Katsuo estava a caminho de sua casa após uma missão bem sucedida. Sentia-se bastante feliz, pois para além de ter cumprido com o seu dever para com o Hokage, tinha conhecido mais um jovem, coisa que na zona onde morava era muito raro.
Assim que entrou em casa, viu o seu pai a dormir no sofá com a televisão ainda ligada. Fechou a porta com o mínimo de força e vagarosamente caminhou para o sofá onde estava o seu pai, desligando a televisão e pondo um manto por cima deste. Era normal o seu pai estar bastante cansado, desde que a mãe de Katsuo morreu era ele quem tinha de representar ambos os papeis, o que deixa qualquer pessoa exausta. Katsuo sentiu-se de certa forma culpado, pois o pequeno mundo onde se fechou após a morte da sua mãe não permitiu que ele ajuda-se Kazuya ao longo dos anos.
Katsuo tinha fome após a missão que revelou ser um tanto trabalhosa. Dirigiu-se à cozinha para ver o que tinha no frigorífico, retirando de lá um pacote de leite e uma embalagem de ramen pronto a comer. Não sabia cozinhar, mas qualquer pessoa sabia preparar um ramen pronto a comer, até um nabo como Katsuo.
Assim que tinha o ramen pronto, dirigiu-se para o seu quarto com a comida. Sentou-se na cama e olhou para a parede, onde tinha pendurada a espada de madeira que a sua mãe tinha feito à mão para ele treinar. Fixou o olhar nela, durante bastante tempo, relembrando os tempos em que a sua mãe ainda era viva. Tinha uma sensação estranha, era talvez nostalgia ao relembrar bons tempos.
Acabou então de comer o ramen e beber o leite, ficando satisfeito.
Não era muito tarde, mas Katsuo estava cansado após a missão. Deitou-se na sua pequena mas confortável cama, e rapidamente adormeceu.
Era manhã, e Katsuo estava de pé voluntariamente. Vestiu-se e preparou-se para sair de casa apressadamente. Ao sair do quarto viu o seu pai estava a tomar o pequeno almoço, olhando com um ar surpreendido para Katsuo. Mais uma vez, estava a pé mais cedo do que o costume, mas desta vez não foi preciso nada nem ninguém para o acordar, ele mesmo o tinha feito.
- Já a pé? – Perguntou Kazuya surpreendido.
- Achas? – Questionou também Katsuo ao se deparar com aquela pergunta do seu pai.
Achava este tipo de perguntas estúpidas, pois Kazuya podia perfeitamente ver que ele estava de pé, mas no entanto fez a pergunta à mesma.
- Vou sair, volto daqui a pouco. – Disse Katsuo dirigindo-se para a porta.
- Espera, toma o pequeno-almo... – já Katsuo tinha saído de casa.
Chegou ao seu destino, era o cemitério de Konoha. Ao contrário do aspecto triste e despojador de felicidade que a maioria dos cemitérios tinham, aquele era bastante iluminado pelo frequente sol de Konoha, o que eliminara um pouco isso. As campas estavam alinhadas sobre a viçosa relva, um pouco agitada pelo brando mar de vento. No entanto isso era apenas o aspecto, porque os sentimentos de Katsuo ao ver aquele local não mudavam. Podia ser o cemitério mais lindo do mundo, mas, sempre que via a campa da sua mãe, uma amarga melancolia atacava Katsuo.
- Já lá vai bastante tempo... – Reflectiu o jovem admirando o espaço à sua volta - vamos ver se ainda me lembro.
Assim que encontrou o que procurava, ficou imóvel, admirando a campa que não visitara há tantos anos. Apesar de já ter ultrapassado a morte da sua mãe, voltar aquele lugar fazia sentimentos que estavam, ou pareciam estar, já bem adormecidos no fundo de Katsuo, vir ao de cima. Era uma campa feita com frias pedras de mármore negro, de linhas simples e suaves. Tinha também “Kaori Nakamura” cravado em letras douradas.
- Que fazes por aqui? - Perguntou Sayuri aproximando-se da campa da sua filha.
- A idade está a pôr-te ceguinha é? – Perguntou Katsuo limpando as lágrimas que estavam prestes a cair pelo jovem rosto e disfarçando com um sorriso.
- Escusas de disfarçar... – Disse Sayuri – já não te via assim há muitos anos...
- Também já não vinha aqui há bastante tempo... – Afirmou Katsuo, com um olhar sério, fixado na campa.
- Ouvi dizer que a tua missão correu bem. Vejo que fiz o acertado e que estavas certamente preparado para uma. – Declarou Sayuri, mostrando orgulho nos progressos do seu neto.
- Achas que... – murmurou Katsuo.
- Sim... – Interrompeu Sayuri, prevendo o que o seu neto ia dizer – Ela também estaria orgulhosa , tenho a certeza.
Katsuo deixou escapar um sorriso, acreditava no que a sua avó lhe dissera.
- Tenho uma ideia para te animar de novo! – Exclamou Sayuri – Que tal se eu te ensina-se 2 jutsus novos hoje de tarde?
- Gostaria bastante , estou mesmo a precisar! – Retorquiu Katsuo demonstrando um animo imediato em aprender.
- Muito bem então. Vai ter à mesma floresta do nosso ultimo treino às 2 horas da tarde, o aquecimento irá consistir no mesmo do nosso treino anterior. Agora vou para casa, tenho coisas a fazer, vens? – Questionou Sayuri enquanto caminhava.
- Vou ficar aqui mais um pouco...- Declarou Katsuo, olhando para o bonito céu que se pintara naquele dia.
- Tudo bem então. – Disse Sayuri. – Não te atrases para o nosso treino.
Katsuo ficou na campa ainda bastante tempo após a sua avó ter saído, admirando o que outrora lhe trazia grande angústia.
Assim que chegou a casa, o seu pai estava na cozinha, já preparando o almoço.
- Onde estiveste este tempo todo? – Perguntou Kazuya preocupado.
- Fui visitar alguém importante. – Replicou Katsuo.
- E eu que pensava que te tinhas decidido a nunca mais lá aparecer... – Referiu Kazuya, assim que se apercebeu onde o seu filho tinha estado.
- Precisava de la ir. Ajudou-me a ultrapassar isto por completo. – Declarou Katsuo com um ar bastante sereno. - Precisas de ajuda com o almoço?
- Não sei o que te aconteceu lá, mas alguma coisa foi. – Respondeu Kazuya ao ver intenções de ajuda por parte do seu filho. – O que aconteceu ao teu método de fazer tudo a meias? Aquele em que eu cozinhava, tu comias, tu sujavas, eu limpava...
- Não queres a ajuda é? – Questionou rapidamente Katsuo.
- Tu? Cozinhar? Só se fosse para me incendiares a casa! – Disse Kazuya, rindo o mais alto que podia.
- Menos trabalho para mim também! – Apontou Katsuo, num tom de gozo.
Estavam ambos a almoçar na cozinha iluminada pelo sol de Konoha. Era raro almoçarem os dois no mesmo local, desde a morte da sua mãe, Katsuo comia sempre no seu quarto sozinho.
- Daqui a pouco vou treinar com a avó. – Avisou Katsuo, deixando o seu pai com um ar preocupado na sua cara.
- Tudo bem, espero que tenhas um bom treino! – Disse Kazuya no tom mais alegre que conseguiu, disfarçando a preocupação que sentia.
Estava quase na hora de Katuso se dirigir para o seu treino, e este começou a preparar-se para mais um dos treinos puxados da sua avó.