Aquele treino seria diferente de todos os outros que já tinha feito. Enquanto chegava a costumeira planície, Riki, colocava várias armadilhas com armas para testar os meus limites visuais e estratégicos. O dia estava ligeiramente quente e húmido.
Enquanto ele fazia isso, eu chegara ao local. Comecei colocando a adaga no chão, e comecei a correr. Ia dar quatro voltas aquilo que era o equivalente a distância de uma milha, desenvolveria a minha resistência.
A primeira volta foi feita até rapidamente, mas a segunda já comecei a notar eu teria que moderar a velocidade. E fi-lo, mas notava que ao longo dessa segunda volta e ínicio da terceira começava a ficar um pouco ofegante, porém mantive o passo acelerado. Na terceira volta, começava a sentir as pernas a doer em cada articulação e a respiração a ser realizada de modo mais difícil. Ao chegar a quarta volta, já era pura e apenas crença que o movia, suava pelos cantos do rosto e sentia dores por todo o corpo, manteve o mesmo ritmo até ao fim.
Na chegada a meta, cai e descansei olhando para o céu que continha algumas nuvens. O meu corpo estava um pouco dorido depois do esforço, mas nada inultrapassável. Ainda não acabara o treinamento.
Coloquei-me de barriga para baixo, e fixei os pés na terra e coloquei os braços e as mãos paralelos ao corpo. E iniciei do levantamento do meu peso, num ritmo contínuo e sem qualquer pausa. A cada repetição sentia nos braços as dores naturais daquela velocidade e da criação de feridas microscópicas nos músculos, que ao cicatrizar fariam com que ficasse mais forte. No final de cem flexões, deitei-me novamente, sentindo a dor do aquecimento nos braços e pernas.
Dali a pouco, apenas ouvi um assobio que todas as armadilhas estavam a postos no bosque para a minha ida. Ia ser algo perigoso, mas necessário já que armadilhas eram comuns em locais com inimigos. Peguei na adaga e coloquei-a no seu local de origem.
O trajeto fora por mim delineado, era uma linha reta de mais ou menos 700 metros. Nela poderia achar desde kunais a pergaminhos-bombas, em qualquer lugar ou direcção.
Sabia-o bem, afinal tinha sido o meu primo a colocar várias armadilhas naquele local, e ele sabia-o fazer bem sendo um Chunnin. Andei alguns metros pelo bosque e sem me aperceber, tinha passado por um fio praticamente invisível a olho nu, e um zumbido chegava a alta velocidade a minha direcção.
Duas kunais, uma de cada lado, dirigia-se a mim sem que nenhum obstáculo as pudesse impedir. Fazendo uso da minha agilidade, coloquei a minha mão na base da adaga e num movimento rotatório sobre mim mesmo, acertei ambas as kunais com o metal da minha arma, mudando-as de trajectória para árvores ali perto.
Apenas suspirei, aquele era o nível básico, mas podia ser perigoso para um ninja novo ou desatento. Ia prosseguir a caminhada, não pelo solo mas pelas árvores. Guardei então a adaga, e com os selos necessários, senti a fina junção de Chakra na sola do meu sapato.
- Kinobiri no Jutsu!
A partir dali desloquei-me em saltos e verticalmente nas árvores, evitando galhos que poderiam conter várias armadilhas. Neste movimento ainda consegui avançar uns 200 metros, mas sentia alguma tensão. Até que encontrei uma bomba-pergaminho, instalada na uns metros mais a frente.
Subi, então, mais alto ainda, para evitar aquelas bombas. Esse foi o erro. Enquanto saltava, tinha tocado mais um fio e activado mais um armadilha. E desta vez era mais kunais: três do lado direito, e o mesmo número do lado esquerdo. Apenas uma vinha colpetamente numa trajectória vertical, sobre mim, e vinha acompanhada de uma bomba-pergaminho amarrado na árcola.
Pensei rápido, de nada me valia a adaga agora. Tinha que fazer explodir a Kunai enquanto ela estava longe e usar o seu poder em onda de choque para alterar o percurso das outras três. Juntei as mãos e iniciei os selos que correspondiam ao Jutsu, e como ainda não estava muito rápido, a Kunai aproximava-se perigosamente vinda de cima.
Sentia a fonte do meu poder a preencher o meu peito, e sabia que a minha ideia teria que dar certo, ou corria riscos de morte:
- Katon: Endan!
Uma bola de fogo saia da minha boca, em direcção a Kunai-Bomba. Ao envolve-la, explodiu ainda a alguns largos metros de mim, mas sentiu-se uma mudança no a, e como se fosse uma onda levou-me contra o chão. As outras Kunais, tinha sido mudadas de direcção, algumas perdendo força e caindo no chão e outras acabando espetadas em árvores próximas.
Sentia alguns arranhões e hematomas criados pela queda, mas nada grave. Levantei-me e podia estar contente pela minha ideia ter dado certo, mas não pela velocidade de execução dos selos que quase me traia.
Ainda tinha mais alguns metros para andar, já não faltava muito mais para terminar aquele trajeto. Com certeza, tinha evitado muitas armadilhas com a decisão de evitar o chão e os galhos, mas tinha dito noção que até o inimigo podia pensar nisso.
Terminara por ali, e Riki que me tinha observado o tempo todo, apareceu para desmontar algumas armadilhas que tinham sido inúteis e que não poderiam ficar ativas. O careca desapareceu, após me dar um tapa no ombro.
Tinha sido um treino tenso e sobretudo mental, para melhorar a velocidade de reacção e do pensamento.