Vitan estava empolgado, finalmente havia-lhe sido destacado um Sensei, e teria algo mais para fazer do que andar ás voltas pela Vila. Para satisfação de Vitan o treino iria ser num dos vales em redor de Kumo, mais propriamente a Sul de Kumo, o preferido de Vitan. Vitan chegou cedo, com o entusiasmo mal havia dormido, mas não tinha sono, antes pelo contrário, estava cheio de adrenalina para o seu primeiro treino. Imaginava como seria o treino com um Sensei tão peculiar. A verdade nem sabia ainda o seu nome, pois este desaparecera logo após a revelação.
Vitan caminhava incansavelmente em redor de uma árvore formando já um círculo em redor desta, devido à erva pisada, quando o seu Sensei chegou.
- Bons Dias.
- Ham? Ah é você, tudo bem?
- Eh, vai-se andando. Bem, o meu nome é Murimoto, prazer.
- Eu chamo-me Vitan.
- Eu sei o teu nome…
- E como é que eu adivinhava?
- Eu sou o teu Sensei, tenho de saber estas coisas!
- Sabia lá eu.
- Mau! Começamos bem! 40 Flexões, já!
- O que? A sério?
- Não estou a gozar. Primeiro vamos aquecer. Nada melhor para aquecer os músculos que dar umas braçadas.
- Vamos nadar?
- Claro.
- Mas eu não trouxe fato de banho.
- Arranjas-te. – Disse Murimoto mergulhando para dentro do lago. Vitan imitou-o entrando dentro de água apenas em boxers, a água estava gelada, mas Vitan não se queixou, e começou a nadar.
- Agarra a maçã, põe a no bolso, agarra uma maçã, põe a no bolso… - Murimoto repetia vezes sem conta, até que Vitan percebeu que Murimoto mal sabia nadar.
- O Sensei não sabe nadar?
- Claro que sei! Agarra uma maça… - E a lengalenga continuava, ao que Vitan percebeu o “Agarra uma maçã” era o movimento para a frente do braço, enquanto que o “Põe a no bolso” era o movimento para trás, tudo junto Murimoto avançava lentamente ao longo do lago. Ainda Murimoto ia a meio do lago, já Vitan voltava para trás, o lago deveria ter uns 100 metros de diâmetro. Vitan continuava a manter o seu ritmo indo agora para a terceira volta, os batimentos das pernas em sintonia com as braçadas fortes marcavam um passo rápido e constante, Vitan não estava minimamente cansado, o seu ritmo era ideal, avançado rapidamente ao longo do lago, terminando a quarta volta, e depois a quinta.
- Não chega já?
- Ainda não, ainda só fiz duas voltas. – Respondeu Murimoto.
- Só? – Vitan ultrapassou Murimoto, escondendo um pequeno riso debaixo de água. Quando chegou á margem do lago, na sua sexta volta, impulsionou-se para baixo mergulhando mais fundo no lago. Avançou assim durante 55 segundos, mas o oxigénio começou a faltar-lhe, e voltou á superfície. Estava a pouco mais de 40 metros da outra margem, a qual alcançou rapidamente, impulsionando-se de volta para a outra margem. Finalmente atingiu a marca do Quilometro, foi então que Murimoto decidiu que chegava de aquecimento.
- Bem, vamos começar a trabalhar. Anda comigo. – Murimoto encaminhou Vitan até uma zona montanhosa que reflectia no lago. Assemelhava-se bastante a uma parede de escalada, devido a ser praticamente plana, e sendo aproximadamente perpendicular ao chão. – Bem o que quero que faças aqui, é que concentres o chakra nos pés com o Kinobiri, e tentares subir o mais que puderes da parede, achas que consegues?
- Melhor do que o Sensei a nadar.
- Repete isso! – Disse Murimoto correndo atrás de Vitan. Este começou a trepar a parede com o Kinobiri mas após dois metros de “escalada”, um dos pés escorregou provocando a queda de Vitan que aterrou de cabeça no chão.
- Au, au, au, a minha cabeça.
- Fraco… - Disse Murimoto, paralelo ao chão, preso á parede a rir-se de Vitan.
- Já vais ver! – Vitan voltou a aplicar o Kinobiri, saltando na direcção da parede e subindo alguns metros, até que novamente o seu pé esquerdo voltou a escorregar, mas desta vez num mortal Vitan aterrou em pé, evitando uma nova dor de cabeça. De novo a acção, um pé após o outro, Vitan subiu calmamente a parede, desta vez estava a correr melhor, Vitan mantinha um fluxo constante de chakra entre os pés a pedra, conseguindo avançar ao longo da parede. Após duas horas de treino Vitan já conseguia andar decentemente na parede, sem precisar de pensar em cada passo que dava.
- Muito bem, agora…
- Sim??? – Disse Vitan entusiasmado.
- Vamos almoçar!
- Han? Eu quero treinar…
- E eu quero comer. Também treinares irracionalmente apenas será prejudicial. Vamos comer, toma o teu almoço, e não digas que não sou teu amigo. Vitan abriu a marmita, onde estava uma refeição completa de sushi.
- Itadakimasu.
Após uma agradável refeição, voltaram aos treinos.
- Bem na segunda parte do treino, vamos ver que tal estão esses reflexos e velocidade. Eu vou simplesmente atirar-te alguns projécteis, e tu apenas terás que os evitar ou defender, fácil não é?
- Parece que sim.
- Então vamos lá! – Murimoto sacou de um pergaminho e abriu-o aparecendo á sua frente uma nuvem de fumo de onde saíram várias Shurikens e Kunais na direcção de Vitan.
- O que? Tantas! – Vitan, evitava o enxame de aço e metal, com movimentos rápidos. Um primeiro ataque, obrigou Vitan a agachar-se rapidamente para evitar duas Shurikens que voavam na sua direcção, para em seguida saltar no ar, com os joelhos no peito para se esquivar de uma Fumma Shuriken que avançava na direcção das suas pernas, uma segunda vaga, obrigou Vitan a tirar a sua Kunai para se defender de uma Shuriken ao nível do peito, e em seguida rodou sobre si, ficando no meio de duas Kunais que passaram a centímetros dos seus ombros. A terceira vaga trouxe duas Kunais, que Vitan evitou ao desviar-se rapidamente para a sua esquerda e habilmente executou o Kawarimi no Jutsu para evitar ser atingido por duas Shurikens. Murimoto não caiu no truque e dirigiu imediatamente o ataque para a actual localização de Vitan, este usou o ramo da árvore onde se encontrava para evitar o ataque, usando-o para dar a cambalhota e saltar para o chão. A ultima vaga trouxe ao encontro de Vitan três sabres a formar um triangulo, que atingiram Vitan em cheio, fazendo este desaparecer numa nuvem de fumo.
- Bunshin?
- Ehehe, é verdade. – Disse Vitan saindo detrás da árvore.
- Bem pensado sim senhor, boa táctica. Bem por hoje acho que chega. Até amanhã. – E desapareceu numa nuvem de fumo.