Tínhamos chegado a um planalto, no meio da viagem. A comida era escassa e não muita, pois Mizuko, Kaori e eu não tínhamos tido muito tempo para colocar comida, nas nossas malas. Na chegada a esse planalto, era possível ainda ver um pouco de bosque do qual ainda havia animais selvagens capturáveis.
Paramos naquele local para acampar, para o dia seguinte. Mizuko foi parentória na distribuição de tarefas:
- Kaori e eu vamos buscar lenha para acalmar este frio, Takashi, tente trazer algo para comermos da floresta.- Ordenou ela enquanto colocava as malas num local mais escondido e seguia com Kaori para um lado da floresta em seguida.
Deixado sozinho, teria que me virar em tempos de inverno. Os galhos estavam secos e ser vegetação, pelo que deduzia que não havia frutos em abundância para alimentar três pessoas. Teria que procurar animais vivos, e arranjar uma forma de os caçar. Por um lado era uma boa forma de treinar as minhas habilidades de forma diferente.
Comecei primeiramente a colocar-me nas árvores mais altas, de forma a tentar ter uma melhor visão do terreno. Depois ativei o Sharingan para ver mais nitidamente, enquanto passava de galho em galho sem afastar-me muito do acampamento.
Não demorou muito, até que conseguisse avistar um veado fêmea, que comia alguma da vegetação restante naquele local. Tinha agora que ter cuidado se o queria caçar, já que o local estava mais “ruidoso” devido a falta de vegetação que reduziriam o eco e também pela inúmera presença de galhos secos no solo.
Contando com isso, aproximar-me pelo solo seria um pouco mais arriscado, então se quisesse atacar, e matar aquele animal, teria que ir por cima. Fi-lo devagar e sem muitas demoras, e estava por cima dele em pouco tempo. Porém, as orelhas dele moveram-se rapidamente e ele, outrora quieto colocou-se alerta.
O porque apareceu um tempo depois. Um ser enorme, peludo, de cor castanha e com garras afiadas com mais de dez centímetros apareceu vindo do nada, e sem que lhe notasse a presença. O urso, aproximava-se lentamente do veado que parecia querer começar a fuga.
Avaliei na minha cabeça as opções que tinha, e não era assim muitas: levando em conta o rigoroso inverno, e o horário de quase noite era possível que não encontrasse nada mais substancial para caçar e alimentar o grupo. Retirei a adaga, e avaliei mais ou menos o salto que teria que dar encima do animal herbívoro.
Ao saltar, cai em cima do pescoço da vítima que ainda estava imóvel perante o urso que se aproximava. A lâmina atravessou a tranqueia, matando o cervo na hora. Porém, aquilo agora viraria uma luta pela presa, e aquele urso parecia algo faminto, mesmo em pleno Inverno de hibernação. Não devia ter conseguido acumular reservas suficientes para a estação.
Ele aproximava-se pesadamente de mim, rosnando. Até ficar a pouco mais de dez metros, levantou o seu corpo para o alto de dois metros. Realmente sentia-me pequeno, perante um monstro com dentes de mais de cinco centímetros e garras de dez. Soltou um rugido audível na região, por quilómetros. E deixou-se cair depois contra o solo, aproximando-se rapidamente de mim.
Larguei a adaga, e juntei as mãos realizando selos. Sentia os meus pulmões a inudarem-se de Chakra, e momentos depois soltei todo aquele poder com o Katon: Gōkakyū no Jutsu, sobre o urso. A bola de tamanho médio, ainda o atingiu um pouco, queimando algum pelo do animal, mas nada de grave. Ele parecia não ter vontade de desistir do cadáver, e apesar daquilo ele parecia continuar interessado na luta.
O seu segundo avanço foi feito sem brincadeiras, numa corrida impulsionada pelas suas gigantescas quatro patas. Não tive tempo para realizar os selos necessários, apenas para concentrar o meu Chakra na palma das minhas mãos. Nelas, surgiram duas bolas de fogo, e apenas tive tempo para desviar de uma patada, graças ao Sharingan e ao desvio acrobático que dera para trás.
Aproveitei imediatamente para socar o urso no rosto, várias vezes, e aquilo tinha feito várias queimaduras verdadeiramente feias, e com dor, já que urso se afastou a ganir de dor. Rugiu de novo na minha direção, mas parecia mais preocupado em aproximar-se.
Olhei-o nos olhos, e sem ele se aperceber coloquei-o no Shikumi no Jutsu. Ou simplesmente, fazia com ele pensasse em que estava a ser atacado múltiplas vezes e consequentemente morto. Mesmo que não surtisse o mesmo efeito que em humanos, conseguia controlar o tempo em que o urso estava imóvel, e parecia que sentia a dor de estar naqueles sonhos.
Porém, não era apenas o urso que queria a presa. Sem que notasse um grupo de três lobos tinha-se aproximado do local, e estavam dispostos a lutar. Um deles correu em minha direção, nas minhas costas, e eu consegui ainda assim desviar, quebrando o Genjutsu do maior carnívoro ali presente.
Este, atarantado e percebendo que estava numa luta desigual, e também assustado e ferido com as queimaduras, rapidamente retirou-se. O meu problema agora tinha aumentado em número e em agilidade.
Retirei uma Kunai, lobos que infelizmente não tinham a maior consideração da minha pessoa. Um deles, tentou novamente saltar sobre mim, mas com um desvio rápido e ainda com ele sobre o ar, cravei a Kunai no seu ventre, de onde jorrava sangue por todos os lados.
Larguei-a, e comecei de imediato a produzir mais selos. O carregamento de Chakra desta vez, era maior e mais perigoso. Sentia no meu peito, algo a arder, como uma grande fogueira dentro de mim.
- Katon: Gōkakyū no Jutsu!- Disse. Diferente da bola média, esta era bem maior e ia rapidamente contra os animais em formato de cães mais selvagens. Um deles sem ter sorte, foi apanhado pela lateral, sendo que teve de imediato queimaduras graves por todo o corpo, e ficou deitado no chão agonizando. Por sorte, não parecia ter incendiado nada ali a volta com a labareda.
O outro continuava a rosnar para mim, como se quisesse continuar a luta. Olhei-o diretamente nos olhos, e rapidamente o lobo ficou quieto, e rosnava para todos os lados, como se os seus inimigos estivessem por toda a parte. Gania como se sentisse verdadeiramente massacrado, era esse o efeito do Shikumi no Jutsu. Aproximei-me de onde tinha deixado a adaga, e sem sair do local, mirei a cabeça dele, e arremessei a lâmina. Transplantou a sua cabeça, deixando-o morto no solo, sem qualquer outra reacção.
A luta pelo cadáver do veado tinha acabado. Sentia o meu corpo um pouco dorido, devido aos constantes ataques. Agora só tinha que conseguir levar aquele veado para perto da fogueira, e assim podíamos consumi-lo. Recuperei a Kunai do lobo, e coloquei-me perto do animal morto.
Peguei no veado, e coloquei-o sobre os meus ombros. A caminhada com ele, seria mais ou menos de quatrocentos metros. Após analisar melhor, aquele animal tinha mais ou menos uns setenta quilos, algo que não conseguiria levar por mais de uns 60 metros sem descansar.
Foi isso, que fiz andando pelo chão com o Sharingan ativado. Não queria ser surpreendido pelo urso ou outros lobos. Descasava após uns sessenta a setenta metros a andar, mas sentia o corpo dorido devido ao terreno desnivelado, e a perca de Chakra pelo uso dos olhos.
A chegada ao acampamento, foi realizada um pouco mais trinta minutos a andar com 100 quilos nas costas. Ao chegar perto das meninas, que me esperavam, não escondiam o facto de eu ter conseguido trazer algo tão pesado, mas conseguira. Estava um esgotado fisicamente e mentalmente, e “desativei” o uso do Sharingan naquele preciso momento.
- Bom, após aquecer o fogo, descanse um pouco. Eu e Kaori tratamos do resto.- Foi o que eu fiz, fazendo os selos e usado o Katon:Endan que lançou uma bola mais pequena de fogo que incendiou aqueles galhos secos facilmente. Deitei-me, sentido os músculos doridos e um pouco fraco, apesar de tudo não estava ferido... Por sorte.