Filler15 - Takumi Washio

A missão com Akon e Suzuki tinha sido extremamente cansativa principalmente porque obrigou Takumi a fazer uma directa por causa de um estúpido escorpião que só sai à noite. Por isso, Takumi mal se viu em casa foi a correr à cozinha, comeu umas belas travessas de comida e de imediato se dirigiu ao seu quarto onde adormeceu. O sono era profundo que Takumi até se babava e ressonava.
- Hey! Tu aí! Segue-me! – diz uma voz tenebrosa mas não desconhecida.
- Deixa-me dormir! – responde Takumi.
- Eu disse para me seguires! – repete a voz assombrosa, aumentando o tom de voz.
- Aff! – resmunga Takumi, sentando-se na cama e esfregando a cama para se certificar que aquele que via à sua frente era mesmo ele próprio. – Eu já tive este sonho…
- Vá, segue-me! – diz a voz obscura impacientemente.
- Ok, ok! Já vou!
- Já!
-Pronto! – diz Takumi, levantando-se num salto.
Takumi seguiu-se a si próprio, saltando a janela do quarto e começando a andar pelas ruas de Suna. Ora viravam à esquerda, ora à direita, ora seguiam em frente, parecia um caminho sem fim, até que Takumi dá por si a entrar num edifício circular e lá dentro entra numa sala que aparentava ser secreta pois a sua entrada era atrás de um quadro.
- Porque me trazes aqui desta vez? – pergunta Takumi procurando explicações.
- Já vais ver rapaz… - responde a voz desconhecida agora bem mais calma.
Ao entrar na sala, Takumi dá conta que está num relicário. Lá dentro haviam algumas estátuas imponentes, montes de moedas antigas e douradas, quadros com bestas pintadas, espadas manchadas de sangue…enfim um grande monte de tralha com um aspecto bastante valioso.
- O que é isto? – perguntou Takumi.
- Aquilo que em tempos foi meu… - respondeu a voz num tom nostálgico.
- Mas afinal quem és tu? – pergunta Takumi cheio de curiosidade.
- No livro sagrado de Suna, Takashi diz: “Olha em teu redor e verás que sempre encontrarás uma resposta.” – responde a voz.
- Já reparei que existem aqui que possuem em comum um jovem muito parecido comigo… tu és eu? – pergunta Takumi confuso.
- Não! – solta uma gargalhada – Eu sou o 1º Kazekage, algo como teu tetravô se não estou em erro.
- Huh? Não devias estar morto? – pergunta Takumi ainda mais confuso.
- E estou! Mas a minha alma permanece sempre viva para vigiar aquilo que é meu… a minha família, o meu povo, a minha vila… - responde o 1º Kazekage.
- Então… mas isso é possível? Pensei que quando o nosso corpo morria, a nossa alma inevitavelmente perder-se-ia algures por aí...
- E acho que isso é verdade… mas eu selei a minha alma nas minhas espadas na hora da minha morte e pedi ao meu irmão, o Santaku, que escondesse as espadas num local onde nunca ninguém as pudesse encontrar até chegar o dia… - esclarece o Kazekage.
- Santaku? O meu tio? As espadas a que se refere são mesmo Kaze danbiras? Chegar o dia? Não estou a apanhar nada… - diz Takumi atrapalhado
- Não! – solta uma gargalhada – Santaku, o meu irmão! O teu tio tem o nome em memória do meu irmão… e sim, são as Kaze danbiras, e o dia que eu me refiro é o dia em que eu elegeria alguém a quem eu passaria toda a minha sabedoria e poderes, alguém que possui-se capacidades para tal e que possui-se mentalidade de liderança…
- E esse sou eu? – pergunta Takumi.
- Sim, és tu… tens potencialidade para ser dos ninjas mais fortes à face da Terra… se eu não estiver errado e se tu não te perderes no caminho, irás sem dúvida alcançar grandes feitos.
- Tem a certeza que sou mesmo eu o que devia ser escolhido? – pergunta Takumi mais uma vez.
- Cada vez tenho mais certezas… responde-me só a uma pergunta… o que valoriza mais um bom Kage?
- Hum… A sua força? A sua inteligência? A sua capacidade de agitar os corações do seu povo? – responde Takumi.
-Bem respondido! A sua força é deveras importante, a sua inteligência também, mas o mais importante é exactamente a forma como o Kage consegue alcançar os corações do seu povo… um povo motivado é a arma mais forte do mundo… - esclarece o Kazekage.
- Hum… sim, também penso que sim…
-Vês… és mesmo o escolhido… Tens uma boa mentalidade, grandes amigos, muito talento, e interessa-te mais a vida de quem te rodeia do que a tua própria vida… não ambicionas riqueza… não tenho qualquer dúvida que és mesmo tu… - responde o Kazekage, orgulhoso.
Dois minutos de silêncio se passaram.
- Então e porque estou aqui e não na cama? – pergunta Takumi.
- Porque eu achei que este era o melhor local para ter esta conversa contigo… - responde o 1ºKazekage.
- Então mas tem mais algo a dizer?
- Apenas quero que sempre que eu te chamar, acordes pois eu quero que tu aprendas tudo o que eu sei.
- Ok! Será um prazer!
- Sendo assim vou-te colocar no teu quarto outra vez…
Takumi sentiu-se a ser aspirado e de repente com um sobressalto levanta-se e repara que se encontrava sentado em cima da cama.

- Hora de acordar! Tem correio! – diz Hana alegremente do lado de fora do quarto de Takumi.
- Entra! E trata-me por tu se faz favor. – responde Takumi.
- Aqui tens a carta – diz Hana, dando a carta a Takumi.
Takumi olha para o envelope e lê “De: Kirin” e imediatamente rasga o envelope e começa a ler o que está lá dentro. Ao abrir depara-se com o seguinte:

“ Aqui tens os números que me pediste: 15 – 23 -22 – 32 – 76 – 26 – 33 – 16 – 20 – 75 – 17 – 45 – 24 – 30 – 23 – 33 – 20 – 74 – 16
Quando for a Suna vamos comer bolos grandes mas com cautela para não irmos para o hospital ok?”

- Hana, chega-me aí um lápis e uma folha de papel de rascunho se faz favor… e depois prepara-me um envelope e um papel de carta para responder a este meu amigo se não te importas... – pede Takumi.
- É para já! – respondeu Hana, trazendo tudo passados cerca de 30 segundos.
Takumi pega na folha de rascunho e começa a escrever umas letras muito lentamente. Parecia estar a contar as letras da frase que se encontrava na carta e a colocar algumas dessas letras em baixo. No final obteve “vemakonohacomurgencia” e rapidamente se apercebeu qual o verdadeiro conteúdo da carta. Era um pedido de ajuda. Takumi pegou no papel de carta, respondeu a agradecer e confirmando a frase de baixo e levantou-se da cama, deixando cair algo, e entregou a carta a Hana para que esta enviasse.
- Takumi, deixaste cair uma moeda… - avisa Hana.
Era uma moeda antiga daquela que havia na sala secreta…