Treino 9 - Os Samurai
Riku e Hikaru exploravam atentamente o palácio do senhor feudal quando ouviram o tilintar de espadas no jardim. Olharam atentamente, vendo que dois jovens samurais lutavam no piso térreo. Os Genins começaram instantaneamente a fervilhar. A rivalidade oculta com os Samurai borbulhava, bem como a vontade de combater. Hikaru abriu a janela e saltou com uma cambalhota aérea, concentrando chakra nos pés no último segundo para aterrar em segurança numa árvore. Riku seguia-o de perto.
Os dois jovens samurai de tronco nu pararam a olhá-los.
- Importam-se que nos juntemos? - perguntou Riku num tom gozão.
- Malditos putos shinobi - respondeu o mais velho com um sorriso - mas não se queixem se se derem mal no fim.
- Vamos a isto, Hikaru!
- Não fiques para trás, Riku! - respondeu Hikaru num grito.
Os Genin loiro desembainhou a sua foice e arremessou-a rapidamente contra o samurai mais próximo. O rapaz bloqueou o ataque com a sua katana, sem dificuldade, enquanto o outro avançava contra Hikaru de espada desembainhada. Riku interpôs-se entre eles, bloqueando o avanço do segundo samurai com um pontapé flamejante que o obrigou a recuar.
"Não pensei bem", reflectiu Hikaru, "se eles são samurais saberão lidar com armas melhor do que nós. E nesse caso a resposta é.."
Arremessou duas kunais com uma Kibaku Fuuda atada em direcção ao samurai mais próximo, numa tentativa de o manter ocupado. Riku continuava a travar um combate próximo com o samurai, afinal de contas a sua agilidade e taijutsu estavam longe das de Hikaru. Mas não iria ficar para trás.
Cruzou as mãos em selos rápidos enquanto focava chakra na sua mente e pensava na criatura que iria invocar. Trincou o dedo e colocou o braço no chão com ar de triunfo. Um corvo surgiu e lançou um crocito alto, antes de pousar no ombro de Hikaru.
- Ao ataque!
O pássaro levantou voo e disparou entre a poeira que começava a avançar. Hikaru cruzou as mãos em mais selos, procurando conduzir o seu chakra até à ave, emitindo um sinal para a mesma. Quando finalmente se abeirou do jovem samurai, que o esperava de espada em riste, já não era um corvo, mas sim uma multidão deles. Os corvos rodearam o samurai, ocultando o seu campo de visão, como planeado. O intervalo ganhar-lhe-ia alguns segundos de tempo. Preparava o seu ataque final quando uma rajada de chakra o atingiu no ombro. O segundo samurai livrara-se de Riku durante alguns segundos e lançara uma rajada de chakra da sua espada. Hikaru sangrava ligeiramente do ombro, a interferência do seu parceira impedira que o ataque fosse tão mortífero como devia ser.
O Genin loiro aproximou-se do segundo samurai com um shunshin, empunhando a sua kusarigama. Como esperado, o samurai bloqueou o seu ataque, mas não podia prever o que se seguia. Era algo que ele e Riku faziam frequentemente, o tipo de estratégia que só o passar dos anos poderia fazer prever. Hikaru largou a foice segurando a arma apenas pela corrente e puxou com toda a sua força, afastando-se agilmente. A sua manobra obrigara o samurai a baixar a espada, mas não a largou. A sua face contorceu-se num sorriso, mas a beleza do ataque estava na verdade na bola de fogo que Riku acabara de lançar na sua direcção. Impossibilitado de fugir, o Samurai largou a katana e afastou-se de um salto. Verdadeiramente, a estratégia era simples, fazer o inimigo crer que Riku apenas se sairia bem com taijutsu e Hikaru com ninjutsu e confundir os inimigos ao inverter os papéis, quando chegasse a altura certa.
Não tinham conseguido abater nenhum deles, mas um dos samurais estava desarmado pelo menos. Os corvos haviam dissipado e o mais jovem dos inimigos de treino já saíra do seu meio, escapando com apenas alguns arranhões.
- Não se safam mal para quem apenas sabe lutar com espadas, samurais! - exclamou Hikaru, vibrante com o combate.
- Hmph, ainda o melhor está para vir, shinobi! - replicou o mais velho do samurais, retirando da bainha a sua segunda espada, uma wakizashi mais curta.
- Riku - sussurrou ele - já gastei demasiado do meu chakra, é possível que tenhamos de trocar de alvos. O ruivo apenas assentiu, compreendendo que apesar dos truques não terem acabado, Hikaru não deveria abusar de ora em diante em ninjutsu.
A conversa quase lhes custara a batalha, ambos os samurai haviam levantado a espada e desferido o que parecia ser um corte em pleno ar. As suas mentes pareceram funcionar à velocidade da luz e ambos se afastaram com uma cambalhota para o lado, enquanto a dupla lâmina de chakra atravessava o ar vazio. Hikaru levantou os olhos, apenas para ver o samurai mais velho à sua frente, brandindo a sua wakizashi. Agarrou a corrente com ambas as mãos e bloqueou a lâmina descendente. Antes que pudesse pensar, o inimigo acertou-lhe um valente pontapé lateral, que o mandou a rastejar alguns metros. Ergueu-se de um salto, dando um puxão à corrente para recuperar a sua foice. O samurai bloqueou o seu avanço, espetando a sua própria espada no chão, mas Hikaru já não lhe prestava atenção.
Erguendo um dedo apenas lançava um sinal de chakra aos corvos que ainda restavam. Eles lançaram-se sobre o adversário. Cruzou as mãos em selos velozes enquanto enviava chakra às aves. Os corvos multiplicaram-se e agregaram-se para se juntarem numa forma humana. Os dois Karasu Bunshins atacaram-no simultaneamente. O Samurai, sem qualquer aptidão para ninjutsu pareceu surpreso, mas nem por isso deixou de se defender. Lançou-se num ataque desenfreado com a Wakizashi contra os clones, desfazendo um imediatamente. Era a chance que Hikaru esperava. Concentrou um pouco de chakra no dedo indicador e disparou. Infelizmente, no seu debate com o clone, o Samurai acabou por se desviar. O seu tiro de chakra acertou no seu próprio clone que se desfez em corvos.
- Oh gaita.
O samurai não perdeu tempo e avançou para ele, apanhando a sua wakizashi e correndo desenfreadamente. Estava quase sem chakra, mas moveu-se sem pensar. As suas mãos moveram-se rapidamente em selos complexos enquanto a imagem terrível lhe assolava a mente. Projectou o chakra para o adversário, que estacou subitamente. A sua vontade assassina manifestara-se no genjutsu que lançara. Não era uma área em que era perito, mas se era estranho para Hikaru, ainda mais para o samurai à sua frente.
Aproximou-se do inimigo num shunshin, tão veloz como conseguia, socando-o em direcção ao ar com toda a força que tinha. O samurai soltara-se assim do jutsu, mas era demasiado tarde. Célere como um raio, Hikaru colocou-se nas suas costas com um Kage Buyō. Do ponto cego do inimigo, golpeou-o uma e outra vez, no peito e na barriga, rodopiando sobre si mesmo e finalizando o combate com um pontapé descendente (Shishi Rendan), caindo desamparado no chão ele próprio. Os quatro jovens levantaram-se, todos eles macilentos e magoados, mas mais fortes, sem dúvida.