Acordei surpreendentemente bem disposto, já é habito ter bom acordar mas estava com um feeling que o dia me iria correr bem.
- Bom dia Ichizaki. – Saudei ao entrar na sala.
- Bom dia miúdo, então pronto para treinar?
- “X”im. – Respondi com a boa cheia de mini torradas.
- Então bora, não há tempo a perder.
- Ok ok, vou já, apressado.
- Hoje é um dia preponderante, depois do último treino deixaste-me entusiasmado, acho que finalmente alguém poderá finalmente atingir o total das capacidades desta técnica.
- Ok, vamos embora!
Saímos á rua, um mar azul ligava no horizonte com o também azul céu, límpido, o mar reflectia o sol ao longo das suas ondas e o céu, sem nuvem alguma, criava um dia fantástico.
- Bem, vamos voltar ao treino, já sabes o que fazer! Desta vez, vamos tentar o Kage Bunshin de novo.
- Ok. – Com um selo, o meu chakra dividiu-se e um Kage Bunshin surgiu.
- Vamos a isto. – Disse eu para o Bunshin.
Tanto eu como o Bunshin começamos por concentrar o nosso chakra nas mãos, uma aura azul surgiu lentamente em seu redor. Tentei equilibrar ao máximo o meu chakra, vital nesta técnica, qualquer perturbação e acabava com os braços gelados e queimados. Lentamente fui inserindo o elemento, sempre atento ao chakra concentrado nas mãos. Ouvi o meu Bunshin desaparecer e de imediato apercebi-me que não havia sido bem sucedido e acabara por desaparecer com o contra-efeito da técnica. Concentrei-me na minha parte e aproximei lentamente as mãos. Mal estas tocaram senti um gelo percorrer o meu braço esquerdo e um calor tremendo no meu braço direito. Separei-as de imediato, mas deixei de sentir o meu braço esquerdo e o direito ficou com a sensação de estar a arder.
- Raios… os meus braços. – Senti a dor passar, mais rapidamente que o normal. – Mas o efeito está a passar mais depressa.
- Continua! – Disse Ichizaki num tom rígido.
Voltei a fazer um Bunshin e recomeçamos o treino.
Tanto eu como o Bunshin voltamos a concentrar o nosso chakra nas mãos. Equilibrei ao máximo o meu chakra. Lentamente fui inserindo o elemento, sempre atento ao chakra concentrado nas mãos. O meu Bunshin parecia aguentar-se melhor que antes, fruto da minha experiencia. Voltei a concentrar-me na minha parte e aproximei lentamente as mãos. O Bunshin terminou a técnica mas não desapareceu, vi-o a agitar rapidamente os braços, como se quisesse apagar um fogo mas acabou por desaparecer. Juntei as minhas mãos e novamente paguei o preço.
- Raios, isto é impossível!
- Sem custo nada se consegue! Tens de te parar de queixar e trabalhar em melhorar.
- Não sabes a frustração que sinto neste momento! – Gritei, já desesperado.
- Não sei? – Ichizaki aproximou-se de mim e arregaçou as mangas, o que vi deixou-me boquiaberto. Os seus braços estavam repletos de marcas de queimaduras… Katon, escoriações… Doton e provavelmente haveria mais que não se poderia ver.
- Ainda hoje sinto frios que me percorrem a espinha e convulsões que mais parecem choques que me fazem esbracejar enquanto durmo. Se valeu a pena? Sim valeu, e contigo valerá muito mais, pois com a minha experiencia, garantirei que o mesmo não acontecerá contigo, eu demorei 5 anos a atingir a perfeição, 5 anos, muitas semanas sem dormir por causa das dores, isso que sentes não é nada…. – Sentia-se alguma dor e nostalgia nas suas palavras.
- Compreendo… até me caírem os braços não pararei! – Num tom revigorado pus-me de pé e reiniciei o treino! Fiz um breve selo e um Kabe Bunshin surgiu de novo.
Ambos começamos a concentrar o chakra nas mãos, quase simultaneamente começou a surgir a já habitual aura azul, senti uma pequena gota de suor escorrer-me junto ao meu olho esquerdo mas evitei o reflexo de a ir limpar. O chakra em ambas as mãos estava o mais concentrado possível e lentamente comecei a definir o elemento presente em cada uma. Olhei pelo canto do olho e reparei que o Kage Bunshin estava a ter algumas dificuldades em manter o chakra constante. Voltei a concentra-me no meu trabalho, e quando terminei de definir o elemento desejado avancei as mãos em direcção uma à outra. Ouviu-se uma explosão… azul, vermelho, azul, vermelho… uma nova explosão e tudo ficou negro…