O sol aparecia por entre as montanhas de Konoha, a brisa estava apreciável. Naquele planalto de erva, cercado de árvores, lá estava eu mais uma vez. Desta vez madrugara para meu treino, o que não era nada usual.
Tinha trazido os pesos, dos primeiros tempos para um treino mais físico. Mas esperava finalizar com base em Ninjutsu. No meu corpo era possível, ver em cada perna, um peso de cada lado que totalizavam dez quilos. Não era a toa que sentia as pernas pesadas.
Iniciei um pequeno aquecimento. Umas cinco voltas por uns 200 metros circulares, e durante esse processo sentia dificuldades no ritmo, bem como me cansava com mais facilidade e respirava mais rapidamente que o normal. Não era de estranhar que estivesse com o peito arfante no fim daquele pequeno aquecimento.
Respirei fundo, aquele aquecimento não estava pronto. Aproximei-me das árvores, e saltei para cima de uma, com alguma dificuldade. Concentrei algum Chakra nos pés por precaução, e com os selos completei o Kinobiri no Jutsu. Era uma forma de atravessar aqueles galhos com alguma segurança e podia treinar a forma como manipulava o Chakra em cada salto.
Comecei a saltar de galho em galho com alguma dificuldade. Ainda que imprimisse um bom ritmo, tinha que adaptar-me ao peso para não perder o equilíbrio e o Chackra á forma de cada galho e ambas as acções eram desgastantes.
O motivo era simples: tinha que me concentrar no molde do Chakra em galhos mais grossos e finos, e simultaneamente calcular o melhor ângulo para que pudesse adaptar o peso das pernas a novas impulsões.
Já arfava após algumas árvores, e o ritmo estava mais lento. Sentia-me cansado aos poucos, por isso, voltei atrás e passei pelo mesmo trajeto anterior sem incidentes.
Como pensado, cada acção individualizada não era de todo um problema, mas juntar aparte físico com o controlo de Chakra era algo ainda complicado.
Não me apercebera ao chegar ao planalto, mas a minha espera estava a Senpai Mizuko. Ela parecia ter estado a observar o treino, e aproximou-se mal me viu regressar da aventura pelas árvores.
Não estranhava, eu já estar suado pelo seu olhar. E estava já um pouco arfante, divido ao esforço conjunto que fizera para não cair das árvores anteriormente. Ela, sem dizer uma palavra, tirou das suas ferramentas algumas Kunais. Eram pelo menos, uma dezena delas. Parecia propositado.
- Sabia que estaria aqui a treinar, por isso vim dar uma mão ou duas.- Disse ela, sem mostrar muitas emoções na sua feição.- Vou basicamente atirar estas Kunais, e tens que esquivar-te da forma que quiseres.
Coloquei-me em posição enquanto ela já tinha as Kunais em cada um dos dedos, totalizando oito que seriam a tiradas para mim ao mesmo tempo. Os segundos que antecederam isso foram longos.
Ela começou o arremesso de quatro, seguido da outra mão com o restante. Saquei da minha bainha, a adaga que me acompanha, e com dificuldade conseguira desviar de pelo menos quatro, mas sentia o meu corpo pesado. As outras quatro foram rapidamente defendidas pela adaga, mas sem que eu me apercebesse, uma das Kunais tinha conseguido cortar-me.
Agora, sem margem para dúvidas eu estava a arfar. E a sequência não parava, conseguindo com o peso pular perante o incessante arremesso das Kunais, e defendendo como podia com a a minha arma. Vários cortes foram invariavelmente aparecendo, pelo facto de algumas das pontas afiadas passarem perto.
Já sentia as pernas e braços doridos do ritmo incessante de pelo menos, cinco minutos daquele estilo de treino. O facto de ela arremessar para matar era outra das habilidades, que lhe desconhecia, mas das quais tinha que ter cuidado.
Concentrei-me no meu Chakra numa nova rodada, tinha que dar por terminada aquele treino da melhor forma possível. Juntei as mãos, largando a adaga, e comecei a realizar os selos necessários, enquanto sentia a formação ardente de poder dentro de mim. Inspirei uma quantidade considerável de ar.
- Katon: Gōkakyū no Jutsu!- Uma bola de fogo, ligeiramente grande saiu da minha boca, na direção do metal cortante. Gastara algum Chakra naquele Jutsu, mas fora suficiente para ver após isso o metal, antes com uma cor meio prateada, agora negro de cinzas na relva. Mizuko não parecia surpreendida, e aproximou-se.
- Parece que fiquei sem as minhas Kunais, sorte que tenho mais em casa.- Disse ela, um pouco sorridente.- Retire os pesos e venha comigo, quero que tente algo com o seu Katon. Será um bom treino para você.
Fiz o que fora ordenado, e dali a pouco tempo estava sem os pesos e a acompanhava por entre a floresta. Ouvia-se os pássaros e uma pequena queda de água da qual nos aproximávamos cada vez mais.
Assim que chegamos, pude ver um pequeno lago. A água cristalina, estava intocada e a cachoeira era mediana. O ritmo da água era brando, mas com uma boa quantidade do líquido essencial a escorrer.
Ela sentou-se na margem a descansar, e fiz o mesmo enquanto apreciávamos a vista.
- Descobriu o que quero que treine.- Perguntou, inesperadamente, ela.
- Desconfio que queira que queira que eu teste o meu Katon naquela cachoeira a ponto de vaporizar a água. Acertei?- Respondi. Era a única coisa que fazia sentido após ela ter visto o meu Katon: Gōkakyū no Jutsu.
- Bom menino. Tente!
Com os selos, fiz o Kinobiri no Jutsu rapidamente, concentrando o Chakra sobre os meus pés doridos para que pudesse andar sobre a água. Fi-lo com alguma facilidade e cheguei perto da cachoeira. A água caia incessantemente, e podia perceber quão húmido era o local.
Aproximei as mãos e concentrei-me no Chakra, inspirei o ar e comecei a realizar os selos que necessitava. Sentia o fogo dentro de mim, enquanto olhava para a água. Uma bola do tamanho da anterior, subia pela minha garganta.
- Katon: Gōkakyū no Jutsu! – Gritei. A bola de fogo saia da minha boca e embatia contra a água, uma pequena fumaça de vaporização saia, mas não conseguia controlar aquele fogo por muito tempo, já que o meu corpo estava cansado e a minha reserva de Chakra estava no limite.
Assim que terminei, sentia a minha boca mais chamuscada que o normal. E não tinha mais Chakra no corpo, apenas aquele que ainda me sustentava na água, da qual sai rapidamente para não perder o controlo.
Mizuko nada disse, apenas exibia um ligeiro sorriso. Ainda não estava pronto para enfrentar daquele modo as forças da natureza.