Manhã
Era de manhã cedo. Tinha vindo a treinar com o seu sensei e a sua filha e todos os treinos tinha sido ele o primeiro a chegar ao campo. Mas desta vez quando virou a esquina deparou-se com o seu mestre à sua espera. Desta vez estava sozinho.
– Bom dia, Michael! Preparado para começar a treinar?
O gennin de Kumo parou um pouco para o avaliar. Ora bem, estava de facto bastante alegre. Isso só podia dizer uma coisa, hoje não teve de arrancar a sua filha da cama.
– Caso te estejas a perguntar, a Kyra hoje está em missão, por isso não pôde vir.
Seria demasiado mau exprimir a sua felicidade… pelo menos à frente do seu sensei.
– Hoje vou-te ensinar dois jutsus. – Ao ouvir tais palavras, os olhos de Michael cintilaram felicidade, qual uma criança a olhar para um doce.
Kawasu explicou o que teria de fazer.
Rapidamente Michael dirigiu-se ao rio que corria a todo o comprimento do campo de treinos. Começou por concentrar chakra numa das solas antes de sequer a pousar sobre a água. Manteve esse fluxo de chakra constante quando concentrou chakra para o seu pé direito. Já estava a caminhar sobre o rio, sempre a fazer o seu chakra fluir.
O seu sensei cedo fez o mesmo. Agora a sua tarefa seguinte era criar bunshins. Sem deixar de manter o fluxo que corria debaixo das suas solas e que o mantinha sobre a água, Michael concentrou o seu chakra pelo corpo inteiro. Bode. Cobra. Tigre. Apenas tinha feito três clones de si, seria o suficiente para treinar.
Repetiu o mesmo exercício mais umas cinco vezes. Sempre da mesma maneira, concentrar chakra, sem perturbar o fluxo que mantinha nos seus pés. Bode. Cobra. Tigre.
– Agora só tens de fazer o mesmo processo, mas desta vez tens de incluir o teu chakra nas tuas cópias.
Michael ficou a olhar para Kawasu. De alguma forma tinha a sensação de que a explicação dele tinha sido bastante mais simplificada do que na verdade tinha de fazer.
Estes clones seus teriam de ter 10% do seu poder original. Era normal que mais chakra fosse gasto. Para fazer a sua primeira tentativa, Michael saiu da água. Não queria que nada interferisse com o seu fluxo de chakra. Concentrou o seu chakra por todo o corpo, fazendo-o fluir a uma velocidade superior. Concentrou o seu chakra suiton e fez como se tivesse a fazer cópias normais, mas desta vez transplantou esse mesmo chakra para a cópia. Quando estava quase a conseguir acabar, viu o clone desfazer-se em água.
– Isso aconteceu porque ficou com menos poder do que devia.
Michael respirou fundo. Aquilo tinha-o deixado mais cansado do que esperava. Concentrou-se novamente. Deixou o chakra fluir, enquanto realizava a cópia. Desta vez ao transplantar parte do seu poder, aumentou a quantia. Quando acabou viu à sua frente uma cópia de si. Sorriu. Tinha conseguido fazer um.
– Foi bom. Agora tenta fazer mais.
O jovem shinobi de Kumo repetiu o exercício mais vezes, criando sempre um único clone.
Kawasu pediu a Michael que desta vez tentasse fazer o mesmo sobre a água. Michael abrandou a sua respiração. Já começava a demonstrar alguns sinais de cansaço. Ao caminha sobre a água manteve contínuo o fluxo que se encontrava por debaixo das suas solas. Realizou os selos necessários e iniciou a canalização de chakra. Desta vez estava a fazer três clones de si. Conseguiu fazer com que o seu fluxo não fosse interferido. Distribuiu parte do seu poder para cada um deles. Denotou que o poder dos seus clones era maior. Tal seria uma consequência de estarem em contacto com a água.
Já estava quase exausto, e a sua respiração denotava-o. Não obstante, Michael sorriu quando uma ideia lhe passou pela cabeça. Começou a correr, juntamente com os seus clones, na direcção do seu mestre. Kawasu sorriu igualmente ao perceber que o seu aluno o estava a desafiar. No entanto este não seria o treino para tal. Juntou o seu chakra e crio uma barreira eléctrica. Quando os clones embateram contra esta, desfizeram-se em água. Michael tinha parado a tempo de não ser atingido.
Semicerrou os olhos, olhando o seu sensei de lado e comentou: – Isso é batota.
Kawasu riu-se e parou por ali o treino.
Tarde
– Antes de te ensinar o próximo jutsu vamos treinar a tua concentração de chakra.
Kawasu abriu o saco que ultimamente tinha trazido para todos os treinos. Ao vê-lo, Michael rezou para que o seu mestre não tirasse dali aquelas malditas bolas de madeira que tanto odiava. Quando viu uma simples corda a sair do saco, suspirou de alívio, embora sem perceber bem qual seria o objectivo do seu treino.
– Vais ter de passar chakra para a corda e empurrar o meu.
Percebendo o exercício, Michael colocou ambas as mãos na outra ponta da corda. Fluiu o seu chakra para os braços e de seguida para as mãos. Teve de fazer um pouco mais de esforço para exteriorizar o chakra para a corda, sem o perder. Lentamente fê-lo avançar na direcção do chakra do seu sensei. Quando estava prestes a tocá-lo tentou investir com rapidez, para o apanhar desprevenido e assim ganhar alguma vantagem. No entanto, como não estava habituado a este tipo de exercício, quando avançou a uma velocidade maior, parte do seu chakra perdeu-se, o que fez com que o embate de chakras fosse menor.
Kawasu sorriu ao perceber o que tinha acontecido. – Não tentes fazer mais do que aquilo que não consegues.
Michael olhou atónico para o seu mestre. Que simpático que estava hoje. Ligeiramente irritado, lançou uma boa quantidade de chakra para a corda, através das mãos. Mantendo um fluxo constante e sem oscilações Michael conseguiu empurrar o chakra do seu sensei.
Kawasu tinha reparado que tanto a sua filha como Michael esforçavam-se mais quando queriam provar algo a alguém. Já mesmo por isso tinha continuado os treinos em conjuntos.
O chakra do seu sensei não tardou a empurrar o seu também. Continuaram a sua pequena luta pelo território da corda. Por vezes, Kawasu obrigava Michael e aumentar a sua quantidade de chakra aplicada na corda, para que não se retraísse. Estava mais fácil de manter o fluxo constante, apesar de por vezes ter de canalizar mais chakra para aumentar a intensidade deste.
Começando a fartar-se, Michael decidiu que ia tentar expelir da corda o chakra do seu sensei. Concentrou-se uma última vez. Fez uma boa quantidade de chakra passar para as suas mãos, passando antes pelos braços. Já com ele na corda, Michael fê-lo avançar rapidamente, no entanto, controlando-o. O choque deu-se. O jovem shinobi perceber que o seu mestre não tinha aumentado a intensidade de chakra. Aproveitando a oportunidade, Michael empurrou todo o chakra de Kawasu para fora da corda.
– Muito bem.
Depois de ter ouvido a explicação do seu sensei, preparou-se. Teria de concentrar o seu chakra para formar um chicote de água, de alguma forma envolver o tronco de madeira que agora se encontrava à sua frente e comprimi-lo. Iria ser divertidíssimo.
Fez o seu chakra fluir pelo seu corpo até atingir a velocidade certa. Aquando disso, expeliu parte do seu chakra suiton e conseguiu formar água. Ao tentar lançá-la em direcção ao tronco, esta desfez-se pelo caminho. Teria de manter o chakra unido, enquanto tive a realizar o ataque.
Novamente, canalizou chakra suiton para fora do seu corpo, criando algo que se podia assemelhar a um chicote de água. Pelo menos água era de certeza. Ignorando tal facto, Michael concentrou-se em manter o fluxo de chakra bem unido, de modo a manter a água em forma de… chicote. Num movimento seco, lançou o aglomerado de água na direcção do tronco, envolvendo este. Ao tentar fazer com que a água apertasse o tronco denotou que esta não tinha o poder suficiente para conseguir tal acto. Desfez a técnica para começar de novo.
Depois de várias tentativas, e começando a ficar cansado, Michael juntou chakra mais uma vez. Aumentou a quantidade de chakra no seu chicote de água. Lançou-o velozmente em volta do tronco de madeira que ainda estava quase intacto. Com uma força que não tinha tido antes, fez o chicote comprimir o tronco, lascando a madeira. Após ter terminado o ataque, observou o tronco com atenção. Se aquela força tivesse sido aplicada a um corpo humano teria causado alguns danos graves, embora talvez ainda não tivesse a força suficiente para quebrar por completo os ossos. Seria algo que teria de treinar.
Michael deixou-se cair no chão, sentado. Tinha aprendido mais dois jutsus.
– Foi um bom treino, rapaz.
Treino fraquinho... só para mostrar 2 jutsus