Kaede tinha já os seus dez anos. O seu cabelo dourado, que fazia questão de crescer anormalmente, a garota tratava logo de o cortar. Mantendo sempre o seu cabelo pequeno, sobre os ombros. O sol já se fazia ver lá no topo, a mãe de Kaede rapidamente pegou no seu instrumento de trabalhar no campo e partiu em direcção aos campos. Já a mais pequena garota resolveu ir recolher uns pequenos frutos para oferecer ao camponês, que a viu nascer, mas agora está perto da morte. Subia cuidadosamente as árvores, conseguindo retirar este e aquele fruto. Após preencher uma bonita cesta de fruta colorida e diversa, retomou o seu caminho para a pequena casa de palha. Aquela ambiente era bonito. Os campos a frente brotavam lindas colheitas naquela quente primavera, a casa era humilde mas transpirava amor. Mal se abria a porta, a sala e a cozinha eram a mesma divisão. Uma cozinha pequena no canto esquerdo e uma sala composta por imensas instantes de livros no centro. Kaede caminhou delicadamente entre a mobília que preenchia os espaços, e depois de lavar a fruta recolhida, tomou o caminho para o quarto onde o agricultor estava.

- Sr. Wattana? - Perguntou Kaede vendo se tinha a permissão para entrar no quarto onde o homem já de idade descansava. O homem deu permissão com o indicador esquerdo para a pequena garota se aproximar, ela assim fez, pousando a fruta bem próxima da cabeça do doente. Arrumou a roupa e acomodou o senhor. Sentou-se na beira da cama e olhar com um olhar triste o corpo cansado de Wattana.

- Porque estás a sim minha querida? - Perguntou Wattana, tossindo entre palavras, mostrando cada vez mais a sua debilidade com o passar do tempo. Os seus pulmões tinham cedido aos imensos cigarros que tinha fumado. Os seus pulmões, anteriormente limpos, tinham perdido a batalha contra os cigarros e a guerra estava prestes a ser declarada finalizada. Kaede não quis responder, mantendo-se triste mas com um olhar fixado naquele homem fragilizado - Pequena Kaede, vou te contar um pequeno segredo. Ou ainda melhor. Uma pequena história. - Começou Wattana, reunindo todas as forças para começar a contar a história.

- Era uma vez uma mulher. Era forte, era capaz de tudo e mais alguma coisa se ela realmente quisesse. Uma vez, sendo ela uma kunoichi de Iwagakure, foi até a uma pequena vila. Tratar de uns problemas por causa de uns assaltantes. - Kaede mantinha-se atenta a história, de olhos atentos e pousados no corpo de Wattana que fazia um esforço enorme para falar. - Numa noite, quando estava a fazer segurança, os assaltantes resolveram atacar. Ela conseguiu safar-se de um. dois. três e até de quatro mas eles eram cinco. O último assaltante caiu-lhe em cima, tentou usar o corpo dela como ninguém tinha usado. Foi então que um pequeno "desconhecido" do mundo dela e das suas habilidades apareceu. De dentes cerradas e com uma pá na mão despachou ali aquele último assaltante. - Relatava Wattana sentindo-se bem com ele próprio enquanto contava aquela a história. - Mas não foi só o assaltante que ele encontrou e despachou. Despachou o coração frio da kunoichi. Aquele coração que não aceitava ninguém, apartir daquele momento, viu um homem que foi capaz de fazer por ela o que nunca ninguém quis fazer: defende-la. - Estava mais que visto que aquela era a história do Sr.Wattana, e da sua mulher Kaede que tinha abandonado tudo e a sua vila oculta apenas para ser feliz ao lado do único homem que amou. - Ela é a prova que se fechares o coração, tudo é escuro. Também não estou a dizer para abrires uma porta, podem te magoar, mas abre uma janela para veres que lá fora não é só escuridão mas sim um sol. Um sol que te pode alegrar. Portanto não vou aceitar essas lágrimas, mas aceito um abraço. -

Kaede caiu rapidamente nos braços do Sr. Wattana a respirou dele estava mais calma, tão calma que parou. A garota afastou do corpo e viu que aquele homem que tudo deu a ela e à sua mãe tinha acabado de dar o seu último suspiro. O coração de Kaede apertava, mas no fundo sabia que ele agora estava perto da mulher que amava. Perto da mulher que o fez feliz.