Moderador | Iwa
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Registo Ninja Nome: Isamu Fujasawa Ryo (dinheiro): 417 Total de Habilitações: 36,5 | Assunto: Conhecendo o Inimigo Ter 7 Jun 2016 - 0:20 | |
| Inúmeras pessoas vestidas de preto seguiam em procissão pelas estreitas ruas do bairro do Clã Uchiha. À frente da multidão, duas fileiras de monges munidos de pequenos sinos entoavam cânticos enquanto os patriarcas do clã carregavam pesadas placas escuras de mármore, onde os nomes de todos os mortos no massacre estavam gravados com uma elegante caligrafia dourada. Logo depois vinham os convidados de honra. Naruto e Sasuke caminhavam lado à lado como se simbolizassem a nova união entre os povos, acompanhados por membros importantes de outros clãs convidados que carregavam incensos para espantar os maus espíritos. Todos eles comemorando em silêncio, mesmo com a data fúnebre, a paz pela qual àqueles Uchihas haviam morrido. - Muita gente esse ano. - Comentou Kaneda, admirado pela quantidade de pessoas que caminhavam em cortejo na direção do sepulcro. Abanando o garoto que sofria com o calor do final da manhã, Miyuki ia séria na presença de seus pais e tios que beiravam a comitiva. Não era estranho que Hyuugas viessem prestar seus respeitos, principalmente com a aproximação dos nobres clãs após a união de seus pais.
- Mas que cal... - Kaneda tentava reclamar mais uma vez, quando recebeu um beliscão nas costelas. Shhh... - Alguém o repreendeu. Aquilo doera tanto que a vontade do menino era de gritar. Chorar. Porém, em virtude da ocasião, preferiu engolir a dor e o choro para não envergonhar seus pais. Com os olhos cheios de ódio, Kaneda procurou pela origem da agressão discreta e ao olhar mais atrás encontrou o sujeito com um sorriso malicioso no rosto. Kobayashi Hyuuga. Um pouco mais alto que ele, Kobayashi era seu primo mais distante. Mas não no grau de parentesco, e sim por causa de seu comportamento agressivo e traiçoeiro que acabava por afastar os outros membros da família. Apesar de ser apenas dois anos mais velho que Kaneda, aqueles olhos brancos maldosos já tinham uma história violenta. Kobayashi perdeu o pai muito cedo. Kaneda ouvira algumas conversas de seus pais em que comentavam que o pai do menino tinha dado a sua vida para salvar um membro da família principal, deixando sua mãe sozinha para criá-lo. O problema é que, com a morte do marido, a mãe enlouqueceu e então o Hyuuga começou a ser mimado e criado pelos avós. Cresceu sem limites.
- O que foi Kaneda. - Yoko sussurrou ao notar o desconforto do irmão. - Nada não. Só o calor. - Respondeu baixinho, fitando o primo com desconfiança.
Nesse momento a comitiva frenou seu avanço. Lá de trás, Kaneda ouviu o tilintar de uma dezenas de sinos que indicavam a sua chegada na entrada do cemitério e agora os monges pediam permissão aos espíritos para adentrarem no seu lugar de descanso. O grande portal foi destrancado e empurrado. E assim que o rangido de metal das suas grandes dobradiças cessou, a procissão continuou pela estreita trilha feita de pedras polidas que rasgava o gramado bem cuidado. Durante o caminho, Kaneda admirava as centenas de placas de mármore que refletiam a luz do sol contra pequenas gotículas de água vindas dos regadores automáticos, formando um bonito adorno multicolorido. - Incrível. - Sussurrou com uma inocência infantil. Com passos apressados, os membros da procissão começaram a se dispersar em torno de uma bonita tenda branca montada no centro do cemitério. Só então a brisa começou a passar por entre os convidados e Kaneda pôde ficar aliviado. Seu quimono já estava ensopado e as fibras de sua roupa de baixo começavam a incomodá-lo. Apontando para as cadeiras na esquerda, Fujasawa e sua família se sentaram logo à frente dos a avós de Kobayashi.
- Isso vai demorar muito? - Inquietava-se. - Não. Falta apenas o sermão. Fica quieto. - Sussurrou Miyuki
Apesar de estar sentado e da ventania que ajudava amenizava o tremendo calor que fazia, o jovem Uchiha estava bastante incomodado. Sem mesmo observar sua retaguarda, Kaneda parecia poder sentir os olhos do primo em sua nuca e por muitas vezes sua cadeira era chutada por "acidente" só para provocar-lhe alguns sustos inconvenientes. Espero que isso termine logo. - Ansiava. Mas não que ele estivesse com muita vontade de comer no rico bufê que toas as vezes era servido após a cerimônia, mas sim porque queria se distanciar daquele idiota mimado o quanto antes. E quando estava prestes a estourar de fúria, finalmente a longa cerimônia terminou. Todas as pessoas se levantaram e logo uma senhora corpulenta no microfone informou que o bufê daquele ano seria servido no templo principal do Clã Uchiha. A família de Kaneda e levantou, caminhando de volta pela trilha na direção da recepção. O lugar não era tão longe, mas só a imagem de Kobayashi ficando para trás com sua família já o aliviava pelo resto da tarde. Ainda bem. Acho que a família dele não foi convidada. - Comemorava em pensamento, enquanto gargalhava com a conversa de seus irmãos sobre o quanto iriam comer durante o almoço.
***
- Incrível! - Animou-se Kaneda ao ver a mesa gigante coberta por comida. - Onde está a educação que lhe dei, menino! - Repreendeu Miyuki.
Envergonhado pela expressão impulsiva, o jovem se recolheu às costas dos dois irmãos mais velhos e esperou sua vez na fila de espera. O ambiente era agradável. Organizado no pátio central do Templo, uma longa prateleira foi posta à beira de uma fileira de grandes cerejeiras florescidas, que agradeciam a companhia dos convidados ao deitarem suas sombras sobre as mesas delicadamente decoradas com toalhas esverdeadas com os emblemas unidos da Vila da Folha e do clã Uchiha. Mas toda essa delicadeza não impressionava mais Kaneda que a mesa das sobremesas. Do lado oposto à prateleira principal, nessa mesa havia doces típicos e de outras regiões do mundo ninja. Tudo delicioso, menos as lesmas caramelizadas vindas do País do Vento. Eca! - Pensava com uma discreta careta. - Aqui meu filho, pode comer. - Seu pai lhe entregava o prato que encheu os olhos gulosos do garoto. Uma delícia. Pelo menos agora, Kaneda se sentia tranquilo. Longe de seu desafeto, ele terminou e já com a sobremesa escolhida, decidiu por dar uma volta pela templo para ajudar na digestão. Dividindo sua atenção com o pequeno pires com pudim, o jovem Uchiha visitava as salas das relíquias quando um gemido do lado de fora lhe chamou a atenção.
- Vai! Amarra ele! - Gritava uma criança. - Pronto. Agora já dá! - Comemorava uma voz conhecida.
Saindo em direção à varanda, Kaneda viu o impensável. Amarrado numa árvore, um cão gemia apavorado enquanto cinco crianças torciam pela maldade. E lá estava Kobayashi. Dobrando as mangas do quimono, ele parecia que estava pronto para usar algum jutsu no animal indefeso. - Agora mostrarei a força do meu juuken! - Gabava-se o malvado, colocando-se em posição para atacar. O cachorro ficava cada vez mais acuado e os torcedores ainda mais animados. Todos eles pareciam querer matar sua curiosidade quanto aos efeitos daquele estilo de luta. Tenho que impedí-los! - Mesmo sem pensar nas consequências, Kaneda largou o prato e saltou pelo parapeito numa velocidade que nem ele mesmo acreditou que teria. Punho cerrado e a raiva do dia inteiro transbordada num só golpe. Tum! E Kobayashi, até então atento apenas no cachorro, caiu e rolou pelo chão com um grande hematoma no rosto. Sua gangue silenciou como se não acreditasse que o chefe havia caído num só soco, mas logo este se recuperou. Ainda com a mão no ferimento, o Hyuuga cuspiu sangue e ativou seu byakugan. - Parece que usarei meu juuken em outro alvo. - Disse, pondo-se em posição de ataque. Kaneda agora se vira numa enrascada, mas...
- Algum problema filho? - Perguntou Fujasawa, curioso com o que acontecia. No mesmo instante os garotos reconheceram o experiente policial e deram uma passo para trás. Kobayashi não foi diferente. Desfazendo a postura de luta, ele abanou as vestimentas sujas pelo recente conflito.
- Não houve nada, Sr. Fujasawa. Só estávamos brincando. - Mentiu o valentão de olhos brancos.
- Kaneda, sua mãe estava lhe procurando. Vamos entrar. - Comandou o policial, numa intonação intimidadora. Então, sob o olhar surpreso do grupo, o ofegante e nervoso Uchiha avançou dois passos e libertou o cão que fugiu como se não houvesse amanhã, sem sequer agradecê-lo pelo salvamento. - Já vou, meu pai. - Disse baixinho, ainda intimidado pela gangue. Olhando para trás de sosleio, Kaneda ainda viu o grupo de garotos indignados com a interrupção repentina no duelo. eles esperavam sangue. A tensão ainda estava no ar, e enquanto o rapaz voltava para a área do bufê, Kaneda ainda viu o olhar furioso de Kobayashi contra ele e seu pai. Parecia que sua ação havia desencadeado a fúria de quem não deveria. Agora sua ida à academia seria posto à prova. Limpando o suor do rosto, enfim seu coração começava a se tranquilizar, agora que estava entre os seus. Yokashi e Yoko gargalhavam com as piadas dos parentes, enquanto sua mãe se divertia ao colocar as notícias de Konoha em dia. Sua vida no hospital lhe privava dessas frivolidades do cotidiano. - Então, Kaneda... Onde você estava? - Perguntou sua mãe. O jovem não respondeu. Apenas maneou a cabeça com um singelo e nervoso sorriso.
CONTINUA...
Última edição por Orochi em Ter 7 Jun 2016 - 0:27, editado 1 vez(es) (Motivo da edição : Sem razão especificada) |
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