Após comer o peixe e ter descansado um pouco Ankuko decidiu pôr-se a andar, o sol já ia baixo, e não tardava muito estava de noite. Arrumou as coisas, vestiu a roupa, pois estava apenas em boxers, e pôs-se a caminho. De árvore em árvore ia avançando a grande velocidade, deixando para trás o deserto e o rio. Ainda faltava pelo menos 2 dias até Konoha, por isso estava na hora de se apressar. Correu, saltou, trepou, horas a fio, sempre com a imagem de seus pais em mente, era isso que o movia, isso, e a vontade de descobrir o porque de seu irmão não ter terminado a sua tarefa, mas isso ficava para mais tarde. O sol já se havia posto à algum tempo, e o céu estrelado cobria agora tudo o que estava ao seu alcance, a lua iluminava o caminho, mas este era irregular e árduo, e Ankuko começava a ficar cansado, mas não podia parar, ia continuar até as suas pernas não aguentarem mais. De súbito, um ramo partiu-se e Ankuko entrou em queda livre, tirou de duas kunais e espetou-as no tronco da árvore travando a queda, com os pés impulsionou-se para trás e num mortal, caiu em pé num ramo de uma árvore á sua frente.
- Era uma bela queda… vamos embora. – Continuo a sua marcha, de ramo em ramo. Não fez mais nada durante horas, correu desde que o sol havia caído até ao seu levantar, mas já não aguentava mais. Num salto, de árvore em árvore, voltou ao chão, aliviado por ter finalmente solo firme onde caminhar. Não parou, mas as pernas não lhe permitiam correr, por isso limitou-se a seguir um ritmo lento de caminhada. Tirou a botija de água da mochila e bebeu um pouco para matar a cede. Não comia a algum tempo, mas também não tinha fome, o cansaço era tal que nem vontade tinha de comer. O sol adiantou-se a Ankuko, e estava agora á sua frente, Ankuko colocou a mão sobre os olhos para não se encadear á medida que passava por entre os raios de sol que passavam pelos ramos das árvores. Após recuperar as forças, voltou ao antigo ritmo, arrumou a botija e voltou ao topo das árvores.
- De andar tanto de árvore em árvore já me sinto mais macaco do que pessoa… - Desabafou Ankuko, desagradado com a ideia de voltar ás árvores, mas era necessário pois estas forneciam um esconderijo melhor do que por campo aberto. Já ia no quarto dia. O primeiro havia corrido de feição, tirando o aparecimento dos ladrões, o segundo passara a maior parte do tempo perdido, e o terceiro tinha dormido grande parte da noite e manhã com uma bebedeira e a tarde tinha andado á pesca, e só havia andado de noite. O quarto dia já ia longo, mas Konoha já não estava longe. Uns viajantes passaram por ele acenando-lhe, Ankuko retribuiu de igual forma, não esbarrando com um tronco de uma árvore por mera sorte, mandando ainda uma canelada num ramo.
- Porra, isto doeu *Sniff Sniff*. – Disse Ankuko com lágrimas nos olhos. – Não me lembrei de pedir um tintozinho aos viajantes. Não, não, Ankuko concentra-te! Não és nenhum alcoólico! – Com os pensamentos no vinho continuo a sua caminhada.
Mais uma vez o sol havia fugido de si, e era a lua que o começava a alcançar.
- É engraçado como o sol não se deixa apanhar pela lua, ou a lua pelo sol… qual dos dois irá a fugir? Ou será que andam os dois em busca de algo mas não sabem o que? Tão assim como eu. O que procuro eu? O que vim eu fazer a Konoha? Visitar os meus pais? Grande desculpa… será que vim a fugir com medo o meu irmão? Não, isso não é de certeza, recuso-me a ter medo dele. Quais serão as potencialidades deste poder que encerro, e porque será que tanta gente o quer? É isso que vim fazer em Konoha, vim descobrir quem eu sou! Espero que também a lua e o sol encontrem o que procuram. – Perdido nos seus pensamentos Ankuko nem deu pela chegada do quinto dia. Ao longe, por entre a escuridão, já se via a muralha que envolvia Konoha. Estava quase…