- Olá outra vez! Desculpa o atraso. - cumprimentou.
- Está na hora de outro treino! E portanto, é favor de liderares o caminho até à zona de treinos mais próxima.
A rapariga pareceu meia desorientada com a maneira rápida como eu dava a informação e passava logo às ordens, mas acatou-as, começando a guiar-me até uma grande planície rochosa e deserta.
- Vou ser directo. Vamos começar a lutar e quero que me mostres tudo o que tens para saber o que é que temos de trabalhar! Podes começar!
A rapariga de olhos azuis não perdeu tempo e disparou uma pequena bala de chakra na minha direcção. Evitei com relativa facilidade, enquanto a kunoichi se aproximava. Esticou um braço na minha direcção mas voltei a desviar-me e rodopiando sobre mim próprio disferi-lhe um pontapé enviando-a para trás.
- Tenta outra vez - disse-lhe.
Ela correu na minha direcção e deslizou pelo chão, tentando um pontapé circular. Saltei evitando-o, e com uma rápida libertação de chakra para os pulmões cuspi duas pequenas esferas de chamas contra a sua perna, e afastei-me de seguida. A rapariga levantou-se, queixando-se das leves queimaduras que lhe provocara e sacou de uma kunai, avançando sobre mim, tentando disferir-me golpes.
- Estás a ir muito bem para quem é dita como inapta a kenjutsu - disse-lhe, enquanto me afastava dos seus movimentos com o braço - Ouvi até dizer que te recusavas a usar armas. Não preciso de Sharingans para perceber genjutsus desse nível.
Quase que instintivamente, libertei-me da ilusão, quebrando o fluxo de chakra com um Kai. Agarrei-lhe a mão com que fingira segurar uma kunai, enquanto aglomerava chakra nos pulmões e fazia selos com a mão livre. Expeli posteriormente uma bola de fogo, contra ela, mas largando-lhe o braço, de maneira a que conseguisse escapar à ultima da hora, sentindo apenas o perigo do calor da enorme esfera de chamas. Aproveitei-me da aflição em tentar evitar as chamas, e dispersando algum chakra até ao selo no pulso, invoquei uma corda e atirei-a na sua direcção, prendendo-lhe a perna. Vamos lá ver como te safas desta! Injectei chakra nos pulmões e aproximando a corda, esticando-a, que a prendera da boca, expeli-o formando um dragão de fogo que começou a avançar através da mesma em direcção à Fukeru. Esta finalmente se apercebeu da corda presa à sua perna e pôde ver as chamas a chegarem-lhe mais perto. Tentou retirar a corda da perna, mas rapidamente desistiu. Olhou em volta e apercebeu-se da sua proximidade a um rochedo. Saltou para trás com um mortal à retaguarda, aumentando a tensão na corda, e deu um murro, fazendo a linha ceder e quebrar. Assim as chamas consumiram a corda e findaram. A rapariga ainda no seu salto, encostou os pés sobre o rochedo e impulsionou-se velozmente na minha direcção. Podia esquivar-me, mas ia testar a sua força. Respirei fundo e contraí os músculos, recebendo o forte impacto do ombro da rapariga no seu golpe de taijutsu. Esta recuou e preparou o próximo golpe, levando a mão atrás com os dedos esticados e depois avançando-a. Voltei a inspirar e contrair o corpo e desta vez, fui contra a sua palmada, servindo-me do meu peito para absorver o impacto. A sua mão recuou e logo o outro braço avançou com um forte murro sobre os meus abdominais. No entanto, aguentei, sempre como se não estivesse a receber golpe algum. Perante o seu insucesso a Sokei saltou para trás, para reconsiderar a sua abordagem. Enviei chakra até à palma das mãos e forgei um corvo ilusório, atirando-o de seguida no ar e fazendo-o voar até trespassar a kunoichi no toráx, passando pelos pulmões que rapidamente ficaram dormentes. A kunoichi meteu as mãos ao peito, invandida pela estranha sensação. Era quase como se não sentisse se estava a respirar ou não, e a sua respiração começava a ficar mais ruidosa enquanto a forçava para se certificar que o continuava a fazê-lo. Corri até ela, enquanto libertava chakra preparando a minha ilusão seguinte. A Fukeru reagiu, esticando a perna, instintivamente, para se defender com um pontapé que me acertou em cheio. Ou assim pensou. Esquivara-me do golpe, e o que ela via era apenas a ilusão do meu corpo a ser atingido e desfazendo-se rapidamente em corvos que voaram para trás de si, formando um novo eu, na minha verdadeira posição. Estendi o braço e cutuquei-lhe o ombro, fazendo a virar-se, assustada e novamente de perna erguida, rodando sobre si própria, com um pontapé rotativo. Baixei o meu centro de gravidade ligeiramente e estiquei o braço direito, bloqueando o seu pontapé.
- Mas como é que fizeste isso? - questionou.
- Isto o quê? - perguntei de volta - Será que fiz alguma coisa de todo? Será que eu estou mesmo aqui? Será que estás sequer a lutar comigo? O que é realmente real? - indaguei sucessivamente, começando a brincar com a sua mente.
- Então usaste genjutsu - depreendeu.
- É possível, mas nem eu sei - continuei em tom de troça - Será que realmente lutaste comigo?
Libertei algum chakra e dirigi-o até à ponta dos dedos, libertando deles uma enorme quantidade de corvos, de maneira a mascarar a minha fuga e escondi-me atrás de uma das rochas naquele campo de treinos. A loira olhou em volta, procurando-me com os seus olhos esmeralda.
Era altura de acabar com aquele treino e por isso, juntei as mãos e aglomerei chakra na forma de três clones de sombras, feitos de corvos. Estes rapidamente surgiram próximo de Sokei e rodearam-na.
- Clones… Não são de grande durabilidade - pensou a rapariga, analisando a sua situação enquanto os examinava com os olhos.
- Lutaste sempre com clones, a luta que pensas que tiveste, não existiu - disse um deles - Terás de tentar mais tarde. Esta ilusão chegou ao fim - anunciou o clone.
A kunoichi loira saltou e esticou a perna acertando com um valente pontapé na cabeça de um dos clones que se desfez imediatamente, libertando um tanto de corvos. Um dos dois restantes segurou-a, prendendo-lhe os braços, enquanto que o outro se aproximou.
- A ilusão chegou ao fim, como disse - reforçou - Não vale a pena resistir.
Libertando algum chakra que transmitia ao clone que falava, formei alguns selos, moldando a energia e seguidamente o clone chegou mais perto da kunoichi presa e abraçou-a. O tempo não teria sido o suficiente para que se questionasse sobre porque raio é que estava a ser abraçada, pois o clone explodiu imediatamente no mesmo instante. Por entre o fumo e os corvos esvoaçantes em todas as direcções, a rapariga ficou no chão, sem sentidos.
Aproximei-me e ergui-a com a força dos meus braços, passando a transportá-la de novo até à vila.