Ankuko avançava a grande velocidade quando as rochas deram lugar a prédios e casas, a erva deu lugar a terra poeirenta e as árvores a pessoas.
Konoha era muito diferente de Suna, as casas irregulares de Suna não se comparavam ás casas de traço tradicional de Konoha, o pó e vento habituais de Suna era substituído por uma temperatura agradável e uma brisa suave.
Era estranho voltar após tanto tempo, incomodava-o o facto de ter de andar pelas ruas sem conhecer ninguém e saber que não era ali que pertencia. Mesmo tendo vivido 10 anos em Konoha pouco ou nada conhecia, sempre se havia fechado em casa a estudar ou a jogar com o seu pai. Ankuko não queria dar nas vistas, mas não resistiu ao impulso de explorar aquilo que em tempos havia sido a sua aldeia. Silencioso, avançava pelas ruas, olhando por breves momentos para os edifícios. Andava por andar, não sabia para onde ia, e limitava-se a caminhar. Após algum tempo de voltar e mais voltas, parou em frente a um edifício que Ankuko não esperava encontrar, á sua frente encontrava-se a sua antiga casa. Uma casa de 3 andares, de telha verde, paredes brancas com detalhes em madeira, chão de madeira de carvalho; estava tal e qual, era impossível não conhece-la. Ankuko não sabia que fazer, entrar estava fora de questão, mas não conseguia mover um pé sequer para se afastar da casa… a porta de entrada abre-se.
- É como te digo, os gajos andam a brincar com a vida!
- Não andam nada, os gajos da Karasuemo sabem o que fazem.
- Tretas! Eu não me vou submeter a mais experiencias, estou farto!
- Pronto, se é assim que queres…
As vozes afastaram-se. Ankuko reconheceu ambas, Kuja e o seu Tio. Ankuko tentou fugir, mas tropeçou num poste, espetando uma enorme cabeçada neste. O seu Tio virou-se para trás, mas alguém puxou Ankuko evitando este de ser visto.
- Foi por pouco… mas quem…?
- Boas, menino Ankuko.
Á sua frente, estava o único rosto que não se havia apagado da sua estadia em Konoha, o Sr. Kazumi, um ancião que ia muitas vezes a casa dele, passar tardes inteiras a falar com o seu pai e consigo, levava-lhe sempre um chocolate, Ankuko estava radiante.
- Ainda te lembras de mim rapaz?
- Como o poderia esquecer? Sr. Kazumi! – Ankuko desfez-se em lágrimas não ocultando a emoção. – Pronto, pronto Ankuko, não fiques assim. Mas diz-me lá meu rapaz, que te traz por cá?
- Vim para descobrir quem sou. E para isso gostaria de puder ver os meus pais mais uma vez…
- Eu já sabia que virias. Anda, vem comigo.
- Aonde?...Ah, obrigado.
Ankuko e Kazumi avançaram por entre as ruas de Konoha, Ankuko explicava a Kazumi o que se passara, a ida para Suna, os ataques, Etc.
Kazumi parou em frente a um campo enorme adornado por diversas placas de pedra, era o cemitério.
- Isto é…?
- Sim. É aqui que descansa a alma dos teus pais.
Ankuko avançou devagar, seguindo Kazumi por entre as frias sepulturas de rocha, Kazumi parou quando chegaram a duas sepulturas que se distinguiam da maioria, era de pedra vermelha, uma espécie de mármore ou algo do género.
- É aqui. Vou-te deixar um pouco a sós, para pores as ideias em ordem. – disse, afastando-se. Ankuko não acreditava que ali estava, era como se não passasse de um sonho.
- Pai…Mãe… estou aqui. Não me esqueci de vós, estiveram sempre presentes, foram vocês que me ajudaram a vencer os desafios e adversidades. Não sei bem o que dizer… tem graça, tinha um discurso tão bom, mas esqueci-me completamente… já é costume, saí ao pai. – disse com um sorriso, não evitando as lágrimas. – Pelo menos era o que a mãe dizia… gostava tanto que ainda aqui estivessem, puder olhar-vos uma vez mais nos olhos, foi cruel a forma como tiveram de partir… foi tudo tão repentino. Mas eu prometo, que não descansarei enquanto a vossa morte não for vingada, enquanto aqueles que vos roubaram a vida se desfaçam em sangue, e não deixarei que ninguém se coloque no meu caminho, prometo que serei forte, muito mais do que sou… mas é difícil. – uma nova vaga de lágrimas cobriram-lhe o rosto. – Ainda por cima agora que apareceu o meu suposto irmão gémeo… mas como é isso possível… como nunca ouvi eu falar dele. O que devo eu fazer agora… por favor dêem-me uma pista… por favor… - Ankuko dobrou-se abraçando a campa de seus pais, a pedra era fria, mas não importava. Levantou-se devagar, e Kazumi colocou a sua mão no ombro de Ankuko.
- Toma. Os teus pais pediram-me que te entregasse isto. – Ankuko pega num pequeno pergaminho, e abre-o.
“ Sê forte. Ergue a cabeça e segue em frente. Estaremos sempre contigo, a guardar-te. Sê forte.”
- Obrigado…pai…mãe…
- Toma, é uma prenda da minha parte. – Ankuko abriu uma pequena caixa onde no interior estava uma seringa de 50 mL. – Esta seringa pertencia ao teu pai. Acompanhou-o sempre nas lutas, era desejo dele que eu te a desse.
- Obrigado…