Havia ficado alojado na única casa de Ichizaki, também não havia mais nenhuma na ilha por isso não havia muito por onde escolher. Era uma casa acolhedora à sua maneira, apesar de ter espalhadas em cada divisão revistas de pouca decência.
Acordei bem cedo com um berro de Ichizaki avisando-me que o treino iria começar dentro de 10 minutos. Levantei-me e dirigi-me á casa de banho para me lavar, foi ai que surgiu a primeira surpresa do dia. Mal abri a torneira a água estava vermelha, parecia quase sangue, mergulhei a mão por debaixo da água e constatei que se tratava mesmo de sangue, fechei a torneira de imediato e voltei a abri-la, a água estava normal.
- Será que estou a ver coisas? Fogo, eu sabia que tinha dormido mal, mas pelos vistos foi mesmo muito mal.
Lavei a cara e dirigi-me à sala para tomar o pequeno-almoço, quando entrei na sala esta estava completamente destruída.
- Mas que raio? – As paredes estavam completamente destruídas e pintadas de sangue, não havia sinais de Ichizaki, é então que do nada uma enorme foice tenta me atingir, salto para trás a tempo de evitar ser cortado ao meio, logo a seguir vem outra que me obriga a agachar passando por baixo da foice.
- Mas que porra é esta? – Tive de saltar para evitar que uma delas me cortasse as pernas. Corri o mais que pude e com uma placagem de ombro destrui a porta e sai para o exterior. Nada estava mudado no exterior a não ser a tonalidade vermelha da areia e do mar.
- Isto não pode ser verdade, cá para mim estou a sonhar… sonhar? Tou a ser tão parvo… Kai! – Fiz o selo, concentrei o meu chakra e num piscar de olhos tudo voltou ao normal, Ichizaki ria-se no telhado da casa.
- Pensava que nunca mais percebias… podias era ter deixado a porta inteira… mas pronto vamos começar o treino.
- Que bela maneira de acordar, logo com um Genjutsu…
- Bem, o treino de hoje vai ter um treino de diagnóstico, quero avaliar as tuas capacidades físicas e as tuas habilidades como ninja. Primeiro quero avaliar a tua velocidade, enquanto não conseguires dar 3 voltas á casa, 200 metros, em 18 segundos não vamos descansar.
Alinhei-me numa linha marcada por Ichizaki e esperei pelo seu sinal, mal ele apitou eu desatei a correr o mais que pude enquanto Ichizaki cronometrava o meu desempenho. Fiz a primeira volta com um bom tempo, mas perdi tempo na segunda e acabei por terminar as 3 voltas com 20,3 segundos.
- Tens de melhorar 3 segundos! Vamos embora, segunda tentativa! Tenta fazer as curvas mais apertadas, tens de saber definir as trajectórias mais rápidas e eficazes, pode ser a diferença entre um golpe certeiro ou a morte certa. 3, 2, 1, vai!
Desatei novamente a correr, tentei fazer as curvas mais rentes à casa tentado poupar tempo, e temi mesmo que mandasse uma cabeçada na parede da casa de tão perto que passava. Fiz uma primeira volta excelente, e a segunda também foi bastante boas, mas na recta final as pernas pesaram e perdi tempo ao longo da última volta e fiz 19,4 segundos
- Está melhor, mas ainda não o suficiente, tens de conseguir vencer o cansaço com a persistência da mente, tens de te focar no teu objectivo e nada te pode impedir de atingires o objectivo. Vamos embora! Já!
Lá fui eu novamente, perguntava-me porque raio andava eu a correr que nem um maluco ás ordens de outro maluco. Corri o mais que pude, as minhas pernas automaticamente tentavam acelerar o passo enquanto a adrenalina bombeava grandes quantidades de sangue para o meu coração e músculos, corria tão rente à casa que cheguei a raspar numa das paredes esfolando o braço, a 3 metros da meta lancei-me de cabeça, terminando com uma cambalhota.
- Diz lá velho maluco! Agora fiz o tempo não fiz! – Disse eu apontado para Ichizaki.
- Eu não sou velho! Affff, 17,99 segundos…
- Mujaja, consegui. – Cantava eu enquanto fazia uma espécie de dança da chuva misturada com prisão de ventre.
- Não fiques tão convencido, eu fiz este mesmo percurso em 12 segundos. – A minha dança foi destruída com a mesma velocidade que havia começado… - Mas vamos continuar, está na hora de vermos se não passas de uma lingrinhas barulhento. De certeza que o Hiagushi já te ensinou o Genjutsu da gravidade, como sabes cria uma gravidade ilusória, mas também como sabes há uma ligação entre o cérebro e o resto do teu corpo, logo se o teu cérebro está convencido que estás em esforço, os teus músculos vão responder como tal, por isso Genjutsu, Juuryoku Purasu (Gravidade Extra).
Senti de imediato o meu corpo a ser comprimido contra o solo, era muito superior ao do Hiagushi, Ichizaki estava mesmo a tentar me esmagar. Acabei por ceder e cai de joelhos, tentei aguentar-me mas acabei mesmo por bater com a cara no chão. A custo movi os meus braços ao longo do corpo, dobrando os cotovelos e ficando apenas com a palma das mão no chão, como se fosse iniciar uma flexão. Tentei elevar o meu corpo mas este teimava em se separar do chão, os meus músculos esforçavam-se o mais que podiam mas sem sucesso.
- É impossível. – Queixava-me eu.
- Ok, Ok, talvez tenha exagerado um pouco… - Respondeu Ichizaki aliviando um pouco o Genjutsu.
Senti literalmente um peso a sair-me dos ombros. Lentamente senti o meu corpo a separar-se do chão, os meus braços começaram-se a esticar, e consegui inclinar-me para trás, ficando de joelhos. Respirei fundo, recuperando o fôlego despendido naquela flexão que valera por 30, mas ainda faltava pôr-me em pé. Levantei um joelho, ficando apenas com um fixado no chão e o outro a fazer um ângulo de 90º com o pé assente no chão. A custo, fiz o mesmo com a outra perna, ficando de cócoras, agora faltava fazer a elevação, basicamente aquilo era um agachamento com o quadruplo da gravidade normal. Lá consegui erguer-me e terminar aquela custosa tarefa de… levantar-me do chão. Concentrei o meu chakra e executando o Kai libertei-me do Genjutsu para meu alivio pude finalmente respirar em condições.
- Finalmente… - Desabafei, aliviado.
- Nada mau, nada mau, mas nada que eu não esperasse de um aluno meu.
- Você ainda não me ensinou nada…
- Isso é o que tu dizes. Mas pronto vamos mas é almoçar que se faz tarde.
- Então, pronto para a segunda parte do teste de diagnostico?
- Acho que sim…
- Então agora vamos ver as tuas capacidades como ninja. Kage Bunshin no Jutsu! – 2 clones de Ichizaki surgiram a seu lado e saltaram para o mar onde ficaram á superfície com o Mizu Kinobiri. Imitei-os, e concentrei o chakra na sola dos pés e saltei para a água, ficando á superfície ondulando sobre o calmo mar que rodeava a ilha.
- Bem, acho que já percebes-te o esquema, apenas poderás usar Ninjutsus, Taijutsu ou armas ninja. Vai-te a eles.
Virei-me para os Bunshin e estes já partiam na minha direcção, esquivei-me do murro de um deles e de seguida saltei para trás evitando o pontapé do outro. Rapidamente realizei os Selos, lancei 3 Shurikens contra os meus adversários e executei o Mizu Shuriken Bunshin no Jutsu, fazendo surgir mais 6 Shurikens. Os Bunshins esquivaram-se das Shurikens mas foi o suficiente para os distrair de imediato saltei sobre um deles, concentrando chakra no punho, tentei atingi-lo com um murro carregado de chakra que ele conseguiu evitar e acabei por atingir a água que provocou uma enorme “chapão” elevando um jacto de água a alguns metros de altura. Fui logo de seguida atacado pelo outro Bunshin mas rapidamente fiz os selos, concentrei o chakra no peito e disparei um Teppoudama que destruiu o Bunshin antes de me atingir.
O outro Bunshin já preparava uma ofensiva, após realizar os selos bateu com a mão na água e por momentos nada aconteceu foi então que reparei num peixe a sofrer uma descarga eléctrica o que me fez saltar ara o ar de imediato.
- Merda! Era isto que ele queria que eu fizesse. – Pensei eu de imediato. E era mesmo. No “chão” o Bunshin realizava uma nova sequência de selos e disparou várias bolas de fogo (Housenka) contra mim. Fiquei um pouco na expectativa até que realizei os selos e disparei um segundo Teppoudama que apagou parte das bolas de fogo, escapando assim ao Jutsu. Mal aterrei na superfície do mar, impulsionei-me para a frente na direcção do Bunshin e mais uma vez concentrei o meu chakra na mão, quando estava perto do Bunshin bati com a mão na água elevando uma parede de água cortando a visibilidade do Bunshin, utilizando o Shunshin movimentei-me para as costas do Bunshin e com algum chakra restante concentrado na mão apliquei o golpe final, apanhando o Bunshin desprevenido atingi-o em cheio mas costas fazendo-o desaparecer numa nuvem de fumo.
- Muito bem, sim senhor, fiquei impressionado, não esperava tanto de alguém tão barulhento e monótono. Gostei da ideia da água para apanhares o Bunshin desprevenido. Agora vamos à janta!