O local era escuro. Apenas uma única luz que vinha desde o topo dava alguma visão do mesmo. A volta as pedras estavam molhadas e o som do fundo era de água. No centro do local estava um cadeirão enorme de madeira e com pequenos detalhes a vermelho vivo. Nessa cadeira estava sentado um ser. Com vestes longas e negras e uns olhos rasgados e sem brilho. A sua boca era pequeno e a sua pele um tom de branco demasiado estranho. A frente desse ser estavam outro. Com um tom de pele mais morena, um cabelo castanho escuro e uns lábios vermelhos rosados de sangue. O indivíduo que estava a frente do que permanecia sentado estava de joelhos. De cabeça para baixo. - Outa-sensei. - Disse aquele que focava o chão.

- Tens novidades Haku? - Perguntou aquele que estava sentado: Outa. Numa postura poderosa, onde as suas pernas estavam como deitadas e as suas costas duras e hirtas nas costas da cadeira.

- Tenho sim. - Respondeu Haku rapidamente. Percebendo um gesto do seu amo levantou a cabeça e fitou o mesmo. - É certo o que o senhor suspeitava. O Hijutsu secreto de Iwagakure está nas mãos daquele moleque. - Revelou Haku para felicidade do seu amo. Que levantou-se e esfregou as mãos. Começou a caminhar, passando por Haku, dirigindo-se a porta. - Um contacto meu dentro de Iwagakure confirmou-me. Algo treinado pela Tsuchikage e planeado algum tempo. - Continuou Haku a revelar informações sobre Kazue. - O garoto formou-se agora e está na equipa de Rikuto. - Não parava de dar informações. Deixando cada vez mais o seu amo contente de sorriso mais aberto. Outa que parou apenas na porta da caverna, revelando uma floresta densa a sua frente. A chuva era forte, o que revelava que devia estar um tanto ou quanto longe de Iwagakure e dos terrenos secos.

- Preciso daquelas mãos no meu inventário. - Declarou Outa confiante olhando para o céu. - Quando eu vi essa arma em Deidara eu queria tanto ter para mim. Deus está comigo e entregou-me esse tal de.. - Disse Outa esperando que Haku confirmasse o nome do garoto que tinha o Hijutsu de Iwagakure.

- Kazue. - Confirmou - Do que me foi informado e do que pesquisei, Kazue ainda não formou completamente as mãos com as línguas. Ainda está em desenvolvimento. Mas crê-se que não tarda ele estará pronto a utilizar o Hijutsu explosivo. - Explicou detalhadamente Haku.

- Exame Chunnin tá a caminho. Provavelmente ele irá. E é aqui em Amegakure. - Reiterou. Desvendando o local da caverna secreta - Ele virá bem perto de nós, com um Hijutsu perfeito porque Iwagakure vai querer surpreender tudo e todos mostrando que tem novamente o Kibaku Nendo com eles. Orgulhosos. - Começou Outa. Apresentando o seu plano. - Eles vão treinar o pequeno até ele conseguir ser verdadeiramente bom. Depois eu vou lá e pego nas mãos e coloco no meu museu. - Terminou Outa.

Outa era um Nunkenin. De uma aldeia desconhecida sempre foi conhecido no mundo do crime por ser um colecionador das coisas mais estranhas que algumas vez ouvimos falar. Tem uma quantidade de dezenas de Sharingans no seu quarto, Partes de animais exóticos e outras tantas coisas. O que o diferenciam dos outros é que não usa essas "peças de museu" para ficar mais forte, mas sim usa exclusivamente para dizer que tem e colocar num pequeno quarto escuro. - Temos de ficar perto desse garoto. - Ordenou Outa. Queria ter Kazue debaixo de olho.


- Mãe. Chegamos. - Avisou Yua. A Iwanin estava acompanhada de Kazue e Nobu. Como combinado depois do treino, a equipa número um de Iwagakure iria juntar-se e falar noite a dentro. O local escolhido foi a casa, ou digo melhor mansão, de Yua. Pelo simples factos que a mãe de Yua avisou que iria cozinhar um bom jantar para os três. Claro que a mãe de Nobu não estaria em casa porque teria de ir para o seu segundo emprego para conseguir ter algum dinheiro e os pais de Kazue estavam ocupados no seu trabalho no Gabinete da Tsuchikage.

Quando chegaram a enorme casa de Yua, isto é dos Takenaka, foram recebidos por uma sala enorme. Com móveis brilhantes e bem estimados. Com decorações ricas e bem escolhidas e uma iluminação inacreditável. Na sala também estava o pai de Yua - Prazer! - Gritou o Sr. Takenaka guardando uns papéis num móvel encostado à parede. Yua cumprimentou o pai com um beijo na cara enquanto Nobu rapidamente esticou o braço e apresentou-se, seguido de Kazue. Quando Kazue esticou a mão, o Sr. Takenaka ficou reticente. Olhou uma e outra vez para a mão de Kazue, tentando perceber o que poderia encontrar. Mas nada além de umas mãos ligadas e um tanto ou pouco sujas devido ao treino. - A mãe está a cozinhar e eu vos preparei um banho. - Informou o dono da casa. Os três agradeceram e Yua tomou a dianteira, seguida dos seus amigos. Subiu umas escadas e apontou para o fundo. Era ali no fundo que estava a Banheira de Água quente que era utilizada para os homens. - Provavelmente o meu pai deixou lá roupa. - Disse Yua, encaminhando-se para o lado feminino.

- Viste como o Sr. Takenaka olhou para as tuas mãos? - Declarou de imediato Nobu. Que também se tinha apercebido que ele sabia de alguma coisa.

- É normal. Tu cumprimentavas, sem pensar duas vezes, alguém que pode ter uma boca na palma da mão? - Perguntou Kazue, entrando para o banho, sentindo o vapor da água quente e rapidamente retirando peça por peça. - Contudo.. - Continuou Kazue, enquanto tirava a sua roupa - Não tenho a boca. Infelizmente. - Revelou o shinobi. Que ao mesmo tempo retirava as ligaduras, que eram constantes nas mãos, revelando umas palmas das mãos não imaculadas, contudo sem as bocas. As palmas das mãos estava meio negras no centro, duras e com a pele feia. - É para isto que eu tenho treinado desde sempre e elas resistem em não aparecer! - Explicou.

- Como é que isso é feito? - Perguntou Nobu colocando-se debaixo da água.

- Dizem que eu estou a reagir de maneira diferente a outras pessoas. Segundo o que dizem é que a boca desenvolve rapidamente, contudo as pessoas apenas têm conhecimento de utilizadores já com alguma experiência. O meu pai diz que é pela a falta de Controlo no Chakra e a nível físico e psicológico que eu não consigo desenvolver as bocas. - Explicava Kazue também colocando-se debaixo da água. - Ou seja: Falta de experiência. -

- O único que eu sei é mesmo o Deidara. De histórias que me contavam. - Confidenciou Nobu.

- É. - Soltando gargalhadas Kazue continuou - Eu também conheço. Ouço dia atrás de dia que não me posso tornar como ele. - Respirou fundo e continuou - Juro que adoraria falar com esse cara. -

- O que é que lhe perguntaria? - Questionou Nobu interessado no que Kazue poderia estar prestes a dizer

- Porque é que ele é um pé no saco e teve de fazer merda ao ponto de eu ter de sofrer com avisos morais uns atrás dos outros devido à ele? - Brincou Kazue. Nobu não aguentou, e sendo que estava a espera de algo sério, soltou fortes gargalhadas. Dando um pequeno soco em Kazue enquanto tentava controlar o seu riso.