“O Começo do Treino Diabólico!”
Era por volta das seis da manhã quando Eiji apareceu repentinamente em casa de Yukari, arrancou-a da cama a custo e apressou-a a vestir-se. Enquanto comiam o pequeno-almoço, criado por ele enquanto ela se tinha despachado, Eiji acabou de engolir e começou a falar.
- Bem, hoje vamos acampar ao pé do mar. Vamos começar os teus treinos agora.
- Porquê ao pé do mar? – questionou a jovem.
- E isso interessa? Não! Por isso vamos! – apressou-a.
Ela estava a estranhar aquela situação toda. Ir para o pé do mar não ia fazer diferença se era simplesmente um treino! Ao menos, assim ela pensava. Após tê-lo seguido e terem chegado ao local, o sensei colocou as malas ao pé de uma árvore. Eram sete da manhã quando lá tinham chegado, após terem corrido aquele tempo todo. Ela continuava sem compreender aquela situação e decisão, mas sendo discípula dele não podia fazer nada. Ela ia para se sentar ao pé da árvore, quando ele atirou-lhe um fato igual ao seu mas mais pesado. Rondava os dois kilos. Ele mandou-a vesti-lo e ela foi para de trás de arvoredos e colocou-os. Saiu para ir ter com ele e apresentou-se. Sentia-se incomodada pelo peso. Não estava habituada.
- Bom como tinha dito, isto vai ser um treino. Não vais ficar só forte, quero-te também resistente. É nisso que tens de treinar mais. Porque para seres forte é ainda mais difícil de alcançar! – disse em tom de gozo.
Uma veia furiosa saltou da testa da jovem, porém não retorquiu. Engoliu a fúria e manteve-se calma, por fora, por dentro estava em fogo. Ele encaminhou-a para dentro de água, mandou-a suster a respiração e treinar com a katana. Ela assim fez e mergulhou. Para o que ela não estava preparada era o quanto o seu fato e katana pesavam lá de baixo. Ter de suster a respiração dentro do mar, com uma corrente forte, também tornava difícil concentrar-se. Ela começou por primeiro tentar se mexer debaixo daquela pressão. Começou pelos braços e mãos, tentando usá-los o melhor que pôde. Os seus braços, às vezes, debaixo da pressão do mar não iam para o sítio que tinha em mente. Não aguentavam a maré. As mãos não aguentavam, não fechavam-se nem abriam-se. Era como tentar mexer ferro, sem grande sucesso. Estava já debaixo de água há um minuto quando teve de subir para respirar. Ao chegar cá a cima, começou a arfar profundamente. Eiji abanou a cabeça.
- Não existe descansos, sobes para respirar e imediatamente vais para baixo! – disse-lhe autoritariamente.
Ela obedeceu e voltar para debaixo de água. Já começava a conseguir suportar um pouco melhor a pressão, por isso tentou usar a espada. Ela tirou-a da bainha e imediatamente os seus braços caíram com o peso dela. Tentou levantá-la mas só conseguia puxar para cima uns centímetros. Continuou a usar toda a força que conseguia acumular, mas depressa ficou com falta de oxigénio. Subiu e desceu, tentando mais uma vez. Segundo Eiji, era totalmente proibido usar chakra naquele tipo de treino. Pelo menos para ela. Tentou visualizar na mente a espada a levantar, como se não houvesse pressão. Tentou relaxar e sentir como o mar mexia-se. Começou a sentir a corrente a passar, para onde ia e como. Sentia ir contra o seu corpo. Começou a sentir algo diferente. A sentir uma corrente, não era só a corrente do mar, era algo mais, mais algo que não compreendia mas que estava agradecida de sentir. Ao mesmo tempo também compreendeu porque estava a treinar no mar. Não era só por ser mar, nem por levantar a katana, estava ali para saber-se comportar em diferentes ambientes e saber como escapar e sobreviver. Sobreviver era a chave. Se não tivesse mais chakra teria de se safar através de instinto, e era isso que estava a desenvolver. Ela esboçou um pequeno sorriso, subiu ao de cima, mostrou um sorriso de vitória para Eiji e voltou para baixo. À medida que sentia a corrente ir para os lados, levava a espada também nessa direcção. Assim ia levando a espada para os lados e para o meio. Era-lhe ainda complicado sentir aquela pressão, mas saber como move-la, com a ajuda da corrente, tornava o movimento e a tarefa mais fácil. Foi fazendo isso pela manhã inteira, embora começasse a se sentir esgotada, mas Eiji não a deixava parar. Só quando era meio-dia é que ele a deixou sair de dentro de água e comer. Ela ainda ia tossindo de tempos em tempos por causa da pressão nos pulmões. Bebeu bastante água doce, para limpar o sal do corpo e após dez minutos como já tinha comido e bebido mandou-a de novo para o treino.
- Desta vez vê se aguentas o máximo possível, quero que aumentes a tua capacidade pulmonar. Um minuto é demasiado pouco – disse-lhe secamente.
Yukari assim o fez. Ia para debaixo de água, dava golpadas debaixo de água e tentava ao mesmo tempo suster o máximo possível. Embora já começasse a suster debaixo de água um minuto e quinze, não era o suficiente para o professor feroz. Ela passou a tarde toda a fazer aqueles exercícios. Ele só a deixou parar por volta das oito da noite, para o jantar. Ela estava enregelada e tinha o corpo todo dorido, mas, segundo ele, não era o suficiente. A rapariga estava enrolada numa manta, de volta da fogueira, a comer e a beber vagarosamente.
- Se não te despachares não comes tudo. Só tens quinze minutos de descanso, no máximo. Ainda não acabámos por hoje. Isto vai ser um treino que vai durar bastantes dias. Vais ter de passar por provas iguais a estas, mas com outros elementos. Terra, fogo, vento, trovão e tudo o mais que puder arranjar. Vais sofrer mas vais ficar mais resistente – disse-lhe enquanto comia uma sopa de lata.
A rapariga ao ouvir as palavras bastantes dias e provas iguais com outros elementos engasgou-se.
- Espera aí! Queres dizer que vou ter de passar por este treino de guerra imenso tempo? Queres me matar? Eu já estou um trapo e só passou nove horas! Nem quero imaginar se tiver de fazer isto dias a fio e quase sem descanso! – gritou exaltada e horrorizada.
- Sem descanso – corrigiu monotonamente.
Ela arregalou os olhos e levantou-se num pulo dizendo: “Nem pensar!”. Ele, simplesmente, riu-se dela. Estava furiosa com o gozo mas mais ainda, estava rabugenta de ter dormido pouco e trabalhado tanto! Ela ia virar costas, mas os olhos dele prenderam-na ao sítio. Estava a fulminá-la com o olhar.
- Então vais desistir porque é muito difícil para ti? Não disseste que querias ficar forte? Que querias demonstrar que eras capaz de tudo? Então esforça-te! Eu não sou teu mestre à toa, Yukari! Eu escolhi-te, porque só eu posso trabalhar-te além dos limites! Vou-te fazer trabalhar tanto que nem vais conseguir estar de pé! Mas isso é algo bom! Vou fazer-te ires além dos teus limites e tornar-te forte e poderosa! Por isso não discutas comigo e vai continuar com o teu treino! – ordenou-lhe.
Perante aqueles factos e palavras ela não podia discutir, por isso engoliu tudo o que tinha para dizer e voltou para dentro de água. Durante a noite a água era gélida, apesar de debaixo de água sentir-se morna, sempre que vinha ao de cima o seu corpo tremia. Estava debaixo de água a continuar a usar a espada. Nem tinha a certeza se aquele treino estava, realmente, a torná-la mais forte. Quanto mais de noite era, mais o seu corpo começava a falhar e a ficar pesado. A roupa, o movimento da água, a katana e o ter de suster a respiração estavam a desgastar-lhe. Era meia-noite quando Eiji falou-lhe de novo.
- Desta vez, quero que avances enquanto dás os golpes. Estás só a trabalhar na parte de cima, por isso, o resto da madrugada trabalha ambas partes!
Ela mergulhou de novo e começou a tentar mexer as pernas, mas sentia-as dormentes. Tentou de novo, mas mal conseguia levantar os pés, quanto mais avançar pela água adentro. Ela colocou a espada na sua frente, presa ao chão, e tentou simplesmente flectir os membros inferiores. Após tentar aquecê-los, subir e descer, já começava a sentir o sangue circular melhor. Agarrou a espada e tentou fazer o que ele tinha-lhe dito. Escusado será dizer que era como lutar contra uma parede. Embora tentasse e as suas pernas mexem-se, não conseguia avançar pela água. Era demasiado feroz e forte para avançar. Após subir e dizer isso a Eiji, ele simplesmente mandou-a para baixo sem explicações. Não teria ajuda nenhuma dele. Estava escuro, não conseguia ver nada de baixo de água, sentia-se exausta e não tinha qualquer apoio. Sentia-se totalmente em baixo. Durante, o que pareceu ser uma eternidade, só conseguia mexer-se no seu lugar, mas pouco a pouco, centímetro a centímetro começou a conseguir mexer-se melhor. A verdade é que tentar mexer-se conforme a corrente era bastante difícil, mas depois de estar tão exausta que não sabia o que fazer, era no que tinha apostado tudo. Era complicado, mas aguentou-se, mais tarde Eiji disse-lhe que eram três da manhã quando ela, finalmente, havia conseguido avançar mar adentro, mas por enquanto parecia que estava debaixo daquele inferno molhado e gelado há uma vida inteira. Ela foi tentando manter-se acordada, mas todo aquele esforço físico estava a lhe desgastar a mente e chegou a pontos que se esquecia de onde estava por segundos. Sentia-se a ficar completamente louca! Porém estava a conseguir mexer-se bastante melhor, já quase nem ligava ao peso da roupa e da arma. Estava a ambientar-se bem, mas preferia que Eiji estivesse errado e pudesse descansar do que admitir que aquilo estava, realmente, a ter efeitos. Só quando eram sete da manhã é que ele a deixou sair de dentro da água, vestir roupas secas, meter-se em volta do fogo e finalmente dormir. Ele meteu a roupa dela sobre o fogo, de forma a secarem, porque o treino ainda não tinha acabado. Ele olhou para ela e sorriu. Os seus olhos emitiam uma luz arrepiante.
- Ainda não viste nada, Yukari, isto é só o princípio! Se pensas que isto é muito, então nem sabes o quanto te vou fazer saltar obstáculo atrás de obstáculo, sem descanso e sem piedade! Sou bastante rigoroso e impiedoso em treinos, por isso dorme e prepara-te para o que aí vem! – sussurrou com um sorriso diabólico na face.
(vou fazer uma série de treinos, como quando acabarem de ler percebem, deste género, com vários elementais envolvidos contra ele..
)
Assunto: Yukari~treino 3~O Começo do Treino Diabólico! 
Dom 29 Mar 2009 - 16:57
(Sou uma rapariga 
