Sentado num balanço de madeira feito de forma simplória, um garoto de aproximadamente oito anos fica se balançando calmamente. Seus pequenos braços seguram a corda de sustentação enquanto seu corpo vai para trás e para frente, impulsionados por uma bela mulher de cabelos brancos e olhos doces cor de mel, sua expressão parece transbordar alegria, como se estivesse perdidamente apaixonada.
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Meu pequeno... Apenas oito anos e já se tornou um gennin! - seu sorriso é meio encabulado, como se ainda não acreditasse no ocorrido.
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Foi muito fácil, mamãe! O tio zarolho apenas pediu para eu me transformar nele e depois naquele garoto chato que diz que meu cabelo é pintado... - disse o garoto, com a cara emburrada
- Ow meu querido, não ligue para o que esses garotos dizem! Eles apenas não estão acostumados a ver alguém com um cabelo desta cor! - indagou a mulher carinhosamente.
- Eu e seu pai estamos muito orgulhosos e preparamos um presente para você!- Presente? - ele pula do balanço e depois encara sua mãe, com os olhos brilhando de alegria. -
EU QUERO!- Eu vou preparar agora enquanto seu pai ainda não chegou do trabalho, comporte-se meu amor! - ela se agacha e beija a testa do amado filho, indo depois para o interior da sua casa para preparar o presente do seu filho.
Um pouco chateado por sua mãe não ter dito qual era a surpresa, o garoto grisalho ainda se mostra feliz por agora poder ficar imaginando qual seria a surpresa, imaginando desde um grande bolo de chocolate até uma festa surpresa com todos os seus amiguinhos reunidos e esperando por ele.
Tais pensamentos dominam sua mente por um longo tempo até interrompidos pelo som de algo batendo em alguma coisa.
Curioso, o garoto desce mais uma vez do balanço e depois sai procurando o local de onde o som foi emanado, chegando numa pequena clareira próxima da sua casa, encontrando o garotinho que ficou rindo do seu cabelo, intitulado de Wuu batendo com um pedaço de madeira num cachorro vira-lata.
- Pulguento... Por que você é tão feio? - o pivete de cabelos negros continua batendo no pobre animal, com um sorriso satisfeito no rosto.
- Ele é feio porque é de rua, mas você é feio porque nasceu assim! - o jovem uchiha retruca, se preocupando mais em ofender aquele garoto que tanto odeia do que com o cachorro.
- O que você disse? - Wuu fala com raiva na voz enquanto se aproxima do uchiha e logo depois o empurra no chão com força, de forma a machucá-lo.
- É melhor do que ter cabelo de velho igual a sua mãe nojenta!O pequeno uchiha observa Wuu com um olhar choroso e cheio de rancor, muito magoado com as ofensas feitas não só a ele como também a sua mãe. Sua mente é corrompida por vários sentimentos negativos que até então ele desconhecia, o levando a querer bater no garoto até fazê-lo sangrar e implorar para que pare.
Contudo, enquanto estava caído o cachorro vira-lata, livre dos ataques do seu agressor, pula na mão de Wuu e a morde com violência, tirando sangue e fazendo o garoto solta o cabo de madeira enquanto grita de dor. Ainda não satisfeito, ao ver que o garoto está sem sua arma o cão pula em cima dele e começa a morder seu pescoço de forma desenfreada, fazendo sangue espirrar em várias direções diferentes.
O pequeno uchiha, que até o momento só observava a cena tem seu rosto maculado por um filete de sangue que voa na sua testa. Ele leva sua mão direita a testa e toca no sangue fresco do garoto que tanto odiava e que agora está no chão implorando para que o salvem.
Porém, o pequeno apenas continua olhando a cena, como se estivesse apreciando cada momento em que a vida do seu "rival" vai se esvaindo. Então, quando Wuu solta seu último suspiro um sorriso começa a brotar na face do jovem uchiha que se aproxima do cachorro e faz carinho na sua cabeça, bastante satisfeito.
- Bom menino! - sua cara agora esboça um sorriso doentio enquanto o sangue de Wuu escorre pelo chão e tinge seus sapatos de rubro.
Subitamente, o garoto só agora lembra que sua mãe estava preparando uma surpresa para ele. Sendo assim ele da um beijo na testa do cachorro e manda ele ir embora para que outras pessoas não o machucassem, depois a criança limpa seus sapatos na terra para que sua mãe não visse o sangue e se preocupasse.
- Que dia legal! - ele fala com alegria enquanto vai correndo para casa com os braços abertos, como se imitasse um pássaro. Deixando para trás o corpo dilacerado de um garoto muito desagradável.
Continua (ou não)