Naturo Seyur Treino no Cargueiro
"Calos nas mãos"
Depois do duelo com a Mai, Seyur dormiu um sono descansado, no dia seguinte, confrontou-se com o Pai numa conversa ao pequeno-almoço.- Estranho usares Raiton. – Afirmava Liro dando mais um passo e virando-se para o filho – Pelo menos tão cedo…
- Como assim,
tão cedo? – Inquiriu Seyur pousando a caneca em cima da mesa de madeira após um gole profundo.
- Podias ter dito que o tinhas despertado… Assim podíamos treinar esse elemento. – Suspirou num tom esclarecedor
- Mas… Como treinaríamos esse elemento, alguém especial…ou tu…?
- Sim. Também sou usuário de Raiton. Toda a família o usa, a graça vai ser daqui para a frente, podes despertar um terceiro elemento…Ou nem por isso. – Sorriu. – Anda, segue-me, vamos treinar.
Seyur não possuía qualquer objecção, mais uma vez tinha perdido frente a um adversário poderoso, neste caso, uma adversária. Viu os pontos fulcrais onde falhou, haviam coisas que precisavam de ser melhoradas, tais como a sua Força e a capacidade de aguentar danos.
- Talvez… Talvez, se fosse mais poderoso a nível de corpo… Talvez tivesse aguentado aquele ataque, e pudesse contra-atacar. – Disse num tom baixo, como se estivesse a falar para si. Liro preparava a sua resposta à medida que este se levantava cabisbaixo e pegava no pão semi-comido.
- Tudo isso é muito bonito, mas são só palavras… Se quiseres mesmo melhorar vais ter que te esforçar. – Isto colocou Seyur numa posição ainda mais frágil, estava incapaz de olhar para o pai, nem se atreveria a responder, não. Sempre lhe ensinaram a responder nos olhos da pessoa, é a única forma de mostrar sinceridade nas suas palavras. Finalmente o rapaz arranjou coragem dentro de si. “Esqueci-me de uma coisa” – Disse
Não demorou muito até voltar, desta vez, não com as roupas habituais, pela primeira vez vestia umas calças largas pretas, uma t-shirt de manga comprida e finalmente o seu colete especial e uma mala de alça única. Do colete estava agora uma fita que se camuflava bem por ser da mesma cor, que prendia a sua espada, teria de agora se habituar a tirá-la das costas, por isso, enquanto ele e o pai caminhavam em direcção ao local onde iam treinar, começou a desferir golpes com a espada no ar, retirando-a e arrumando-a várias vezes, quando de repente, uma brisa leve soprou e fez uma folha abandonar a sua árvore, caia em movimentos irregulares, Seyur concentrou-se nela e desferiu um golpe marcando um corte horizontal que dividiu a folha em duas. Uma brisa mais forte soprou, Seyur deslocou-se com agilidade e em movimentos seguros começou a desferir vários golpes nas folhas. Falhou o último, porém este ainda não tinha tocado no chão. Concentrando chakra nas mãos e num movimento rápido com os pés movimentou-se para que com força e controlo nos níveis precisos, conseguisse acertar na folha a poucos centímetros do chãos. Sorriu.
- Ei, ei!! – Liro já estava bem adientado, acenava com a mão para Seyur num gesto para ele ir ter com ele.
- Hai, estou a ir - Seyur usando o Shirei Aruku no Jutsu chegou rapidamente a Liro. Seguidamente entraram numa rua estranha, movimentando-se pelo estreito de duas paredes desgastadas chegaram a um cargueiro.
- Bem…Primeira parte do Treino. – Liro estendeu a palma da mão, Seyur tremeu e colocou-se em posição de defesa – Não te vou atacar, esperto. – Disse num tom pouco amigável - Olha à tua volta. – Era, sem dúvida, um local que Seyur nunca tinha visto, amontoados de caixas dispersas por um longo campo. – Mas agora vou.
Vamos- Vamos qu… - Seyur foi brutalmente levado contra uma caixa
- Menos conversa, mais acção – Quando Seyur abriu os olhos já três Liros estavam dispostos à sua frente, o corpo do rapazinho começou-se a desfazer em água, deixando uma poça.
- Mizu Bunshin é? – Liro virou-se – Eu sei onde estás filho. – Nesse momento Liro disparou um Humonarigué contra algumas caixas das quais imediatamente saiu de lá uma figura que ao saltar ao nível do sol ficou-se incapaz de olhar. Daí nasceram duas bolas de água rasgadas pela velocidade que acabaram com dois Liros deixando só o do meio. Seyur deu inicio a uma luta corpo a corpo, abriu a palma da mão e começou a concentrar chakra em cada uma delas tentando desferir vários golpes em seu pai que se esquivava habilmente com as mãos atrás das costas, concentrou novamente o seu chakra, desta vez nas pernas e utilizou o Shirei Aruku no Jutsu para aumentar o ritmo dos golpes, mais rápido, mais ágil, Seyur rodava, saltava e agachava-se tentando desferir um único golpe que finalmente acertasse em seu Pai. Mais uma vez concentrou chakra, na sua mão esquerda começava a denotar-se um vulto azul ,que, comum movimento vertical de Seyur fora atirada a Liro, mais uma vez este esquivou.
- Muito bem, se não te acerto assim – Aos poucos e poucos Seyur começou a deixar fluir o seu chakra, concentrava-o e desconcentrava para criando movimentos irregulares num vulto que o envolvia. O vulto azul ficou amarelo por uns segundos e depois voltou a azul, Seyur tinha mudado de Natureza para Raiton. – Prende-o. –Seyur fazia um movimento leve com a mão, como que um comando. Liro sentiu-se agarrado, era o anterior Mizu Bunshin de Seyur.
- Como conseguiste?
- Bem… Quando tu pensaste que tinhas destruído o meu Mizu Bunshin, eu apenas o tinha desfragmentado com um Jutsu, como não estava num ambiente aquático começou a perder energia aos poucos, antes de mudar de elemento, re-fi-lo, tu não deste por isso porque…
- Como tu disseste, perdeu energia aos poucos, era difícil detectar a sua presença com pouco chakra e tu a tomares a minha atenção com ataques e eu a tentar desviá-los.
- Exacto. – Confirmou Seyur
- Muito inteligente filho. – Sorriu, mas isso significa que ele não está suficientemente forte para me enfrentar. – Liro desferiu uma cotovelada que acertou em cheio na barriga do clone que imediatamente o largou.
- Mas… Se for um Gyuuto Mizu Bunshin, e ele utilizar a água dos teupoudammas para se re-constituir, então aí não irá só reviver como fazer voltar o seu poder aos 10% como na altura em que foi feito.
- Muito bem! Bom raciocínio. – Liro não tinha duvidas que o clone estava agora destruído após alguns golpes profundos no clone.
- Suiho! – Seyur retirou a mala e lançou-a ao ar de onde uma pequena criatura
- Vamos acabar com a luta, quero antes que tentes levantar uma caixa destas.
- “Boa, não me estava a apetecer lutar” – Confessou Suiho subindo para o ombro de Seyur
- Hai. – Seyur moveu-se até uma delas, Suiho deslocou-se par ao pé de Liro, pegou-lhe mas não conseguiu levantá-la, então fez mais força e mais força, o suor começava a denotar-se na sua testa, um esforço que combinava força e resistência. Começou a concentrar chakra, mais e mais chakra ao longo dos braços, depois começou-se a criar um vulto em volta do corpo, os pés retiravam terra do chão e Seyur fazia ainda mais força, a caixa cedeu e finalmente, num movimento de impulsão com os pés levantou-a colocando ao nível do ombros.
- Podes pousar. – Disse Liro
- De que é que isto é feito mesmo?
- Sei lá, deves ter apanhado um com ferro ou assim, eu pensava que era mais leve, mas assim é melhor.
- Certo. – Depois disso Liro colocou cinco caixas totalmente feitas em ferro dispostas em linha. – Acerta-lhes com o teu Doringan e tenta destrui-las. – Seyur assentiu.
- Suishoua! – Seyur cuspiu muita água deixando que desse o suficiente e ainda mais para criar o seu Jutsu, concentrou uma quantidade elevada de chakra na sua mão à medida que a água se agrupava numa esfera. Concentrando um pouco mais do que tinha, soltou o Jutsu que embateu nas caixas mas não fez nem um único golpe.
- O quê?... Bem, vou tentar com um… Kage Bunshin! – Disse terminando com as suas mãos a fazer um “T”. – Seyur concentrou chakra novamente, assim como o Kage Bunshin, a água repetiu o processo e fora novamente embatida na as caixas desta vez ao mesmo tempo, mesmo assim, só conseguiu fazer uma cratera numa delas.
- Ora bem… Lá por ser mais forte não quer dizer nada.
Controlo acima de tudo. A rapidez é inimiga de perfeição, leva o teu tempo.
- “Sei que num duelo, não há
tempo… Mas se o meu pai o aconselha… Acho que é o mais acertado.” – Pensou à medida que concentrava mais chakra num maior espaço de tempo. – DORINGAN! – Gritou aproximando-se das caixas à medida que continuava a concentrar o seu chakra. A poeira levantou após o embate, assim que ela se dissipou, Seyur estava no chão com as mãos em sangue. Todas as caixas se tinham desfeito ao meio, menos as duas últimas.
- Qualquer dia ganhas calos aí… E com o que tu andas a fazer no teu quarto não ajuda nada. – Riu-se Liro com um olho fechado e as mãos nas ancas enquanto se inclinava.
- “Ahah, Pwned Seyur.”
- “Cala-te Suiho”