Kazumi acordara devido à luz que lhe entrava pelas janelas entrerabertas, fazendo-o pôr-se a pé após bocejar e espreguiçar-se. Abriu as janelas e reparou que o Sol já ia alto e que o calor era, como sempre, insuportável. Tinha chegado tarde e muito cansado da sua missão, o que o levou a dormir até àquelas horas. Tomou um banho rápido e vestiu-se, dirigindo-se à cozinha para comer. Naquele dia, Kazumi teria que se dirigir à biblioteca, precisava de esclarecer aquele maldito sonho. Quando acabou, pegou no seu material shinobi e saiu de casa.
Começou a correr em direcção da biblioteca, mas reparou que assim iria demorar muito a chegar lá. A biblioteca situava-se do outro lado da Vila e, para cortar caminho, Kazumi saltou para um telhado e foi passando de casa em casa, a grande velocidade. Algumas pessoas que estendiam as suas roupas nas varandas assustavam-se, tal era a velocidade que Kazumi aplicava na sua corrida, em conjunto com o Shunshin no Jutsu.
“Como é possível o meu clã ainda ter documentação, se quando eu nasci ele estava praticamente extinto? E quem detinha esses documentos?”, pensava Kazumi, prestes a chegar à Biblioteca. Quando lá chegou, dirigiu-se a uma mulher que estava sentada atrás de uma secretária.
Senhora: Boa tarde, em que posso ajudá-lo?
Kazumi: Boa tarde- cumprimentou, ficando perplexo por já ser assim tão tarde- Queria saber qual é a sala restrita onde se encontra a documentação do clã Kuchiki.
Senhora: Peço desculpa, mas apenas membros do clã podem entrar. Segundo os relatos, o clã está extinto, logo o menino não poderá entrar.
Kazumi: Diga-me onde é por favor- pediu, mostrando o documento de identificação- Como vê, o clã não está completamente extinto.
Senhora: Peço muita desculpa, não fazia ideia que ainda existia um membro vivo. Siga-me por favor- disse, levantando-se da cadeira.
Kazumi: Na realidade, somos dois, eu e o meu irmão- declarou, seguindo-a.
A mulher andava muito rápido, virando nas esquinas com toda a segurança, demonstrando que conhecia todos o cantos àquele lugar. Estavam a andar pelo mesmo caminho que os seus pais tinham seguido no seu sonho. Quando pararam, Kazumi ficou horrorizado. Tudo era exactamente igual ao seu sonho.
Senhora: Para abrir a...
Kazumi: Eu sei- interrompeu, começando a concentrar chakra na palma da sua mão direita.
Após o fazer, pousou-a suavemente sobre a porta. Esta, com um ligeiro ruído, começou a deslizar, abrindo-se.
Kazumi: A partir daqui quero ficar sozinho- pediu, entrando na pequena sala.
Senhora: Eu não sou permitida a entrar aí- disse, sorrindo e desaparecendo da vista de Kazumi.
Com Kazumi lá dentro, a porta tinha-se fechado para não permitir a entrada de mais ninguém. Novamente, após dar uma vista de olhos ao local, sentiu aquela estranha parecença, ou quase igualdade, com o local do sonho. Tudo era exactamente igual, os sítios por onde passavam, a própria sala em si e a maneira de abrir a porta.
Dirigiu-se para o armário para ver o que continham os scrolls. Sentia um nervoso miudinho, pois estava muito empolgado. A uma distância tão curta dele, estavam as informações mais importantes do clã, e este teria acesso a todas elas. Tal como o seu pai havia feito no sonho, este pegou logo no maior dos scrolls.
Este, na zona da abertura, dizia “Kyuchyose no Jutsu: Smilodons”. Kazumi abriu-o e começou a ler o que lá estava. Tinha uma quantidade gigantesca de nomes lá escritos, o que o deixara impressionado. Porém, lembrou-se do que o seu pai lhe tinha dito quando era mais novo: “O nosso clã era muito grande, um dos maiores de Suna”. Isso explicava o porquê daquela quantidade de nomes. Os dois últimos nomes eram os dos seus pais, que tinham sido os “únicos” sobreviventes do clã. Fechou-o e, decidido a levá-lo consigo, pousou-o na pequena mesinha que lá se encontrava.
Pegou de seguida no pergaminho que continha a história do seu clã. Ao abrir ver o seu tamanho, decidiu guardá-lo para porteriormente ler. Pegou também no scroll dos Hijutsus e viu que eram vários e que continham informações sobre como os aprender e dominar. Aquilo iria ser muito importante, o que levou Kazumi a guardá-lo na sua bolsa, junto do scroll com a história do clã.
Só faltava um, o scroll que continha informações sobre uma coisa chamada Kukatsumori. Provavelmente seria o tal Doujutsu que os seus pais falavam. “Incrível, se isto realmente for o que estou a pensar, o que corre nas minhas veias é uma linhagem avançada”, pensou, empolgado com o que iria sair dali. Porém, não conseguiu abrir o scroll, parecia que algo o prendia. “Mas que raio?”, pensou, puxando pelo scroll, mas ese não cedia.
Mochizuki: Kukatsumori, Kai- proferiu, antes de abrir o scroll, fazendo com que os seus olhos adoptassem uma tonalidade verde muito claro.“Já me lembro, o meu pai activou o Doujutsu quando abriu o scroll”, pensou, apercebendo-se que não poderia abri-lo sem saber dominar a sua linhagem. Decidiu guardá-lo também, visto que, se realmente possuísse aquele Doujutsu, o poderia abrir quando o dominasse.
Por fim, deitou um olhar à bela espada que se encontrava presa à parede. Era realmente bonita, mas parecia maligna. Quase toda a gente que lhe tocava sofria, mas apesar disto, Kazumi parecia inclinado para o fazer. Lançou-lhe um novo olhar e virou-se para ela, começando a andar. Quando lá chegou, parou a observá-la. Esta reflectia a luz que passava pela mini-janela que se encontrava em cima do armário, dando-lhe um brilho fantástico.
Não resistindo àquela visão, Kazumi esticou a mão e agarrou-a pelo cabo. Sentiu uma espécie de corrente eléctrica a percorrer-lhe o corpo e viu uma espécie de tigre, com dentes enormes e com pêlo ciano e caiu no chão.
Passado algum tempo...Kazumi abria os olhos, com alguma dificuldade. Estava a ficar escuro, tinha ficado caído durante muito tempo. Pôs-se a pé e olhou para a espada, que estava intacta. Doía-lhe a nuca devido ao impacto que esta sofreu ao estatelar-se no chão. “Eu sobrevivi! Pelos vistos o meu elemento é o Raiton. Ou será que eu sou o escolhido, mas ainda não estou pronto para a usar?”, pensou, pegando no scroll da Kyuchyose e metendo os restantes na sua bolsa.
Dirigiu-se para a porta, fazendo-a abrir-se, e saiu da Biblioteca. Estava com fome e já deveria estar a jantar. Saltou de telhado em telhado para chegar mais rápido a casa e, quando lá chegou, tinha uma mensagem presa na porta com uma shuriken.
Amanhã tens treino, à hora e no local habituais. Tenho uma proposta a fazer-te.
Boko Ibiku
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Bem, cá está, o Kazumi é portador dos scrolls do clã
Espero que gostem ^^