No interior de sua casa, o pequeno uchiha espera na mesa de jantar pela sua suposta surpresa. Já é de noite e se passaram várias horas desde o recente acontecido na clareira, mas a criança parece não dar a mínima e fica sentada na cadeira balançando suas pequenas perninhas em sinal de impaciência.
- MÃE! Cade minha surpresa?! - ele grita com impaciência, já batendo na mesa para fazer barulho e atrair a atenção da sua amada mãe.
- Já vai, querido! - uma vinda da cozinha responde com doçura e delicadeza.
Então, os minutos de espera são finalmente são recompensados quando a uchiha de longos cabelos brancos adentra na sala de jantar trazendo consigo um bolo de chocolate de três andares e no topo deste um miniatura feita de doces de um garotinho com uma bandana ninja.
Os olhos do garoto brilham como verdadeiros diamantes ao ver o grande bolo, sua boca aberta mostra um pequeno porém notável filete de saliva que escorre da lateral direita do seu rosto e suas mãos acabam se levantando e indo instintivamente na direção do bolo, como se desejasse agarra-lo o mais rápido possível.
Assim, quando as pequenas mãozinhas estão próximas do delicioso doce sua mãe defere um rápido tapa nelas, fazendo o garoto recuar seus braços devido a dor que estão sentindo nas costas das mãos neste momento.
- Olha a educação, menino! Use um garfo e a faca! - o sorriso doce da mulher logo se transformar num rosto sério enquanto seus olhos observam o filho com um olhar fulminante de reprovação.
- Ta bom mamãe... - o garfo se mostra um pouco acuado no início mas logo depois pega a faca e parte o bolo no meio com grande satisfação.
- O primeiro pedaço vai para quem, meu amor? - a bela mulher pergunta, apoiando a cabeça nos dois braços que estão sobre a mesa, observando a cara de satisfação do filho.
- O primeiro pedaço vai para... Mim! - o garoto solta um sorriso contagiante, colocando um pedaço do bolo no próprio prato e depois usa o garfo para levar uma grande porção deste garfo a boca, se deliciando e ficando com o rosto ruborizado ao sentir o doce sabor do chocolate.
- Calma, amor! O doce não vai fugir de você! - MAS MÃE, TA MUITO BOM! - a mão do garoto vai levando cada vez mais pedaços de bolo para o interior de sua boca e ele os come como se não tivesse amanhã.
Enquanto sacia sua vontade, tanto mãe quanto filho escutam os som de batidas na porta. Mas, para não atrapalhar o seu filho a mulher se encaminha até a porta da sala e abre a maçaneta, revelando do outro lado um homem alto e musculoso, na casa dos trinta anos, trajando um colete jounin, olhos castanhos e um cabelo curto com um topete.
- Amor, você só não ia voltar mais tarde? - a mulher pergunta ao seu marido, que parece estar bem preocupado.
- Eu ia, mas... Aconteceu algo terrível hoje de tarde e eu resolvi vir para casa mais cedo por medo de... - Papai, você veio também! - o garoto surge na sala e logo corre para abraçar as pernas do seu pai com muito amor e carinho, interrompendo o grande homem de falar.
- Ora se não é o meu futuro Kage! Vejo que já descobriu qual era a sua surpresa! - o homem se refere a boca do seu filho, que está totalmente suja de chocolate.
- Vem pai! Vamos comer todos juntos! - a mão direita do garoto começa a puxar o pai pela calça, tentando arrasta-lo até a sala de jantar.
- Claro, estou morrendo de fome! - Querido, você não ia me dizer alguma coisa? - a mulher fala de forma discreta, mas seus olhos não escondem sua real preocupação com o que pode ter deixado seu marido tão aflito.
- Mais tarde eu conto, prometo! - ele argumenta, pondo um fim momentâneo naquela conversa ao menos por hora.
Assim, como uma grande e feliz família os três comem o bolo, fazem guerra de comida com ele jogando chocolate para todos os lados e deixam uma verdadeira bagunça na sala de jantar. Mas ora, as vezes um pouco de cor é bom para alegrar a vida, principalmente num dia tão especial como este.
Logo o relógio da sala começa a tocar, mostrando que já é meia noite. Os três parecem surpresos ao verem como o tempo passou tão rápido e, mesmo querendo se divertirem mais eles sabem de suas respectivas responsabilidades do dia seguinte e por isto se encaminham para dormir.
- Eu não quero dormir... Já sou um gennin e um gennin não precisa dormir cedo... - ele cruza os dois braços e mostra uma cara emburrada.
- Hahahahahahahaha! É verdade, um gennin não precisa dormir cedo, mas o que vai acontecer se você chegar atrasado amanhã, no seu primeiro dia com seu novo jounin tutor? Sabe que ele ainda pode retirar sua licença de jounin não é? - o uchiha mais velho fala com um pequeno sorriso no rosto.
- Eu... Não sabia... Vou dormir agora! - o garotinho levanta sua mão direita, como se batesse continência e logo depois sai correndo para seu quarto e se joga no colchão de sua cama, se “embrulhando” nos lençóis e ficando bem quentinho.
- Não esqueça de toma banh... Ah... deixa para lá! - a mulher tenta argumentar, mas ao ouvir a porta do quarto do seu filho batendo logo desiste.
Ao ver que seu filho foi direto para a cama, o grande uchiha chama sua esposa para a sala de estar e se senta num sofá, colocando a mão na testa e limpando o suor, se mostrando estar bem preocupado.
- Querido, o que houve? - Você não soube não é? O garoto Wuu foi assassinado a poucos kilometros de nossa casa... Ele tinha marcas de dentes em todo seu pescoço e estava caído numa grande poça do seu próprio sangue... Ao ouvir o que seu marido tinha a dizer, a mulher leva suas mãos a boca e seu olhar mostra a mais profunda surpresa. Ela está perplexa, pois como mãe sabe que nada é pior do que perder o próprio filho.
- Meu deus... Os pais dele devem estar arrasados... Será que não devíamos ir visita-los e prestar nossos respeitos? - Não... Não agora pelo menos! Nossas suspeitas indicam que foi um animal selvagem que possa ter feito isto. Porém, foi tão perto da nossa casa... Será que isto não pode ser um sinal de que Itachi está... - Não diga isto! Foi só um animal e nada mais... - a mulher fala com determinação, mas no fundo está insegura pois a mera possibilidade de Itachi estar ali para terminar o serviço a assusta profundamente, não por ela e seu marido mas principalmente pelo seu filho.
- Tudo bem, amor! Mesmo que seja ele eu já estou mais forte do que antes, não deixarei que nada de mal aconteça a nossa família! - o homem se levanta da cadeira e abraça sua mulher pelas costas enquanto seus braços se juntam ao dela, a apertando como se tivesse medo de perde-la.
...
Do interior do seu quarto, o pequeno uchiha escuta a conversa dos seus pais por um brecha na porta. Ele presta atenção em cada detalhe proferido enquanto que um sorriso malicioso vai se formando as poucos em sua face, formando um rosto que nem de longe lembra aquele garotinho tão doce e inocente de alguns minutos atrás.
- Kishishishishishishi! Eles não pegaram meu cachorrinho, ele está livre para matar de novo! - sua risada é baixa e contida, mas digna de um psicopata diante de sua vítima.
Continua (ou não)