Vi toda a gente a lutar não resisti! Tenho saudades dos exames chunnin, é uma experiência fantástica ^^. Esta batalha passa-se depois da Kyuushu Naimen e antes da minha saga com o Okami.
Enjoy!
Seyur vs Liro
O recinto era reconhecido por ambos, a ligeira brisa matinal pernoitava, as estrelas cerravam-se bem no negro iluminado por pequenos pontinhos. O lago era grande, mesmo muito, estava delimitado por rochas e tacticamente colocado por deus para ficar mesmo em cima de uma noite de lua cheia. A água era iluminada por um brilho branco de uma esfera gigante latenjante que hoje parecia ainda mais gloriosa que nos outros dias, a lua.
Os movimentos de água a ribombar eram notáveis, o andar calmo sobre a água com uma placa cor ciano muito opaca ficava sobre os pés de ambos.
- Já deixaste de ser um miúdo há muito Seyur. – Disse serenamente o adulto retirando a mão dos bolsos e tirando o seu casaco, atirando-o para longe da água.
- Por favor – Disse fazendo uma vénia – Não me poupes nem um pouco, este momento será marcante na minha memória. – Uma lágrima escorria-lhe pelo olho, colocou-se em pose de batalha retirando duas Kunais e cruzando os braços
- Nunca te desrespeitaria de tal forma... – Disse retirando lentamente a sua espada, a lâmina brilhou ao luar. - ...Filho.
O rapazinho de Kimono azul deu o primeiro passo enviando as duas kunais a uma velocidade incrível, o seu pai simplesmente limitou-se a esticar o dedo e apanhá-las. Estas rodaram fervorosamente no seu dedo libertando uma pequena fumaça, mas ele não pareceu incomodado. Continuando o ataque o Chibi retira da sua espada presa à bainha, Suiho salta do seu ombro.
- Por ali! – Disse Seyur esticando o braço numa direcção e correndo na oposta sempre de olhos no seu adversário que se mantia imóvel. Custava-lhe chamar de adversário ao próprio pai. Continuou a correr e atacou novamente, as espadas encontraram-se. Liro mantinha, mesmo assim, uma expressão indiferente, sabia que o seu filho valia muito mais que aquilo. Exerceu mais força mas o seu pai estava a ganhar terreno, a espada de Seyur quase descia abaixo da anca, começou a olhar para as espadas, o seu pé recuou um pouco – estava a perder. O seu pai olhou para ele repreensivelmente, o Chunnin respondeu com um sorriso confiante. Liro sabia o que aquilo significava, deu um último impulso fazendo a espada do seu filho voar e agilmente virou-se cruzando os seus braços à frente do peito, defendendo-se de um teupoudamma.
- Realmente não estou habituado ao teu novo parceiro. – Comentou ele, esticando os braços novamente. Seyur apanhou a sua espada e guardou-a, executou um selo e duas figuras indistintas do seu criador apareceram ao seu lado. Suiho juntou-se ao seu mestre.
- Suiton, Suiryuudan no Jutsu – Um dragão começou-se a levantar do lado de Liro que com um movimento de mãos se ergueu do lago. A besta era gigante, tapava a visão dos dois adversários, um sobre o outro. Um vulto apareceu em volto de Seyur que se concentrou depois nas suas mãos.
- Gogyou Haretsu! – Gritou o pequeno rapaz. Pequenas partes da cabeça do dragão rebentaram, como se tivesse atirado uma pedra com muita força e a água levantado com essa mesma. Os Mizu Bunshins correram circundando o dragão e chegando até ao oponente. Lançaram-se sobre ele que num corte horizontal desfez os dois em água, pelo menos parecia.
- Gogyou Haretsu! – Repetiu Seyur criando explosões que circundaram o pescoço do dragão decapitando-o.
- Muito bom, sim senhor. – Liro bateu algumas palmas ironicamente, o Chunnin também ironizava em duelo, quem sai aos seus não degenera – Mas será que consegues aguentar o próximo? Vejo que estás a controlar melhor o teu chakra que habitualmente, assim gastas menos, mas confessemos. – Fez uma ligeira pausa – Nem um Chunnin consegue fazer isso e sair como se não tivesse gasto chakra.
Liro tinha razão, Seyur estava um pouco cansado, mas este tentava esconder isso ao máximo.
- Achas mesmo que estou cansado? Força, trás lá o que tens para dar. – Clamou num tom desafiador.
- Assim o seja, Nibai Suiryuudan Kon (Ataque dos dragões gémeos com alma) – Desta vez, dois dragões tomavam vida do fundo do lago, os seus contornos escorriam água e os seus olhos pareciam ter ganho vida. Entrelaçaram-se um no outro, fitando sempre Seyur que estava atónito no seu interior, não deixando escapar qualquer tipo de emoção na sua cara. Houve um momento em silêncio, mas rapidamente foi quebrado pela iniciativa dos dragões que se começavam a mexer freneticamente, Suiho andou um pouco para a frente.
- “Não prevejo nada bom daquilo...Sinto uma tonalidade de chakra gasto muito concentrada...”
- “Era de esperar do meu pai. Ao nível dele nós somos uma formiga. Temos de contra-atacar com estratégias.”
- “Começa por utilizar apenas jutsus suiton ou evita outros jutsus elementares ou raiton que gastem muito chakra.”
- “Exacto.” – Telepatizou Seyur finalizando a ligação entre as duas mentes, mas esta rapidamente foi re-aberta
- “Cuidado, olha em frente!” – Falar psiquicamente era algo duro, as emoções eram partilhadas e assim a maneira como se falava; a forma como Suiho avisou Seyur foi tal e qual como um grito a ecoar dentro de nós, provoca uma grande dor de cabeça. Este reagiu com essa mesma sensação saltando para o lado, um dos dragões tinha falhado o ataque e entrado brutamente dentro de água levantando a mesma vários metros acima.
Seyur olhou para o lado e viu Suiho muitos metros atrás dele.
- “O que aconteceu?!” – Telepatizou tentando controlar a voz, contraindo possíveis perturbações que poderia criar no companheiro.
- “Fui atingido...” – Disse o pequeno levantando-se ao longe do olhar do Seyur
- Merda, preciso de me concentrar mais – Pensou ele alto
- Tão caralho, não se diz asneiras – gritou Liro levantando o dragão mesmo por debaixo do Chibi elevando-o no ar. – “Mas como é que ele?!...” – O chunnin viu que o dragão andava ao sabor do movimento das mãos envoltas num vulto azul do seu pai. – “Ele controla-as” – Partilhou ele com o seu companheiro.
- “Também já percebi isso.” – Seyur saltou e o dragão apareceu mesmo por detrás dele, rapidamente o chibi retirou a sua espada e fez um corte na vertical, utilizando o Mizu no Kinoribi para andar sobre o dragão enquanto o cortava ao meio.
Suiho tinha saltado também para o outro dragão, cortando-o com a sua barbatana. Pularam ambos ao mesmo tempo e encontraram-se no ar, juntando-se novamente.
- É bem. Gostei de ver – Riu-se Liro – Mas não chega. – Os dragões levantavam-se outra vez e as feridas eram repostas por mais água.
-
“Porra” – Telepatizou Suiho –
“Assim não dá.” – Os dragões atacaram novamente o duo, desta vez ao mesmo tempo, num salto coordenado montaram-se outra vez em cima de um dos dragões. A pequena criatura fitou o pai do seu mestre e os seus movimentos
“Agora” – Avisou ele atento à mão de Liro, Seyur saltou e o outro dragão atacou o gémeo de água desfazendo-o por completo, e destruindo-se a si também com o impacto.
- Bom timing Suiho. – Pausou – E agora para ter a certeza que este menino já não se levanta. – Seyur estendeu a mão na direcção de Liro, dois clones – os mesmos clones que o seu pai pensava ter destruído, levantavam-se agora novamente enviando o ANBU para longe com um pontapé. Apesar das cambalhotas, o mesmo levantou-se sem problemas, varrendo a água das suas vestes.
- Bom jogo de pensamento, filho. – Disse Liro orgulhoso. – Responde agora a isto: Suiton, Horituro Kamu no Jutsu (Técnica da Onda Devastadora) – Uma grande onda formou-se após Liro tomando uma altura de quatro metros. Seyur estendeu o braço e exclamou “Gogyou Haretsu” Formando uma explosão que abriu um buraco na onda suficientemente grande para o Chibi e o seu companheiro passarem. Mesmo atrás dessa havia outra ainda mais pequena “Merda”, pensou para si sendo arrastado pela onda numa força brutal.
Seyur estava agora debruçado pela água, uma fina camada de chakra impedia-o de afundar-se, este começou a levantar-se tremendo um pouco, o vulto azul foi passando para a zona onde o Chibi pisava o liquido, finalmente levantou-se com diversos rasgões no kimono.
- É a minha vez! Estou farto de jogar na defesa.
- É este o meu rapaz, mostra tudo o que tens, filho. – Desafiou o pai.
- Kage Bunshin! – Disse criando quatro clones que apareceram ao seu lado com as mesmas feridas. Correram todos na direcção do seu progenitor, o original ficou circundado por um vulto azul que passou a amarelo, tinha mudado de natureza para Raiton.
- Raikyuu! – Gritou ele libertanto a bola eléctrica no chão, fazendo com que os raios percorressem todo o lago por alguns segundos – todos os presentes saltaram no ar o suficiente para escapar no ar. Os Kage Bunshins fizeram cada um cinco Mizu Bunshins que se elevaram da água eléctrica, depois disso os quatro clones desfizeram-se numa fumaça por já não terem mais chakra.
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“Onde é que ele quer chegar, fazendo clones em água eléctrica?” – Pensou Liro para si, observando os movimentos do filho
Os clones saltaram todos na direcção do seu pai que já vinha em queda livre e preparado para atacar as cópias, mas estas desfizeram-se em água – e esta ainda estava eléctrica.
- Apanhado. – Sorriu Seyur confiante
- “Merda” – Pensou Liro ao mesmo tempo
- GOGYOU... – O chunnin estendeu a mão na direcção da água, do outro lado do lago, Suiho preparava o seu Doringan único, apontado também para Liro. - ...Haretsu! – Todos os ataques uniram-se num momento perfeito, resultando numa explosão de brilho e cores.
De dentro desse mesmo espectáculo algo brilhou ao luar, Liro estava em cima de um animal fantástico.
- Ärin?! – Gritou Seyur admirando a baleira e proclamando o seu nome – a única Kuchyiose do seu pai, com o seu colossal tamanho a cair directamente no lago, o rapazinho fechou os olhos e cruzou os braços, houve um ligeiro momento de silêncio antes de os voltar a abrir.
- Calma, rapaz. Também não queremos aqui um lago sem água. – Liro deu um giro completo e desferiu um murro na barriga do rapaz que foi afastado alguns metros. Deu mais alguns saltos afastando-se o máximo possível do seu pai. Estendeu a mão na direcção da água – Do... – Uma esfera brilhante começou-se a formar aos olhos de Liro.
- Não te vou deixar completares a técnica! – Gritou ele correndo, mas algo o impediu – era Suiho que lançara um teupoudamma em cheio nas costas. Liro respondera com um pontapé e virou-se logo na direcção do seu filho; a esfera estava maior, começou a fazer alguns selos para ripostar com algum jutsu que travasse o Chunnin.
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“Eu travo-o” – Telepatizou Suiho enviando mais um teupoudamma na direcção das pernas do ANBU.
- Doringan! – Gritou o pequeno rapaz deixando o vento provocado pelo chakra tomar conta dos seus cabelos que palpitavam no ar, Suiho teletransportou-se com um Mizu Sunshin para ao pé do seu mestre, procurando não ser levado pelo ataque. Liro só teve tempo para esticar o braço e criar uma espécie de escudo que se formou na sua mão. O doringan levou-o vários metros para trás mas não o fez perder o equilíbrio. O mesmo escudo começou a ganhar uma forma curva nas pontas, partículas de chakra viam-se a agrupar no meio desse mesmo escudo. Um jacto de luz pareceu estar a ripostar o Doringan de Seyur, este mantinha-o mesmo com as suas mãos a escorrer em sangue. A técnica de Liro ganhava terreno aos poucos frente ao ataque do filho.
Os dois acabaram-se por anular frente ao luar que embatia no lago. O chunnin deixou-se cair de joelhos sobre a água, teve de se apoiar inclusive nas mãos para se tentar aguentar. Respirava ofegante. O seu pai aproximou-se.
- Quando partes para a missão? – Perguntou ele
- Amanhã, de manhã. – Pausou – Ou por estas horas, hoje quando o sol levantar. – Respondeu o rapazinho respirando fundo e cuspindo algum sangue que se dissipou pela água – E tu pai?
- Hoje, agora mesmo. – Disse num tom desanimado. – Parece que já não nos vamos ver. – Abraçou o seu filho
- Partindo tu numa missão desse calibre...Porque foste gastar chakra, digamos “inutilmente”. Estás a por a tua vida em risco fazendo isso.
- Como tu disseste. Esta batalha era muito importante. – Sorriu, levantando-se e ajudando o filho a fazer o mesmo. – Estás crescido Seyur, quase um homem.