Michael ia aproximar-se de uma cabeça de uma criança que tinha rolado para fora da caixa quando foi projectado por uma enorme explosão…
Levantou-se o mais rapidamente que o seu corpo, um pouco dorido, permitiu. Olhou para os seus colegas e verificou que estavam todos bem, apesar de também terem sido apanhados pela onda de choque.
─ O que é que foi isto? ─ Perguntou Kyra
A kunoichi não exigiu resposta quando Kouta lhe apontou um local muito a sul dali. Uma enorme nuvem de fumo erguia-se, sinistra, até encontrar os limites aéreos.
Se os cálculos da rapariga não estivessem mal, ali seria mais ou menos o local das escavações. Porque teria aquilo explodido? Sem grandes demoras, os quatro shinobis prepararam-se para avançar para aquele sítio, deixando para trás a estranha caixa.
Quando chegaram à origem do fumo, tiveram de esperar entre as árvores para que este se dissipasse completamente.
Assim que por fim conseguiam ver alguma coisa à frente dos olhos, estranharam o facto de as escavações estarem praticamente iguais ao que tinham visto no dia anterior. Iguais… à excepção do enorme abismo que se estendia ao lado destas. Uma cicatriz no centro da floresta que se prolongava para norte, até deixar de ser vista. Que tipo de poder é capaz disto?, questionou-se Michael.
Ouviu um ligeiro barulho, que o fez olhar para cima. Não conseguia ver as caras de todos, mas de alguma forma sabia que estavam neste momento encurralados por um pequeno grupo de inimigos… novamente. Desta vez pareciam ser por volta de 15 elementos.
─ Hum… Parece-me que fugir seria um bom plano neste momento. ─ Comentou Kaito.
Kyra olhou para ele, quase incrédula. ─ Fugir?
O gémeo acenou com a cabeça. ─ Estrategicamente, claro. Não o faríamos como doidos.
Alguns dos homens desceram para um patamar igual ao dos intrusos. ─ Isso é que o nosso mestre não vai permitir.
Dizendo isto, o grupo começou a realizar uns selos. Logo, Michael e Kaito fizeram o mesmo. O rapaz ruivo concentrou chakra no seu peito e lançou da boca bolas de água que embateram nas pequenas bolas de fogo que seguiam na sua direcção, apagando-as. Ao ver que uns shurikens continuavam o seu percurso, Michael saltou para trás, deixando-se cair para o chão.
Assim que outro homem desceu para o solo com ele, Michael realizou uns selos. Foi então que ele ficou apanhado no Kaon Reikon do ruivo.
Kaito desceu também para o solo e ao tocar no braço do homem preso na ilusão, electrocutou-o de modo a fazê-lo cair no chão sem sentidos. Michael cedo sentiu alguém atrás de si e fez um shunshin que o colocou ao lado do adversário. Fez um erubō que acertou numa costela dele e logo de seguida desferiu um douteki kikku no mesmo ponto de modo a quebrar o osso que foi rasgar o esquerdo, causando-lhe problemas na respiração.
─ Katon, Dai endan!
O grito alertou Michael que conseguiu fazer um shunshin para se desviar da grande bola de fogo. Assim que se transportou para o cimo de uma árvore, foi apanhado desprevenido e foi pontapeado nas costas, fazendo-o cair para a chama que tinha tentado evitar. Os dois homens deixaram de se rir quando viram que o que tinha sido queimado nada mais fora do que um simples tronco de madeira.
Como o rapaz ruivo estava debaixo da árvore onde estava há não mais de 5 segundos, conseguiu erguer o seu tronco de modo a agarrar as pernas do adversário que o empurrara. Fazendo alguma força, conseguiu lançá-lo contra o outro que se encontrava no chão.
De seguida um shuriken cravou-se na madeira. Michael tirou a sua espada para se desviar dos outros três projécteis que seguiam na direcção dele. Depois tirou da sua bolsa duas kunais com papéis explosivos e atirou-as ao homem que o tinha atacado agora. Ele fora rápido e conseguira desviar-se para estar agora em cima do shinobi de Kumo, pronto para desferir um pontapé. Michael teve tempo de criar uma protecção pegajosa à volta do seu braço direito, para se defender do golpe Com a sua mão esquerda espetou a espada na perna do outro. Pegou depois nele e atirou-o para o chão, juntamente com os outros.
Podia sentir. Sabia o que estava a acontecer lá fora. Era agora. O momento perfeito. O momento pelo qual esperara quase 70 anos. Levantou-se da sua cadeira de pedra, fria. Pegou no anel de ouro que estava sobre a pequena mesa e colocou-o no fio que pendia ao seu pescoço. Tirou o robe que havia vestido e colocou outras roupas, menos aparatosas. Seria agora o momento para fazer a troca entre os corpos. O seu servo mais fiel estava a fazer um trabalho excelente. Seria hora de lhe mostrar algum apreço por isso.
Antes de sair dali deu um último olhar sobre o quadro belo que estava na parede. E sorriu…
─ Michael, cria-me humidade! ─ Pediu Kaito.
O rapaz hesitou um pouco, confuso com o pedido, mas logo começou a concentrar chakra no rio que sabia correr ali mesmo perto. Cedo um nevoeiro denso levantou-se, tirando a visibilidade a todos. Porém, o jutsu não demorou muito, pois logo começou a dissipar-se. A humidade estava a concentrar-se num grande vortez de água.
─ Suiton, Suishōha. ─ Gritou o gémeo.
Seguidamente um o vortex explodiu numa grande onda que tomou todos os adversários que estavam no chão. Vendo isto, Kouta pegou nuns fios de metal que trazia consigo. Rápido, atirou-os de modo a formarem uma grande cúpula que envolveu os homens. Logo criou uns espigões que conseguiram perfurar alguns membros dos adversários. Depois, Kyra aproximou-se de Kouta que segurava um pequeno fio que o ligava à jaula improvisada. Assim que a kunoichi tocou no fio, uma descarga eléctrica fez-se sentir dentro da cúpula.
Os gritos foram-se perdendo assim que um a um, os homens iam desmaiando.
Ouviram-se palmas secas. Michael virou-se para o seu lado esquerdo.
─ Magnifico. E de pensar que é a primeira vez juntos numa missão. O Raikage já vos devia ter juntado há mais tempo. ─ Kouta e Kyra desceram da árvore, para se juntarem aos outros dois. ─ Por falar nisso, qual é o Raikage actual? Estou um pouco perdido no tempo. ─ O estranho homem libertou uma pequena risada com o seu próprio comentário.
O jovem shinobi de Kumo estranhou as várias ligaduras que tinha sobre várias partes do corpo. Inclusive, uma que lhe tapava metade da cara.
─ Cuidado!