Dez anos se passaram desde o terrível incidente com o garoto Wuu, grupos de procura foram formados para encontrar o causador de tão atroz crime, porém nada foi achado. Então, depois de várias buscas em sucesso as autoridades da vila da Lótus Vermelha simplesmente mataram um lobo selvagem e colocaram a culpa nele, pondo um imediato ao caso.
Contudo, uma família ainda ficou temerosa devido ao incidente, pois no fundo dos seus corações assustados eles ainda tem a lembrança da terrível tragédia que afetou seu clã vários anos atrás. Itachi uchiha, mesmo desaparecido ainda é uma ameaça concreta para esses três uchihas sobreviventes que por morarem bem próximos do local do incidente com o garoto não tiveram escolha senão se mudar para uma casa mais isolada e protegida, embora não tenham saído da vila que já haviam criado um vínculo afetuoso, um lugar para chamarem de lar.
Nesses anos que se decorreram, o pequeno garoto de cabelos brancos cresceu forte e saudável, se tornando não apenas um exímio shinobi como também um grande músico, um prodígio em vários tipos de instrumentos musicais, mas com uma preferência óbvia para com a lira.
- Mãe, vou dar uma saída, não tenho hora para voltar! - um jovem alto e belo responde, carregando consigo uma pequena porém notável lira prateada.
- Vai sair de novo? Você não tinha uma missão amanhã? - uma bela mulher, cuja bela aparência não diminui com o passar dos anos responde. Ela está carregando um pote não mãos e parece estar preparando algo para o jantar.
- Nada que outros gennins não possam fazer, afinal pegar gatos numa árvore é muito importante não é? - o uchiha responde com claro sarcasmo para depois ir em direção a porta de sua casa.
- E mãe, não esquece de dar um pouco de carne para o Aniquilador, ele está velho mas ainda adora comer! - Nunca vou entender o que você viu neste cachorro... Ele só faz dormir, sujar a casa e nem mesmo come ração. Nem seu pai come tanta carne quanto ele... - Ora, ele apenas tem bom gosto. Até logo mãe, te amo! - ele sai da casa e fecha a porta, sendo possível ver um breve porém nítido sorriso no seu rosto ao lembrar do apetite insaciável do seu cachorro por carne.
Assim, iluminado pelo luar que da um contraste especial aos seus cabelos brancos como a neve, o jovem vai caminhando calmamente pelas ruas iluminadas da pequena vila. Ele consegue ouvir as vozes de casais que trafegam pelo local, o som do comércio noturno, declarações de amor e até alguns poucos dias de casamento, afinal é o tão especial dia dos namorados.
O jovem então coloca sua mão esquerda no bolso e retira uma pequena caixinha azul, ele abre a tampa e tem um rápido vislumbre de um par de brincos com uma esmeralda em cada um, lindamente lapidadas. Ele sorri e logo depois coloca a caixa de volta no bolso para retomar sua caminhada.
Logo, o jovem chega numa pequena estrada que vai dar no meio de uma das muitas florestas que cercam a vila, por este caminho ele chega numa linda cascata onde uma linda jovem de cabelos vermelhos o espera sentada numa rocha diante do pequeno rio a sua frente.
- Você demorou, amor! Sabe que odeio esperar! - a vira sua cabeça para olhar seu amor, deixando a mostra seus lindos olhos azuis.
- Desculpe minha linda, prometo que não acontecerá de novo, não depois desta noite! - ele sorri como resposta e depois se junta a sua amada, lhe dando um grande e demorado beijo.
Então, o jovem se senta no chão e começa a tocar sua lira, seus dedos rápidos começam a dedilhar pelas quatro cordas que compõem o instrumento, criando uma melodia sem igual que por alguma razão parece hipnotizar a jovem, a deixando numa espécie de transe apaixonado enquanto o uchiha toca seu instrumento.
- Você toca tão bem... Não me canso de ouvir você tocando, meu amor! - Eu sei minha querida, ninguém resiste a minhas melodias. Mas, deixando minha música de lado! - suas mãos para subitamente e a bela melodia logo é encerrada, para a infelicidade da jovem, que parece ter ficado aborrecida.
Entretanto, a face de chateação da jovem logo se transformou num sorriso de pura surpresa e alegria ao ver os brincos que seu amado trazia consigo.
- Esta é a surpresa da noite, minha linda! Um presente digno de uma deusa como você! - o jovem logo toma a iniciativa e coloca os brincos nas belas orelhas de sua amante, a deixando ainda mais bela.
Ansiosa para poder ver como estava, a jovem logo corre para o pequeno rio e fica diante do seu belo reflexo, ficando inclusive ruborizada de tanta alegria e satisfação.
- Meu amor... Eles são tão lindos... Por que você não cansa de me dar presentes!? - ela se vira para confrontar seu namorado, seus olhos azuis cintilam como o brilho das mais belas estrelas do universo.
- Seus cabelos são vermelhos, seus olhos azuis e com essas esmeraldas, você estará pronta! - Pronta para que? Quer fazer na floresta hoje, seu danadinho? - ela se mostra meio envergonhada, mas não esconde a excitação em sua voz delicada e feminina.
- Não minha querida, não pense bobagens! Eu apenas sempre sonhei em dissecar uma deusa como você e agora poderei dar aquele charme especial graças a todas as cores que seu corpo agora possui! - sua face logo se torna fria e ao olhar para a jovem seu olhos adquirem uma nítida cor vermelha com apenas um pequeno ponto negro, que neste momento começa a orbitar ao redor de sua íris.
Logo a jovem sente seu corpo ser completamente paralisado da cabeça até os pés e por mais que ela queria gritar ela não tem sucesso. Então, sem poder se equilibrar direito a ruiva cai no chão, completamente estática, só lhe restando poder assistir o que está por vir.
Retirando uma mecha do seu cabelo que está cobrindo seu olho, o rapaz vai caminhando a passos lentos até ficar diante da jovem caída a sua frente, olhando para ela um rosto frio e homicida.
- Minha querida, não faça esta cara! Admito que me diverti muito brincando e “amando” você. Afinal, qual homem não quer ficar íntimo de uma deusa encarnada? Infelizmente para você, eu sou do tipo que prefere estudar uma espécime tão rara ao invés de simplesmente usufruir. Você me entende, não é? - ele termina e logo saca uma kunai do seu bolso e depois a passa por sua língua, num gesto obsceno e doentio.
Mesmo não podendo se mover, os olhos da jovem involuntariamente começam a lacrimejar. Lágrimas de súplica e dor, os olhos de alguém que está prestes a morrer.
- Kishishishishishishishishi! Será que deusas também realmente tem sangue azul? Eu iria amar descobrir que na verdade seus órgãos tem uma composição orgânica diferenciada, talvez até mesmo uma mutação como meus próprios olhos. Ou talvez, um coração tão doce como chocolate! - ele termina com uma face digna de um psicopata, levando sua kunai até o abdômen da jovem, criando uma cena que levaria horas para terminar e que só a floresta seria testemunha.
Continua (ou não)