaneda começou o espancamento com um forte soco direto no queixo, fazendo o bandido cambalear e embater de costas na carroça. Rodopiando no próprio eixo com agilidade, o ninja terminou o serviço ao elevar a perna e chicotear o membro na lateral do rosto do meliante que deslizou já inconsciente para o chão.
Enquanto isso, seu companheiro acabava de efetuar uma joelhada no estômago do adversário, que cambaleou na direção de Kaneda.
Não vai escapar! Agachando-se com rapidez, o Uchuha girou a perna numa poderosa rasteira que fez o homem cair pesadamente no chão. Nesse momento, Gosu ressurgia no alto e sua perna desceu para completar o combo em conjunto no peito do último. E com um gemido de dor, o combate tinha terminado. Exaustos, ambos se sentaram na escadaria ansiosos para terminar a missão.
Mas onde estão os moradores? – Perguntavam-se. Foi quando finalmente alguns gemidos abafados vindos de dentro da residência mataram a charada. –
Estamos indo! – Gritou Gosu.
Adentrando com pressa na mansão aos pedaços, os ninjas logo encontraram um casal de idosos que estavam amarrados na antessala do local. Desamarrando-os com rapidez, os ninjas carregaram o casal para fora em segurança, já querendo saber como realizariam o restante da retirada dos móveis. –
Não precisará. Os bandidos já tem tudo na carroça. – Comentou a mulher, agradecida por ter sido salva.
Ainda bem. Assim, puxando a carroça pela trilha à baixo, os gennins acompanhavam os idosos para sua nova morada quando ouviram o estrondo da mansão que desabava totalmente no precipício. Essa tinha sido por pouco. Assim, descarregando os móveis no novo local indicado, os gennins retornaram para a Vila da Pedra para receber a tão desejada recompensa. Um trabalho que envolveu sorte e determinação. –
Pelo menos me livrei da tal “morte azarenta”. – Suspirou Kaneda.
FIM