A casa de Hyuuga Watanuki situa-se numa baixa colina forrada de uma leve e suave tintura de verde-vivo, entre de toda esta vasta tintura surgem elegantes e esculpidos troncos de cerejeira que se erguem perante o céu e nas suas extremidades desabrocham frágeis e pequenas pétalas pintadas de um rosa extremamente suave e pacífico. Basta uma débil brisa banhar estes seres, que de imediato libertam as suas pétalas, cobrindo a atmosfera da colina de serenidade, sentimento e uma inimaginável beleza. Visto de fora é um típico cenário de paz e harmonia, porém no interior da vasta mansão predomina a escuridão e a amargura. (O pai de Watanuki conseguiu esta pequena mansão num oásis devido a grandes missões e por ter ajudado ao máximo pela vila) Todas as superfícies da casa estão cobertas por uma densa camada de pó, as esquinas das paredes são os abrigos dos aracnídeos e debaixo do soalho podre é o lar de uma imensidão de insectos. As paredes antes forradas a talha dourada, agora são apenas madeira podre e estalada com uns quantos buracos.
A luz é impedida de penetrar naquele lugar, por um tecido grosso, horrendo e que ainda tinha marcas de sangue do assassinato da mãe, que tapava as janelas. Entre todo este sombrio ambiente está Watanuki deitada numa cama de casal velha coberto com apenas um lençol fino cinzento, que anteriormente era branco. De inicio estava bastante quieto, mas á medida que o dia ia nascendo, lá fora, a sua movimentação começa a aumentar, começa a ouvir vozes sussurrantes, vira-se para todos os lados da cama, começa a suar e a acelerar a sua respiração e até que chega a uma fase de inquietação e, repentinamente, ouve um grito profundo e ofegante, acabando por acordar.
“ Mais uma vez… mais uma vez senti a tu dor, mãe. Irei vingar-te e honrar o nome da família. Se ao menos pudesse voltar atrás…não! Não, eu já desisti desse lema. Prometi nunca ceder, independentemente da situação.” - pensou ele com raiva e determinação, ainda com o coração acelerado.
Suspirou, levantou-se da cama, apanhou a roupa que tinha espalhada pelo chão e vestiu-a. Uns calções azuis-escuros e uma t-shirt simples branca. Olhava-se ao espelho baço, onde quase não se conseguia distinguir o rosto, do fundo negro, mas graças a uma ínfima claridade percebiam-se os olhos brancos que transmitiam poder e a madeixa clara que rompiam a escuridão reflectida no espelho. Para acabar de se compor amarrou umas ligaduras nas mãos para ir treinar um pouco. Caminhou até á porta de entrada, ao abri-la uma enorme iluminação encandeia os olho de Watanuki, iluminam os seus lisos e compridos cabelos negros e a sua pela de um tom moreno-dourado. Parou na entrada da casa e observou a paisagem desértica que era drasticamente rasgada pelo ambiente primaveril que envolvia a sua casa. E murmurou:
- Percebo o porquê de existir relva debaixo dos meus pés mas e dez metros mais á frente ser tudo apenas areia morta e quente, porque vivo num pequeno oásis. Mas não entendo como é um lugar com tanta vida e harmonia, pode se sustentar aqui, num local onde o tédio, o ódio e raiva se concentram, num autêntico “Berço da Morte”. – calmamente ergue a cabeça e admira o céu. De repente um pássaro pousa-lhe no ombro.
- Um pássaro? – questiona-se um pouco admirado
– Já algum tempo que não vejo um, parece que está alguém prestes a chegar. - sorri ironicamente e diz – o último pássaro que passou por aqui, pousou, levantou voo e após ter percorrido uns trinta mentos caiu morto, acabou por não vir ninguém.