- Tu?! – Exclamou ao olhar para a cara conhecida que se encontrava à sua frente.- Que recepção tão calorosa! – Troçou a mulher de cabelos castanho-escuros pelos ombros, que se encontrava à porta. – É assim que se tratam as ex-colegas de equipa?
- Poupa-me Ori. – Respondeu a mulher morena e alta da cicatriz na cara. – E vejo que não vieste sozinha.
- Olá Hiroki. – Saudou uma terceira mulher de longos cabelos encaracolados presos por um lenço vermelho e óculos de aros redondos.
- Olá Ângela. – E ao ver o papagaio negro no ombro da mulher torceu o nariz. – Kuroy.
- ELA QUER-ME MATAR! ELA QUER-ME MATAR! – Grasnou o pássaro batendo as asas.
- Oh cala-te pássaro estúpido. – Respondeu a mulher mal-humorada. – O que querem?
- Uma última missão. – Respondeu Orihime apreensiva. – Salvar a minha filha.
[Arredores de Kirigakure]
Uma mansão erguia-se no meio do nevoeiro da Vila Oculta Névoa, a uma distância considerável da mesma, três mulheres bastante diferentes entre si, atravessaram os imponentes portões de ferros que davam acesso às imediações da mansão.
Entraram pela porta da frente, depois de trocarem meia-dúzia de palavras com os guardas, atravessaram inúmeros corredores escuros, até chegarem aos aposentos do Mestre, detiveram-se em frente de um enorme par de portas de pedra.
Uma delas empurrou as pesadas portas, e entraram numa enorme sala com o tecto em abóboda com vários pilares a suportá-lo. Enormes janelas com vidrais de motivos góticos de monstros horrendos, e ao centro uma carpete vermelha que ia dar a um trono de pedra.
No trono, encontrava-se o que parecia ser um homem de pele acinzentada, careca com a cara desfigurada por cicatrizes que lhe sulcavam a face, jazia sentando com os cotovelos apoiados e as pontas dos dedos unidas, emitindo um brilho dourado e estranho. Das orelhas pouco restava, o nariz era praticamente inexistente. Vestia um manto preto que lhe dava um aspecto ainda mais arrepiante, mas as três mulheres não o temiam, antes pelo contrário, olhavam-no apaixonadamente.
[...]
Rima parou ao ouvir um galope familiar, envolto numa nuvem de poeira surgia a imponente figura de Kuroi Keisei que trazia Rev no seu dorso. Ao aproximar-se de Rima, Rev parou o imponente cavalo e desceu-se dele.
- Eu disse-te que te encontrava. – Declarou Rev, Rima revirou os olhos.
- Ainda bem que não estávamos a brincar às escondidas. – Troçou a nukenin, Rev não lhe deu importância.
- Vamos. – Declarou Rev, tocando com as esporas nos flancos do cavalo, que arrancou num galope ligeiro com Rima no seu encalço.
- E olha lá, ó senhora inteligente, como entramos na Vila? – Perguntou Rima.
- A mansão encontra-se fora da Vila. – Respondeu Rev tranquilamente, com os seus olhos vermelhos que tanto arrepiavam Rima a brilharem.
- És estranha. – Murmurou Rima, Rev limitou-se a sorrir.
[...]
- Uma última missão. – Respondeu Orihime apreensiva. – Salvar a minha filha.
- Essa gaiata só se mete em sarilhos. – Respondei Hiroki, revirando os olhos. – O que se passa desta vez?
- Foi em busca dos Niirokamen. – Respondeu Orihime, Hiroki franziu as sobrancelhas apreensiva. – E despertou a Shounin Kin.
Hiroki suspirou, e remexendo nos bolsos das calças tirou de lá um cigarro que acendeu com um fósforo. Tragou profundamente e largou uma enorme baforada com ar aborrecido.
- É o mínimo que podes fazer. – Respondeu Ângela de maneira enigmática, Orihime olhou-a confusa. – Já que a matas-te.
- Foi sem querer! De qualquer maneira ela sobreviveu, não foi? – Respondeu Hiroki mal-humorada tragando o cigarro novamente. – Não foi pior do que o que fizeste com o teu namoradinho.
- Chega! – Gritou Orihime, procurando acalmar os ânimos, uma vez que Ângela estava com ar algo perturbado. – Não vale a pena andares a remexer em assuntos antigos Hiro. Podemos contar contigo ou não?
[...]
Rima e Rev seguiam o seu caminho, com esta última montada em Kuroi Keisei, que subitamente faz o garanhão parar, levantando uma onda de poeira.
- Porque parámos? – Perguntou Rima com impaciência.
- Vou deixar aqui o Kuroi, já estamos perto. – Explicou Rev, descendo da montada e atando as rédeas a um tronco de árvore, e retirando duas barrinhas energéticas de um dos alforges atirou uma a Rima. – Come.
- Quem morreu e te fez Rainha? – Respondeu a nukenin de mau-humor, comendo a barra a contragosto. Rev limitou-se a encolher os ombros sem dar importância.
Após cerca de meia-hora de caminho, viram a enorme mansão dos Niirokamen, envolta por uma sinistra névoa. Rima sorriu de esguelha, com o olhos escuros a brilharem de excitação, mas ao encaminhar-se para o portão Rev deteve-a.
- Porra, que foi agora? – Questionou Rima, com a impaciência a crescer.
- Achas que entras na mansão de um clã de assassinos assim do pé para a mão?
- Então Senhora-Sabe-Tudo, como entramos? – Perguntou Rima, suspirando.
- Eu apenas te limpo o caminho, mas depois estás por tua conta. – Declarou a mulher raposa,
Rima revirou os olhos seguindo-a.
Dois ninjas com ar de poucos amigos aproximaram-se das duas raparigas assim que estas atravessaram os portões, Rima começava a brilhar e preparava-se para arrumar o assunto mas Rev travou-a.
- Desapareçam daqui! – Declarou um dos ninjas. – É propriedade privada.
- Eu trato disto. – Declarou Rev a Rima, que a olhou com desconfiança.
- São surdas? Pirem-se daqui! – Exclamou o outro, já irritado.
Rima parecia impaciente pela demora de Rev, a nuke nunca se cansava da violência não justificada e brutal que a Shounin Kin lhe permitia exercer em quem lhe aprouvesse.
Rev deu dois passos em frente, parando em frente dos dois homens que estavam em alerta, a mulher sorriu maldosa e direcionou os seus dois braços aos dois homens, fechando os olhos. O que se sucedeu em seguida deixou Rima estupefacta, de dentro dos ninjas parecia sair uma substância prateada cuja forma se assemelhava à figura destes, Rev abriu os olhos e com um movimento rápido e preciso dos braços retirou por completo a substância desconhecida dos dois homens.
Os dois homens caíram no chão já sem vida, e as substâncias prateadas que Rev lhes retirara foram absorvidas por uma pedra negra que esta trazia ao peito.
- O que raio acabou de acontecer?! – Perguntou Rima, cujo brilho se acentuava e a temperatura corporal também parecia aumentar.
- Tirei-lhes a alma. – Declarou calmamente, Rima olhou a mulher em choque, como é que acabara a fazer um pacto com uma mulher tão perigosa como ela, Rev pareceu perceber o que Rima pensava. – Não te preocupes, apenas consigo controlar almas fracas, tua é incrivelmente “pesada”.
- Obrigadinha, estou muito mais descansada agora. – Respondeu Rima sarcasticamente, Rev encolheu os ombros com um sorriso enigmático.
Rima e Rev entraram na enorme mansão e percorreramam os corredores escuros e frios da Mansão Niirokamen, deixando um rasto de corpos sem vida e sem alma no seu caminho, uma rapariga robusta de cara tisnada surgiu por detrás de Rev e colocou-lhe o braço em redor do pescoço com intenção de o quebrar, mas Rima foi mais rápida e cravou-lhe uma kunai na testa.
- Obrigado. – Agradeceu Rev, adquirindo a sua postura aristocrática de sempre, continuaram o seu caminho num silêncio absoluto, que nem os seus passos perturbavam, de súbito pararam em frente a duas enormes portas sumptuosamente trabalhadas. – É aqui.
Rima retirou a sua capa, queria que o assassino de Sora e Zero lhe visse o rosto antes de o matar, deixou que o chakra dourado a percorresse tomando o lugar do seu chakra natural, sendo envolto por um brilho dourado e começou a flutuar levemente.
És louca?!Rima ouviu novamente a voz que a salvara da morte quando Hiroki a matara, limitou-se a sorrir ao ouvir o tom irritado daquela voz poderosa.
- Sim. – Murmurou, Rev olhou-a com curiosidade.
Queres morrer idiota?!Perguntou a voz irritada e furiosa com a kunoichi de Suna, que não cessava de sorrir de maneira assustadora, até Rev engoliu em seco ao sentir a mudança súbita de chakra de Rima.
- Tanto me faz. – Limitou-se a responder, virando-se para Rev. – Entramos?
- Eu vou partir, o meu único propósito era capturar uma boa soma de almas. – Respondeu. – Espero que consigas o que desejas.
E dizendo isto Rev tornou-se translúcida, numa espécie de fantasma, e correndo atravessou as paredes da mansão, rumo ao exterior. Rima encolheu os ombros, era-lhe indiferente o que Rev faria com as almas que recolhera. A única coisa que lhe interessava estava atrás daquelas portas.
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Não pensas no que te pode acontecer ao abusares deste poder, sua rapariga idiota?!- Não me interessa. – Respondeu friamente e criando um campo de forças rebentou com as duas portas.
- Começa a perguntar-me se demoráveis muito mais em visitar-me. – Declarou o homem sentado nas sombras, que entretanto também aumentava o seu brilho.
[...]
- Espero bem que não cheguemos tarde por causa da tua teimosia. – Resmungou Orihime para Hiroki que a ignorou. As três ex-colegas de equipa, seguiam velozmente impulsionadas pelos jactos de fogo do Houka Kasai no Jutsu, com o papagaio negro um pouco mais atrás.
- Não resmungues. – Respondeu-lhe Hiroki.
..::Continua::..
E a trama adensa-se! Será que Rima sempre leva a vingança a cabo ou a sua mãe chega a tempo de a impedir de cometer uma loucura?
Não percam o próximo episódio porque nós também não! No próximo episódio de [Haraise]:- Spoiler:
[Saga Haraise]Filler 3 – A Voz na Minha Cabeça
- És um Kurohoshi? – Perguntou Rima, com um travo amargo que aquele nome sempre lhe deixara.
(…)
- Parece que hoje vamos desempenar os ossos meninas. – Declarou Orihime olhando as adversárias com um sorriso sádico, que Rima herdara. Hiroki invocou um enorme machado de duas cabeças que segurou com o único braço e Ângela ajeitou os óculos enquanto Kuroy voava para longe do combate eminente.
(…)
- Julgáveis porventura que seria tão fácil assim? – Perguntou o Mestre.