Já se tinham passado umas horas depois do treino exaustivo. Avistava-se, ao longe no horizonte desértico, meia mancha alaranjada concêntrica que se vai escondendo á medida que o tempo passava. Os raios vindos do delicado pôr-do-sol incidiam no rosto moreno de Watanuki, que estava adormecido entre os “pés robustos” de uma das suas cerejeiras. Lentamente vai acordando devido a uma leve brisa quente de final de tarde, ainda dorido do treino anterior, percebe que ainda tem os pesos postos nos braços e nas pernas. Espreguiçou-se e agachou-se para tirar os pesos das pernas. Enquanto tirava os pesos, sentiu uma forte presença, um chakra intenso, que se aproximava de si. Sem virar o rosto para trás e continuando o que estava fazer diz:
- Já há algum tempo que não recebo visitas. – diz ironicamente – O que é que deseja?
Uma voz descontraída, mas que ao mesmo tempo impunha respeito diz:
- Deixa que me apresente primeiro. Eu sou Hyuuga Kurogane Fye, um dos elementos da família secundária. E um grande amigo do teu pai.
De imediato Watanuki ao ouvir o apelido citado, vira-se para trás e observa um indivíduo de olhos brancos, uma das marcas do clã Hyuuga, longos cabelos de um branco cristalino e que aparentava ter perto de 30 anos. Parecia ser descontraído e calmo. Mesmo assim a personalidade de Watanuki impedia-o de confiar no indivíduo recem chegado. E, desconfiadamente pergunta outra vez ele:
- O que é que deseja? - num tom desconcertante.
Kurogane dá uma risada simples e relembrando o pai de Watanuki comenta:
- Tens a mesma personalidade teu pai. – e dá uma risada novamente – já tenho saudades dos tempos em que eu treinava com ele e nos divertíamos na pacata vila de Konoha.
Watanuki fica perplexo e pensa:
- “Um Hyuuga… que conhecia o meu pai… porquê? O que é que quererá? Ao fim de tantos anos sem notícias, de quem quer que seja do clã, aparece-me alguém, mesmo diante dos meus olhos. Não posso acreditar”. Mas, repentinamente muda a sua perspectiva de pensamento e continua: “Mas será que veio cá para quê? Será que veio acabar comigo? E a morte da minha mãe foi uma conspiração do clã?”
O seu rosto muda de uma expressão neutra para uma mais fria, e volta a perguntar:
- Ainda não me respondeu, o que é que deseja?
Kurogane, igualmente, também muda para uma expressão mais sisuda e diz:
- Eu não vim cá sem objectivos. Eu tenho um motivo para estar aqui. Venho-te fazer uma proposta.
- Que proposta? – questiona Watanuki desconfiadamente
- Quero me tornar teu sensei! – remata Kurogane, quase ao mesmo tempo, que Watanuki pergunta.
Esta questão deixou-o pensativo e extremamente confuso, no entanto, toda a sua arrogância e desconfiança fez com que ele respondesse:
- Recuso! – disse desinteressadamente.
- Porquê? – pergunta Kurogane admirado.
- Mesmo sendo do mesmo clã que eu, não o conheço de lado nenhum e para mais, eu sempre que precisei de ajuda ninguém me estendeu a mão.
Kurogane riposta sem hesitar:
- Estou te a dar a opurtunidade de tu poderes vingar a tua mãe, honrares o nome do clã e com essa vingança obteres informações sobre o teu pai.
Todos estes argumentos atarantaram totalmente Watanuki. Por um lado era apenas um estranho a falar, mas por outro o que ele tinha dito era pura verdade. Com a cabeça às voltas e já com uma dor de cabeça incomodativa afirmou:
- Sim, eu aceito! – disse ele com um brilho nos olhos e com veracidade.
- Fico feliz, por aceitares a minha proposta. Mas tenho que te relembrar de uma coisa, tens de trabalhar muito, tens de te esforçar ao máximo e eu não vou ser brando contigo. – diz Kurogane confiante e motivado para o preceito do seu novo aluno.
-Hai! – diz Watanuki firmemente.
-Começaremos os treinos já amanhã de manha cedo, por isso vê se descansas porque quero que estejas no teu auge. Estás dispensado. – diz kurogane orgulhoso.
Ao fim de toda esta conversa já eram quase 22h00min. Watanuki entra em casa velozmente, corre para o quarto e atira-se para cima da cama. Pensando no quão maravilhoso vai ser a partir de amanhã.
“Finalmente vou ter uma oportunidade de vingar a minha mãe.”
Ao pensar nisto, vira o rosto acabando por adormecer com um leve sorriso de satisfação.