Caminhava pelo corredor escuro, uma vez mais. Ao meu lado Itachi seguia na mesma direcção que eu. Certamente estaria a pensar no mesmo que eu. Kitetsu Ryoken e a organização misteriosa dos “patriotas”. Ao que sabia, ambas continuavam em acção, escondidas dos olhos do mundo. Nos últimos anos, quais teriam sido os avanços dos “patriotas” na sua bomba? Que teria a Kitetsu Ryoken feito em relação a isso? Afinal, o futuro do mundo estava em causa, ou pelo menos era assim que eu pensava.
Então, Itachi interrompeu o silêncio e disse:
- Há mais uma coisa, Kride.
- Mais uma coisa? – perguntei, com uma expressão de confusão estampada no rosto.
- Sim. Quando te libertei do Tsukuyomi, ainda faltava mostrar-te uma coisa.
- O quê? – perguntei.
- O motivo pelo qual o conheceste, anteriormente.
Um arrepio na espinha. Tinha tocado num assunto que eu não tinha o mais pequeno interesse em falar, ou sequer pensar, não bastasse já o meu subconsciente a relembra-lo todas as noites.
- Continua – disse-lhe, engolindo em seco.
- Ele foi a tua casa com o intuito de despertar o teu gene “especial” – disse Itachi.
- Mas como é que ele sabia!? – questionei, num misto de dúvida e raiva.
- Aparentemente, os “patriotas” acreditam numa espécie de profecia, que apontava segundo eles, que eras tu “o escolhido”, ou algo do género. E, Takeda foi enviado numa missão para confirmar se era verdade. O objectivo deles seria recrutar-te mais tarde…
Lancei um murro contra a parede, enfurecido. Rugi, entre dentes, libertando a raiva.
- Então a minha irmã morreu… morreu…para testar uma profecia!? – gritei.
- Lamento… - disse Itachi, sem saber mais o que dizer.
Então um grande sentimento de vingança invadiu-me, juntamente, com uma enorme determinação em acabar com os “Patriotas”. Já não era sobre o futuro do mundo. O mundo que se lixasse. Era pessoal. Era uma questão de vingança. E foi aí que Itachi interrompeu a minha raiva e me deu uma ordem:
- Nem uma palavra sobre o que vimos ali dentro – disse Itachi, autoritário – Se alguém descobrir que estas organizações existem, irão apressar-se a concretizar os seus planos. E, isso podia ser…catastrófico.
- Hai – concordei – Até porque me vou juntar à Kitetsu…
- O quê? – perguntou Itachi, incrédulo.
- É o melhor a fazer – disse-lhe – Alguém tem de lutar contra aqueles criminosos. Afinal, eles tão a pensar, mandar com meio mundo pelos ares.
Fui interrompido, pelo som de um passo atrás de mim e tanto eu como Itachi nos voltamos, num piscar de olhos.
Um homem robusto estava perante nós. Era moreno e tinha os cabelos escuros, curtos na frente, com um rabo-de-cavalo atrás. Os seus óculos eram escuros e tinham duas lentes em forma de lua cheia. Era possível ver-lhe a roupa preta, que ia desde as botas até à camisa de gola alta, revestida por um kimono vermelho. Com uma das suas mãos, atrás da cabeça, segurava uma espada, ligeiramente mais comprida que a minha Zanbatou, mas com uma lamina mais fina. Possuía também um pote amarrado às suas roupas. Mas o que mais chamava atenção era a cicatriz que passava pelo seu olho direito.
Tomei posição de combate, mas Itachi manteve se quieto. Não seria muito difícil derrotar um inimigo sem sequer se mexer.
- Calma – disse o homem, serenamente – Creio que não será necessário o uso de violência. Apenas me pareceu ouvir que alguém estava interessado em juntar-se à Kitetsu Ryoken.
- E o que é que tens a ver com isso? – perguntei-lhe, bruscamente.
- Penso que um membro dessa organização seria a pessoa mais indicada para conseguir que ingressasses na mesma, mas tu lá saberás – disse o homem, sorrindo.
Fiquei impressionado com aquela afirmação, mas rapidamente me recompus.
- E como é que sei que não és um “patriota”? – perguntei-lhe.
- Primeiro, sabes que não sou, porque os “patriotas” não dão a cara e segundo nunca arriscariam tirar a organização do anonimato.
Itachi saiu do seu silêncio e disse:
- Hey, tu! Aconselho-te a afastares-te do Kride, ou vais ter problemas.
Então ambos fizeram um selo e pelo que percebi, estariam numa luta de Genjutsus. Mas o homem de vermelho não se limitou às ilusões e saltou para Itachi com a sua espada. Saquei a Zanbatou o mais depressa possível e apressei-me a saltar entre os dois, bloqueando a espada do alegado membro da Kitetsu.
- Bons reflexos, rapaz – disse o homem, tentando agarrar-me com um dos seus braços.
Mas sem sucesso, assim que se moveu na minha direcção um clone de Itachi apanhou-lhe o braço e atirou-o contra a parede. Levantou-se e disse:
- Acalmem-se lá, só queria falar, mas estou a ver que com vocês só à bruta.
Itachi preparava um selo, mas interrompi-o.
- Espera! Oh desconhecido, leva-nos até à base da Kitetsu e depois veremos o que seguirá.
- Isso não é assim tão fácil – disse o homem – Nós também estamos a proteger a nossa identidade e localização, não podemos deixar qualquer um fazer uma visita guiada à base.
- Mas nós não somos qualquer um – retorqui.
- Nisso tens razão – respondeu – Ainda por cima és procurado pela organização inimiga. Vou dar-vos o que desejam, mas receio que depois de uma visita estejam demasiados metidos nisto para saírem.
- Sem problemas – respondi.

Horas depois…

Chegávamos agora à fortaleza escondida por entre mil e uma árvores, que parecia ser o centro da floresta. O homem desconhecido, que sabiamos agora que se chamava Auron, guiou-nos até uma grande porta, sólida e implacável, que mais parecia uma parede de uma muralha. Dois ninjas guardavam-na e puseram-se em posição de combate, mas ao verem Auron afastaram-se, deixando-nos passar. O homem de vestes vermelhas, esticou o braço e encostou a palma da mão ao grande portão que se dividiu em quatro triângulos, que se abriram. Entramos no edifício que parecia estar vazio. Não se ouviam vozes, nem passos, nem ninjas a treinarem, nem um líder a dar ordens, simplesmente o silêncio. Acabamos então por chegar a uma sala, bem no topo do edifício, onde encontramos um homem, o Líder.
- Líder, trago-vos aqui, o rapaz Uchiha, o escolhido do Criador e dos restantes deuses – disse Auron, ajoelhando-se, perante as cortinas que mostravam a sombra do Líder.
- Líder? Chamam-lhe isso mesmo? E que história é essa do Criador? – perguntei.
- Sim, poucos têm o privilégio de saber o meu nome e os que o têm, só o dizem em privado – Responderam as sombras do homem, por detrás das cortinas – E quanto ao Criador, ele é o responsável pelos teus poderes…
- Responsável? Poderes? Mas de que porra é que estas a falar? – perguntei.
Auron levantou-se e gritou:
- Como te atreves a dirigir-te assim ao Líder? – Mas algo surgiu e desapareceu, tão rápido que nem o meu Sharingan tinha conseguido acompanhar e empurrou-o para trás.
- Acalma-te, Auron – disse o Líder – Vejo que ainda não os despertaste, Uchiha… Talvez te explique um dia mais tarde, sobre a Profecia. Mas agora serei eu a fazer as perguntas. O que te traz por aqui?
- Eu quero juntar-me a Kitetsu Ryoken! – respondi-lhe – Mas estou a ver que vão esconder-me muitas coisas aqui… Não gosto muito de mentiras…
- Para saberes a verdade, precisas de conseguir aguentar com ela. O que sabes tu? És apenas mais um Uchiha orgulhoso, demasiado orgulhoso para reconheceres que és um fraco.
As palavras do homem deixavam-me cada vez mais enervado e ao responder-lhe, agarrei furiosamente o cabo da Zambatou e puxei-a contra o chão.
- Eu não sou fraco, nem orgulhoso! – gritei-lhe – Eu sei sobre ódio e vingança! E que os “patriotas” mandaram matar a minha irmã.
- Hmm, ora aí está… Duvido dos teus motivos – respondeu o homem serenamente.
- E eu duvido dos teus! – desta vez senti os olhos de todos naquela sala postos em mim, incrédulos – Ainda que não tenha visto a cara dos patriotas, a tua sombra é a mesma do líder deles! A verdade é tão clara, como se pudesse ler a tua mente! Desertaste dos patriotas apenas porque querias ser melhor que o teu irmão! E falas tu de orgulho…
E então Itachi disse:
- Uma observação exímia Kride – disse ele – Mas agora é a minha altura de falar. Não me importa quais são os motivos de cada um, desde que o suposto objectivo desta organização seja concluído. É esse o nosso motivo!
Então o Líder, que se encontrava um pouco baralhado com as minhas palavras, respondeu:
- Se ambos querem aderir à nossa causa que assim seja – disse a sombra do homem – Itachi, tendes um alto cargo em Konoha e deverás manter-te nele. A tua ligação connosco será o rapaz… Kride Uchiha, irás seguir com Auron e irás começar os treinos o mais rápido possível. Auron, explica-lhes a complexidade da situação…

Parece-me que não devia acabar ali. Não faz sentido hmm
Bom filler.
Keep going

Claro que não devia...mas teve de acabar, senão não há nada pa fazer os leitores lerem o proximo
Thank you :3

Pensei logo na Kyuubi ao ler o titulo deste filler

Bom filer continua