- Yo!
- GAHH! – gritei, largando a minha taça de cereais e mal reparando quando o objecto se quebrou e os seus contéudos se espalharam no chão.. – O que é que estás a fazer aqui?!
- Suki o que é que se passa? – ouvi a minha irmã gritar do quarto dela, mas não lhe prestei grande atenção. Estava demasiado ocupada a tentar controlar a minha respiração irregular enquanto apontava o dedo acusadoramente ao meu sensei.
- Nada nada, só o sensei. – gritei-lhe de volta enquanto olhava ameaçadoramente para o homem ruivo. Era mais sorrateiro que um rato.
- Neh Suki-chan, estás sempre tão contente por me ver! – comentou Kaito, aderindo um tom sarcástico á sua frase. Desde que tinha descoberto a maneira como havia fugido a sete pés dos seus cozinhados ele tinha deixado de ser super simpático e fofinho – um acto falso para o qual eu não caía. Estive quase para denunciar a familía Yasumi, mas não o fiz com medo que Tatsugaki mudasse de ideias sobre como me ia oferecer um novo bastão.
- Sim claro, posso dizer o mesmo de ti. Como não queres lidar comigo entregas-me ao Tatsugaki. – a verdade é que nem queria saber, mas apeteceu-me fazê-lo sentir-se culpado. Apesar de eu até gostar de treinar com o outro, Kaito estava a roubar tempo ao seu amigo, tempo que ele podia usar para tratar dos seus negócios e das suas experiências, sejam elas lá o que forem.
Por alguma razão Tatsugaki era rico, e só recentemente eu a tinha descoberto – era dono da maior vendedora de equipamentos para shinobi, principalmente comprimidos ou poções médicas. Eu não gostava de treinar e saber que, ao mesmo tempo, estava a causar incómodos. Odiava ficar em divida para com os outros – Kaito era pago pelo Mizukage, Tatsugaki não.
- Hey, não sejas assim. Fiz isso porque ele te pode ensinar muito mais que eu. Oficialmente, pode ser apenas um cientista todo ricaço, mas se quisesse já era um dos melhores shinobis de Kiri há muito tempo. Para além disso, ele gosta de crianças. – sorriu-me, como se não tivesse acabado de me chamar infantil e continuou - Ele sempre quis ser sensei, mas não gosta do Mizukage por isso é apenas ninja durante os seus tempos livres. No entanto, não te preocupes, hoje vais treinar comigo. – dito isto, sorriu-me ainda mais largamente e saltou para o parapeito da janela. – Vens?
Eu suspirei e segui-o, estranhamente só conseguindo pensar no meu pequeno almoço arruinado. Ultimamente tinham havido muitos desses.
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- Então é suposto eu... – perguntei-lhe assim que cheguei ao campo de treino, pronta para qualquer que fosse o treino maluco que Kaito tinha planeado para mim.
- É suposto lutarmos.
...
- Só isso? Nenhuma charada para resolver nenhuma montanha para levantar nenhuns cães para fugir? – perguntei incredulamente. Surpreender-me estava a tornar-se num hábito dos meus senseis.
- Yup. Sei o que o Tatsugaki tem treinos muito originais, mas ser criativo é o trabalho dele, não o meu. Pronta?
Eu anuí fracamente, até perceber que me estava a esquecer de alguma coisa.
- Espere, eu não tenho armas. A Kiyo partiu-a lembra-se?
Ele simplesmente encolheu os ombros.
- Podes arrancar um ramo qualquer duma árvore, se quiseres, mas em principio os teus punhos serão suficientes.
- Okay... – murmurei, com um suspiro resignado. Quando voltei a abrir os olhos, fui recebida pela cara sorridente de Kaito, mesmo á minha frente – no entanto, não foi isso que me assustou. Coisas sibilantes e compridas estavam a flutuar á minha volta, prontas para me prender. E foi a palavra sibilantes que despertou um alarme na minha cabeça.
- Sabes, tu és incrivelmente fácil de – começou Kaito, mas foi interrompido pela minha mão na cara dele, seguida pelos meus pés. Com um movimento rápido saltei por cima dele e fugi – porque se havia alguma coisa que eu não queria aguentar, eram cobras. Não me entendam mal - se quisesse, podia, mas quando me dão a possibilidade de fugir ela ultrapassa sempre a minha coragem.
Por isso, continuei a correr, até sentir algo a deslizar no meu pé. Olhei para baixo e vi um pedaço de tecido – uma ligadura - enrolado á volta do meu tornozelo. Estava prestes a ir tirá-la quando, de repente, algo me puxa e eu dou comigo no meio do ar, a fazer uma visita aos passarinhos no meio das árvores. Conclui que eles não deviam gostar muito de mim, tendo em conta que fugiram assim que Suki, a grande besta azul-escura impediu a quebra de metade dos seus ossos ao agarrar o ramo de uma árvore e meter-se em cima dele. No entanto, a besta mal se apercebeu que tinha esmagado meia dúzia de ovos inocentes antes de começar a correr pela árvore abaixo com o Kinobiri, uma ligadura bastante persistente, mas lenta a segui-la. Persistente porque nem com com rasgões parava, lenta porque não me impediu de saltar de um ramo, mesmo na direcção de Kaito, que estava sentado a comer batatas fritas e a olhar para mim.
- Mas tu queres assassinar-me ou o quê?! – bradei, desviando-me de outra ligadura que se precipitava na minha direcção. – Estas coisas quase que me desfizeram em papas de aveia!
- E tu quase que me partias o nariz com aquela pisadela! Agora também sofres! – gritou ele defensivamente, enchendo a sua boca com mais batatas fritas. A Suki Malévola interior reparou, com bastante interesse, que ele não estava a ligar nenhuma á sua pessoa. Também reparou, com ainda mais interesse, que ele parecia estar a gostar bastante daquelas batatas fritas. Ligou á Suki Estratega e contou-lhe as novidades. Meio segundo depois, uma ideia iluminou a naçao dos Estados Unidenses de Suki.
- Kawarimi no Jutsu! – gritei, e encontrei-me á frente de Kaito, que olhava confusamente para as mãos, á procura das suas batatas. Eu sorri e enfiei-lhe o pé na cara. Os Estados Unidenses de Suki rejubiliram, e todas as suas crianças comeram bolachas para festejar a vitória.
Isto é, até as bases militares darem conta de três ligaduras a aproximarem-se a uma velocidade vertigionosa das alas situadas a Sul, Este e Oeste. Assim que esta mensagem me foi transmitida, eu corri para Norte, por onde o meu sensei estava a vir, direito á minha pessoa. A Suki Estratega procurou uma saída – encontrou-a entre as pernas do inimigo. Por isso, quando o meu sensei se aproximou, eu baixei-me e passei por debaixo dele, levantando-me logo de seguida.
Até ai o plano era simplesmente correr, mas Suki Malévola entrou em acção, e decidiu dar-lhe um pontapé entre as pernas. Rapidamente se arrependeu quando os Espiões das Forças Armadas tiveram os timpanos rebentados com um grito estridente. Um alarme soou, e a Presidente dos Estados Unidos de Suki ordenou a evacuação imediata do campo de batalha, mas eu já estava a fugir a sete pés do meu sensei, pensando na morte lenta que ele me ia dar e pedindo á Presidente para meter a Suki Malévola na Cadeia, que ela hoje já tinha feito um bom monte de porcaria.
Os alarmes foram novamente soados e foi-me dado a conhecer que algo muito grande estava a fazer-me sombra. Olhei para cima e vi um enorme rochedo a vir na minha direcção. A Suki Estratega, sem saber o que fazer, parou e continuou a olhar para o pedragulho. No ultimo segundo, ordenou que toda a gente se escondesse nas suas casas e se preparasse para o impacto, deixando-me a mim, pobre e confusa Suki, para estender os braços e aguentar o objecto voador, dissipando metade do meu chakra enquanto os meus pobres musculos eram levados ao limite. Deixei o rochedo ficar nos meus braços uns segundos antes de ver Kaito a coxear na minha direcçao. Com um último esforço potente e alguma pena, atirei-lhe o pedragulho e corri, desviando-me de duas ligaduras que se tentaram meter no meu caminho e correndo para a doce liberdade, caracteristica da minha nação.
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Eu sei que está pequeno e que não vai dar grandes pontos, mas diverti-me muito a fazê-lo.
Não gosto da primeira parte, mas tem de lá estar. >.<
Hoje ainda posto mais um.
Edit: Acabei de reparar que dei o nome Estados Unidenses ao tópico. EPIC FAIL.
*changes the name*