- Zota Team: Taketsu Abunai, - Kazuki arregalou ardentemente os olhos. – Watake Kazuki – A alegria era tanta que lhe apeteceu saltar, gritar, mas controlou-se e piscou o olho discretamente ao parceiro. “Oh yeah! Eles sabiam que não nos podiam separar. Fácil” – e Mitoshi Kaia.
Kazuki ficou perplexo. “Nah! Só podem estar a gozar… Devem se ter enganado.” Começou a ficar tonto. Sustinha a respiração involuntariamente e tinha os músculos do corpo rígidos. Esfriou a cabeça e esforçou-se por se manter controlado. “Já resolvemos isto!” Kaia continuava no seu lugar com uma postura muito correta. Não parecia surpreendida ou zangada com a revelação, mas Kazuki sabia que a ideia de ficar com eles também não lhe agradava. Mesmo não tendo culpa, o gennin ficou furioso com ela “se ela não existisse não haveria problema, por isso a culpa é dela!”.
O sensei Ioi acabou de anunciar as equipas e a respetiva sala a que se deveriam dirigir. Os recém gennins levantaram-se entusiasmados com imagens deles próprios a triunfarem sobre adversários na cabeça. Sentiam-se intocáveis, importantes. Bem, isso para a maioria, pois os membros da Team Zota não partilhavam esses sentimentos.
Kazuki e Abunai saíram da sala. Discutiam a possibilidade de serem feitas novas equipas, ou se era possível formarem uma equipa só os dois. Caminharam pelo corredor fora, seguindo atentamente os passos de Kaia. Não se esforçaram por acompanhá-la, nem ela mostrou interesse em esperar por eles. Chegaram à sala indicada e bateram à porta.
Longos e constrangedores minutos passaram sem que nada se sucedesse. Estavam os três na mesma posição. Os rapazes juntinhos riam-se e segredavam maldosamente sobre coisas que não agradariam, certamente, a rapariga ao lado. Esta, em sua defesa, imaginava coisas ainda piores do que eles estavam na realidade a dizer. Não conseguiam deixar de se olhar ameaçadoramente a intervalos constantes de tempo. O trio começava agora a ficar impaciente. A rapariga era aquela que se encontrava em pior estado, pois bufava e cerrava os punhos contraídos tentando abstrair-se dos colegas.
- Oiçam, – Kazuki e Abunai saltaram instantaneamente. Não esperavam que Kaia se virasse daquela forma tão brusca. Olhava-os ardentemente com os seus olhos purpura hipnotizantes. Ignorou as reações parvas dos dois e, tentando manter a calma, disse. – eu também não quero ficar na mesma equipa que vocês, mas a não ser que façamos alguma coisa nada vai mudar!
Os rapazes entreolharam-se. Estaria ela a tentar de alguma forma enganá-los? Perscrutaram-na com atenção até terem a certeza de que não tinha outras intenções. “Ai! São tão burros!” pensou Kaia fervorosa, esforçando-se, ao mesmo tempo, por atenuar a raiva contida.
- Oh professor! Tive uma ideia! Podíamos arrombar a porta e descobrir o que está do outro lado, não acha? – Guinchou Abunai imitando comicamente a kunoichi. Kazuki agarrou-se à barriga de tanto rir. Contendo-se ao máximo para não bater naquelas duas caras, a rapariga prosseguiu:
- Um de nós podia voltar à sala e perguntar ao professor Ioi por que razão ainda ninguém apareceu!
- Ai é? – Kazuki parou de rir e disse maldosamente. - E já que tiveste essa brilhante ideia porquê que não vais tu ó Esquesi…
- Já chega! – Tinham ultrapassado o limite. A rapariga atirou-se violentamente ao rapaz. Kazuki desviou-se facilmente e viu-a passar ao seu lado. Virou-se para gozar com ela e embateu com a testa em algo duro e rugoso.
- Já chega, digo eu. – Falou calmamente uma pessoa à sua frente. O gennin recuou dois passos para observar melhor o sujeito. Era um ninja adulto, entre os quarentas, mas era pequeno para a idade, Kazuki batera-lhe no queixo. O pouco cabelo cinza que tinha acumulava-se na parte lateral da cabeça. Distinguia-se perfeitamente onde este acabava e onde começava a barba. Esta, que estava milimetricamente aparada, demostrava o seu rigor e experiência, cobrindo a face ao longo do maxilar inferior. Possuía também uns olhos castanhos inteligentes. A sua postura apontava para uma pessoa muito perfecionista, contudo a sua expressão facial mostrava alegria e simpatia.
– Rapazes, por que importunam a vossa colega? A não ser que tenhamos um triângulo amoroso, o que seria no mínimo, interessante, então aí eu não voltaria a interromper as vossas discussões. Mas devo avisar-vos, ela não parece ser uma rapariga fácil. A menos que tenham herdado a paciência e paz de espírito de algum anjo é que vale a pena tentarem. - Disse ele sempre sorrindo, piscando-lhes um olho no final.
Nenhum dos gennins falou. As reações foram de todo variadas. O moreno Kazuki olhava incrédulo para o jounin, queria rir-se mas não tinha a certeza se devia, por isso ficou com uma cara estranha de espanto. Abunai perscrutava o adulto tentando perceber exatamente quem ele era e pensava para si “Não é de todo o sensei que eu esperava…”. Já Kaia, que ao princípio acalmara as suas emoções com a chegada do jounin, pareceu voltar ao seu estado furioso, mas desta vez dirigido ao recém-chegado “Quem é que ele pensa que é?”. O adulto afastou-se, dirigindo-se à porta da sala que agora estava aberta. “Ele estava lá dentro a ouvir-nos. Deve ter uma velocidade impressionante para conseguir abrir a porta e pôr-se entre mim e a Kaia tudo num instante!” concluiu o moreno impressionado com as aptidões do mestre.
- Por muito que eu gostasse de ficar a conversar, temo que hajam assuntos mais importantes a serem tratados. – Já dentro da sala deu meia volta e disse intrigado. - É suposto entrarem, mas se quiserem voltar para a Academia podem ficar aí! - Os alunos não tardaram a segui-lo.
O sensei encostou-se à secretária, enquanto esperava pelos gennins. Eles ocuparam os lugares da frente, com uma mesa de distância entre os rapazes e Kaia.
- Agora já podemos começar as apresentações. – Anunciou divertido, caminhando até ao centro da sala. – O meu nome é Zota Fururu… - Kazuki não conseguiu evitar o riso "Fururu hahahaha", ainda pões a mão à frente, mas o outro reparou facilmente. O gennin arrependeu-se nesse mesmo instante. O sensei olhava-o ferozmente e o rapaz sentiu um nó apertado no estomago. Aquele olhar mortal paralisou-o e fê-lo querer procurar um refúgio o mais distante possível. Apercebeu-se naquele momento que se o jounin quisesse podia desfazê-lo num piscar de olhos.
De repente, tudo voltou ao normal, o clima de tensão mortal desapareceu, e o adulto prosseguiu alegremente:
- Sim é um nome um tanto cómico. A minha mãe nunca foi muito maternal, na verdade, acho que ela nunca gostou de mim. Vá-se lá saber porquê… - Olhou para a janela e continuou a falar, mas parecia falar mais para si do que para os jovens. – Talvez um dia vos apresente a ela. Assim pode ser que pense menos mal de mim por eu não ter filhos. Parece que ainda estou a ouvi-la: - E começou a imitar uma voz aguda e irritante. - Fururu és uma desonra. Nem uma mulher consegues arranjar! Que mal fiz eu a deus para não merecer netos? – Os gennins olhavam alarmados para o adulto. “Este tipo é passado, só pode!” pensou Abunai. Já Kazuki temia outra coisa, “Se ele é assim, eu cá não quero conhecer a mãe dele!”. O jounin voltou a si e pareceu aperceber-se dos alunos. Fez-lhes um largo sorriso, o que só os assustou ainda mais, e continuou.
- Como eu estava a dizer, o meu nome é Zota Fururu. Sou um jounin de Kumogakure no Sato e serei, a partir de agora, o vosso sensei. Chamar-me-ão exclusivamente Zota-sensei. – Fez uma pausa para pensar. – Talvez aceite Vossa Excelência Mestre Zota das Babes, mas só em casos muito específicos, depois eu digo-vos quando. – “Tem uns quantos parafusos a menos” – Ah! Já agora, por favor não pronunciem o meu nome em redor do bairro 11. É que eles pensam que eu morri e… é bom que assim continuem a pensar. – O Bairro 11 era conhecido por ser o bairro dos negócios obscuros, vida noturna e casinos ilegais. “Claro, também tinha de estar envolvido nisso...”.
Zota começou a murmurar para si mesmo, tentando lembrar-se do que ia dizer a seguir. – Onde é que eu ia… Já falei daquela mulher com 2 pernas e 3 joelhos? Não! – Retomou o seu tom habitual. – Ah sim! Também devem saber… - Parou a meio e abanou a cabeça, mas os alunos ouviram algo parecido com “Cala-te!”. Estavam os três de boca aberta espantados. Olhavam uns para os outros assegurando-se de que não estavam a ter nenhuma ilusão ou coisa parecida. O sensei voltou a recompor-se e disse.
- Desculpem, eu às vezes perco-me nos meus próprios pensamentos. – E exibiu um ligeiro sorriso. – Sim, sou vosso sensei. Acompanhar-vos-ei em missões, faremos treinos em conjuntos e se tiverem alguma dúvida sobre questões ninjas podem perguntar-me. Basicamente estou aqui para vos guiar no vosso caminho ninja! – “Estamos tão feitos…” – Muito bem, agora vocês. Nome e por que razão quiseram se tornar shinobis. Tu primeiro, - apontou para Abunai. – depois o teu colega e a seguir a nossa amiga. Abunai estava relutante em falar, tinha medo de dizer algo que o sensei não gostasse. Engoliu em seco e disse:
- Eu sou Abunai Taketsu e tornei-me shinobi para encontrar o meu irmão e trazê-lo de volta para a vila. – Zota ouviu tudo interessado. Ficou a digerir as palavras do gennin durante alguns segundos e depois perguntou:
- E se o teu irmão não quiser voltar para vila?
- Eu vou conseguir convencê-lo! – Respondeu determinado.
O jounin ficou a ponderar durante uns segundos e depois virou-se para Kazuki.
- O meu nome é Kazuki Watake. Entrei para a Academia porque quero ser o melhor ninja de Kenjutsu de sempre!
- Se queres ser o melhor lutador de armas de sempre, porquê inscreveres-te na Academia Ninja e não num local específico para isso? Os shinobis existem para proteger a vila e, acima de tudo, os seus habitantes, não te esqueças disso. – Avisou o sensei muito sério, era a primeira vez que não falava com um sorriso na cara. O rapaz percebeu que a sua devoção à vila era tudo para ele e admirou-o por isso. Zota virou-se para Kaia e esta disse:
- Eu sou Kaia Mitoshi e tornei-me ninja para proteger os meus amigos e familiares!
- Eu acho que antes disso devias protege-los era de ti! – Disse o sensei rindo-se. Os outros rapazes também se riram. A rapariga ficou calada e ignorou o comentário “Coisa boa não podia sair dali.”. – Mas sim é um objetivo muito nobre.
Parou para ponderar durante mais algum tempo e depois anunciou. - Muito bem, agora que já todos nos conhecemos, estão dispensados! Ah! Amanhã temos treino às 9:00 na área de treino 23! Força Zota Team! – De seguida explodiu numa nuvem de fumo, desaparecendo.
Abunai apressou-se a sair da sala, deixando os dois colegas. Ele tinha de ajudar os pais em casa e já era tarde, pelo menos foi isso que disse a Kazuki, enquanto se dirigia à porta. O moreno juntou-se a Kaia, estava desejoso de saber a sua opinião sobre o sensei:
- Então, que achaste dele?
- Não é bem o sensei que eu estava à espera, nem o melhor exemplo de jounin a se seguir. – Riram-se em conjunto, algo que antes seria impossível. Com a ideia do Zota-sensei nas cabeças, tinham-se esquecido que eram inimigos, mas aperceberam-se rapidamente disso. Ficaram especados a olhar um para o outro. Depois Kazuki disse maldosamente:
- Olha, não tens de ir para casa estudar mais uns Genjutsus diabólicos?
- E tu? Não tens de apreciar, durante uma hora, uma nova katana com mais 1 cm que as outras? Patético… – E com isto, a rapariga de olhos púrpura saiu da sala deixando o rapaz sozinho. “Vá, ela até tem piada.”
Assunto: Filler 3 - Zota Team 
Qui 31 Mar 2016 - 16:23
