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E o ciclo da vida repete-se! As pacíficas vilas voltam a unir-se para combater um mal em comum. Vem conhecer o melhor e mais antigo role play de Naruto, totalmente em português.
 
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 [Filler 74] Novas Opções e Velhos Amigos

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Ozzymandias

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Ozzymandias

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MensagemAssunto: [Filler 74] Novas Opções e Velhos Amigos   [Filler 74] Novas Opções e Velhos Amigos Icon_minitimeSeg 8 Ago 2016 - 17:15

Sua consciência voltava aos poucos junto com a estranha, mas conhecida, sensação de formigamento nas extremidades de seu corpo. Fazia algum tempo que não sentia o tato de maneira tão verdadeira, longe daqueles "avisos" artificiais que recebia em suas terminações nervosas enquanto marionete-viva. Virando-se para o lado com um gemido de preguiça, ainda com os olhos fechados, Daisuke notou que estava coberto por finos lençóis de seda. Arrepiou-se. Parecia que sua reconstrução celular havia trazido de volta todos os sentidos suprimidos pela transformação em marionete e agora retornavam com toda força para encher seu cérebro com informações antigas, que agora se tornaram tão novas. Suspirou. O ar preenchendo os pulmões novamente fazia-o matar a saudade dos odores do mundo, e principalmente, do perfume salgado do mar trazido pela suave brisa litorânea. - Onde estou? - Sussurrou curioso, mas ao abrir os olhos, mesmo com a visão embaçada, reconheceu o cômodo de seu antigo contratante: Nero. O nukenin estava de volta no Buraco.

- A dorminhoca acordou, finalmente. - Brincou Kazuki, sentado à mesa de um pequeno escritório montado do outro lado da suíte luxuosa. Sem responder o comentário, o rapaz grisalho esforçou-se para sentar na cama e esfregar os olhos numa tentativa de visualizar melhor onde estava. Estava ofegante. Talvez porque seu corpo novo ainda não se acostumara com seu peso ou novos exercícios. Isso é preocupante. - Pensou enquanto arrastava-se para fora do leito. Pés descalços alcançaram o assoalho frio, causando-lhe um certo desconforto, mas não foi suficiente para que - após mais um gemido - ele apoiasse as pernas e cambaleasse até a varanda, carregando consigo o lençol para proteger suas partes íntimas. Com os olhos apertados acostumando-se à forte luz do sol daquela manhã, Daisuke agora conseguia ver todo vilarejo, com seus inúmeros navios piratas no cais e as gaivotas chatas clamando por comida fácil. Aquela paisagem conhecida pareceu confortar seu coração. Sentia-se em a casa.

- Por quanto tempo dormi? - Perguntou ao perceber que seu parceiro de crime se aproximava.
- Dois longos meses. Estou precisando de ajuda com a administração desse buraco. - Reclamou.
- Como assim? Nero ainda não se recuperou? Onde ele está? - Disse, virando-se para o amigo.
- Uma longa história... - Respondeu, recostando-se na sacada, prestes a atualizá-lo.

O homem parecia realmente preocupado com tudo aquilo. Então, suspirando pesadamente, Kazuki começou a contar tudo o que acontecera durante o combate mortal com Lian e a sua breve ressureição. Segundo ele, a imagem do filho queimando graças às drogas que ele mesmo inventou o deixou praticamente catatônico e após algumas consultas com os médicos da região, nenhum deles pôde dizer o que ele realmente tinha. - Não era físico... Entende? Era um lance psicológico. Traumático. - Completava, prosseguindo ao dizer que com a derrocada do filho e a doença do pai, a população se voltou para os capangas à procura de alguma liderança que pudesse continuar a administrar o vilarejo e por causa da iminente guerra com o País da Lua, ninguém se ofereceu ao cargo... E adivinha quem se meteu na história? Nesse momento Daisuke caiu na gargalhada. Seus pulmões novos fizeram um bom trabalho e até os empregados que faziam limpeza no andar de baixo olharam curiosos a reação do vilão.

- E onde ele está? - Buscou ar para indagar, já num tom mais sério.
- Ele está à beira da piscina. Sendo bem tratado, apesar de tudo. - Replicou o moreno.

Daisuke permaneceu num silêncio por mais alguns segundos, contemplando a beleza da paisagem marítima e só então estalou a língua com impaciência. - Ora... Vamos vê-lo então. - Concluiu, quando seus braços doeram ao se libertar do apoio da sacada. Pernas cambaleantes logo começaram a se dirigir para fora do quarto, enquanto Kazuki ia logo atrás para ajudar o amigo caso ele caísse. O rapaz estava visivelmente fraco, até raquítico. Muito diferente daquele que era uma das pessoas mais fortes que ele conhecia. Ele sofrerá um pouco para retornar à velha forma. - Pensava enquanto aparava-o pelos degraus que desciam até a parte de trás da mansão, onde estava Nero. Seguindo pelo corredor, margeando uma elegante parede de vidro vasada, Daisuke já podia ver o homem sentado numa cadeira de rodas em silêncio. Olhos vazios e boca semiaberta, o antigo mafioso era apenas uma sombra do que era em seus momentos áureos, quando o conheceu. O nuke se lembrou dos seus planos maquiavélicos em acabar com os ninjas e quantas vidas viciou com o químico que ele fabricava.

- Olá, doutor Nero. Como está o senhor? - Cumprimentou com chacota.

O homem não se mexeu ou esboçou qualquer reação. Um vegetal olhando para o vazio. Vendo a grama crescer. - O nukenin se lembrava de uma piada que costumava contar aos marinheiros preguiçosos em seu tempo de pirataria. Aquele pensamento o fez sorrir momentos antes de sentar numa espreguiçadeira posta ao lado da cadeira-de-rodas. Logo um dos secretários de Kazumi se aproximou e os afazeres de administrador do Buraco o obrigaram a se despedir do colega para deixá-lo a sós com seu antigo nêmese. O mundo gira e agora, pelo menos agora, Daisuke parecia estar por cima. Ele se lembrava muito bem das experiências que o tal doutor fizera com seu corpo. O Hiroshi se lembrava muito bem da morte de seu empresário e mais ainda da missão que ele o dera em proteger o filho traidor. Todos aqueles acontecimentos, percebidos com a calma que possuía agora, pareciam ter sido costurados milimetricamente para que seu destino chegasse até ali. Era como se alguém estivesse por trás, nas sombras, escrevendo os próximos episódios de sua vida.

- Senhor Nero, hora de seu banho. - Disse a enfermeira, retornando ao local.
- Como ele está? Algum progresso? - Perguntou à mulher.

Envergonhada com a presença do homem seminu a sua frente, a enfermeira balançou a cabeça negativamente. Em silêncio, Daisuke estranhou quando sentiu pesar por causa da notícia triste. Talvez fosse algo relacionado à figura paterna que nunca teve... Aquele velho era o mais perto de pai que tinha. Uma forma de sentimento bizarra com seu captor. Pois é, velho. Acabou pra você. Parecia que a vida criminosa de Nero tinha terminado. Agora, nada mais era do que um inválido que dependia da enfermeira para banhar-se na piscina. Magra, Daisuke pensou que a mulher fosse fraca, mas para sua surpresa, ela conseguiu buscar o corpo de seu ex-chefe no colo e caminhou até a escadaria que os descia até a água gelada. O nuke permanecia quieto. Absorto em seus pensamentos. Lembrou-se de sua amada. Onde estava o corpo dela? Queria velá-la. Forçando os braços novamente, ele se levantou da cadeira e começou a cambalear de volta ao quarto, querendo vestir-se quando não resistiu e se virou para Nero dizendo:

- O problema não são os ninjas, caro doutor. O problema é a própria humanidade. - Concluiu, com tristeza.

Aquelas palavras ecoaram pelo corredor até atingir os ouvidos do moribundo que agora fazia sua fisioterapia regular. O problema é a própria humanidade. - Nero repetiu aquilo em sua cabeça por uma centena de vezes, e a cada repetição fazia com que sua mente começasse a organizar um plano. Uma solução final. Aquele rapaz tinha razão. Ele não estava acusando os reais responsáveis pela destruição daquele vilarejo enquanto médico. Muito menos foram os ninjas que fizeram seu filho o trair. Ou finalmente, não foram os ninjas que fizeram com que seu destino o trouxesse até a li. Até aquela prisão que ele chamava de corpo. A solução final... E nesse momento, numa manobra que a enfermeira fez em seu corpo, Nero aproveitou a distração e sorriu com o canto da boca. A humanidade deve acabar. - Concluiu. Agora ele tinha um motivo para viver. Como um anjo vingador, ele precisava estar totalmente recuperado. Precisava mover seus planos e tratar de enganar àqueles que o impediriam em tempo e, numa faísca, o plano veio à tona.

Questão de tempo. Só preciso de tempo. - Nero enfim suspirou, fingindo que ainda estava débil.


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