Filler 27 – O Fim de Nagatsu
Não fui eu que encontrei o local onde a Taka e o Monda estavam, foram eles que me trouxeram cá. Agora ali no meio de todos aqueles corpos esventrados e mutilados, só queria ver os responsáveis pelo rapto dos meus amigos e faze-los pagar. Ao mesmo tempo pensava se a Taka e o Monda também tinham sofrido estas mutilações sádicas. Não aguentei mais ficar naquele local, tinha de encontrar o esconderijo. Virei-me para trás e um flash branco, certamente levei uma pancada na cabeça.
Voltei a acordar, os meus olhos abriam lentamente a todo os custo. Assim que ganhei a visão, tive consciência que estava pendurado de cabeça para baixo. Olhei para cima e vi os meus pés presos a um pedaço de madeira pregado na parede. As minhas mãos encontravam-se atrás das costas, também elas atadas.
— Surumo, Akuchi, Tsamino!!! – Gritei com toda a força. – Apareçam pulhas!
— Oh, o jovem Nagatsu está irritado. – Disse Surumo aparecendo, com Akuchi atrás e Tsamino ao lado deste.
— Eu consegui chegar até vós, agora vão morrer. – Disse-lhe serrando os dentes com força.
— Ohohohoho. – Riu-se Surumo sarcasticamente. – Conseguiste chegar até nós? Deixa-me rir pirralho, quem fingiu tinha perdido a memória para vos trazer para a vila? Quem fingiu confiar em ti? Quem te manipulou desde o primeiro olhar? NÓS!
— Seus cabrões, vocês vão morrer agora mesmo se não me derem os meus amigos. – Senti a raiva apoderar-se de mim.
— Surumo, se ele quer ver os amigos, porque não lhe mostramos o que aconteceu com o rapazito? – Disse Tsamino.
— Hmm, parece uma boa ideia. – Surumo aproximou-se de mim, concentrou chakra na ponta dos dedos e apertou-me a cabeça com força. Senti-me a viajar pelo vórtice qualquer, cheio de curvas e espirais por onde ia caindo.
Caí num corpo que não era meu, não conseguia ter controle dele, apenas via o que os olhos dele viam. À minha frente estava o Monda preso numa mesa em forma de xis, com todos os os membros atados a cada extremidade, estava nu também e haviam algumas manchas negras no corpo. Mais perto de mim estavam Akuchi e Surumo a falarem.
— Vamos começar a tortura. – Disse Surumo. – Tsamino não te mexas, vais servir para depois mostrar-mos o que aconteceu ao Monda, quando apanhar-mos o Nagatsu. – Surumo dirigia-se para mim, estava no corpo de Tsamino a ver o que ele viu.
Nessa altura vi o Akuchi a pregar num ferro e a passa-lo por brasas escaldantes durante algum tempo. O ferro ficou a temperaturas enormes e mudou de cor prateada para um vermelho forte quase laranja. Caminhou para a mesa onde o Monda estava preso e começou a penetrar-lhe a coxa com o ferro que ardia na perna do meu amigo e este gritava de sofrimento. Furou-lhe a perna várias e várias vezes, mesmo que o Monda sobrevivesse aquela perna nunca mais iria ser a mesma. O sangue escorria-lhe a uma velocidade extrema assim como as lágrimas de sofrimento. Quis gritar mas não consegui. Foi a vez de Surumo executar a sua parte da tortura. Aproximou-se de uma mesa de utensílios e escolheu um punhal bem afiado. Com a precisão de um cirurgião, Surumo cortou a pele na zona do bicepe revelando o músculo. Colocou um escaravelho macho e um escaravelho fêmea dento do músculo e cozeu a pele rapidamente.
— Sabes Monda, este tipo de escaravelhos quando acasala procura um sitio mais no interior.
Nesse instante os escaravelhos começaram a escavar pelo corpo do rapaz a toda a velocidade, perfurando músculos, artérias, e tudo o que encontravam pelo caminho. Surumo afastou-se e começou a preparar a próxima tortura enquanto o meu amigo gritava de dor e sofrimento. Apesar de não querer, eu sabia que ele ia morrer. Surumo aproximou-se de Monda e com os dedos velhos abriu-lhe ambos os olhos. Enquanto isso pediu a Tsamino que viesse com as folhas de papel. No corpo de Tsamino vi-me a agarrar em duas folhas e a caminha para o Monda, tentei fazer força para impedir Tsamino de fazer aquilo, mas não conseguia fazer nada, o meu amigo a ser torturado e eu não fazia nada. Nesse instante Tsamino deslizava a folha de papel no olho de Monda como se fosse uma lâmina e abria um corte. O meu amigo gritou outra vez a sofrer, desta vez não aguentou e desmaiou, notei porque os olhos se reviraram, mas manteve a respiração. Foi a vez do outro olho ser cortado com uma folha de papel, acabado isso saíam lágrimas e fluídos de dentro do glóbulo ocular. O corpo de Tsamino afastou-se e viu Akuchi com uma lâmina cortar os membros de Monda, separando-os todos. Nesse instante, morreu. Como se não bastasse, Surumo agarrou numa perna e num braço, pregou-os na parede e desenhou um T e com o sangue escreveu “aka”. Taka.
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Voltei pelo mesmo vórtice, para o meu corpo, estava no presente. Os três homens torturadores enfrentavam o meu olhar de sofrimento. Não tive corajem para falar. As lágrimas escorriam-me pela testa pois estava de cabeça para baixo. A Taka tinha sido apanhado à quase meio dia, será que tinham tempo para lhe ter feito o mesmo que ao Monda? Qual o poder destes homens? Qual é o objectivo deles com todas estas acções?
— Surumo, Akuchi e Tsamino, lembras-te daquele brasão? Para além dos nossos nomes também é a sigla do nosso lema. Sadismo Acima de Tudo. – Disse Akuchi.
— Ahahaha. – Riu-se Surumo com esta ideia de sigla e lema absurda e demasiado parva para uma situação como aquela.
— Vocês são loucos, como podem gostar de ver alguém sofrer assim? – Perguntei-lhes revoltado e em fúria.
— Comparado do que aconteceu à rapariga este não foi nada, porque não dás uma espreitadela. – Surumo voltou a colocar os dedos com chakra na minha cabeça. Percebi que desta é que me ia enfurecer a sério.
Voltei a estar no corpo de Tsamino. A Taka estava na mesma mesa, presa da mesma maneira que o Monda, na parede atrás dela estava o braço e a perna do Monda já em decomposição e o sangue estava mais escuro já castanho. A minha namorada estava nua, caótica e a gritar por mim, nesse instante quis morrer. Começaram as torturas, Surumo pegou num serrote ferrugento com bicos afiados outros gastos, começou a serrar os seios da Taka que eram puros e agora começavam a desfazer-se em sangue e esta gritava, compreendia o que ela estava a sentir, eu mesmo estava enfurecido de raiva por estes três homens. Juntou-se raiva ao ódio e não estava a aguentar mais. Foi então que Surumo continuou as torturas, pegou no tronco do Monda e usou-o para esmagar os dedos à Taka, pegando no corpo pela cintura e usando a cabeça do Monda como martelo. Aí ouvi os dedos a rachar e a esmagar. Nesse momento o corpo onde estava moveu-se e cortou o pescoço à minha namorada matando-a. Não suportei mais, enquanto viajava de novo para o presente no vórtice fui entranhado por um misto de dor, revolta, raiva, ódio e desprezo total por aqueles três homens.
— Ahahaha, então Nagatsu gostaste de ver os teus amigos a sofrer? – Perguntou Akuchi. – Espero que tenhas gostado agora é a tua vez.
Nesse momento perdi o controlo de mim próprio, o meu Hyoujingan activou-se sozinho como se tivesse vida própria e uma aura roxa incendiou-me por completo. Fiz força e soltei-me de todas as amarras, caminhei lentamente para aqueles três a gritar como um lobo em fúria com as presas de fora. Aquele não era eu.
— Surumo o que se passa?
— Não sei, não sei. Ataquem.
Os três homens faziam selos e lançavam-me ninjutsus de todos os tipos elementais mas sem efeito, a fúria e a raiva tinham-me consumido por completo. Nisto um espectro de energia saiu de mim e rebentou com tudo.
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Numa vila ali perto...
— O que se passa na Vila do Labirinto? – Disse um camponês.
— Olha lá a explosão, tantos destroços no ar e aquela luz roxa, o que se passou?
— A Vila está toda partida não sobrou nada.
— Que tragédia. É impossivel alguém ter sobrevivido.
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Nesse instante Nagatsu viajava no ar inconsciente. Tinha acabado de matar todos os aldeões da vila com uma explosão que não se sabe como aconteceu. O rapaz acabou por cair no chão inanimado, sem os seus olhos nas cavidades oculares e com vários ferimentos por todo o corpo. Estaria morto?
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Se quiserem saber a resposta é só perguntar que eu respondo